segunda-feira, 26 de agosto de 2019

A SABEDORIA PESSOAL DE DEUS!

Sabedoria é saber o que, quando e como fazer algo necessário em uma determinada situação da vida. A sabedoria é um discernimento tão valioso que aqueles que adquirem esse entendimento consideram que se tornaram uma nova pessoa. Algo percebido como um conceito tão realista, que os sábios consideram que se trata de um conhecimento "personificado", como se uma pessoa viesse acompanha-los em suas decisões. E acredite, há uma razão espiritual para termos esse discernimento em nossos corações. O Cristianismo entende que o alvo de sua religião não é um conhecimento conceitual, mas uma pessoa compreensível; a Pessoa de Jesus de Nazaré. As características do conteúdo da sabedoria cristã são as atitudes que Jesus realizou em favor da humanidade. E os seus elementos são os resultados morais das obras dele em nossas vidas. O Apóstolo São Paulo apresenta estes elementos quando explica as diferenças entre os conceitos da sabedoria espiritual de Deus e da sabedoria cognitiva dos homens: "Foi por iniciativa de Deus que vocês estão em Cristo Jesus, que se tornou a sabedoria de Deus em nosso favor, nos declarou justos diante de Deus, nos santificou e nos libertou do pecado." (1 Coríntios 1.30) Naquela época, os religiosos judaicos entendiam que a sabedoria que iria transformar as suas vidas deveria vir acompanhada de sinais e realizações milagrosas no objetivo de libertar o povo da opressão romana. Como já ocorrera em sua história através dos atos do Profeta Moisés, no Egito. Enquanto isso, os gentios - gregos e romanos da época, que eram místicos e filosóficos, estavam atentos a qualquer argumento que tivesse a condição de esclarecer a origem e o destino da existência humana. O fato de Jesus ter sido considerado o Cristo exatamente a partir do momento em que foi crucificado, se tornou um escândalo para os judeus e uma tolice para os gentios. A sabedoria, inclusive, foi o tema da conversa de Jesus com o governador da Judeia, Pilatos, na manhã da sexta-feira da Páscoa. Quando Pilatos perguntou a Jesus se ele era o rei dos judeus, Jesus respondeu que seu reino não estava baseado na maneira como os governantes alcançam conquistas nesta dimensão da existência. Ao que Pilatos respondeu: "Então você é rei?". E Jesus concluiu: "De fato, nasci e vim ao mundo para testemunhar a verdade. Todos que amam a verdade ouvem a minha voz." Então, Pilatos perguntou: "Que é a verdade?" A verdade para o Cristianismo é a própria sabedoria de Deus, que vejam só, se tornou uma pessoa Sacerdotal para a humanidade, Jesus. Pois todo sacerdote é um homem escolhido para representar outras pessoas nas coisas referentes a Deus. E o modo como entendemos que a sabedoria e o poder de Deus não são forças abstratas, mas qualidades pessoais do Messias" surgem através da vida, morte e ressurreição de Jesus. Tá entendendo? Eis a razão para que a palavra para descrever o resultado da sabedoria cristã para a humanidade é "reconciliação": a reconciliação completa entre terra e céus. Tudo no objetivo de que os limites temporais e espaciais da existência humana terrena sejam superados pelas vivências eternas da ressurreição celestial da nossa espécie; que já está disponível para os homens desde o domingo de Páscoa. Portanto, para realmente saber o que, quando e como fazer algo de maneira sábia na vida, é preciso "grudar" espiritualmente na pessoa de Jesus Cristo. Ele faz a reconciliação entre céus e terra, sendo tanto aquele que demonstra a sabedoria com que Deus visita os homens, como aquele que oferece a sabedoria de Deus para nós. E assim, se faz possível receber pessoalmente de Deus o conselho e sentimento apropriado pra cada situação e experiência da vida. Uma visita sábia de Deus que se realiza pelo mover do Espírito Santo consolador entre nós. Haja sabedoria! Autor. Ivan S Rüppell Jr é Professor de Teologia e Ciências da Religião, Capelão Escolar e Social.

segunda-feira, 19 de agosto de 2019

Das Crises e das Caminhadas da Espiritualidade.

As religiões e a filosofia utilizam o termo livre-arbítrio para designar a vontade de livre escolha do ser humano no momento da tomada de decisões existenciais, de tal maneira que a pessoa não seria condicionada a escolher uma determinada opção, sendo absolutamente livre para definir seus interesses. No entanto, segundo o Cristianismo, o livre-arbítrio não é uma opção pra espécie humana, pois o nosso atual estado espiritual sempre orienta as escolhas que fazemos na vida. O Apóstolo São Paulo faz analises acerca da natureza humana que podemos relacionar a esse tema, em sua carta aos Romanos, que foi escrita na Grécia ao redor do ano 55 depois de Cristo, reconhecendo que a humanidade vivencia, ao menos, três tipos de experiências, das quais ninguém pode escapar: primeiro, há um desvio espiritual que nos torna incapazes de querer o bem, situação em que agimos sem valores morais; depois, há uma crise ética vivencial que surge quando a pessoa deseja fazer o bem, mas, muitas vezes, só consegue praticar o mal; e, por último, existe a lei do Espírito da vida, de Deus Pai. A questão fundamental é que as três experiências acima são bastante direcionadas por "leis" naturais e espirituais instaladas na personalidade humana, de tal maneira que não somos livres em nossas escolhas; o que também significa que não temos livre-arbítrio! A crise existencial surge quando notamos a doença essencial que nos impede de fazer o bem, mesmo quando desejamos praticar boas atitudes. Pois há uma lei "dentro" de nós que luta contra as escolhas da nossa mente, tornando-nos pessoas escravas de uma incapacidade ética constante. Por outro lado, existe a caminhada de amadurecimento moral da espiritualidade cristã, na qual o Espírito nos condiciona para que pratiquemos as justas exigências divinas. Trata-se de uma vivência baseada no poder da lei do Espírito Santo, que submete e conduz a todos que se entregam a Deus, pela fé. Portanto, seja na crise existencial ou na caminhada de amadurecimento moral, o fato é que não há livre arbítrio pra humanidade, mas sim, o que existe é uma experiência de vida determinada por "leis" que habitam a nossa natureza; ao mesmo tempo em que também somos responsáveis pelo que nos tornamos. E acerca das duas primeiras experiências de vida que aqui destacamos, seja a da crise espiritual sem valor moral, seja a da crise ética dos que desejam o bem sem conseguir pratica-lo; são vivências que poderão vir a ser bastante influenciadas pela negação, o que vai resultar numa tentativa de fuga desta realidade, ou na hipocrisia, que é quando sabemos o que jamais praticamos. Enfim, segundo o Apóstolo Paulo, o fato é que já existe no planeta Terra uma condução coercitiva capaz de nos fazer praticar satisfatoriamente as leis morais divinas; sendo que o primeiro homem que conseguiu viver plenamente esta caminhada de amadurecimento espiritual foi Jesus de Nazaré, razão pela qual ele foi reconhecido como sendo o Messias. Boa semana!