segunda-feira, 27 de novembro de 2023

Meditação Semanal. OS AMIGOS DE JESUS. O Dia do Voluntariado.

TEXTO Bíblico. "Já não chamo vocês de servos, porque o servo não sabe o que o seu senhor faz; mas tenho chamado voces de amigos, porque tudo que ouvi de meu Pai eu lhes dei a conhecer". (João 15.15). MEDITAÇÃO. A boa amizade cristã é um relacionamento construído a partir de virtudes que desejamos praticar juntos, e isto se torna a aliança que nos mantém fiéis um ao outro na caminhada. Neste capítulo 15 de João nós descobrimos a melhor amizade que se pode vivenciar na história, que é a amizade diante de Deus através de Jesus de Nazaré. Jesus diz aos discípulos que agora eles já podem ser chamados de seus amigos, porque eles estão "conhecendo" o que Jesus realiza junto de Deus Pai neste mundo. Os discípulos e Jesus praticam juntos os mandamentos de Deus, sendo isto que os torna um grupo único de homens caminhando unidos na vida. Por isso são chamados de amigos cristãos. E amigos de Deus, amigos do Pai e do Filho. Pensando nisto, lembro que neste próximo dia 5 de dezembro será comemorado o Dia Internacional do Voluntariado. E aqui, percebemos a maneira como os Cristãos tem a condição de ser amigos de Deus, sendo também sal e luz da terra. Farão isto numa experiência de amizade e comunhão ao praticar juntos um serviço que agrada a Deus, no mundo. Pois o valor bíblico que torna os seres humanos em amigos de Deus e uns dos outros é a prática conjunta das virtudes que o Senhor ordena aos cristãos nos mandamentos. "Vocês são meus amigos se fazem o que eu lhes ordeno". (João 15.14). Seja um voluntário nas ações sociais cristãs e em todo ministério da Igreja. ORAÇÃO. Santo Deus e Pai Nosso que está nos céus, separado e bendito seja o teu Nome. Obrigado por nos revelar o caminho da amizade com Jesus. Obrigado pelo chamado pra sermos amigos de Deus. Abençoa nossos corações e mentes pra que consigamos praticar juntos os teus mandamentos até que sejamos amigos cristãos, entre nós. Ajuda-nos a fazer o bem ao próximo pra que sejamos amigos de Deus diante dos homens em toda sociedade. E que assim teu nome seja santificado. Amém! Autor. Ivan Santos Rüppell Jr é ministro licenciado da Igreja Presbiteriana, professor e advogado, atuando na gestão de ações sociais e evangelização.

sexta-feira, 24 de novembro de 2023

Meditação Dominical. O ANTICRISTO, Cartas de João .

TEXTO Bíblico. "Amados, não acreditem em todo espírito, mas ponham-no à prova para ter a certeza de que o espírito vem de Deus, pois há muitos falsos profetas no mundo. Assim sabemos se eles têm o Espírito de Deus: todo espírito que reconhece que Jesus Cristo veio em corpo humano é de Deus, mas todo espírito que não reconhece a verdade a respeito de Jesus não é de Deus." (1 João, 4.1-2). MEDITAÇÃO. O Natal está chegando e vemos pelo mundo a expectativa e também certo desprezo com a Festa do nascimento do Messias do Cristianismo, Jesus! É assim mesmo. Há períodos na história em que os homens se preocupam em negar ou ocultar a mensagem dos Profetas e Apóstolos, que explicaram como Jesus de Nazaré era o Messias prometido nas Escrituras. Em sua primeira carta, o Apóstolo João se depara com um momento de grande confronto para com essa revelação bíblica sobre o Cristo de Deus, e traz um ensino sobre como a humanidade adquire conhecimento sobre a realidade das questões de Deus. João explica que muitos homens que estavam negando que Jesus é o Cristo faziam isto por serem influenciados em sua consciência por espíritos mentirosos, os quais vagam pelo mundo na nossa dimensão. Espíritos chamados de espiritos do erro, pois conduzem os seres humanos a pensar que Jesus é simplesmente um homem natural. Sendo que esses homens conduzidos a negar Jesus como o Messias se tornam pessoas "anticristos", conforme o Apóstolo João declarou no final do primeiro século, ao se referir aos falsos profetas. O Apóstolo também explica o modo como Deus tem enviado seu Espírito Santo da verdade para ensinar pra humanidade que Jesus é o Messias, e que o Natal é realmente a Festa do Nascimento do Cristo de Deus em nosso mundo. Feliz Natal! ORAÇÃO. "Depois de dizer todas essas coisas, Jesus olhou para o céu e orou: 'Pai, chegou a hora. Glorifica teu Filho, para que este te glorifique, pois tu lhe deste autoridade sobre toda humanidade. Ele concede vida eterna a cada um daqueles que lhe deste. (...) Eu revelei teu nome àqueles que me deste do mundo. Eles sempre foram teus. Tu os deste a mim, e eles sempre obedeceram à tua palavra. (...) Não te peço apenas por estes discípulos, mas também por todos que crerão em mim por meio da mensagem deles. Minha oração é que todos eles sejam um, como nós somos um, como tu estás em mim, Pai, e eu estou em ti. Que eles estejam em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste'." (Evangelho de João, cap. 17. 1-21). Autor. Ivan Santos Rüppell Júnior é ministro licenciado da Igreja Presbiteriana, professor e advogado, atuando na gestão de ações sociais e evangelização.

sábado, 18 de novembro de 2023

Meditação Semanal. DEUS SABE! O Dia Mundial de Ação de Graças.

TEXTO Bíblico. "Portanto, não se preocupem com o dia de amanhã, pois o amanhã trará os seus cuidados; basta ao dia o seu próprio mal". MEDITAÇÃO. Quando Jesus de Nazaré orienta os cristãos a buscar primeiro o Reino de Deus e a Justiça do Senhor em suas vidas, Ele conclue com um destaque fundamental ao anotar as dificuldades e aflições que fazem parte da realidade. Assim, diante dos problemas da vida que causam ansiedade e angústias, Jesus nos convida a viver um dia de cada vez! Jesus não está criticando o planejamento pessoal e a previdência. Mas sim, esclarece um aspecto essencial da realidade humana, que requer ser vivenciada um dia de cada vez, pois nossos dias nesta vida também são maus. Por isso, Jesus convida as pessoas a pensar e construir as suas histórias dia a dia, buscando o Reino de Deus a cada manhã, voltando o olhar para o que se pode realizar ao invés de sermos dominados pelo que se pode perder. Viver nesta esperança virtuosa é possível porque Deus sabe do que precisamos e cuida de nós. Deus alimenta os pássaros e veste as flores do campo, assim como Ele sabe que estamos vivos e precisamos D'Ele pra sobreviver. Precisamos das bençãos naturais miraculosas de Deus, como do sol e chuva, da terra e sementes, do oxigênio e do fôlego da vida pra seguir acordando a cada manhã que Deus nos dá pra viver nesse mundo! Essa compreensão e a gratidão por tantas bençãos de Deus são o tema das celebrações do Dia Universal de Ação de Graças, que é comemorado na quarta quinta-feira de novembro todo ano, e acontece agora, no dia 23. ORAÇÃO. "Bendito seja o nome do Senhor, agora e para sempre. Em todo lugar, do Oriente ao Ocidente, louvem o nome do Senhor. Pois o Senhor é engrandecido acima das nações; sua glória está acima dos céus... Ele se inclina para ver o que acontece nos céus e na terra. Levanta do pó o necessitado e ergue do lixo o pobre... Dá uma família à mulher estéril e a torna uma mãe feliz. Louvado seja o Senhor!" (Salmo 113). Autor. Ivan Santos Rüppell Jr é ministro licenciado da Igreja Presbiteriana, professor e advogado, atuando em projetos de ação social e evangelização.

sexta-feira, 10 de novembro de 2023

Meditação Dominical. O pecado da morte, Cartas de João.

TEXTO Bíblico. "Se alguém vê o seu irmão cometer pecado que não leva à morte, pedirá, e Deus dará vida a esse irmão. Isso aos que cometem pecado que não leva à morte. Há pecado que leva à morte, e por esse não digo que se deva pedir." (1 João 5.16). MEDITAÇÃO. Estamos acostumados na literatura e especialmente no cinema e séries de streaming com histórias e filmes sobre seres humanos mortos-vivos, que chamamos "zumbis". As pessoas que não conhecem a Deus e não tem um relacionamento transformador de sua personalidade através de Jesus Cristo também são considerados "vivos" que estão "mortos", nas explicações dos apóstolos sobre a existência humana. Essas pessoas queridas e importantes vivem a vida sem fé em Cristo e sem desenvolver um relacionamento de mudança de vida diante de Deus Pai. Por isso não conseguem sentir e pensar, praticar e realizar sensações e atividades que sejam da Vida verdadeira, como aquelas ensinadas por Jesus Cristo no Sermão do monte. Essa falta de fé é um pecado que leva à morte, tanto no jeito como se vive hoje como será depois, na vida eterna. As nossas orações não terão condições de transformar as vidas destas pessoas, antes delas virem acreditar de verdade em Deus e no seu Filho Jesus Cristo. Pois "sabemos que ninguém nascido de Deus faz do pecado uma prática - o pecado fatal. Os nascidos de Deus são também protegidos por Deus". (1 João 5. 18). ORAÇÃO. Santo Deus e Pai Nosso que está nos céus. Que a Graça e o Conhecimento do Senhor Jesus estejam sobre a consciência e espírito de nossos queridos e amigos que não acreditam no Messias e Cristo de Deus. Quê a bondade e a misericórdia do Senhor estejam sobre suas vidas pra que eles sejam iluminados e possam enxergar o Filho de Deus, para que sejam salvos da morte hoje e na eternidade. Amém! Autor. Ivan Santos Rüppell Júnior é ministro licenciado da Igreja Presbiteriana, professor e advogado.

segunda-feira, 6 de novembro de 2023

CREDOS E CONFISSÕES, Texto 6. Seminário Presbiteriano do Sul, extensão Curitiba.

Esse texto tem objetivo didático na disciplina Credos e Confissões do Seminário Presbiteriano do Sul extensão Curitiba. São utilizados resumos e citações longas no interesse de oferecer aos alunos o conteúdo para o entendimento necessário aos debates e explanações em aula, sendo um texto que deverá ser utilizado somente na disciplina, Prof Ivan Santos Rüppell Jr. CONTEXTO HISTÓRICO DA ORGANIZAÇÃO DOS SÍMBOLOS DE FÉ DA IGREJA PRESBITERIANA DO BRASIL. NOSSOS SÍMBOLOS DE FÉ. "A Igreja Presbiteriana do Brasil adota, como exposição das doutrinas bíblicas, a Confissão de Fé de Westminster, o Catecismo Maior e o Catecismo Menor ou Breve Catecismo. Nossa única norma de fé e conduta é a Bíblia Sagrada. Todavia, em virtude de a Bíblia não apresentar as doutrinas já sistematizadas, adotamos a Confissão de Fé e os Catecismos como exposição do sistema de doutrinas ensinadas na Escritura." (p 67). Vimos o modo como no período da Reforma Protestante houve grande valorização da autoridade das Escrituras, sendo um princípio comum de todos os grupos e lideranças que se organizavam na primeira metade do século 16, como os da reforma alemã (luterna) e reformas suiça e francesa. Nesse contexto de leitura e conhecimento da Bíblia e definição de princípios doutrinais para a Igreja e fiéis, havia, segundo McGrath, "aspectos de interpretação que tanto eram propícios a causar divergências quanto difíceis de definir. Existia a necessidade evidente de encontrar-se algum tipo de recurso "oficial" para delimitação de ideias da Reforma, a fim de evitar confusão. As "Confissões de fé" desempenharam essa função." (p 109, 2005). Sendo que, as autorizadas Confissões de Fé protestantes vieram a se consolidar através de movimentos "pós-reforma", como destaca McGrath: "Tanto a Reforma protestante quanto a católica, foram sucedidas por um período de consolidação da teologia, em ambos os movimentos. No seio do protestantismo, luterano e reformado (ou "calvinista"), iniciou-se o período conhecido como "ortodoxia", caracterizado por sua ênfase em normas e definições doutrinárias. (...) O luteranismo e o calvinismo eram, sob muitos aspectos, bastante semelhantes. Ambos alegavam ser evangélicos e rejeitavam, de modo geral, os mesmos aspectos centrais do catolicismo medieval. Entretanto, eles precisavam se diferenciar." (p 112 -114, 2005). Nesse contexto, anotamos que "a Confissão de Fé e os Catecismos são conhecidos, historicamente, como Símbolos de Westminster. Eles foram elaborados pela Assembleia de Westminster (1643-1648), convocada pelo Parlamento inglês para elaborar novos padrões doutrinários, litúrgicos e administrativos para a Igreja da Inglaterra. Para se entender as circunstâncias da formulação desse importante documento, é preciso relembrar a história da Reforma Inglesa." (Matos e Nascimento, p 67, 2007). ANTECEDENTES históricos. No ano de 1534 o Rei Henrique VIII rompeu com a Igreja Católica de Roma e através do Ato de Supremacia tornou-se chefe da Igreja da Inglaterra. Nascia a Igreja Anglicana separada da Igreja Católica, porém, com celebrações e doutrinas semelhantes, até que em 1547 subiu ao trono o Rei Eduardo VI, sendo que o Arcebispo de Cantuária Thomas Cranmer organizou dois documentos orientados pelo pensamento calvinista: o Livro de Oração Comum e os Trinta e Nove Artigos. Nesse período, outras ações ocorreram com propósito reformista, até a morte do rei Eduardo em 1553. Maria Tudor (Maria sanguinária) assumiu o trono decidida a unir-se novamente com a Igreja Católica de Roma, o que levou à perseguição e morte de Cranmer e outros líderes da Reforma, enquanto os religiosos protestantes fugiam da Inglaterra para outros países, sendo que muitos deles foram residir em Genebra, debaixo da influência de João Calvino. Até que em 1558 Maria Tudor faleceu e a nova Rainha Elizabete retornou com o Ato de Supremacia, o que propiciou o retorno dos protestantes pra Inglaterra. (p 67-68). PURITANOS. Nesse período, um movimento que valorizava as Escrituras e a Teologia Calvinista se desenvolvia fortemente na Inglaterra. "Seus partidários defendiam uma forma de governo, um sistema de doutrinas, um culto e uma vida mais puros, ou seja, mais bíblicos. Por volta de 1565, eles passaram a ser conhecidos como "puritanos". Durante o restante do século, a rainha Elizabete buscou limitar a ação e crescimento do movimento dos puritanos, até que em 1603 assumiu o Rei Tiago VI, "rei da Inglaterra e da Escócia e chefe da Igreja". O rei havia sido educado segundo valores presbiterianos na Escócia, mas decidiu valorar o sistema episcopal na organização da igreja. (p 68). A ASSEMBLÉIA DE WESTMINSTER. Carlos I sucedeu Tiago e reinou entre 1625 até 1649, sendo aconselhado pelo Arcebispo de Cantuária William Laud, adepto da uniformidade religiosa e teologia arminiana, em oposição ao movimento puritano e pensamento calvinista. Ambos atuaram a partir de 1637 para controlar os presbiterianos da Escócia para que viessem a obedecer o governo e celebração próprios da Igreja da Inglaterra (sistema episcopal), momento em que os presbiterianos da Escócia juraram defender o sist presbiteriano, vindo a entrar em guerra diante do Rei. Assim, Carlos I tentou eleger um parlamento na Inglaterra para ficar mais forte na guerra diante da Escócia, porém a população inglesa elegeu um parlamento puritano, ocasião em que o Rei promoveu nova eleição, sendo que o novo Parlamento eleito teve mais representação puritana do que o anterior. Nesta ocasião, logo que o Rei agiu para dissolver o Parlamento uma segunda vez, os parlamentares entraram em guerra com o Rei, dando início à guerra civil inglesa. (p 69) "Entre outras coisas, esse Parlamento puritano voltou sua atenção para a questão religiosa. Fazia quase um século que os puritanos vinham insistindo que a Igreja da Inglaterra tivesse uma forma de governo, doutrinas e culto mais puros. Assim sendo, o Parlamento convocou a "Assembléia de Teólogos de Westminster", composta de 121 dos ministros mais capazes da Inglaterra, além de 20 membros da Câmara dos Comuns e 10 membros da Câmara dos Lordes. Todos os ministros, exceto dois, eram da Igreja da Inglaterra. Praticamente todos eram puritanos, calvinistas." (Matos e Nascimento, p 69, 2007). O PURITANISMO. "Um dos mais importantes estilos teológicos associados ao mundo de língua inglesa surgiu na Inglaterra, no final do século XVI. Provavelmente, o puritanismo seja mais bem definido como uma versão da ortodoxia reformada que enfatizava de maneira especial os aspectos empírico e pastoral da fé. Os escritos dos principais teólogos puritanos, William Perkins (1558-1602), William Ames (1576-1633) e John Owen (1618-83), sofreram claramente forte influência de Beza, particularmente em relação a seus ensinamentos a respeito da extensão do sacrifício de Cristo e da soberania divina nas questões da providência e eleição." (Mcgrath, p 117, 2005). TEODORO BEZA. (1519-1599). "Notável escritor calvinista, professor de teologia na Academia de Genebra, de 1559 a 1599. Os três volumes de sua obra Tratctationes theologicae (Tratados teológicos), de 1570 a 1582, apresentam uma descrição racionalmente coerente dos principais elementos da teologia reformada mediante o uso da lógica aristotélica. O resultado é uma descrição que apresenta argumentação consistente e defesa racional da teologia de João Calvino...". (McGrath, p 115, 2005). CATECISMO MAIOR DE WESTMINSTER - Origem e Composição, de Chad B. Van Dixhoorn. Este pequeno livreto editado no Brasil em 2012 traz interessantes anotações sobre a feitura dos Símbolos de Fé quando da ocasião da Assembléia de Westminster no Parlamento da Inglaterra no século 17. Segundo nosso autor, "O Breve Catecismo de Westminster é um dos mais amados e bem utilizados de todos os Catecismos da Reforma, e o documento mais famoso da Assembleia que se reuniu na Abadia de Westminster de 1643 a 1649. A Confissão de Fé de Westminster, em seu original e nas suas formas modificadas, tornou-se "de longe o símbolo doutrinário mais influente na história da América Protestante." (no destaque de Sidney E Ahlstrom). Segundo nosso autor, o Catecismo Maior não tem sido percebido e utilizado da mesma forma e valor, podendo-se dizer que tem sido inclusive desprezado, tanto pela igreja presbiteriana como pelo povo evangélico, posto que há dezenas de comentários sobre o Breve Catecismo escritos entre os séculos 17 e 20, sendo que o autor reconheceu apenas um comentário sobre o Catecismo Maior, sendo que este também não consta nos hinários, ao contrário da Confissão e do Breve Catecismo que comumemente são ali incluídos. Assim, o propósito do livro do autor é buscar recuperar a importância e valor do Catecismo Maior, sendo que iremos utilizar seu conteúdo para saber mais sobre a feitura da Confissão de Fé e Catecismos. Segundo o autor, "em 1642, o mundo foi virado de cabeça para baixo (pelo menos na Grã-Bretanha). Os nobres ingleses, os barões, os cavaleiros, os cavalheiros, os cidadãos, os burgueses, os plebeus de todos os tipos, e os ministros do evangelho, pegaram todos em armas contra o Rei Carlos I." Reclamavam das condições sociais e do autoritarismo imperial do rei, sendo que "muitos eram puritanos que desejavam uma mudança no culto e na teologia", algo que o Rei Carlos I e sua esposa rainha eram contrários, de forma que perto do ano de 1643 os grupos parlamentares perceberam que estavam frágeis nas batalhas diante do Rei, e por isso pediram ajuda aos protestantes da Escócia, que aceitaram ajudar os cidadãos ingleses desde que assumissem os princípios de um documento denominado "Solene Liga e Aliança", com seis itens: "O primeiro ponto da Aliança estabelecia que as igrejas em ambos os países deveriam ser reformadas em "doutrina, culto, disciplina e governo". Para atingir essa unidade, a Assembleia do Parlamento inglês, designada no início de 1643, deveria criar uma "confissão de fé, uma forma de governo da Igreja, um diretório de culto" e eles acrescentaram um diretório de "catequese." Neste sentido, o objetivo primordial da feitura do catecismo desenvolvido em Westminster "foi a unidade religiosa, que era também o objetivo de cada um dos seus documentos." Ainda que já existissem outros documentos religiosos à época, e de grande valor ao pensamento protestante, se fazia necessário redigir "um documento confessional para os propósitos ecumênicos", pelos quais se pretendia unir as Igrejas de todo Reino Unido. Neste contexto, além da Confissão de Fé, a assembleia orientou que os teológos escrevessem catecismos, sendo que o preparo de um texto menor e breve foi considerado como importante, posto que seu conteúdo seria mais geral e portanto, seria aprovado com mais facilidade. O primeiro esboço foi rejeitado e ainda em 1643 um grupo da assembleia se voltou para organizar o catecismo, até que outras questões acabaram impedindo seu desenvolvimento. Finalmente, em 1646 a Confissão de Fé foi concluída e enviada para debate na Assembleia, sendo que no início de 1647 houve a decisão pelo preparo de dois catecismos, cada um adequado a seu propósito; confome descrito pelo teólogo Richard Vines, em proposição para que "a Comissão do Catecismo preparasse um esboço de dois catecismos baseados na Confissão de Fé, e nas questões do Catecismo já iniciado." O princípio basilar para a escrita dos catecismos é de que a Assembleia "decidiu não ter nenhum outro assunto teológico dentro (dos catecismos) além daqueles já estabelecidos na Confissão"; pois o fundamento era de que somente as doutrinas da Confissão deveriam estar descritas nos Catecismos - "Os Catecismos, portanto, seriam uma condensação da Confissão." Dessa forma, a Assembleia orientou a feitura de dois catecismos, sendo "um mais exato e abrangente", enquanto o segundo deles "seria mais fácil e breve para os iniciantes". Assim, em meados de outubro de 1647 o Catecismo Maior estava pronto, enquanto que o Breve Catecismo foi finalizado em dezembro. Sobre o uso dos catecismos nas celebrações da igreja, "os ministros da Assembleia de Westminster consideraram que o pregador não devia pregar a partir de uma proposição, ou argumento, mas apenas das próprias Escrituras. Por mais importantes que fossem os catecismos, os teólogos de Westminster não quiseram seguir a prática das igrejas reformadas do continente, que pregavam com base no Catecismo de Heidelberg." Nesse contexto, entende-se que o objetivo principal da feitura dos catecismos não foi fornecer "mensagens" bíblicas prontas aos pregadores, mas sim, promover "unidade de crença" e "instrução mais detalhada na fé cristã." Os teológos escoceses entendiam que os cristãos amadurecidos das igrejas iriam receber do catecismo maior o conteúdo sólido e profundo que necessitavam em sua caminhada e discipulado. Uma característica distinta do Catecismo Maior de Westminster estava em sua organização e formato: "A Assembleia teve o cuidado de fazer com que todas as perguntas fossem sentenças completas em si mesmas, sem depender, para o seu sentido, da pergunta anterior; eram, na verdade, aforismos (sentença breve) inconfundíveis, contendo sucintamente os fundamentos da religião cristã". Esse aspecto foi considerado importante e inovador, já que grande parte dos catecismos daquele período "requeriam que o usuário memorizasse em ordem tanto a pergunta quanto a resposta a fim de obter o sentido das doutrinas bíblicas do catecismo", sendo necessário saber diversas questões para se entender o que uma delas apresentava acerca da doutrina. Outro aspecto distinto dos Catecismos foi o de que estes não se dedicaram a desenvolver o conteúdo do Credo Apostólico, "porque o credo, embora fosse bíblico, não tinha sido extraído da Bíblia", enquanto um texto direto. Essa decisão permitiu que o objetivo de feitura dos catecismos se consolidasse, a fim de que toda doutrina apresentada tivesse as Escrituras como fonte, enquanto também buscava superar uma fragilidade do credo, que é o pouco conteúdo sobre a vida de Cristo; posto que, afinal, a história da vida de Jesus é a própria e completa realização da redenção dos homens: "A vida de Cristo tem mutissímo a ver com a nossa salvação: Ele gastou a vida cumprindo toda a justiça; Ele observou a Lei que o primeiro Adão transgrediu. É por causa da obediência ativa de toda a Sua vida que Deus o Pai nos vê como justos em Cristo." A FÉ CRISTÃ, ESTUDOS NO BREVE CATECISMO, de Thomas Watson. "A Body of Divinity (em nossa edição, A Fé Cristã - Estudos baseados no Breve Catecismo de Westminster) é uma das mais preciosas e inigualáveis obras dos puritanos... Watson foi um dos escritores mais objetivos, profundos, sugestivos e elucidativos dentre os célebres teológos que fizeram da era puritana o período dourado da literatura evangélica. Há uma união feliz entre a boa doutrina, a profunda experiência e a sabedoria prática evidentes em todas as suas obras." O contexto do período em que viveu Watson e um grande número de teólogos puritanos, se refere ao período imediatamente anterior a Assembleia de Westminster: "Em 1641, na Irlanda Católica, inicia-se um levante separatista contra o domínio protestante dos ingleses. Católicos confederados se rebelam contra as forças do Estado inglês. Agricultores foram mortos nos campos, outros fugiram e morreram de fome por todo o país. Foi o ataque conhecido como o massacre de protestantes do Ulster, no Norte da Irlanda. Foi a primeira fase da Revolução Puritana." Neste sentido, o nome de Thomas Watson é colocado ao lado de mais de uma dezena de pregadores puritanos, dos quais se diz: "A maioria destes homens é mencionada na lista de sofredores a favor do não-conformismo e aparece no rol dos alunos matriculados no Emmanuel College. Apesar de serem muitos, sem dúvida são da mesma sociedade que produziu pregadores no contexto das infelizes mudanças de 1641." Thomas Watson foi reitor da paróquia Saint Stephen, no centro de Londres, atuando como pastor por 16 anos, enquanto viu a igreja crescer, sendo que o pregador foi reconhecido pelo valor de suas mensagens "instrutivas e espirituais". Foi uma época confusa e bastante perigosa, pois ainda que Watson e outros pregadores puritanos houvessem sido leais ao Estado e ao Rei, o fato de defenderem uma doutrina bíblica de pureza, os posicionou como inimigos diante do ato de uniformidade que buscava enquadrar novamente a igreja da Inglaterra numa doutrina contrária ao pensamento reformado. (Ato de Uniformidade da Rainha Elizabeth, de 1559, definindo o uso do Livro de Orações nas celebrações e a participação semanal dos cidadãos ingleses nas igrejas, valorando a Igreja Anglicana como denominação única e oficial na Inglaterra) "Os mais cultos, santos e zelosos do clero da Igreja da Inglaterra descobriram que o ato de uniformidade não lhes permitiria manter suas consciências puras e seus estilos de vida, por isso se submeteram a perder tudo por causa de Cristo. (...) Com muitas lágrimas e lamentos, a congregação de Saint Stephen viu seu pastor ser arrancado do seu rebanho... ouviram suas palavras de despedida... (Watson) despediu-se deles "sem saber onde ia". Assim que deixou a igreja, Watson procurou pregar a Palavra onde houvesse oportunidade, pois as multas e prisões não conseguiram calar a mensagem dos ministros, já que "em barracões, cozinhas, casas de fazendas, vales e florestas, os poucos fiéis se reuniam para ouvir a mensagem de vida eterna... a Palavra do Senhor era preciosa naqueles dias. Pão comido em secreto é proverbialmente doce e a Palavra de Deus na perseguição é especialmente deliciosa..." Anos mais tarde, "após o grande incêncio de 1666, quando igrejas foram queimadas, o Sr. Watson e outros não-conformistas prepararam grandes salas para os que desejavam se reunir. Em um tempo de tolerância, em 1672, ele conseguiu uma licença para usar uma grande sala na Crosby House... Foi uma circunstância em que o digno nobre favoreceu a causa da não-conformidade e que tão distinta câmara estava à sua disposição. Ali, Watson pregou por vários anos... Thomas Watson, depois de um tempo, voltou a Essex, onde morreu repentinamente em seu quarto enquanto orava. Morreu por volta dos anos de 1689 ou 1690. A data de seu nascimento e a de sua morte não são mencionadas em lugar algum." Watson publicou diversos livros, sendo que sua obra principal permanece A Body of Divinity, "uma coleção de 176 sermões sobre o Breve Catecismo da Assembleia de Westminster, que só apareceu depois de sua morte. Esse livro foi publicado em um volume, em 1692... por muitos anos, esse volume continuou a ensinar teologia ao povo comum e ainda pode ser encontrado em cabanas pobres da Escócia." SERMÃO DE WATSON (breve introdução). Firmes e Fundamentados na Fé. "Se é que permaneceis na fé, alicerçados e firmes..." (Colossenses 1.23). "Considerando que, no próximo domingo, iniciarei uma instrução na doutrina com a igreja... Este sermão está dividido em duas partes: 1. É dever dos cristãos se firmarem na doutrina, e 2. É dever dos cristãos se fundamentarem na doutrina. 1. É DEVER DOS CRISTÃOS SE FIRMAREM NA DOUTRINA. É obrigação dos cristãos serem firmes na doutrina da fé. O apóstolo afirma: "Ora, o Deus de toda graça..., ele mesmo vos há de aperfeiçoar, firmar, fortificar e fundamentar" (1 Pedro 5.10). Essas palavras ensinam que os cristãos não devem ser semelhantes a meteoros no céu, mas como as estrelas fixas. O apóstolo Judas fala sobre "estrelas errantes" (Jd 13). São chamadas estrelas errantes porque, como Aristóteles diz: "elas vão para cima e para baixo vagueando por várias partes do céu; e por não serem feitas do material celeste do qual as estrelas fixas são, mas apenas uma emanação dele, essas estrelas geralmente caem na terra." Assim são aqueles que não são firmes na fé. Uma hora ou outra, eles farão como as estrelas cadentes, perderão a firmeza e vaguearão de uma a outra opinião. Agirão impetuosamente à semelhança da tribo de Rúben (Gn 49.4); como um navio sem lastro, levado por qualquer vento de doutrina. O francês Leodore Beza (1519-1603), sucessor de Calvino, escreve sobre Belfectius de quem a religião mudava como a lua. Os arianos, por sua vez, a cada ano mudavam a sua fé. Pessoas assim não são pilares no templo de Deus, mas caniços movidos para todas as direções. O apóstolo chama tal atitude de "heresias destruidoras" (2 Pe 2.1). Uma pessoas pode ir para o inferno tanto por heresia quanto por adultério. Não ser firme na fé é querer julgamento. Se as mentes deles não fossem volúveis, não mudariam tão rápido de opinião. A razão de tal atitude é a falta de substância. Como penas sopradas para todos os lados, assim também são os cristãos sem fé." REFERÊNCIAS. Matos, Alderi de Souza e Nascimento, Adão Carlos. O que todo presbiteriano inteligente deve saber. Edit Socep, Santa Barbára do Oeste SP, 2007. McGrath, Alister. Teologia sistemática, histórica e filosófica Van Dixhoorn, Chad B. Catecismo Maior de Westminster. Origem e composição. Edit Os Puritanos. Recife, PE, 2012. (páginas 7 a 16). Watson, Thomas. A Fé Cristã. Estudos baseados no Breve Catecismo de Westminster. Cultura Cristã, São Paulo SP, 2009. (pg 7 a 15). Autor. Ivan S Ruppell Jr é Mestre em Ciências da Religião e Professor de Teologia.

sexta-feira, 3 de novembro de 2023

Meditação Dominical. O MESSIAS DE DEUS, Cartas de João.

TEXTO Bíblico. "Jesus - o Cristo Divino! Ele experimentou um nascimento que doa a vida e uma morte que mata a morte - não apenas um nascimento físico, mas um nascimento batismal de seu ministério e de sua morte sacrifical". (1 João 5.6). MEDITAÇÃO. O Espírito Santo de Deus veio ao mundo e permanece aqui no planeta até hoje pra confirmar a Verdade! O Espírito Santo já havia confirmado Jesus de Nazaré como sendo o Messias ao descer sobre ele de modo visível, na aparência de uma pomba, lá no batismo junto a João Batista. Desta forma, "o Espírito confirma a verdade, a realidade da presença de Deus no batismo e na crucificação de Jesus, tornando essas ocasiões vivas para nós". (1 João 5.8). E se hoje você consegue olhar para o Batismo e a Crucifição de Jesus sabendo que ali o Messias foi autorizado por Deus Todo Poderoso como sendo o Cristo dos homens, então você é tão bem-aventurado como o Apóstolo Pedro, como bem definiu Jesus. E pra finalizar com o Apóstolo João, "se damos algum valor ao testemunho humano, nos sentiremos muito mais seguros com o testemunho de Deus a respeito do seu Filho (...) Esta é a essência do testemunho: Deus nos deu a vida eterna, e a vida está em seu Filho. Por isso, quem tem o Filho tem a vida. Quem rejeita o Filho rejeita a vida". (1 João 5.9-12). ORAÇÃO. Santo Deus e Pai Nosso que está nos céus. Que venha o teu reino sobre nós pra que possamos ter os pensamentos governados pelo Senhor para enxergar Jesus, o Messias de Deus. Ilumina nosso coração e abençoa os nossos dias pra que possamos entrar pela fé na vida eterna desde agora, e para sempre. E não nos deixa cair em tentação, mas livra-nos do mal. Abençoa e fortalece a nossa caminhada religiosa através de Jesus de Nazaré, o Cristo Divino dado por Deus aos homens para que ninguém pereça, mas tenha a vida eterna. Amém! Autor. Ivan S Rüppell Jr é ministro licenciado da Igreja Presbiteriana, professor e advogado. Ref. versão bíblica, A Mensagem, bíblia na linguagem contemporânea, de Eugene Peterson.