sexta-feira, 28 de outubro de 2022

NÃO SE DEIXE VENCER PELO MAL, MAS VENÇA O MAL COM O BEM. (Carta aos Romanos, cap 12.21)

Os cristãos devem enfrentar o mal! Mas, vencer o mal com o bem é um dos desafios mais profundos e complexos do Cristianismo num mundo que jaz no maligno e no qual os homens são pecadores. Ou seja, tem instintos e ideias contra Deus. Essa declaração virtuosa do Apóstolo Paulo para vencer o mal com o bem, foi escrita num contexto de ensino bíblico que indica a leitura dos capítulos 12 e 13 da Carta aos Romanos, para que possamos entender seu significado. O escritor e conferencista cristão John Stott orienta nosso entendimento, com sua admirável clareza e objetividade bíblica: "Conforme Romanos 12.19, não devemos procurar a vingança, mas "deixar com Deus a ira". De acordo com Romanos 13.4, a autoridade é "serva de Deus, agente da justiça para punir quem pratica o mal... Não temos o direito de tomar a lei em nossas mãos e punir os ofensores. A punição do mal é prerrogativa de Deus, e no presente momento deve ser exercida pelas cortes de justiça." (p. 359, 2007). Os cristãos precisam vencer o mal! No entanto, às vezes, cristãos seguem o mau hábito de não enfrentar o mal para serem bonzinhos, ou então, enfrentam o mal com atos próprios do mal, e até dele se aproximam; algo que ocorre quando os princípios do mal conduzem o nosso coração e atitudes. Observe que esse desafio cristão não é nada simples, nem fácil de viver. Por isso mesmo, o Apóstolo Paulo escreveu dois capítulos em Romanos para apresentar essa questão, com quatro princípios: a) os cristãos devem ter outro padrão de valores ao invés de seguir os padrões pecaminosos da humanidade neste mundo (12.2); b) os cristãos devem praticar um amor sincero, apegando-se ao que é bom e detestando o que é mau, abandonando a ira e os atos de vingança, pois "Minha é a vingança; eu retribuirei", diz o Senhor." (12.9 e 19); c) os cristãos devem se sujeitar às autoridades ao invés de se rebelar, pois as autoridades são o modelo de ordem humanitária instituída por Deus na sociedade, sendo "serva de Deus, agente da justiça para punir quem pratica o mal." (13.1 e 4); e, finalmente, d) os cristãos devem cumprir neste mundo a lei do amor, "pois estes mandamentos: "Não adulteráras", "Não matarás", "Não furtarás", "Não cobiçarás", e qualquer outro mandamento, todos se resumem neste preceito: "Ame o seu próximo como a si mesmo". (13.9-10). Agora, vamos resumir: para vencer o mal com atos do bem é preciso amar o nosso próximo como amamos a nós mesmos. Sendo algo que faremos ao praticar os mandamentos do amor divino na sociedade dos homens; como, não matar e não furtar e também qualquer outro mandamento da lei de Deus. Assim, enquanto estivermos desenvolvendo a vida em família e na sociedade, devemos organizar junto das pessoas estes mandamentos, em nome de Deus. Ao mesmo tempo, Deus também visita a humanidade com sua ira diante do pecado e através de ordens dadas às autoridades para coibir o mal que assola os seres humanos e arruína o mundo. E Deus faz isto na seara pública através de autoridades como os juízes e policiais, que agem como servos de Deus na sociedade, atuando como um "agente da justiça para punir quem pratica o mal." Tá entendendo? Observe o modo desafiador como Deus vence o mal neste mundo utilizando o bem, ao invés de abandonar a humanidade à própria sorte, sendo que Deus também não luta contra o mal, agindo como o mal atua. Eis o motivo porque os cristãos não são revolucionários, pois agindo desse modo, eles já estarão derrotados perante a face de Deus, antes da batalha iniciar. Mas, e quando as autoridades são servas do mal, e utilizam o cetro da justiça e da ordem social para promover o contrário do bem? Ou seja, o que fazer quando autoridades agem para desenvolver os princípios do mal ao invés dos mandamentos de Deus, desprezando os princípios divinos com os quais os cristãos devem vencer o mal neste mundo? Jesus tratou dessa questão, certa vez, afirmando: "Dêem a César o que é de César e a Deus o que é de Deus." (Marcos 12.17). Conforme John Stott, "Jesus não estava dizendo que havia duas esferas independentes (uma de César e outra de Deus)... Antes, ele estava dizendo que o povo de Deus devia dar o reconhecimento que lhe era devido, pois não poderia desfrutar das bênçãos do domínio romano (com paz, justiça, educação e estradas) sem contribuir com algo. No entanto, havia limites àquilo que era devido a César... Ainda hoje há regimes totalitários de esquerda e de direita que exigem fidelidade incondicional, que os cristãos não podem oferecer... Os cristãos são cidadãos leais, que dão a César o que é de César, mas reservam sua adoração a Deus somente, dando a Deus o que é de Deus." (p 222, 2007). Leia de novo esse breve texto acima, pois os comentários de John Stott dão um conhecimento essencial sobre a Palavra de Deus. Desta forma, entendemos que organizar e apoiar Autoridades públicas para controlar o mal é uma forma autorizada por Deus para vencer o mal com o bem. E aqui, também aprendemos o princípio com que Jesus convoca os cristãos para não entregarem a cultura humana nas mãos de César. Ou seja, não podemos oferecer ao Estado e a seus políticos e juízes a condicão de definir e regular as artes e ciência, educação e religiosidade, lazer e esporte, trabalho e profissões, valores e princípios morais dos homens. Pois estas atividades foram dadas para a humanidade vivê-las diante de Deus, e não aos pés de César. São um dom de Deus aos homens que nos capacita a vivenciar a bendita liberdade e satisfação que pode-se alcançar nesse período da história. Os cristãos devem dar a César somente o que é de César, ou seja, o respeito e obediência devidos diante do Estado, como instituição da ordem e paz social. Contribuindo para que essa instituição cumpra os mandamentos de amor na sociedade, agindo como servos dignos de Deus, sendo um "agente da justiça para punir quem pratica o mal". Quando os cristãos deixam de lado a sua missão de fazer o bem na sociedade, vindo a entregar a organização e vivência social para o Estado e César administrarem do jeito que quiserem, então, também serão submetidos por estas autoridades e juízes, que poderão atuar como seguidores do mal. Nestas ocasiões, os cristãos tanto poderão entregar a sociedade nas mãos do mal, como serão tentados a se aproximar e até desenvolver o mal na sociedade, acreditando que por serem bonzinhos ou revolucionários, estão fazendo algum bem. Grave engano! Sem esquecer que, ao entregar a cultura para o Estado, os cristãos irão deixar a religião e o Evangelho nas mãos de César, que se sentirá no direito de decidir se a humanidade vai ouvir, ou não vai ouvir acerca do conhecimento de que Jesus é o Cristo de Deus para a salvação da humanidade. Daí a importância dos cristãos atuarem como cidadãos também na política, para controlar democraticamente o Estado, a fim de que suas Autoridades não venham a dominar de forma impositiva e arbitrária sobre a sociedade e instituições públicas. Pois o cristão como cidadão tem a oportunidade de eleger ou ser eleito como um Deputado que promova leis humanitárias de acordo aos mandamentos de Deus, para que o Estado venha a atuar na ordem e paz social protegendo inocentes e condenando criminosos, conforme ensinou o Apóstolo Paulo em Romanos cap. 13. Portanto, o verdadeiro cristão não deve desprezar o poder da influência e desgraça que o mal traz para a sociedade através de homens e ideologias. Por isso, deve assumir a responsabilidade de ser sal e luz no desenvolvimento do valor divino de que "o amor não pratica o mal contra o próximo. Portanto, o amor é o cumprimento da lei." (Romanos 13. 10). E para concluir, facamos uma oração: "Senhor, trata com bondade os que fazem o bem, os que tem coração íntegro. Mas aos que se desviam por caminhos tortuosos, o Senhor infligirá o castigo dado aos malfeitores. Haja paz em Israel." (Salmo 125). REFERÊNCIAS: Stott, John. A bíblia toda o ano todo. Editora Ultimato, Viçosa MG, 2007. Autor. Ivan S Ruppell Jr é Professor de Ciências da Religião e Teologia, e Capelão Social.

quinta-feira, 20 de outubro de 2022

A BÍBLIA E A REFORMA PROTESTANTE DE 31 DE OUTUBRO DE 1517. Encontro de Pequenos Grupos da Igreja Presbiteriana Olaria, Novembro de 2022, Estudo 1.

TEXTO Bíblico Base: "Bem profetizou Isaías a respeito de vós, hipócritas, como está escrito: "Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. Em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos de homens. Negligenciando o mandamento de Deus, guardais a tradição dos homens." (Evangelho de Marcos, cap 7, versos 6-8). COMENTÁRIO. Jesus estava preocupado com o fato das tradições terem se tornado mais importantes que a Palavra de Deus para os fariseus, no momento de obedecer ao Senhor. O Teólogo John Stott destaca a importância histórica da exortação de Jesus: "esse foi o tema principal durante a Reforma. A igreja católica medieval havia asfixiado a Palavra de Deus com uma grande quantidade de tradições extrabíblicas. Desse modo, assim como Jesus desprezou a tradição dos antigos, os reformadores desprezaram as tradições da igreja medieval, a fim de que a Palavra de Deus pudesse ocupar lugar de destaque. Os reformadores ensinaram a supremacia da Escritura sobre a tradição." (p 210, 2007). Nessa mesma preocupação, vemos o modo como "a igreja reformada, sempre se reformando segundo a Palavra de Deus" tornou-se um lema para um grupo de igrejas protestantes e evangélicas através da história, vindo a ser uma marca do modo como todo ensino e práticas da Igreja Cristã deveriam estar fundamentados somente segundo as Escrituras! A Igreja Presbiteriana do Brasil tem três símbolos de fé, que são documentos que trazem o que a Igreja ensina acerca do Evangelho, a partir da Bíblia. Seguem três breves citações das Confissões de Fé, sobre a importância das Escrituras: 1. Confissão de Fé de Westminster: "A autoridade das Escrituras Sagradas, razão pela qual elas devem ser cridas e obedecidas, não depende do testemunho de qualquer homem, mas somente de Deus (que é a própria verdade) que é o seu autor; elas devem, portanto, ser recebidas, porque são a Palavra de Deus." 2. Breve Catecismo de Westminster: "A Palavra de Deus, que se encontra nas Escrituras do Antigo e do Novo Testamentos, é a única regra para nos orientar quanto ao modo de glorifica-lo e goza-lo." 3. Catecismo Maior de Westminster: "As Escrituras Sagradas do Antigo e Novo Testamentos são a Palavra de Deus, a única regra de fé e prática." (Beeke e Ferguson,p. 11-13, 2006). COMPARTILHAR. 1. O que chama a sua atenção nas informações deste texto sobre a Reforma Protestante e o valor das Escrituras para a Igreja Presbiteriana do Brasil? 2. Qual a preocupação de Jesus, conforme o versículo 6: "Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim?"? 3. Cite um texto da Palavra de Deus importante para você, e compartilhe como isso tem fortalecido a sua fé no conhecimento e nas promessas de Deus? MOMENTO DE ORAÇÃO pelos pedidos da Igreja, pelas Autoridades e pelas celebrações dominicais da Igreja Presbiteriana Olaria. REFERÊNCIAS: BEEKE, Joel R e FERGUSON, Sinclair B. Harmonia das confissões de Fé Reformadas. Edit Cultura Cristã, São Paulo, SP, 2006. STOTT, John. p 210. A Bíblia toda, o ano todo: meditações diárias de Gênesis a Apocalipse / ; tradução: Jorge Camargo. - Viçosa, MG.

sábado, 15 de outubro de 2022

OS SALMOS DE ADORAÇÃO E A IDENTIDADE DO POVO DE DEUS. Salmo 104, Outubro 2022.

"Bendiga o Senhor a minha alma! Ó Senhor, meu Deus, tu és tão grandioso!... Firmaste a terra sobre os seus fundamentos para que jamais se abale... Dos teus aposentos celestes regas os montes; sacia-se a terra com o fruto das tuas obras! É o Senhor que faz crescer o pasto para o gado, e as plantas que o homem cultiva, para da terra tirar o alimento... Ele fez a lua para marcar estações; o sol sabe quando deve se pôr... Quantas são as tuas obras, Senhor! Fizeste todas elas com sabedoria!" (Salmo 104.1-24). Ao anotar o significado das expressões grega e hebraica referentes ao título do livro de Salmos, temos boa noção de seu conteúdo e valor. A palavra grega psalmos traduz-se como cântico ou hino, enquanto que a palavra hebraica tehilim significa louvores, de modo que o compêndio bíblico dos Salmos pode ser entendido como sendo o Livro de Cânticos de Louvor a Deus. Ainda que seu amplo conteúdo forneça outros conhecimentos e orações ao povo de Deus. Um significado essencial dos Salmos da Bíblia surge através do fato que os seus conteúdos são inspirados por Deus, revelando a Personalidade e o Caráter do Senhor aos cristãos. E sendo um escrito bíblico inspirado, os Salmos se tornam um conhecimento de sabedoria aos homens, já que o seu conteúdo apresenta verdades sobre Deus e acerca da realidade do mundo criado e governado por Deus, que não saberíamos se os salmos não viessem revelar. Assim, tanto o povo de Israel na história de sua jornada de conhecimento e convivência com Deus, como também os cristãos desde sempre até a volta de Jesus; tem a condição de utilizar os Salmos bíblicos para renovar o conhecimento do que significa "ser povo de Deus". Desta forma, os cristãos podem restaurar e desenvolver sua verdadeira identidade existencial nesta vida. Vamos lembrar que o povo de Deus em Israel passou por dois exílios históricos em que a nação teve que deixar a sua terra e sociedade, passando a viver em outros países e sendo dominada e oprimida na sua cultura e religião. Como ocorreu na queda do Reino do Norte para a Assíria em 722 e depois, com a queda de Jerusalém em 597 a.C. A partir do ano 538 a.C e no século seguinte o povo de Deus começou a retornar para a terra de Israel, vindo a recuperar as Escrituras da Lei e Profetas, enquanto também editava o livro de Salmos, que se tornou o conteúdo dos Louvores dedicados a Deus pelo seu povo em Adoração. Observe que a oportunidade do povo de Deus começar a se reunir em assembléias e ajuntamentos, nas casas e no Templo, se tornou um tempo e experiência excelentes para o povo redescobrir a sua identidade existencial. A cada novo encontro no Dia do Senhor, os louvores entoados em Israel ensinavam sabedoria ao informar o modo como o Deus Criador era Bondoso e Salvador pela sua providência e perdão na vida deles. Eles aprendiam sabedoria e também cantavam Cânticos de Louvores a Deus, dando graças e testemunhando honras ao Bendito Senhor de suas vidas. Esse conhecimento dos Salmos junto do testemunho de gratidão dos Louvores, vieram a se tornar sinais e argumentos da verdadeira identidade do povo de Deus diante de novas situações e de um mundo em transformação. Sendo que, essa é uma experiência bastante necessária para todos os cristãos aqui no planeta Terra até que o Senhor Jesus volte. Tá entendendo? A cada novo Dia do Senhor que vivencia em adoração, o povo de Deus tem a oportunidade de aprender sobre a realidade da Pessoa de Deus e do modo como Deus criou e preserva o mundo em que vivemos. Também experimenta o privilégio de Adorar o Senhor no Corpo de Cristo, testemunhando e celebrando a nossos próprios corações e ao mundo, a Bondade e Providência de Deus que são derramadas sobre a terra e os cristãos. Eis o modo em que o Dia do Senhor se torna o Sábado de descanso aos cristãos, sendo este o seu propósito, como disse Jesus, pois o sábado foi feito para o homem. E neste objetivo é que o ajuntamento de Adoração é convocado e celebrado no Antigo Testamento, em expressões como: "Alegrei-me quando me disseram, vamos à Casa do Senhor", e "Como é bom viverem unidos os irmãos, ali ordena o Senhor a sua bênção". Cada segunda-feira de nossas vidas após passarmos a boa experiência de um verdadeiro Dia do Senhor no domingo irá reordenar a nossa identidade como cristãos, debaixo dos cuidados e amor do Deus Soberano sobre tudo que acontece. Os Atos e Promessas de Deus que transcendem os limites do tempo da vida terrena e os limites do espaço da vida neste mundo farão eu e você superarmos a vida material e finita através do conhecimento da Pessoa de Deus, e da realidade do mundo de Deus nesta Terra. Sendo algo que vai transformar a nossa vida mais comum em uma experiência além das horas e dos anos, e adiante do espaço físico, transportando-nos para uma existência satisfatória e bendita na repetição de nosso cotidiano básico. A partir disto, ao simplesmente sermos pessoas cristãs no dia a dia, em casa e nas ruas, em família e no trabalho, na igreja e sociedade, pronto; a nossa pessoa e toda a nossa vida terão outro desenvolvimento e propósito para nós. Seremos capazes de enxergar e viver a história de acordo com a nossa verdadeira identidade: somos filhos de Deus, e amigos e servos do Rei Jesus Cristo, até que Ele volte! Essa experiência de conhecimento de Deus que recebemos enquanto Adoramos ao Senhor, se torna um aprendizado igual ao vivenciado pelo salmista: "Senhor, o meu coração não é orgulhoso e os meus olhos não são arrogantes. Não me envolvo com coisas grandiosas nem maravilhosas demais para mim... De fato, acalmei e tranquilizei a minha alma... Ponha a sua esperança no Senhor, ó Israel, agora e para sempre!" (Salmo 131). O teólogo John Stott destaca estas verdades sobre Deus em meio à beleza poética descritiva do salmo: "alimento e preservação da vida são necessidades básicas de todas as criaturas, e o salmista atribui a primeira à mão aberta de Deus e a segunda ao sopro reanimador do fôlego de Deus... Assim é correto agradecer a Deus não só por ele ter nos criado, mas também por preservar nossas vidas." (p. 98, 2007). Somente a boa adoração dominical em meio aos louvores dos salmos irá nos desviar de afundar na vaidade das conquistas da semana, que jamais satisfazem a alma e o corpo. "Cantarei ao Senhor toda a minha vida; louvarei ao meu Deus enquanto eu viver. Seja-lhe agradável a minha meditação, pois no Senhor tenho alegria... Bendiga o Senhor a minha alma! Aleluia!" (Salmo 104.33-35). Ref. Stott, John. A bíblia toda o ano todo. Edit Ultimato, Viçosa MG, 2007. Autor. Ivan S Ruppell Jr é Ministro Presbiteriano, Professor e Advogado.

segunda-feira, 10 de outubro de 2022

OS DOIS CAMINHOS DIANTE DE DEUS. Encontro de Pequenos Grupos da Igreja Presbiteriana Olaria, Outubro 2022, Estudo 1.

TEXTO Bíblico Base. Salmo 1. Fazer leitura completa! Verso inicial temático: "Como é feliz aquele que não segue o conselho dos ímpios... Ao contrário, sua satisfação está na lei do Senhor, e nessa lei medita dia e noite." COMENTÁRIO. Este salmo de sabedoria dá uma introdução e orientação geral para os leitores dos salmos, indicando a atitude correta para sermos bem-aventurados (receber favor e graça do Senhor), quando formos conversar com Deus em oração e ao meditar na Bíblia: "antes de ter uma conversa íntima com Deus, a atitude do leitor para com a lei de Deus precisa ser considerada. A pessoa reta ama e estuda a lei, mas a pessoa ímpia a odeia." (Bíblia de Genebra, p 615, 1999). O salmo orienta e explica como uma pessoa se torna bem-aventurada, ao meditar e crer na Palavra de Deus, e como as pessoas se tornam ímpias, ao recusar e desacreditar na Palavra e nos caminhos de Deus. A partir dessa decisão, o salmo desenvolve o modo como a vida das pessoas vai ocorrer, com o seguinte destaque do teólogo John Stott: "os justos prosperarão, embora nem sempre materialmente. Eles são cuidadosos ao escolher as pessoas com quem andam e buscam por conselhos. Eles tem prazer na lei de Deus... Por isso, (serão) como árvore plantada junto às águas, e (desfrutarão) de pérpetuo refrigério, alimento e prosperidade." (p 94, 2007). A tradução da Bíblia A Mensagem enfatiza a atitude daquele que decide meditar na Palavra de Deus: "Como Deus deve gostar de você: você não aparece no Bar do Pecado, você não anda à espreita do Beco Sem Saída, você não frequenta a Escola dos Desbocados! Pelo contrário, você vibra com a Palavra do Eterno." (Salmo 1.1, p 696, 2011). COMPARTILHAR. 1. O que chama a sua atenção nas explicações sobre o ensino e propósitos do Salmo 1? 2. Você recorda de épocas ou situações da sua vida em que você se deixou levar por conselhos de ímpios ou participou da roda dos zombadores, se acostumando ou gastando tempo com pensamentos de impiedade (descrença)? 3. De que forma você tem vivenciado a experiência narrada nos versículos 2 e 3 do salmo primeiro? ORAÇÃO pelos pedidos do grupo e da igreja, pelas Autoridades do Brasil e pela celebração dominical da Igreja. Boa semana! Referências: Bíblia A Mensagem em linguagem contemporânea. Eugene H Peterson. São Paulo: Editora Vida, 2011. Bíblia de Estudo de Genebra, Editora Cultura Cristã, São Paulo SP, 1999. Stott, John. A bíblia toda o ano todo. Viçosa MG, Ultimato, 2007.

quinta-feira, 6 de outubro de 2022

UMA SEXUALIDADE SAUDÁVEL PARA UMA VIDA SATISFATÓRIA. Outubro, 2022.

Em artigo publicado no jornal Gazeta do Povo em 05/10/22, a colunista Bruna Frascolla traz sentimentos narrados em livro pela escritora Marcia Tiburi (O que não se pode dizer). O destaque inicial é para a declaração de Marcia que foram necessários "alguns anos de análise para entender que não teria que viver com ninguém e que o desejo sexual não precisa ser obrigatório, embora a ordem simbólica e imaginária nos convide a isso." Observe que uma boa orientação psicológica, científica ou cristã do ser humano vai indicar o bom valor e a fundamental importância de um entendimento que a escritora alcançou sobre a sexualidade. No entanto, como Marcia Tiburi orienta suas análises existenciais segundo a ideologia da esquerda progressista; o que ela entendeu sobre si mesma, juntamente com Bruna Marquezine e Giovanna Ewbank - que disse que precisa de envolvimento emocional para se sentir bem na relação sexual - é que nenhuma delas é uma mulher do sexo feminino, mas são sim, pessoas "Assexuadas". E por esse motivo, a escritora Marcia entende que deve "começar uma transição para fora do gênero", até se perceber como uma pessoa completa conforme a definição do item A do movimento LGBTQIA+. Esse item descreve os seres humanos que não precisam de sexo para viver. Só que não! A necessidade de envolvimento emocional para que a relação sexual seja saudável é uma perspectiva bastante desenvolvida na psicologia, além de na própria natureza humana pelo modo em que os corpos masculino e feminino se encaixam na proximidade física e sentimental. Sendo algo bastante difundido igualmente, pelo Cristianismo. Portanto, quando mulheres como Marcia, Bruna e Giovanna, e tantas outras e também homens pelo mundo refletem que desejam praticar relações sexuais com mais sentimentos emocionais numa melhor convivência pessoal, bem; trata-se de uma evolução da vivência da sexualidade. Só (tudo) isso! Algo que jamais deverá significar uma mudança de gênero do ser humano, muito pelo contrário. No decorrer do artigo, a articulista Bruna apresenta outras declarações de Marcia Tiburi e também de Jean Wyllys, destacando o modo em que eles entendem que tem sido infelizes nas vivências emocionais, sendo algo que Bruna reflete como consequência da ideologia dos dois. É uma compreensão apropriada, pois utilizar a mudança de gênero na perspectiva de tratamento da personalidade gera enfraquecimento e desprezo da identidade humana, o que vai resultar na corrupção e ruína de suas sensações e interesses, desencadeando grande dor e vazio. Dá uma olhada na proposta que o teólogo John Stott apresenta sobre a sexualidade humana, conforme a religião cristã: "Em Gênesis 2.24 encontramos a definição bíblica para casamento; ela é ainda mais importante porque foi endossada pelo Senhor Jesus Cristo (Mc 10,7). Este é um relacionamento com cinco características especiais:... Compromisso. Quando um homem deixa a casa de seus pais para se casar, ele deve "unir-se" à sua mulher, juntar-se a ela como cola (como sugere o texto equivalente no Novo Testamento.) (...) Físico: "Eles se tornarão uma só carne"... Adão e Eva certamente não experimentaram nenhum constrangimento com relação ao sexo. "O homem e a mulher viviam nus, e não sentiam vergonha." (p 28, 2007). Tá entendendo? Uma sexualidade saudável requer uma experiência física integrada com a consciência e os sentimentos do cidadão, assim como deve ocorrer em todas as áreas da vida da gente, em qualquer situação. Mas, afinal, sobre o quê falam Marcia Tiburi e tantas outras milhões de mulheres e homens mundo afora, que de repente, sentem-se vazios em suas vivências sexuais? Bem, pra variar, Jesus Cristo foi direto ao ponto: "Os olhos são a candeia (lâmpada) do corpo. Se os seus olhos forem bons, todo o seu corpo será cheio de luz." (Mateus 6. 22). Essa palavra foi dita num contexto de busca de riquezas para ensinar algo maior sobre a conquista de tesouros do céu ou da terra, vindo daí a importância de bem direcionar o seu olhar para o que você deseja na vida, "pois onde estiver o seu tesouro, aí também estará o seu coração." (Mt 6.21). É isso! Ao invés de olhar para o traseiro da moça e a cintura do rapaz quando movemos o olhar atrás de companhia na solidão, bem, deve-se olhar para o ser humano inteiro. Se é que desejamos ter uma sexualidade saudável e uma vida satisfatória. A espiritualidade oriental ensina que devemos esconder os sentidos, ou até vive-los de forma dramática, ou ainda, regrada pelas fases da vida; o que não deixa de ser razoável. A espiritualidade da ideologia de gênero orienta a mudança mental da personalidade, entendendo que ao convencer a consciência de que nosso corpo é diferente do que nele desgostamos, então, iremos viver bem conosco mesmos. Infelizmente, só piora! Pouco vai adiantar nominar meu corpo físico-espiritual-integral em algo diferente do que sou e sinto, pra conseguir estar bem e satisfeito com a minha existência. Meus sentimentos e desejos, conquistas e decepções, satisfação e vazio vão continuar lá comigo. Dizer que você não tem sexualidade, a fim de tentar curar suas relações sexuais exageradas ou a falta de cumplicidade pessoal nelas, bem, não vai curar a sua sexualidade, só vai desconstruir a sua personalidade. A solução está nos olhos, que como lâmpadas da alma deverão apontar os seus desejos para uma pessoa inteira, tendo em mente o interesse de vivenciar uma relação integral com ela. E como Jesus é a Luz da vida, deve-se perguntar pra ele de que forma iremos nos relacionar sexualmente uns com os outros - conforme está basicamente descrito no texto citado, de John Stott. Dessa forma, vamos começar a experimentar um padrão de relacionamento iluminado. E como nosso olhar tanto preenche o coração, como também busca alcançar o que o coração quer, então, só mesmo a espiritualidade da oração do Pai Nosso irá capacitar você a receber no interior os bons desejos que seus olhos deverão procurar pela vida. E por aqui segue nosso círculo virtuoso. Por isso que se diz: "Que venha o seu Reino e seja feita a sua Vontade", e "Não me deixes cair em tentação", nessa Oração. Pois tudo inicia ao pedir a vontade de "estar" e "ser" companheiro de alguém com quem estamos, enquanto também se pede para não desejar "ser" amante de quem nada somos, afastando a tentação de arruinar a sexualidade numa multidão de insatisfações, ou na ideologia de gênero. Sendo que a Boa Oração sobre sexualidade é o pedido cotidiano pra que essa experiência não se torne paixão animal, que leva ao vício e desequilibrio, mas que seja amor humano, que conduz pra traquilidade. Felicidades! REFERÊNCIAS. Bruna Frascolla. Cartas entre Jean Wyllys e Marcia Tiburi mostram como a ideologia faz as pessoas infelizes. coluna publicada na Gazeta do Povo, on line, 05/10/2022. STOTT, John. A bíblia toda o ano todo : meditações diárias de Gênesis a Apocalipse ; tradução: Jorge Camargo. - Viçosa, MG : Ultimato, 2007. Autor. Ivan S Ruppell Jr é Ministro Presbiteriano, Professor e Advogado.

sábado, 1 de outubro de 2022

O PENSAMENTO REFORMADO E A REFORMA PROTESTANTE DO SÉC. 16. Seminário Presbiteriano do Sul - Curitiba. Outubro, 2022.

"Ecclesia reformata et semper reformanda secundum verbum Dei": (A igreja reformada, sempre se reformando segundo a Palavra de Deus). A Igreja de Cristo sendo continuamente reformada na história conforme a Palavra de Deus foi um pensamento descrito de forma conclusiva no século 20, pelo teólogo Karl Barth. Uma declaração que remete a debates da Reforma Protestante do século 16, tanto na defesa do Sola Christus, Sola Gratia, Sola Fide e Soli Deo Gloria (Somente Cristo, Graça, Fé e a Deus a Glória), como especialmente na proclamação do Sola Scriptura; "Somente as Escrituras"! Segundo o historiador Michale Bush e outros pesquisadores, essa expressão não surgiu em sua forma completa nos séculos 16 e 17; embora esse período tenha sido marcado por diversas manifestações refletindo o valor superior das Escrituras para a Igreja de Cristo. Assim, o reformador holandês Jodocus van Lodenstein uniu as palavras "reformando" com "se reformando" no decorrer do séc. 17, enquanto que o pensador holandês reformado Gisbertus Voetius (1589-1676) declarava que, a “igreja reformada está sempre se reformando”. Na mesma visão, os pensadores reformados ingleses do século 16, William Perkins e William Ames, o teólogo reformado holandês Jacobus Koelman no séc. 17, e ainda, teólogos da Assembléia de Westminster estabeleceram o princípio de que a Igreja de Cristo viesse a ser edificada conforme doutrinas embasadas unicamente nas Escrituras, devendo tal valor ser continuamente preservado através da história. (voltemosaoevangelho.com/blog/2017). Desta forma, percebemos como João Calvino e teólogos reformados vieram anotar na história do Cristianismo o valor de que o ensino e práticas da Igreja de Cristo deveriam estar fundamentados somente em acordo à verdade bíblica. Numa relação de constante dependência da instituição da Igreja para com as Escrituras da Palavra de Deus! Esse propósito impulsionou igualmente a escrita e organização das confissões de fé. Nessa perspectiva, recordamos o modo em que o Senhor Jesus buscou confrontar aquelas tradições religiosas dos homens que os afastavam da Palavra de Deus, negando ao Senhor o acesso a seus corações, conforme exorta o Messias no Evangelho de Marcos, cap. 7.9: "Vocês estão sempre encontrando uma boa maneira de pôr de lado os mandamentos de Deus, a fim de obedecerem às suas tradições." O evangelista anota de forma dramática a citação do Profeta Isaías pronunciada por Jesus, a qual define a grave disposição idólatra dos que desprezam o conhecimento da Palavra de Deus, em favor das tradições de homens: "Visto que este povo se aproxima de mim e com a sua boca e com os seus lábios me honra, mas o seu coração está longe de mim." (Isaías 29.13). Conforme destaque do escritor John Sttot, observamos a importância doutrinal histórica da exortação de Jesus: "esse foi o tema principal durante a Reforma. A igreja católica medieval havia asfixiado a Palavra de Deus com uma grande quantidade de tradições extrabíblicas. Desse modo, assim como Jesus desprezou a tradição dos antigos, os reformadores desprezaram as tradições da igreja medieval, a fim de que a Palavra de Deus pudesse ocupar lugar de destaque. Os reformadores ensinaram a supremacia da Escritura sobre a tradição." (p 210, 2007). O comentário da Bíblia de Genebra sobre a passagem de Marcos, orienta que "o verbo "negligenciar" pode significar também "cancelar" ou "abandonar". Jesus não é um antinominiano... Ele não é nem mesmo contra a tradição, mas é contra aquilo que nela anula as Escrituras." (p 1158, 1999). (antinominiano: contra a lei e a legalidade). A instrução de Jesus acerca do erro ocasionado pelo valor superior dado às tradições dos homens diante das Escrituras tornou-se um fundamento dos debates da Reforma Protestante. Foi um período da história da Teologia Cristã em que os textos da Bíblia vieram a ocupar lugar primordial no estudo e compreensão, reflexão e ensino das verdades de Deus acerca da religião. Essa perspectiva teológica diferencial na história diante do período medieval, tornou-se um princípio a ser buscado pelos pensadores reformados, no decorrer dos séculos. Nesse contexto, um movimento histórico que veio estabelecer no Cristianismo este valor bíblico recuperado na Reforma Protestante, se deu através do surgimento das denominadas "Confissões de Fé". Estas se tornaram documentos oriundos das denominações cristãs, o que veio a ser desenvolvido no interesse de esclarecer e comunicar de modo adequado aos fiéis os ensinamentos distintivos da Palavra de Deus. Neste sentido, apresentamos a seguir alguns aspectos da formação das Confissões de Fé Protestantes, especialmente de viés reformado. Enquanto a Reforma Protestante atualizava na história a autoridade primária das Escrituras, diferentes visões de interpretação se tornavam reais entre os líderes e pensadores do movimento. Algo visto especialmente na contrariedade surgida entre os "reformadores magisteriais"; que respeitavam as autoridades, e os "reformadores radicais"; mais revolucionários diante do Estado e tradições teológicas. Nesse período, houve a necessidade de afirmar definições oficiais que pudessem esclarecer o que pensavam e buscavam os reformadores do cristianismo diante do Estado e Sociedade, e acerca da teologia cristã como um todo. Segundo McGrath, "em termos gerais, considera-se que os teólogos protestantes reconheciam a existência de três níveis ou categorias de autoridade:" O padrão básico adotado era o de reconhecimento das Escrituras como autoridade de caráter primário e universal; dos credos como autoridade de caráter secundário e universal, e ainda, das confissões de fé como de caráter terciário e local; já que estas confissões vieram a ser consideradas por uma denominação ou igreja de determinada região e pensamento doutrinal definido. Essa graduação se refere à primazia e área de alcance, o que não significa desprezo à autoridade de cada um destes textos doutrinais, posto que válidos exatamente a partir de sua conformidade à Bíblia. Acerca da "Autoridade das Escrituras" numa perspectiva mais ampla, a Bíblia de Genebra destaca o modo como o "protestantismo histórico aceita as Escrituras como a única revelação escrita de Deus. Elas são inspiradas ou "sopradas" por Deus (2Tm 3.16), o que as distinguem de todas as outras palavras... São suficientes e contêm tudo o que é necessário saber para a salvação e a vida eterna." (p 1453, 1999). Assim, um aspecto essencial de proximidade teológica entre a Reforma Protestante como um todo, junto do Pensamento Reformado como movimento eclesial oriundo desse período foi a grande valorização da autoridade das Escrituras para o Cristianismo. Esse valor se tornou um princípio comum de outros grupos que se organizavam na primeira metade do século 16, como os da reforma alemã, luterana e das reformas suiça e francesa. Esse contexto de redescoberta do valor das Escrituras ocorria, segundo McGrath, num momento e situação doutrinária históricos, em que haviam "aspectos de interpretação que tanto eram propícios a causar divergências quanto difíceis de definir. Existia a necessidade evidente de encontrar-se algum tipo de recurso "oficial" para delimitação de ideias da Reforma, a fim de evitar confusão." No destaque desse autor, "as "Confissões de fé" desempenharam essa função." (p 109, 2005). Sendo que, as autorizadas Confissões de Fé protestantes vieram a se consolidar através de movimentos "pós-reforma", conforme esclarece, ainda, McGrath: "tanto a Reforma protestante quanto a católica, foram sucedidas por um período de consolidação da teologia, em ambos os movimentos. No seio do protestantismo, luterano e reformado (ou "calvinista"), iniciou-se o período conhecido como "ortodoxia", caracterizado por sua ênfase em normas e definições doutrinárias. (...) O luteranismo e o calvinismo eram, sob muitos aspectos, bastante semelhantes. Ambos alegavam ser evangélicos e rejeitavam, de modo geral, os mesmos aspectos centrais do catolicismo medieval. Entretanto, eles precisavam se diferenciar." (p 112 -114, 2005). Na perspectiva do pensamento reformado, destacamos algumas das confissões de fé que se tornaram relevantes nas primeiras décadas após a ocorrência da Reforma Protestante: A Confissão Gálica, França, em 1559; A Confissão Escocesa, Escócia, 1560; A Confissão Belga, Países Baixos, 1561; Os Trinta e Nove Artigos, Inglaterra, 1563; e, A Segunda Confissão Helvética, Suíça Ocidental, 1566." (p 109-110, 2005). Em um contexto nacional, trazemos a citação de Matos e Nascimento, sobre a organização dos Símbolos de Fé da IPB: "A Igreja Presbiteriana do Brasil adota, como exposição das doutrinas bíblicas, a Confissão de Fé de Westminster, o Catecismo Maior e o Catecismo Menor ou Breve Catecismo. Nossa única norma de fé e conduta é a Bíblia Sagrada. Todavia, em virtude de a Bíblia não apresentar as doutrinas já sistematizadas, adotamos a Confissão de Fé e os Catecismos como exposição do sistema de doutrinas ensinadas na Escritura." (p 67, 2007). E na conclusão deste texto acerca da autoridade do pensamento cristão reformado a partir das Escrituras, observando o modo em que as Confissões de Fé surgiram como declaração autoritativa e didática dessa visão, destacamos a seguir breves citações da relevância das Escrituras, conforme os Símbolos de Fé da Igreja Presbiteriana do Brasil: 1. Confissão de Fé de Westminster: "A autoridade das Escrituras Sagradas, razão pela qual elas devem ser cridas e obedecidas, não depende do testemunho de qualquer homem, mas somente de Deus (que é a própria verdade) que é o seu autor; elas devem, portanto, ser recebidas, porque são a Palavra de Deus." 2. Breve Catecismo de Westminster: "A Palavra de Deus, que se encontra nas Escrituras do Antigo e do Novo Testamentos, é a única regra para nos orientar quanto ao modo de glorifica-lo e goza-lo." 3. Catecismo Maior de Westminster: "As Escrituras Sagradas do Antigo e Novo Testamentos são a Palavra de Deus, a única regra de fé e prática." (Beeke e Ferguson,p. 11-13, 2006). REFERÊNCIAS: BEEKE, Joel R e FERGUSON, Sinclair B. Harmonia das confissões de Fé Reformadas. Edit Cultura Cristã, São Paulo, SP, 2006. BÍBLIA DE ESTUDO DE GENEBRA. Editora Cultura Cristã, São Paulo SP, 1999. MATOS, Alderi de Souza e NASCIMENTO, Adão Carlos. O que todo presbiteriano inteligente deve saber. Edit Socep, Santa Barbára do Oeste SP, 2007. MCGRATH, Alister. Teologia sistemática, histórica e filosófica. Uma introdução à Teologia Cristã. Shedd Publicações. SP São Paulo, 2005. STOTT, John. p 210. A Bíblia toda, o ano todo: meditações diárias de Gênesis a Apocalipse / ; tradução: Jorge Camargo. - Viçosa, MG : Ultimato, 2007. (voltemosaoevangelho.com/blog/2017/11/igreja-reformada-sempre-se-reformando/). Autor: Ivan S Ruppell Jr é Ministro Presbiteriano, Professor e Advogado.