quinta-feira, 4 de outubro de 2018

a ESPIRITUALIDADE CRISTÃ e as AUTORIDADES de GOVERNO

A orientação da Espiritualidade Cristã para seus fiéis se relacionarem com as Autoridades do Governo Civil ensina que estas devem ser tão respeitadas em sua área de atuação quanto a própria Pessoa de Deus. Jesus Cristo deixou isso claro ao definir que era necessário obedecer ao César romano nas questões civis, assim como se obedecia a Deus nas questões existenciais do ser; as quais, incluem, sim, as próprias questões civis da humanidade. "Então deem a César o que pertence a César, e deem a Deus o que pertence a Deus." (Mateus 22.21). O Apóstolo Paulo acolhe este princípio de autoridade cidadã entre os homens e esclarece seu fundamento ao ensinar que tanto o princípio da hierarquia comunitária, como a personificação da autoridade em certas pessoas é uma determinação de Deus que deseja promover um convívio social benigno entre os homens. "Todos devem sujeitar-se às autoridades, pois toda autoridade vem de Deus, e aqueles que ocupam cargos de autoridade foram ali colocados por ele." (Romanos, 13.1). O Apóstolo também amplia este princípio de autoridade e hierarquia para todas as relações sociais, desde os pais até os patrões, incluindo as autoridades da vida comunitária, sejam os guardas nas ruas e professores nas escolas, motoristas de ônibus no transporte público e proprietários de qualquer estabelecimento que visitamos: "Filhos, obedeçam a seus pais no Senhor... Servos, obedeçam a seus senhores terrenos... Senhores, assim também tratem seus servos." (Efésios 6. 1-9). Agora, veja que a maneira pela qual todas as Autoridade de Governo e Familiares e Civis devem atuar com responsabilidade social em nossas vidas ocorre, principalmente, através da orientação e da disciplina acerca do que é certo e errado, a partir da definição do que é legal e ilegal, conforme esclarece São Paulo: "Pois as autoridades não causam temor naqueles que fazem o que é certo, mas sim nos que fazem o que é errado." (Rm 13. 3); e ainda, segundo o Apóstolo Pedro; que ensina: "Por causa do Senhor, submetam-se a todas as autoridades humanas... sejam os oficiais nomeados e enviados por ele para castigar os que fazem o mal e honrar os que fazem o bem." (1 Pedro 2.13-14). E agora, para que a espiritualidade cristã consiga amadurecer nossa vida cidadã, se faz necessário esclarecer qual seria esta "verdade" capaz de definir o certo e errado na sociedade de todos nós. Ou seja, quais seriam os princípios sociais dos cristãos que devem orientar as autoridades governamentais a cumprirem seu papel jurisdicional disciplinar no propósito de bem regular nosso convívio civil a fim de que a sociedade não se transforme num caos, existencial! Isto porque o propósito divino de orientar a vida comunitária a partir deste princípio hierárquico de autoridade de uns para com os outros origina de uma bênção graciosa geral oferecida ao mundo para que a vida na Terra se torne não apenas possível, como também, satisfatória pra humanidade. A partir daí, eis que o modo bíblico pelo qual as Autoridades de Governo dirão o que é correto e o que é errado para a vida em sociedade, definindo o que é legal e ilegal, está descrito para o cristão exatamente nos 10 Mandamentos! E de maneira mais específica, nos Mandamentos de número Cinco a Dez, pois são estes que ensinam o que deve ser administrado pelas autoridades civis na vida social dos homens. Pois os Mandamentos de Um a Quatro apresentam o que será disciplinado pelas próprias autoridades eclesiais na esfera religiosa das pessoas, pois embora todos os Dez coloquem o Cristão diante de Deus, os mandamentos "religiosos" tratam da maneira como o homem cristão desenvolve a sua submissão existencial junto da Pessoa de Deus. Mas, então, de que maneira é possível definir que seriam estes "Dez Mandamentos" os tais preceitos bíblicos capazes de apontar a verdade maior acerca do certo e errado a fim de que os Cristãos amadureçam como cidadãos entre os homens? Bem, porque são exatamente os 10 mandamentos das Escrituras que cumprem integralmente a Lei dos Cristãos; resumida em apenas duas por Jesus: "Ame o Senhor, o seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma e de toda a sua mente... Ame o seu próximo como a si mesmo. Toda a lei e todas as exigências dos profetas se baseiam nestes dois mandamentos." (Mateus 22. 37-40). Trata-se de um resumo da Lei dado por Jesus, o qual foi relacionado integralmente aos mandamentos desta forma pelo Apóstolo Paulo: "Quem ama seu próximo cumpre os requisitos da lei de Deus. Pois os mandamentos dizem: "... Não mate. Não roube. Não cobice. Esses e outros mandamentos semelhantes se resumem num só: "Ame o seu próximo como a si mesmo". O Amor não faz mal ao próximo, portanto o amor cumpre todas as exigências da lei de Deus." (Rm 13. 8-10). É isso! Eis a perspectiva espiritual bíblica acerca das Autoridades de governo civil e sobre as leis da vida em sociedade que permitirão aos Cristãos a condição de tanto Amar a Deus quanto Amar o próximo, enquanto vivem em sociedade. Pois é através destes princípios que tanto obedecemos a Deus socialmente, como também, edificamos o progresso dos homens conforme foi planejado por Deus a partir da autoridade divina dada aos homens. E já concluindo, o próximo passo para um Cristão promover corretamente sua cidadania civil é tornar-se tanto um Eleitor que vota em candidatos e partidos que desejam respeitar e desenvolver na sociedade estes preceitos, como igualmente, é necessário ser um Representante no Legislativo ou Executivo que irá defender a própria legitimidade social destes valores perante a humanidade. Eis a razão bíblica que orienta um Deputado Cristão a legislar criando e protegendo leis sociais relacionadas aos 10 mandamentos. Eis, ainda, o motivo pelo qual um Governador Cristão irá enviar ao Legislativo projetos de lei e irá determinar às Secretarias de governo o desenvolvimento de programas relacionados aos Mandamentos sociais de Deus. Os Cristãos que agirem desta forma irão verdadeiramente dar a Deus o que é de Deus, e logo dar a César o que é de César, conforme determinou Jesus de Nazaré, o único Profeta autorizado da Espiritualidade civil dos cristãos diante dos governos humanos do mundo. Até porque os "não cristãos" irão (com todo direito) apresentar pra sociedade seus próprios preceitos com os quais desejam fazer as leis acerca do que é "certo" e "errado" em sua cosmovisão. E que assim seja, cada qual tendo a democrática oportunidade de votar, legislar e governar socialmente a partir dos preceitos (filosóficos e espirituais) que considera serem os melhores para a cidadania civil da humanidade. Sem desprezar que a democracia se constrói na boa convivência civil entre os diferentes através da essencial liberdade religiosa e de pensamento, num Estado Laico que organiza suas leis e programas de governo, dando oportunidade de atuação a todos. Pois o contrário de um Estado democrático de Direito é sempre uma governança exercida de maneira autoritária e ditatorial, mediante leis religiosas e ideológicas que impedem a liberdade de opinião e a expressão diversa do conhecimento; como se vê na Escola com Partido único, por exemplo.

terça-feira, 2 de outubro de 2018

a ESPIRITUALIDADE da TENTAÇÃO, no Cinema: INSTINTO SECRETO

A Espiritualidade que mais profundamente trata das tentações e influências de espíritos malignos agindo sobre a nossa consciência e desejos para nos arruinar a vida é o Cristianismo. O que se sabe é que espíritos malignos são anjos rebeldes contra Deus, com personalidade inteligente e que atuam em toda a dimensão do planeta, conseguindo "tocar" as pessoas através de uma influência que direciona nosso olhar e pensamentos para fortalecer nossa vontade e atitudes na busca por realizar algo que irá nos prejudicar existencialmente desde a nossa alma. Se o filme "Advogado do Diabo", com Al Pacino e Keanu Reeves (EUA, 1998, de Taylor Hackford) é o mais contemporâneo e realista drama cinematográfico acerca da realidade maligna junto dos homens, eis que INSTINTO SECRETO, com Kevin Costner e William Hut (EUA, 2007), desenvolve o relacionamento de tentação entre o ser humano e o anjo rebelde (demônio) numa didática exemplar revelando-nos uma perspectiva bíblica bastante correta. Pois conforme esclareceu o Apóstolo Tiago: "a tentação vem de nossos próprios desejos, que nos seduzem e nos arrastam." A tentação maligna que surge das conversas entre K. Costner e W. Hurt enquanto passeiam de carro pela cidade é bem mais objetiva e natural do que a verdadeira influência que recebemos ao sermos tentados na consciência - que ocorre de uma maneira mais subjetiva e espiritual em nossa alma. Ao mesmo tempo, a força volitiva e o grau de convencimento das tentações espirituais são ainda maiores na vida real do que as conversas do filme, pois a tentação acontece de maneira sutil e também incompreensível racionalmente, o que dificulta contrariá-la de maneira somente inteligível. Sem esquecer que a tentação é uma influência que se aproveita de uma sensação e um interesse pessoais que cremos ser bom e satisfatório para nós mesmos - ou seja, vai unir a fome com a vontade de comer. No entanto, essa experiência relacional espiritual subjetiva que surge na consciência de todo mundo também pode ser combatida, assim como ocorre no filme, onde Kevin Costner, vez ou outra, discute com o tentador e procura racionalizar sua vontade a fim de tomar uma decisão diferente da sugerida pela tentação maligna. Trata-se de um enfrentamento da tentação que o filme apresenta em diversas situações, e que enfatiza para nós uma realidade espiritual bastante significativa da humanidade: pois apresenta o fato de que todo aquele que se percebe em um processo de tentação espiritual, poderá sim, lutar contra a má influência que recebe. Mas, que dificilmente irá vencer sozinho a vontade de fazer o que está sendo tramado, conseguindo, no máximo, adiar ou modificar um pouco a maneira como as coisas, certamente irão acontecer! Pois como diz Tiago, "esses desejos dão à luz o pecado, e quando o pecado se desenvolve plenamente, gera a morte." Sim, é verdade, pra coçar e cair na tentação, é só começar (a pensar)! Eis a razão pela qual a Espiritualidade natural percebe que os seres humanos precisam buscar auxílio terapêutico e atividades transcendentes a fim de compreender e se posicionar contra as interações místicas que acometem a consciência (alma) humana. Ao mesmo tempo, a Espiritualidade judaico-cristã orienta que somente um Espírito mais forte e capacitado no conhecimento da Verdade sagrada poderá tanto nos sugerir a atitude mais correta, como - principalmente, irá proteger nossa alma enquanto nos abraça espiritualmente, a fim de que seja possível manter-nos sóbrios através de um equilíbrio que nos fará livres da dependência maligna. Segue a máxima do Profeta Jesus para nos auxiliar nestes dias de profunda batalha espiritual: "Orem para que vocês não cedam à tentação." Bom filme!