domingo, 31 de dezembro de 2023

a Espiritualidade da Maturidade Masculina, no CINEMA. THE TENDER BAR, de George Clooney.

O ator George Clooney já tinha realizado como diretor, o estiloso e importante filme "Boa Noite e Boa Sorte", além de outros 5 filmes. E agora em "The Tender Bar" (Bar, Doce Lar, 2021, Amazon.Prime), ele entrega um filme valioso ao retratar a infância e juventude de um escritor de Nova Iorque na década de 1970, realizando um drama tocante e interessante. Segundo o site AdoroCinema, a história "recorre ao drama pessoal sobre o amadurecimento na adaptação de mesmo nome da memória do autor vencedor do Prêmio Pulitzer J. R. Moehringer". Os períodos de tempo cruciais percebidos na narrativa do filme são destacados por um enredo realista e sensível, que a direção de Clooney conduz valorando a objetividade da naturalidade nas situações e atuações. Assim, a história evolue passo a passo numa dramaticidade pontuada por cenas da infância do protagonista que surgem em momentos precisos no decorrer do enredo. Isto enfatiza a realidade do amadurecimento ao dar importância ao "tempo" oportuno dos atos e fatos da vida do rapaz. É isso. Como ensinou o Sábio Salomão, a Espiritualidade da maturidade masculina em The Tender Bar surge quando anotamos a veracidade de assumir o fato de que "nessa vida tudo tem sua hora; há um tempo certo pra tudo. Há hora de nascer e hora de morrer. Há hora de plantar e hora de colher... Há hora de fazer amor e hora de se abster, Há hora de abraçar e hora de se afastar, Há hora de ganhar e hora de se contar as perdas, Há hora de segurar e hora de largar, Há hora de arrancar e hora de consertar, Há hora de calar e hora de falar (...) Também concluí que o que Deus fez, feito está, não há o que pôr nem tirar. Deus fez. Ponto final". (Livro de Eclesiastes, cap. 3. 1-14, Bíblia A Mensagem). Salomão deu uma boa olhada no dia a dia da humanidade, e percebeu com sabedoria divina que ainda que nada de novo ocorra desde sempre na realidade do planeta a partir da capacidade humana, bem, tudo que se repete ano após ano também tem grande valor se formos capazes de discernir o propósito dos "tempos" variados da vida. Dessa forma, a infância e juventude do escritor J. R. Moehringer surgem no quase poético filme de Clooney como se fora uma crônica de amadurecimento da personalidade masculina, pontuada entre os conselhos do Tio Charlie (Ben Affleck) e os clamores da Mãe, enquanto o protagonista assume as redéas de sua história ao abraçar com coragem e responsabilidade os momentos cruciais que os "tempos" variados da vida contém. Vale a pena anotar o modo em que o conhecimento da sabedoria de Salomão em Eclesiastes, integrado aos valores de formação da personalidade juvenil masculina nas décadas de 1960/70 produziu bom número de rapazes e homens equilibrados na sociedade do séc. 20, sendo algo cada vez mais raro neste século 21. Bom Filme e Feliz Ano Novo! autor. Ivan S Rüppell Jr é professor de ciências da religião e ministro da Igreja Presbiteriana dedicado à gestão de ações sociais, tendo livro publicado com Resenhas espirituais de Meditações cinematográficas.

sexta-feira, 29 de dezembro de 2023

Meditação do Ano Novo: 2024 COM DEUS!.

TEXTO Bíblico. "Portanto, com a ajuda de Deus, quero que vocês façam o seguinte: entreguem a vida cotidiana - dormir, comer, trabalhar, passear - a Deus como se fosse uma oferta. Receber o que Deus fez por vocês é o melhor que podem fazer por ele. Não se ajustem demais à sua cultura, a ponto de não poderem pensar mais. Em vez disso, concentrem a atenção em Deus. Vocês serão mudados de dentro para fora". (Carta aos Romanos, cap. 12.1, Biblia a Mensagem). MEDITAÇÃO. O Messias Jesus Cristo revelou que o resumo da lei da vida de Deus para os homens é Amar a Deus e Amar o Próximo. E o próximo é qualquer pessoa que está perto precisando de algo em que podemos auxiliar. Então um projeto valioso para o Novo Ano é dedicar interesse pra pensar e vontade pra fazer algo relacionado a esses dois mandamentos, ficando atento às oportunidades e organizando a agenda. Ora, sempre vai surgir tempo na agenda quando não estivermos dormindo e nem trabalhando ou realizando alguma responsabilidade. Assim, teremos muito tempo pra aprender a viver do jeito que Deus quer! Isto importa porque talvez esteja aí a fonte de nossa fraqueza pessoal e tristeza, cansaço existencial e indisposição, certo? Pois ao não praticar os mandamentos da vida de Deus em nossa agenda, o que vai ocorrer é recebermos vida ruim ou enganosa. Tá entendendo? Eu sei que não vai ser fácil, e será um desafio. Mas se você quer uma boa proposição cristã para se comprometer a melhorar de vida em 2024, então agora você já tem uma pra chamar de sua! Comece a trocar o que você faz no tempo livre ou diante das redes sociais por alguma atividade em que você consiga Amar a Deus e Amar o próximo, pois destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas. Fica o registro de que para Amar a Deus você pode meditar nos 4 primeiros mandamentos e pra Amar o próximo é só dar uma olhada nos seis seguintes. Sendo que para Amar a Deus e Amar o próximo tudo junto ao mesmo tempo e agora, gaste um período durante o novo ano meditando no Sermão do Monte de Jesus, entre os capítulos 5 a 7 no evangelho de Mateus. Saiba que a leitura da bíblia e as orações pedindo pra viver estes mandamentos irão transformar toda a sua agenda 2024 em um tempo "bom, perfeito e agradável" conforme a vontade de Deus, como lemos no verso 2 do cap. 12 da carta aos Romanos. ORAÇÃO. "Eu te amo, ó Deus Eterno! Tu me fortaleces. O Eterno é uma rocha debaixo dos meus pés, a fortaleza em que habito, o cavaleiro que me resgata. Meu Deus - o alto rochedo para onde corro a fim de salvar a vida; ali me escondo, por trás das pedras, seguro esconderijo de granito. Canto para o Eterno, digno do mais alto louvor, pois estou salvo e seguro. (...) O Deus Eterno refez toda a minha vida depois que depositei diante dele todos os cacos. Quando resolvi acertar as coisas, ele me permitiu um novo começo. Agora estou atento aos caminhos do Eterno (...) De repente, ó Deus Eterno, tu inundas minha vida de luz, e o briho da glória de Deus pode ser visto em mim. (...) É por isso que sou grato a ti, ó Eterno, em qualquer lugar do mundo. É por isso que canto louvores e faço poesia com o teu nome". (Salmo 18). Amém. Feliz Ano Novo! Autor. Ivan Santos Rüppell Júnior é professor e ministro da Igreja Presbiteriana do Brasil, atuando na gestão de ações sociais e evangelização.

quarta-feira, 20 de dezembro de 2023

Meditação Semanal. JESUS, O MESSIAS. Feliz Natal!

TEXTO Bíblico. "A Palavra tornou-se carne e sangue, e veio viver perto de nós. Nós vimos a glória com nossos olhos, uma glória única: o Filho é como o Pai. (...) João (Batista) apontou para ele e disse: "Este é o Messias! O Messias que eu afirmei que viria depois de mim, mas de fato é superior a mim. Ele sempre foi maior que eu, sempre teve a primeira palavra". (Evangelho de João, cap. 1, 14-15). MEDITAÇÃO. Esse é o terceiro texto com explicações teológicas sobre Jesus de Nazaré, e temos aprendido sobre a vinda do Deus Filho ao mundo como um ser humano, a partir de seu nascimento em Belém da Judéia. Vamos meditar hoje numa mensagem essencial do Natal, pois para sermos abençoados de forma real em nossa vida de fé cristã faz-se necessário depender de Jesus em cada um dos ofícios que Deus Pai lhe deu para realizar sobre nós: "Ele é nomeado para ser nosso profeta, nosso rei e nosso sacerdote", conforme ensina o teólogo João Calvino. A lei bíblica definia que sacerdotes, reis e profetas fossem ungidos por óleo para serem nomeados e capacitados em sua missão dada por Deus, vindo daí o nome Messias e Cristo para Jesus; o Ungido. Dessa forma, para sermos abençoados por Jesus como o PROFETA, devemos lembrar que, ainda que Deus tenha enviado profetas a seu povo no decorrer da história, todos sabiam que a verdadeira luz da revelação somente chegaria na vinda do Messias. Sendo um conhecimento destacado até pelos samaritanos, conforme a declaração da mulher no poço: "Quando o Messias vier nos anunciará todas as coisas." (João 4.25). Esse ofício profético do Messias foi anunciado por Isaías, nas seguintes palavras, "o Espírito do Senhor Deus está sobre mim, porque o Senhor me ungiu para pregar boas novas aos quebrantados". De modo que Jesus foi ungido com o Espírito para ser pregador e testemunha da graça do Pai, vindo a encerrar as profecias devido a seu ensino ser perfeito e completo. Daí que todo aquele que busca algum conhecimento de Deus além do Evangelho de Jesus, despreza a autoridade profética do Messias de Deus. Ao falar do REINO de Cristo, devemos saber que se trata de um reino espiritual, "isto é, no que diz respeito à igreja como um todo, e no que diz respeito aos membros individuais da mesma"; sendo que foi exatamente para a Igreja que Ele prometeu que a sua posteridade duraria para sempre e seu trono seria como o sol. (Salmo 89.35-37). Neste sentido, vemos como Deus vai cumprir a sua promessa de ser guardião e defensor da Igreja diretamente através do reinado de Cristo, posto que a antiga dignidade do reino em Israel fora quebrada pela rebelião de dez, das doze tribos. E cada membro individual da Igreja e pertencente ao reino de Cristo deve se alegrar na esperança da imortalidade, que será uma vida eterna plena de graça e satisfação, pois essa bem-aventurança está descrita no fato de que o reino do Messias é espiritual, portanto eterno e completo em suas realizações. Assim, para estar com Cristo como Rei é preciso participar do "corpo de Cristo" que é a Igreja, comunidade em que o reinado de Jesus se desenvolve enquanto os cristãos se tornam discípulos servos e adoradores. Sobre Jesus, o SACERDOTE, vemos que Cristo é um mediador e sacerdote perfeitamente puro que dessa forma, pela sua santidade reconcilia Deus conosco. No entanto, a justa maldição divina sobre nossos pecados ainda impedia a nossa aproximação a Deus, havendo a necessidade de que ocorresse além da mediação pura e santa de Jesus, um sacrifício para afastar a Ira do Senhor que está sobre a humanidade: "era, portanto, necessário que Cristo, como nosso mediador, oferecesse tal sacrifício." E isto lemos na carta aos Hebreus: "Ali é declarado que a honra do sacerdócio pertence a Cristo somente, pois pelo sacrifício de Sua morte apagou a nossa culpa e ofereceu propiciação pelos nossos pecados." Essa realidade é anunciada pelo "juramento solene de Deus, do qual nunca se arrependerá: "Tu és sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque." Deus aprovou o sacerdócio de Cristo num juramento, já que este sacerdócio sacrificial era o único capaz de assegurar integralmente a nossa salvação, pois nem a nossa pessoa ou as nossas orações podem chegar a Deus, "a não ser que nosso Sacerdote purifique nossas imundicías, santifique-nos e obtenha para nós aquele favor do qual fomos privados pela impureza dos nossos crimes e vícios". ORAÇÃO. Santo Deus e Pai Nosso que está nos céus. Santificado seja o teu nome e respeitada seja a Verdade messiânica das Escrituras. Ilumina o nosso coração nesse natal para que consigamos saber que Jesus é o Messias de Deus, Profeta, Rei e Sacerdote dos homens. Abençoa nossas vidas nesse conhecimento e visita a consciência e coração de nossos familiares pra que sejamos todos benditos por Deus nesse Natal de Jesus! Amém. REFERÊNCIAS: Calvino, João. As Institutas da Religião Cristã. (tradução Odayr Olivetti). São Paulo: Cultura Cristã, 2006. Wiles, Joseph Pitts. Ensino Sobre o Cristianismo. Uma edição abreviada de As Institutas da Religião Cristã. Publicações Evangélicas Selecionadas, São Paulo, SP, 1966. páginas 185-191. BÍBLIA, A Mensagem, Eugene Peterson, 2011, SP Editora Vida. Autor. Ivan Santos Rüppell Jr é professor de ciências da religião e teologia, ministro da Igreja Presbiteriana do Brasil, atuando na gestão de ações sociais e evangelização.

sexta-feira, 15 de dezembro de 2023

Meditação Semanal. A Humanidade do CRISTO de Deus, o MESSIAS!

TEXTO Bíblico. "E a Palavra se fez carne e habitou entre nós, cheio da graça e da verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai." (Evangelho de João, cap. 1,14). MEDITAÇÃO. Semana passada meditamos um pouco sobre a natureza divina de Jesus de Nazaré. Nesta semana, vamos prosseguir e pensar sobre a humanidade de Jesus e sobre o significado dele ser o Messias e Cristo da Humanidade. Nesse sentido, quando Jesus é declarado como "Servo do Pai" (Isaías 42.1), e na descrição da sua infância enquanto crescia em estatura, graça e sabedoria. E quando Jesus diz que "não procura Sua própria glória, e que não sabe quando será o último dia (da história neste mundo), e que Ele não fala pela Sua própria autoridade nem pratica a sua própria vontade", então sabemos que Jesus se refere à sua humanidade, a partir de aspectos da sua natureza humana. Já o bom conhecimento da Pessoa do Messias ocorre nas passagens bíblicas que apresentam aspectos singulares e simultâneos das duas naturezas de Jesus conjuntamente, a divina e humana. Isto ocorre quando João descreve em seu Evangelho que Jesus recebeu autoridade do Pai para perdoar pecados, vivificar a vida humana e derramar "justiça, santidade e salvação sobre a humanidade; que Ele foi nomeado Juiz dos vivos e dos mortos, a fim de que seja honrado como o Pai é honrado. Que Ele é a Luz do mundo, o Bom Pastor, a única Porta, a Videira Verdadeira." São capacidades derramadas sobre o Filho do Homem assim que Ele se manifestou para existir carnalmente em nosso mundo, "pois embora as possuísse com o Pai antes da fundação do mundo, contudo não as possuía da mesma maneira até que fosse manifestado em carne; porém elas são de tal natureza que não poderiam ser dadas a um homem que nada mais fosse do que homem," e assim somente o Filho de Deus que se tornou homem tem tais atributos. Dentro desse contexto e revelação sobre as naturezas divina e humana de Jesus é que devemos entender a afirmação de Paulo de que o Cristo irá entregar o reino a Deus Pai (1 Coríntios 15.24). Observe que o reino de Jesus Cristo não teve começo e não terá fim, com Cristo reinando até se assentar no trono do julgamento, e também ali Ele irá reinar. "Quando, porém, formos glorificados e vermos Deus como Ele é, então Cristo, tendo cumprido o ofício de Mediador, cessará de ser o mensageiro do Pai e ficará satisfeito com a glória que tinha antes da fundação do mundo." Jesus Cristo não irá perder nada com isto, mas será visto de modo maior e mais profundo em sua Glória, pois será o momento em que sua majestade irá surgir de forma completa e integral diante dos homens; a Glória de Deus, o Filho! ORAÇÃO. Santo Deus e Pai Nosso que está nos céus. Santificado seja o Nome do Pai e do Filho, Deus de Deus e Senhor! Ilumina nossa mente e espírito neste Natal pra que saibamos quem é o Cristo de Deus, e para que crendo Nele possamos ter vida em seu nome. Amém! Referências. WILES, J P. Institutas da Religião Cristã, Resumo. Edit. PEC, SP, 1996. Autor. Ivan S Rúppell Jr é professor, advogado e ministro da Igreja Presbiteriana do Brasil.

sábado, 9 de dezembro de 2023

Meditação Semanal. JESUS DE NAZARÉ. A Divindade de Jesus Cristo!

TEXTO Bíblico. "No princípio, aquele que é a Palavra já existia. A Palavra estava com Deus, e a Palavra era Deus. (...) Assim, a Palavra se tornou ser humano, carne e osso, e habitou entre nós." (Evang. de João, cap. 1. 1,14). MEDITAÇÃO. Ao ler no evangelho de João 1.14, que a "Palavra se fez carne", não deve-se entender que o Verbo de Deus foi misturado com carne ou transformado em carne, mas sim "que escolheu para Si mesmo um templo formado pelo ventre de uma virgem no qual habitar." Dessa forma, o Filho de Deus se fez Filho do Homem não numa confusão de suas duas naturezas, mas pela unidade destas conforme estão juntas na pessoa do Cristo. A união da divindade com a humanidade foi tão profunda que ambas as naturezas divina e humana mantiveram tudo que lhes é próprio, enquanto se tornaram uma só pessoa, o Cristo! E numa comparação ao entendimento deste fato sobre Jesus, sabe-se que "o próprio homem consiste em duas partes distintas, corpo e alma, os quais, porém, não estão misturados a ponto de perderem aquilo que pertence à natureza de cada." Então, o fato é que as Escrituras apresentam Jesus Cristo, destacando aspectos somente de sua humanidade ou, falando de verdades acerca da sua divindade, e ainda, afirmando realidades dele que não tem relação com estas duas naturezas, quando vistas separadamente; sendo esta uma doutrina comprovada nas Escrituras. "Quando Cristo disse acerca de Si mesmo, "Eu lhes afirmo que antes de Abraão nascer, Eu sou!", arrogou para Si mesmo alguma coisa muito diferente da natureza humana", sendo este um aspecto da sua divindade. Quando o Apóstolo Paulo destaca que Jesus é o primogênito da criação em quem todas as coisas subsistem e quando Cristo trata da glória que vivenciava junto do Pai antes do mundo, então, temos declarações impossíveis de serem dadas acerca de qualquer outro ser humano; sendo passagens sobre a divindade de Jesus de Nazaré, o Cristo dos Homens. Esse conhecimento deve abençoar o nosso coração enquanto nos preparamos para celebrar o Natal, que é o nascimento em nosso mundo do Filho Único de Deus. ORAÇÃO. Santo Deus e Pai Nosso que está nos céus. Que o teu Nome seja engrandecido neste mês do Natal de Jesus de Nazaré. Ilumina o nosso coração pra que possamos crer e entender quem é Jesus Cristo, o Filho Único de Deus, que estava com Deus no princípio, e era Deus. Amém! Autor. Ivan S Rüppell Jr é professor, advogado e ministro da Igreja Presbiteriana, atuando na gestão de parcerias de ações sociais e evangelização. Referências. CALVINO, João, Institutas da Religião Cristã, Edit Cultura Cristã SP, 2006. WILES, J. P. Resumo das Institutas, Edit PEC, SP 1966.

terça-feira, 5 de dezembro de 2023

JESUS, a Luz do Mundo. O Messias e Cristo dos Homens. Estudo Bíblico, Dezembro de 2023.

Esse texto foi organizado para ministrar Aula Bíblica sobre o conhecimento de Jesus, o Messias, a partir do conteúdo das Institutas de João Calvino (*) e citações, além do resumo e citações do texto de J P Wiles (resumo) das Institutas, e comentários da Bíblia de Estudo de Genebra. Tópico 1. JESUS, A LUZ DO MUNDO. TEXTO Bíblico 1, Gênesis 1.1-5. "No princípio, Deus criou os céus e a terra. A terra era sem forma e vazia, a escuridão cobria as águas profundas, e o Espírito de Deus se movia sobre a superfície das águas. Então Deus disse: "Haja luz", e houve luz. E Deus viu que a luz era boa, e separou a luz da escuridão. Deus chamou a luz de "dia" e a escuridão de "noite". A noite passou e veio a manhã, encerrando o primeiro dia." Comentário, Bíblia de Genebra: "1.1 - 2.3 Este relato da criação estabelece o fundamento da cosmovisão de Israel com respeito a Deus, aos seres humanos, à criação e às leis referentes à humanidade (...) "A palavra hebraica para "Deus"... é plural para denotar sua majestade. (...) A atividade criadora de Deus... não foi a mera organização da matéria pré-existente..., porque outros textos ensinam claramente que o universo foi criado ex nihilo (isto é, do nada, Jo 1.3; Hb 11.3). (...) A terra, porém, estava sem forma e vazia. Esta descrição expressa o estado da criação, ainda desordenada ou incompleta. Alguns a vêem como uma ameaça negativa do caos que é superada pelo poder criativo de Deus. (...) Espírito de Deus. O Espírito de Deus dá vida a todos; quando ele retira seu Espírito a vida cessa. (...) O Espírito também constrói "templos": o cosmos, o tabernáculo, Cristo, a igreja. (...) Disse Deus. O ato livre da criação de Deus através da Palavra divina (Sl 33.6-9, cf Jo. 1. 1,3) significa que o universo não é uma emanação ou parte do ser divino (...) Haja. A vontade de Deus é irresistível. Ela se realiza pelo imperativo divino. 1.4 luz. Deus é a fonte última da luz do dia que se alterna com a escuridão; o sol é introduzido mais tarde como causa imediata. A luz simboliza vida e bênção (Sl 4.7, 56.13, Is 9.2, João 1.4-5).". TEXTO Bíblico 2, João 1.1-5. "No princípio, aquele que é a Palavra já existia. A Palavra estava com Deus, e a Palavra era Deus. Ele existia no princípio com Deus. Por meio dele Deus criou todas as coisas, e sem ele nada foi criado. Aquele que é a Palavra possuía a vida, e sua vida trouxe luz a todos. A luz brilha na escuridão, e a escuridão nunca conseguiu apagá-la". Comentário, Bíblia de Genebra: "1.1 o Verbo (Palavra). O termo "verbo" (grego logos) designa Deus, o Filho, referindo-se à sua divindade; "Jesus" e "Cristo" referem-se à sua encarnação e obra salvífica. (...) Na filosofia neoplatônica e na heresia gnóstica (séculos II e III d.C), o Logos era visto como um dos muitos poderes intermediários entre Deus e o mundo. Tais noções estão bem longe da simplicidade do Evangelho de João. (...) A expressão "o Verbo estava com Deus" indica uma distinção de Pessoas, dentro da unidade da Trindade. Pai, Filho e Espírito Santo não são formas sucessivas de aparecimento de uma Pessoa, mas são Pessoas eternas presentes desde o "príncipio" (v.2). (...) 1.3 Todas as coisas foram feitas por intermédio dele. Este versículo também dá ênfase à divindade do Verbo, uma vez que a criação é obra só de Deus. (...) 1.4 A vida estava nele. Outra afirmação da divindade: o Filho, bem como o Pai, "tem vida em si mesmo" (5.26). (...) 1.9 a verdadeira luz. Neste Evangelho, a "verdade" e "verdadeiro(a)" são termos empregados frequentemente para significar aquilo que é eterno ou celestial em oposição ao meramente temporal ou terreno. (...) 1.14. E o Verbo se fez carne. Nesta afirmação o Prólogo atinge o seu clímax... aqui um abismo é transposto: o Verbo Eterno de Deus não só parece um ser humano, mas realmente tornou-se carne. Tomou sobre si a plena e genuína natureza humana". NOTA da Bíblia de Genebra. Jesus Cristo, Deus e Homem. A Trindade e a Encarnação estão mutuamente integradas. A doutrina da Trindade declara que Cristo é verdadeiramente divino; a doutrina da Encarnação declara que o mesmo Cristo é também plenamente humano. (...) O Evangelho de João (1.14; 19.35; 21.24) abre suas narrativas de testemunha ocular com a declaração de que Jesus é o eterno Logos divino, agente da criação e fonte da vida e da luz (vs. 1-5,9). Tornando-se carne, o Logos foi revelado como o Filho de Deus e a fonte da "graça e da verdade", o "unigênito do Pai" (vs. 14,18). O Evangelho está pontilhado com a expressão "Eu Sou", que tem relevância especial porque "Eu Sou" era a expressão usada como nome divino, devido à tradução grega do Êx 3.14; quando João revela Jesus como "Eu Sou", a reinvidicação de sua divindade está explícita. Exemplos disso temos em João 8.28,58 e em sete declarações de Jesus como: o pão da vida, alimento espiritual; a luz do mundo banindo as trevas (8.12; 9.5); a porta das ovelhas que dá acesso a Deus; o bom pastor, que protege dos perigos; a ressurreição e a vida sobrepujando a morte; o caminho, a verdade e a vida, que leva ao Pai; a videira verdadeira, em quem podemos dar frutos. No clímax de sua fé, Tomé cultuou a Jesus, dizendo: "Senhor meu e Deus meu" (20.28). Jesus pronuncia sua bênção sobre todos os que creem a exemplo de Tomé (20.29-31)." (Bíblia de Genebra, p. 8/9, 1228/29, 1999) Tópico 2. JESUS, a luz do mundo como o MESSIAS E CRISTO dos Homens. INSTITUTAS da Religião Cristã, de João Calvino. (citações), cap. 4, Vol.2. 49. Demonstração da divindade de Cristo. "Passemos agora a demonstrar a sua divindade, com base numa dupla espécie de prova. Porque o nome e a honra de Deus são claramente atribuídas ao Filho de Deus por evidentes testemunhos da Escritura; e isso é comprovado por suas obras poderosas. 50. Citações do Antigo Testamento. Primeiramente, Davi lhe fala nestes termos: "O teu trono, ó Deus, é para todo o sempre; cetro de equidade é o cetro do teu reino". (Salmo 45.6; Isaías 9.6,7; Jr 23.5,6; Isaías 41; Jr 33.6; Isaías 8.13-15). 51. Citações do Novo Testamento. O Novo Testamento está repleto de testemunhos sem fim... Primeiro, é digno de notar-se que os apóstolos mostram que as coisas que foram preditas por parte do Senhor eterno foram cumpridas ou alguma vez se verificaram em Jesus Cristo". (Rm 9. 33; Rm. 14.10,11; Is 45.23; Ef 4.8; Sl 68.18; Jo 12.40; Is 6.10; Jo 1. Rm 9.5; 1 Tm 3.16; Fp 2.6,7). (Institutas, p. 42-45, 2006). RESUMO das Institutas a partir do Texto (resumo) de J P Wiles. TÓPICO 14. "As duas naturezas na Pessoa do Mediador." Ao ler no evangelho de João 1.14, que o "verbo se fez carne", não deve-se entender que o Verbo de Deus foi misturado com carne ou transformado em carne, mas sim "que escolheu para Si mesmo um templo formado pelo ventre de uma virgem no qual habitar." Dessa forma, o Filho de Deus se fez Filho do Homem não numa confusão de suas duas naturezas, mas pela unidade destas conforme estão juntas na pessoa do Cristo. A união da divindade com a humanidade foi tão profunda que ambas as naturezas divina e humana mantiveram tudo que lhes é próprio, enquanto se tornaram uma só pessoa, o Cristo! E numa comparação ao entendimento deste fato sobre Jesus Cristo, sabe-se que "o próprio homem consiste em duas partes distintas, corpo e alma, os quais, porém, não estão misturados a ponto de perderem aquilo que pertence à natureza de cada." Pois destacamos sobre a alma algumas coisas que não falamos do corpo, e falamos do corpo algumas coisas que não existem na alma, enquanto também destacamos sobre o ser humano integral certas verdades que não aplicamos ao tratar do corpo e da alma de modo separado. "E mesmo assim, aquele que consiste nestas duas partes é um só homem, e não mais do que um." Então, o fato é que as Escrituras apresentam Jesus Cristo, destacando aspectos somente de sua humanidade ou, falando de verdades acerca da sua divindade, e ainda, afirmando realidades dele que não tem relação com estas duas naturezas, quando vistas separadamente; sendo esta uma doutrina comprovada nas Escrituras. "Quando Cristo disse acerca de Si mesmo, "Eu lhes afirmo que antes de Abraão nascer, Eu sou!", arrogou para Si mesmo alguma coisa muito diferente da natureza humana", sendo este um aspecto da sua divindade. Quando o Apóstolo Paulo destaca que Jesus é o primogênito da criação em quem todas as coisas subsistem e quando Cristo trata da glória que vivenciava junto do Pai antes do mundo, então, temos declarações impossíveis de serem dadas acerca de qualquer homem; sendo passagens sobre a sua divindade. No entanto, quando Jesus é declarado como "Servo do Pai" (Isaías 42.1), com a sua infância sendo descrita com destaque a seu crescimento em estatura, graça e sabedoria; e quando Jesus diz que "não procura Sua própria glória, e que não sabe quando será o último dia, que não fala pela Sua própria autoridade nem pratica sua própria vontade", então sabemos que Ele se refere à sua humanidade. Há situações em que atributos divinos são apresentados como se fossem aspectos humanos, e vice versa, como ao ler que Deus comprou a Igreja com seu próprio sangue ou quando o Apóstolo João afirma que "tocou na Palavra da vida". Sabemos que Deus não pode ser tocado e também não tem sangue em Si mesmo, "mas visto que Aquele que é verdadeiro Deus e verdadeiro homem derramou Seu sangue por nós na cruz", então obras realizadas pela natureza humana de Cristo são identificadas junto de sua natureza divina, como quando lemos que "Deus deu sua vida por nós". (1 João 3.16). Agora, o bom conhecimento da Pessoa do Cristo ocorre nas passagens que apresentam aspectos singulares e simultâneos de suas duas naturezas conjuntamente, como quando João descreve em seu Evangelho que Jesus recebeu autoridade do Pai para perdoar pecados, vivificar a vida humana e derramar "justiça, santidade e salvação; que foi nomeado Juiz dos vivos e dos mortos, a fim de que seja honrado como o Pai é honrado; que Ele é a Luz do mundo, o Bom Pastor, a única Porta, a Videira Verdadeira." São capacidades derramadas sobre o Filho do Homem assim que Ele se manifestou para existir carnalmente em nosso mundo, "pois embora as possuísse com o Pai antes da fundação do mundo, contudo não as possuía da mesma maneira até que fosse manifestado em carne; porém elas são de tal natureza que não poderiam ser dadas a um homem que nada mais fosse do que homem." Neste mesmo sentido deve-se entender a afirmação de Paulo de que o Cristo irá entregar o reino a Deus Pai (1 Coríntios 15.24). Observe que o reino de Jesus Cristo não teve começo e não terá fim, com Cristo reinando até se assentar no trono do julgamento. "Quando, porém, formos glorificados e vermos Deus como Ele é, então Cristo, tendo cumprido o ofício de Mediador, cessará de ser o mensageiro do Pai e ficará satisfeito com a glória que tinha antes da fundação do mundo." Cristo não irá perder nada com isto, mas será visto de modo maior e mais profundo em sua Glória, pois será o momento em que sua majestade irá surgir de forma completa e integral diante dos homens. INSTITUTAS de Calvino, (citações). 78. Benefícios dos ofícios de Cristo para os crentes. "Essas coisas são de grande importância para confirmar e fortalecer a nossa fé. Tratando-se do reino, este não é carnal ou terreno, para estar sujeito à corrupção, mas é espiritual, pelo que pertence mormente à vida futura e ao reino celestial. Ademais, seu modo de reinar não é tanto para o seu proveito como o é para o nosso, porque ele nos arma e nos fortalece com o seu poder, reveste-nos dos ornamentos da sua magnificência e nos enriquece de bens. Em resumo, ele nos eleva e nos exalta pela majestade de seu reino. Sim, pois na comunhão pela qual ele se junta a nós, ele nos torna reis, equipando-nos com o seu poder para guerrearmos contra o Diabo, o pecado e a morte... (p. 65-66, 2006). RESUMO das Institutas a partir do Texto (resumo) de J P Wiles. TÓPICO 15. "Para saber porque Cristo foi enviado pelo Pai, e o que Ele nos trouxe, devemos especialmente considerá-lo nos seus três ofícios, de Profeta, Rei e de Sacerdote." Quando o Senhor Jesus é reconhecido apenas pelo nome, e não pela realidade de seus atos como Filho de Deus e Redentor do mundo, estamos diante de uma falsa Igreja que deve ser definida conforme o ensino de Paulo na carta aos Colossenses, que trata daqueles que não se submetem ao "Cabeça da Igreja" (Col 2.19). Portanto, para sermos abençoados de forma real por Cristo em nossa vivência de fé faz-se necessário depender d´Ele segundo cada um dos ofícios que Deus Pai lhe deu pra realizar sobre nós: "Ele é nomeado para ser nosso profeta, nosso rei e nosso sacerdote." Pois, ainda que Deus tenha enviado profetas a seu povo, todos sabiam que a verdadeira luz da revelação somente chegaria na vinda do Messias, sendo um conhecimento destacado até pelos samaritanos, conforme a declaração da mulher no poço: "Quando o Messias vier nos anunciará todas as coisas." (João 4.25). Essa verdade das Escrituras foi afirmada também nas profecias, como a de Isaías 5.4: "Eis que eu o dei por testemunho aos povos, como príncipe e governador dos povos", e ainda pelo autor que destaca a "perfeição da doutrina do evangelho", na carta aos Hebreus: "Há muito tempo Deus falou muitas vezes e de várias maneiras aos nossos antepassados por meio dos profetas, mas nestes últimos dias falou-nos por meio do Filho". (Hebreus 1.1-2). A lei definia que sacerdotes e reis, e ainda profetas fossem ungidos por óleo, vindo daí o nome Messias; Ungido, sendo Cristo o mediador outrora profetizado. "Reconheço que este título Lhe pertence especialmente como rei; mas não devemos esquecer que também indica Seus ofícios profético e sacerdotal." O ofício profético foi anunciado por Isaías, nas seguintes palavras, "o Espírito do Senhor Deus está sobre mim, porque o Senhor me ungiu para pregar boas novas aos quebrantados", de modo que Jesus foi ungido com o Espírito para ser pregador e testemunha da graça do Pai, vindo a encerrar as profecias devido a seu ensino ser perfeito e completo. Daí que todo aquele que busca algum conhecimento de Deus além do Evangelho, despreza a autoridade profética de Cristo. Ao falar do reino de Cristo, devemos saber que se trata de um reino espiritual, "isto é, no que diz respeito à igreja como um todo, e no que diz respeito aos membros individuais da mesma"; sendo que foi exatamente para a Igreja que Ele prometeu que a sua posteridade duraria para sempre e seu trono seria como o sol. (Salmo 89.35-37). Neste sentido, vemos como Deus vai cumprir sua promessa de ser guardião e defensor da Igreja diretamente através do reinado de Cristo, posto que a antiga dignidade do reino em Israel fora quebrada pela rebelião de dez, das doze tribos. E cada membro individual da Igreja e pertencente ao reino de Cristo deve se alegrar na esperança da imortalidade, que será uma vida eterna plena de graça e satisfação, pois essa bem-aventurança está descrita no fato de que o reino do Messias é espiritual, portanto eterno e completo em suas realizações. "Agora, algumas palavras acerca do sacerdócio de Cristo." Cristo é um mediador e sacerdote perfeitamente puro que por sua santidade reconcilia Deus conosco. No entanto, a justa maldição divina sobre nossos pecados impede a nossa aproximação a Deus, havendo a necessidade de que ocorra um sacrifício para afastar a Ira do Senhor: "era, portanto, necessário que Cristo, como nosso mediador, oferecesse tal sacrifício." No templo da Antiga Aliança o sacerdote só poderia entrar através de um sacrifício, de forma que o povo sabia que não bastava apenas um mediador para lhe representar, sendo algo ensinado na carta aos Hebreus: "Ali é declarado que a honra do sacerdócio pertence a Cristo somente, pois pelo sacrifício de Sua morte apagou a nossa culpa e ofereceu propiciação pelos nossos pecados." Essa realidade é anunciada pelo "juramento solene de Deus, do qual nunca se arrependerá: "Tu és sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque." Deus aprovou o sacerdócio de Cristo num juramento, já que este sacerdócio sacrificial era o único capaz de assegurar integralmente a nossa salvação. Pois nem a nossa pessoa ou nossas orações podem chegar a Deus, "a não ser que nosso Sacerdote purifique nossas imundícias, santifique-nos e obtenha para nós aquele favor do qual fomos privados pela impureza dos nossos crimes e vícios. Desse modo, vemos que a morte de Cristo é a raiz da qual brota a eficácia e utilidade do Seu sacerdócio. Desta fonte flui Sua intercessão eterna, através da qual obtemos o favor de Deus, apresentamos nossas orações com confiança e desfrutamos da paz de consciência." Observe a diferença do sacerdócio de Arão que oferecia uma vítima retirada da manada, enquanto que "Cristo é tanto vítima como sacerdote. Nenhuma outra vítima poderia ser achada que pudesse fazer expiação pelos nossos pecados; e nenhuma outra pessoa era digna da honra infinita de sacrificar o Filho unigênito de Deus." CONCLUSÃO. Os Amigos de Jesus, a Luz do Mundo, João 15.15. TEXTO Bíblico. "Já não chamo vocês de servos, porque o servo não sabe o que o seu senhor faz; mas tenho chamado voces de amigos, porque tudo que ouvi de meu Pai eu lhes dei a conhecer". (João 15.15). A boa amizade cristã é um relacionamento construído a partir de virtudes que desejamos praticar juntos, e isto se torna a aliança que nos mantém fiéis um ao outro na caminhada. Neste capítulo 15 de João nós descobrimos a melhor amizade que se pode vivenciar na história, que é a amizade diante de Deus através de Jesus de Nazaré. Jesus diz aos discípulos que agora eles já podem ser chamados de seus amigos, porque eles estão "conhecendo" o que Jesus realiza junto de Deus Pai neste mundo. Os discípulos e Jesus praticam juntos os mandamentos de Deus, sendo isto que os torna um grupo único de homens caminhando unidos na vida. Por isso são chamados de amigos cristãos. E amigos de Deus, amigos do Pai e do Filho. E aqui, percebemos a maneira como os Cristãos tem a condição de ser amigos de Deus, sendo também sal e luz da terra. Farão isto numa experiência de amizade e comunhão ao praticar juntos um serviço que agrada a Deus, no mundo. Pois o valor bíblico que torna os seres humanos em amigos de Deus e uns dos outros é a prática conjunta das virtudes que o Senhor ordena aos cristãos nos mandamentos. "Vocês são meus amigos se fazem o que eu lhes ordeno". (João 15.14). Seja um voluntário nas ações sociais cristãs da Igreja e Instituições e um membro dedicado em todo ministério da Igreja para que sejamos "sal da terra e luz do mundo" conforme o padrão e junto de Jesus de Nazaré, a verdadeira luz que vinda ao mundo ilumina todos os homens! REFERÊNCIA: Bíblia de Estudo de Genebra. São Paulo e Barueri, Cultura Cristã e Sociedade Bíblica do Brasil, 1999. Bíblia Sagrada Nova Versão Transformadora. Editora Mundo Cristão. 1 Edição Outubro de 2020. Calvino, João. As Institutas da Religião Cristã. (tradução Odayr Olivetti). São Paulo: Cultura Cristã, 2006. Wiles, Joseph Pitts. Ensino Sobre o Cristianismo. Uma edição abreviada de As Institutas da Religião Cristã. Publicações Evangélicas Selecionadas, São Paulo, SP, 1966. páginas 185-191. Autor. Ivan S Rüppell Jr é professor, advogado e ministro da Igreja Presbiteriana do Brasil.

segunda-feira, 27 de novembro de 2023

Meditação Semanal. OS AMIGOS DE JESUS. O Dia do Voluntariado.

TEXTO Bíblico. "Já não chamo vocês de servos, porque o servo não sabe o que o seu senhor faz; mas tenho chamado voces de amigos, porque tudo que ouvi de meu Pai eu lhes dei a conhecer". (João 15.15). MEDITAÇÃO. A boa amizade cristã é um relacionamento construído a partir de virtudes que desejamos praticar juntos, e isto se torna a aliança que nos mantém fiéis um ao outro na caminhada. Neste capítulo 15 de João nós descobrimos a melhor amizade que se pode vivenciar na história, que é a amizade diante de Deus através de Jesus de Nazaré. Jesus diz aos discípulos que agora eles já podem ser chamados de seus amigos, porque eles estão "conhecendo" o que Jesus realiza junto de Deus Pai neste mundo. Os discípulos e Jesus praticam juntos os mandamentos de Deus, sendo isto que os torna um grupo único de homens caminhando unidos na vida. Por isso são chamados de amigos cristãos. E amigos de Deus, amigos do Pai e do Filho. Pensando nisto, lembro que neste próximo dia 5 de dezembro será comemorado o Dia Internacional do Voluntariado. E aqui, percebemos a maneira como os Cristãos tem a condição de ser amigos de Deus, sendo também sal e luz da terra. Farão isto numa experiência de amizade e comunhão ao praticar juntos um serviço que agrada a Deus, no mundo. Pois o valor bíblico que torna os seres humanos em amigos de Deus e uns dos outros é a prática conjunta das virtudes que o Senhor ordena aos cristãos nos mandamentos. "Vocês são meus amigos se fazem o que eu lhes ordeno". (João 15.14). Seja um voluntário nas ações sociais cristãs e em todo ministério da Igreja. ORAÇÃO. Santo Deus e Pai Nosso que está nos céus, separado e bendito seja o teu Nome. Obrigado por nos revelar o caminho da amizade com Jesus. Obrigado pelo chamado pra sermos amigos de Deus. Abençoa nossos corações e mentes pra que consigamos praticar juntos os teus mandamentos até que sejamos amigos cristãos, entre nós. Ajuda-nos a fazer o bem ao próximo pra que sejamos amigos de Deus diante dos homens em toda sociedade. E que assim teu nome seja santificado. Amém! Autor. Ivan Santos Rüppell Jr é ministro licenciado da Igreja Presbiteriana, professor e advogado, atuando na gestão de ações sociais e evangelização.

sexta-feira, 24 de novembro de 2023

Meditação Dominical. O ANTICRISTO, Cartas de João .

TEXTO Bíblico. "Amados, não acreditem em todo espírito, mas ponham-no à prova para ter a certeza de que o espírito vem de Deus, pois há muitos falsos profetas no mundo. Assim sabemos se eles têm o Espírito de Deus: todo espírito que reconhece que Jesus Cristo veio em corpo humano é de Deus, mas todo espírito que não reconhece a verdade a respeito de Jesus não é de Deus." (1 João, 4.1-2). MEDITAÇÃO. O Natal está chegando e vemos pelo mundo a expectativa e também certo desprezo com a Festa do nascimento do Messias do Cristianismo, Jesus! É assim mesmo. Há períodos na história em que os homens se preocupam em negar ou ocultar a mensagem dos Profetas e Apóstolos, que explicaram como Jesus de Nazaré era o Messias prometido nas Escrituras. Em sua primeira carta, o Apóstolo João se depara com um momento de grande confronto para com essa revelação bíblica sobre o Cristo de Deus, e traz um ensino sobre como a humanidade adquire conhecimento sobre a realidade das questões de Deus. João explica que muitos homens que estavam negando que Jesus é o Cristo faziam isto por serem influenciados em sua consciência por espíritos mentirosos, os quais vagam pelo mundo na nossa dimensão. Espíritos chamados de espiritos do erro, pois conduzem os seres humanos a pensar que Jesus é simplesmente um homem natural. Sendo que esses homens conduzidos a negar Jesus como o Messias se tornam pessoas "anticristos", conforme o Apóstolo João declarou no final do primeiro século, ao se referir aos falsos profetas. O Apóstolo também explica o modo como Deus tem enviado seu Espírito Santo da verdade para ensinar pra humanidade que Jesus é o Messias, e que o Natal é realmente a Festa do Nascimento do Cristo de Deus em nosso mundo. Feliz Natal! ORAÇÃO. "Depois de dizer todas essas coisas, Jesus olhou para o céu e orou: 'Pai, chegou a hora. Glorifica teu Filho, para que este te glorifique, pois tu lhe deste autoridade sobre toda humanidade. Ele concede vida eterna a cada um daqueles que lhe deste. (...) Eu revelei teu nome àqueles que me deste do mundo. Eles sempre foram teus. Tu os deste a mim, e eles sempre obedeceram à tua palavra. (...) Não te peço apenas por estes discípulos, mas também por todos que crerão em mim por meio da mensagem deles. Minha oração é que todos eles sejam um, como nós somos um, como tu estás em mim, Pai, e eu estou em ti. Que eles estejam em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste'." (Evangelho de João, cap. 17. 1-21). Autor. Ivan Santos Rüppell Júnior é ministro licenciado da Igreja Presbiteriana, professor e advogado, atuando na gestão de ações sociais e evangelização.

sábado, 18 de novembro de 2023

Meditação Semanal. DEUS SABE! O Dia Mundial de Ação de Graças.

TEXTO Bíblico. "Portanto, não se preocupem com o dia de amanhã, pois o amanhã trará os seus cuidados; basta ao dia o seu próprio mal". MEDITAÇÃO. Quando Jesus de Nazaré orienta os cristãos a buscar primeiro o Reino de Deus e a Justiça do Senhor em suas vidas, Ele conclue com um destaque fundamental ao anotar as dificuldades e aflições que fazem parte da realidade. Assim, diante dos problemas da vida que causam ansiedade e angústias, Jesus nos convida a viver um dia de cada vez! Jesus não está criticando o planejamento pessoal e a previdência. Mas sim, esclarece um aspecto essencial da realidade humana, que requer ser vivenciada um dia de cada vez, pois nossos dias nesta vida também são maus. Por isso, Jesus convida as pessoas a pensar e construir as suas histórias dia a dia, buscando o Reino de Deus a cada manhã, voltando o olhar para o que se pode realizar ao invés de sermos dominados pelo que se pode perder. Viver nesta esperança virtuosa é possível porque Deus sabe do que precisamos e cuida de nós. Deus alimenta os pássaros e veste as flores do campo, assim como Ele sabe que estamos vivos e precisamos D'Ele pra sobreviver. Precisamos das bençãos naturais miraculosas de Deus, como do sol e chuva, da terra e sementes, do oxigênio e do fôlego da vida pra seguir acordando a cada manhã que Deus nos dá pra viver nesse mundo! Essa compreensão e a gratidão por tantas bençãos de Deus são o tema das celebrações do Dia Universal de Ação de Graças, que é comemorado na quarta quinta-feira de novembro todo ano, e acontece agora, no dia 23. ORAÇÃO. "Bendito seja o nome do Senhor, agora e para sempre. Em todo lugar, do Oriente ao Ocidente, louvem o nome do Senhor. Pois o Senhor é engrandecido acima das nações; sua glória está acima dos céus... Ele se inclina para ver o que acontece nos céus e na terra. Levanta do pó o necessitado e ergue do lixo o pobre... Dá uma família à mulher estéril e a torna uma mãe feliz. Louvado seja o Senhor!" (Salmo 113). Autor. Ivan Santos Rüppell Jr é ministro licenciado da Igreja Presbiteriana, professor e advogado, atuando em projetos de ação social e evangelização.

sexta-feira, 10 de novembro de 2023

Meditação Dominical. O pecado da morte, Cartas de João.

TEXTO Bíblico. "Se alguém vê o seu irmão cometer pecado que não leva à morte, pedirá, e Deus dará vida a esse irmão. Isso aos que cometem pecado que não leva à morte. Há pecado que leva à morte, e por esse não digo que se deva pedir." (1 João 5.16). MEDITAÇÃO. Estamos acostumados na literatura e especialmente no cinema e séries de streaming com histórias e filmes sobre seres humanos mortos-vivos, que chamamos "zumbis". As pessoas que não conhecem a Deus e não tem um relacionamento transformador de sua personalidade através de Jesus Cristo também são considerados "vivos" que estão "mortos", nas explicações dos apóstolos sobre a existência humana. Essas pessoas queridas e importantes vivem a vida sem fé em Cristo e sem desenvolver um relacionamento de mudança de vida diante de Deus Pai. Por isso não conseguem sentir e pensar, praticar e realizar sensações e atividades que sejam da Vida verdadeira, como aquelas ensinadas por Jesus Cristo no Sermão do monte. Essa falta de fé é um pecado que leva à morte, tanto no jeito como se vive hoje como será depois, na vida eterna. As nossas orações não terão condições de transformar as vidas destas pessoas, antes delas virem acreditar de verdade em Deus e no seu Filho Jesus Cristo. Pois "sabemos que ninguém nascido de Deus faz do pecado uma prática - o pecado fatal. Os nascidos de Deus são também protegidos por Deus". (1 João 5. 18). ORAÇÃO. Santo Deus e Pai Nosso que está nos céus. Que a Graça e o Conhecimento do Senhor Jesus estejam sobre a consciência e espírito de nossos queridos e amigos que não acreditam no Messias e Cristo de Deus. Quê a bondade e a misericórdia do Senhor estejam sobre suas vidas pra que eles sejam iluminados e possam enxergar o Filho de Deus, para que sejam salvos da morte hoje e na eternidade. Amém! Autor. Ivan Santos Rüppell Júnior é ministro licenciado da Igreja Presbiteriana, professor e advogado.

segunda-feira, 6 de novembro de 2023

CREDOS E CONFISSÕES, Texto 6. Seminário Presbiteriano do Sul, extensão Curitiba.

Esse texto tem objetivo didático na disciplina Credos e Confissões do Seminário Presbiteriano do Sul extensão Curitiba. São utilizados resumos e citações longas no interesse de oferecer aos alunos o conteúdo para o entendimento necessário aos debates e explanações em aula, sendo um texto que deverá ser utilizado somente na disciplina, Prof Ivan Santos Rüppell Jr. CONTEXTO HISTÓRICO DA ORGANIZAÇÃO DOS SÍMBOLOS DE FÉ DA IGREJA PRESBITERIANA DO BRASIL. NOSSOS SÍMBOLOS DE FÉ. "A Igreja Presbiteriana do Brasil adota, como exposição das doutrinas bíblicas, a Confissão de Fé de Westminster, o Catecismo Maior e o Catecismo Menor ou Breve Catecismo. Nossa única norma de fé e conduta é a Bíblia Sagrada. Todavia, em virtude de a Bíblia não apresentar as doutrinas já sistematizadas, adotamos a Confissão de Fé e os Catecismos como exposição do sistema de doutrinas ensinadas na Escritura." (p 67). Vimos o modo como no período da Reforma Protestante houve grande valorização da autoridade das Escrituras, sendo um princípio comum de todos os grupos e lideranças que se organizavam na primeira metade do século 16, como os da reforma alemã (luterna) e reformas suiça e francesa. Nesse contexto de leitura e conhecimento da Bíblia e definição de princípios doutrinais para a Igreja e fiéis, havia, segundo McGrath, "aspectos de interpretação que tanto eram propícios a causar divergências quanto difíceis de definir. Existia a necessidade evidente de encontrar-se algum tipo de recurso "oficial" para delimitação de ideias da Reforma, a fim de evitar confusão. As "Confissões de fé" desempenharam essa função." (p 109, 2005). Sendo que, as autorizadas Confissões de Fé protestantes vieram a se consolidar através de movimentos "pós-reforma", como destaca McGrath: "Tanto a Reforma protestante quanto a católica, foram sucedidas por um período de consolidação da teologia, em ambos os movimentos. No seio do protestantismo, luterano e reformado (ou "calvinista"), iniciou-se o período conhecido como "ortodoxia", caracterizado por sua ênfase em normas e definições doutrinárias. (...) O luteranismo e o calvinismo eram, sob muitos aspectos, bastante semelhantes. Ambos alegavam ser evangélicos e rejeitavam, de modo geral, os mesmos aspectos centrais do catolicismo medieval. Entretanto, eles precisavam se diferenciar." (p 112 -114, 2005). Nesse contexto, anotamos que "a Confissão de Fé e os Catecismos são conhecidos, historicamente, como Símbolos de Westminster. Eles foram elaborados pela Assembleia de Westminster (1643-1648), convocada pelo Parlamento inglês para elaborar novos padrões doutrinários, litúrgicos e administrativos para a Igreja da Inglaterra. Para se entender as circunstâncias da formulação desse importante documento, é preciso relembrar a história da Reforma Inglesa." (Matos e Nascimento, p 67, 2007). ANTECEDENTES históricos. No ano de 1534 o Rei Henrique VIII rompeu com a Igreja Católica de Roma e através do Ato de Supremacia tornou-se chefe da Igreja da Inglaterra. Nascia a Igreja Anglicana separada da Igreja Católica, porém, com celebrações e doutrinas semelhantes, até que em 1547 subiu ao trono o Rei Eduardo VI, sendo que o Arcebispo de Cantuária Thomas Cranmer organizou dois documentos orientados pelo pensamento calvinista: o Livro de Oração Comum e os Trinta e Nove Artigos. Nesse período, outras ações ocorreram com propósito reformista, até a morte do rei Eduardo em 1553. Maria Tudor (Maria sanguinária) assumiu o trono decidida a unir-se novamente com a Igreja Católica de Roma, o que levou à perseguição e morte de Cranmer e outros líderes da Reforma, enquanto os religiosos protestantes fugiam da Inglaterra para outros países, sendo que muitos deles foram residir em Genebra, debaixo da influência de João Calvino. Até que em 1558 Maria Tudor faleceu e a nova Rainha Elizabete retornou com o Ato de Supremacia, o que propiciou o retorno dos protestantes pra Inglaterra. (p 67-68). PURITANOS. Nesse período, um movimento que valorizava as Escrituras e a Teologia Calvinista se desenvolvia fortemente na Inglaterra. "Seus partidários defendiam uma forma de governo, um sistema de doutrinas, um culto e uma vida mais puros, ou seja, mais bíblicos. Por volta de 1565, eles passaram a ser conhecidos como "puritanos". Durante o restante do século, a rainha Elizabete buscou limitar a ação e crescimento do movimento dos puritanos, até que em 1603 assumiu o Rei Tiago VI, "rei da Inglaterra e da Escócia e chefe da Igreja". O rei havia sido educado segundo valores presbiterianos na Escócia, mas decidiu valorar o sistema episcopal na organização da igreja. (p 68). A ASSEMBLÉIA DE WESTMINSTER. Carlos I sucedeu Tiago e reinou entre 1625 até 1649, sendo aconselhado pelo Arcebispo de Cantuária William Laud, adepto da uniformidade religiosa e teologia arminiana, em oposição ao movimento puritano e pensamento calvinista. Ambos atuaram a partir de 1637 para controlar os presbiterianos da Escócia para que viessem a obedecer o governo e celebração próprios da Igreja da Inglaterra (sistema episcopal), momento em que os presbiterianos da Escócia juraram defender o sist presbiteriano, vindo a entrar em guerra diante do Rei. Assim, Carlos I tentou eleger um parlamento na Inglaterra para ficar mais forte na guerra diante da Escócia, porém a população inglesa elegeu um parlamento puritano, ocasião em que o Rei promoveu nova eleição, sendo que o novo Parlamento eleito teve mais representação puritana do que o anterior. Nesta ocasião, logo que o Rei agiu para dissolver o Parlamento uma segunda vez, os parlamentares entraram em guerra com o Rei, dando início à guerra civil inglesa. (p 69) "Entre outras coisas, esse Parlamento puritano voltou sua atenção para a questão religiosa. Fazia quase um século que os puritanos vinham insistindo que a Igreja da Inglaterra tivesse uma forma de governo, doutrinas e culto mais puros. Assim sendo, o Parlamento convocou a "Assembléia de Teólogos de Westminster", composta de 121 dos ministros mais capazes da Inglaterra, além de 20 membros da Câmara dos Comuns e 10 membros da Câmara dos Lordes. Todos os ministros, exceto dois, eram da Igreja da Inglaterra. Praticamente todos eram puritanos, calvinistas." (Matos e Nascimento, p 69, 2007). O PURITANISMO. "Um dos mais importantes estilos teológicos associados ao mundo de língua inglesa surgiu na Inglaterra, no final do século XVI. Provavelmente, o puritanismo seja mais bem definido como uma versão da ortodoxia reformada que enfatizava de maneira especial os aspectos empírico e pastoral da fé. Os escritos dos principais teólogos puritanos, William Perkins (1558-1602), William Ames (1576-1633) e John Owen (1618-83), sofreram claramente forte influência de Beza, particularmente em relação a seus ensinamentos a respeito da extensão do sacrifício de Cristo e da soberania divina nas questões da providência e eleição." (Mcgrath, p 117, 2005). TEODORO BEZA. (1519-1599). "Notável escritor calvinista, professor de teologia na Academia de Genebra, de 1559 a 1599. Os três volumes de sua obra Tratctationes theologicae (Tratados teológicos), de 1570 a 1582, apresentam uma descrição racionalmente coerente dos principais elementos da teologia reformada mediante o uso da lógica aristotélica. O resultado é uma descrição que apresenta argumentação consistente e defesa racional da teologia de João Calvino...". (McGrath, p 115, 2005). CATECISMO MAIOR DE WESTMINSTER - Origem e Composição, de Chad B. Van Dixhoorn. Este pequeno livreto editado no Brasil em 2012 traz interessantes anotações sobre a feitura dos Símbolos de Fé quando da ocasião da Assembléia de Westminster no Parlamento da Inglaterra no século 17. Segundo nosso autor, "O Breve Catecismo de Westminster é um dos mais amados e bem utilizados de todos os Catecismos da Reforma, e o documento mais famoso da Assembleia que se reuniu na Abadia de Westminster de 1643 a 1649. A Confissão de Fé de Westminster, em seu original e nas suas formas modificadas, tornou-se "de longe o símbolo doutrinário mais influente na história da América Protestante." (no destaque de Sidney E Ahlstrom). Segundo nosso autor, o Catecismo Maior não tem sido percebido e utilizado da mesma forma e valor, podendo-se dizer que tem sido inclusive desprezado, tanto pela igreja presbiteriana como pelo povo evangélico, posto que há dezenas de comentários sobre o Breve Catecismo escritos entre os séculos 17 e 20, sendo que o autor reconheceu apenas um comentário sobre o Catecismo Maior, sendo que este também não consta nos hinários, ao contrário da Confissão e do Breve Catecismo que comumemente são ali incluídos. Assim, o propósito do livro do autor é buscar recuperar a importância e valor do Catecismo Maior, sendo que iremos utilizar seu conteúdo para saber mais sobre a feitura da Confissão de Fé e Catecismos. Segundo o autor, "em 1642, o mundo foi virado de cabeça para baixo (pelo menos na Grã-Bretanha). Os nobres ingleses, os barões, os cavaleiros, os cavalheiros, os cidadãos, os burgueses, os plebeus de todos os tipos, e os ministros do evangelho, pegaram todos em armas contra o Rei Carlos I." Reclamavam das condições sociais e do autoritarismo imperial do rei, sendo que "muitos eram puritanos que desejavam uma mudança no culto e na teologia", algo que o Rei Carlos I e sua esposa rainha eram contrários, de forma que perto do ano de 1643 os grupos parlamentares perceberam que estavam frágeis nas batalhas diante do Rei, e por isso pediram ajuda aos protestantes da Escócia, que aceitaram ajudar os cidadãos ingleses desde que assumissem os princípios de um documento denominado "Solene Liga e Aliança", com seis itens: "O primeiro ponto da Aliança estabelecia que as igrejas em ambos os países deveriam ser reformadas em "doutrina, culto, disciplina e governo". Para atingir essa unidade, a Assembleia do Parlamento inglês, designada no início de 1643, deveria criar uma "confissão de fé, uma forma de governo da Igreja, um diretório de culto" e eles acrescentaram um diretório de "catequese." Neste sentido, o objetivo primordial da feitura do catecismo desenvolvido em Westminster "foi a unidade religiosa, que era também o objetivo de cada um dos seus documentos." Ainda que já existissem outros documentos religiosos à época, e de grande valor ao pensamento protestante, se fazia necessário redigir "um documento confessional para os propósitos ecumênicos", pelos quais se pretendia unir as Igrejas de todo Reino Unido. Neste contexto, além da Confissão de Fé, a assembleia orientou que os teológos escrevessem catecismos, sendo que o preparo de um texto menor e breve foi considerado como importante, posto que seu conteúdo seria mais geral e portanto, seria aprovado com mais facilidade. O primeiro esboço foi rejeitado e ainda em 1643 um grupo da assembleia se voltou para organizar o catecismo, até que outras questões acabaram impedindo seu desenvolvimento. Finalmente, em 1646 a Confissão de Fé foi concluída e enviada para debate na Assembleia, sendo que no início de 1647 houve a decisão pelo preparo de dois catecismos, cada um adequado a seu propósito; confome descrito pelo teólogo Richard Vines, em proposição para que "a Comissão do Catecismo preparasse um esboço de dois catecismos baseados na Confissão de Fé, e nas questões do Catecismo já iniciado." O princípio basilar para a escrita dos catecismos é de que a Assembleia "decidiu não ter nenhum outro assunto teológico dentro (dos catecismos) além daqueles já estabelecidos na Confissão"; pois o fundamento era de que somente as doutrinas da Confissão deveriam estar descritas nos Catecismos - "Os Catecismos, portanto, seriam uma condensação da Confissão." Dessa forma, a Assembleia orientou a feitura de dois catecismos, sendo "um mais exato e abrangente", enquanto o segundo deles "seria mais fácil e breve para os iniciantes". Assim, em meados de outubro de 1647 o Catecismo Maior estava pronto, enquanto que o Breve Catecismo foi finalizado em dezembro. Sobre o uso dos catecismos nas celebrações da igreja, "os ministros da Assembleia de Westminster consideraram que o pregador não devia pregar a partir de uma proposição, ou argumento, mas apenas das próprias Escrituras. Por mais importantes que fossem os catecismos, os teólogos de Westminster não quiseram seguir a prática das igrejas reformadas do continente, que pregavam com base no Catecismo de Heidelberg." Nesse contexto, entende-se que o objetivo principal da feitura dos catecismos não foi fornecer "mensagens" bíblicas prontas aos pregadores, mas sim, promover "unidade de crença" e "instrução mais detalhada na fé cristã." Os teológos escoceses entendiam que os cristãos amadurecidos das igrejas iriam receber do catecismo maior o conteúdo sólido e profundo que necessitavam em sua caminhada e discipulado. Uma característica distinta do Catecismo Maior de Westminster estava em sua organização e formato: "A Assembleia teve o cuidado de fazer com que todas as perguntas fossem sentenças completas em si mesmas, sem depender, para o seu sentido, da pergunta anterior; eram, na verdade, aforismos (sentença breve) inconfundíveis, contendo sucintamente os fundamentos da religião cristã". Esse aspecto foi considerado importante e inovador, já que grande parte dos catecismos daquele período "requeriam que o usuário memorizasse em ordem tanto a pergunta quanto a resposta a fim de obter o sentido das doutrinas bíblicas do catecismo", sendo necessário saber diversas questões para se entender o que uma delas apresentava acerca da doutrina. Outro aspecto distinto dos Catecismos foi o de que estes não se dedicaram a desenvolver o conteúdo do Credo Apostólico, "porque o credo, embora fosse bíblico, não tinha sido extraído da Bíblia", enquanto um texto direto. Essa decisão permitiu que o objetivo de feitura dos catecismos se consolidasse, a fim de que toda doutrina apresentada tivesse as Escrituras como fonte, enquanto também buscava superar uma fragilidade do credo, que é o pouco conteúdo sobre a vida de Cristo; posto que, afinal, a história da vida de Jesus é a própria e completa realização da redenção dos homens: "A vida de Cristo tem mutissímo a ver com a nossa salvação: Ele gastou a vida cumprindo toda a justiça; Ele observou a Lei que o primeiro Adão transgrediu. É por causa da obediência ativa de toda a Sua vida que Deus o Pai nos vê como justos em Cristo." A FÉ CRISTÃ, ESTUDOS NO BREVE CATECISMO, de Thomas Watson. "A Body of Divinity (em nossa edição, A Fé Cristã - Estudos baseados no Breve Catecismo de Westminster) é uma das mais preciosas e inigualáveis obras dos puritanos... Watson foi um dos escritores mais objetivos, profundos, sugestivos e elucidativos dentre os célebres teológos que fizeram da era puritana o período dourado da literatura evangélica. Há uma união feliz entre a boa doutrina, a profunda experiência e a sabedoria prática evidentes em todas as suas obras." O contexto do período em que viveu Watson e um grande número de teólogos puritanos, se refere ao período imediatamente anterior a Assembleia de Westminster: "Em 1641, na Irlanda Católica, inicia-se um levante separatista contra o domínio protestante dos ingleses. Católicos confederados se rebelam contra as forças do Estado inglês. Agricultores foram mortos nos campos, outros fugiram e morreram de fome por todo o país. Foi o ataque conhecido como o massacre de protestantes do Ulster, no Norte da Irlanda. Foi a primeira fase da Revolução Puritana." Neste sentido, o nome de Thomas Watson é colocado ao lado de mais de uma dezena de pregadores puritanos, dos quais se diz: "A maioria destes homens é mencionada na lista de sofredores a favor do não-conformismo e aparece no rol dos alunos matriculados no Emmanuel College. Apesar de serem muitos, sem dúvida são da mesma sociedade que produziu pregadores no contexto das infelizes mudanças de 1641." Thomas Watson foi reitor da paróquia Saint Stephen, no centro de Londres, atuando como pastor por 16 anos, enquanto viu a igreja crescer, sendo que o pregador foi reconhecido pelo valor de suas mensagens "instrutivas e espirituais". Foi uma época confusa e bastante perigosa, pois ainda que Watson e outros pregadores puritanos houvessem sido leais ao Estado e ao Rei, o fato de defenderem uma doutrina bíblica de pureza, os posicionou como inimigos diante do ato de uniformidade que buscava enquadrar novamente a igreja da Inglaterra numa doutrina contrária ao pensamento reformado. (Ato de Uniformidade da Rainha Elizabeth, de 1559, definindo o uso do Livro de Orações nas celebrações e a participação semanal dos cidadãos ingleses nas igrejas, valorando a Igreja Anglicana como denominação única e oficial na Inglaterra) "Os mais cultos, santos e zelosos do clero da Igreja da Inglaterra descobriram que o ato de uniformidade não lhes permitiria manter suas consciências puras e seus estilos de vida, por isso se submeteram a perder tudo por causa de Cristo. (...) Com muitas lágrimas e lamentos, a congregação de Saint Stephen viu seu pastor ser arrancado do seu rebanho... ouviram suas palavras de despedida... (Watson) despediu-se deles "sem saber onde ia". Assim que deixou a igreja, Watson procurou pregar a Palavra onde houvesse oportunidade, pois as multas e prisões não conseguiram calar a mensagem dos ministros, já que "em barracões, cozinhas, casas de fazendas, vales e florestas, os poucos fiéis se reuniam para ouvir a mensagem de vida eterna... a Palavra do Senhor era preciosa naqueles dias. Pão comido em secreto é proverbialmente doce e a Palavra de Deus na perseguição é especialmente deliciosa..." Anos mais tarde, "após o grande incêncio de 1666, quando igrejas foram queimadas, o Sr. Watson e outros não-conformistas prepararam grandes salas para os que desejavam se reunir. Em um tempo de tolerância, em 1672, ele conseguiu uma licença para usar uma grande sala na Crosby House... Foi uma circunstância em que o digno nobre favoreceu a causa da não-conformidade e que tão distinta câmara estava à sua disposição. Ali, Watson pregou por vários anos... Thomas Watson, depois de um tempo, voltou a Essex, onde morreu repentinamente em seu quarto enquanto orava. Morreu por volta dos anos de 1689 ou 1690. A data de seu nascimento e a de sua morte não são mencionadas em lugar algum." Watson publicou diversos livros, sendo que sua obra principal permanece A Body of Divinity, "uma coleção de 176 sermões sobre o Breve Catecismo da Assembleia de Westminster, que só apareceu depois de sua morte. Esse livro foi publicado em um volume, em 1692... por muitos anos, esse volume continuou a ensinar teologia ao povo comum e ainda pode ser encontrado em cabanas pobres da Escócia." SERMÃO DE WATSON (breve introdução). Firmes e Fundamentados na Fé. "Se é que permaneceis na fé, alicerçados e firmes..." (Colossenses 1.23). "Considerando que, no próximo domingo, iniciarei uma instrução na doutrina com a igreja... Este sermão está dividido em duas partes: 1. É dever dos cristãos se firmarem na doutrina, e 2. É dever dos cristãos se fundamentarem na doutrina. 1. É DEVER DOS CRISTÃOS SE FIRMAREM NA DOUTRINA. É obrigação dos cristãos serem firmes na doutrina da fé. O apóstolo afirma: "Ora, o Deus de toda graça..., ele mesmo vos há de aperfeiçoar, firmar, fortificar e fundamentar" (1 Pedro 5.10). Essas palavras ensinam que os cristãos não devem ser semelhantes a meteoros no céu, mas como as estrelas fixas. O apóstolo Judas fala sobre "estrelas errantes" (Jd 13). São chamadas estrelas errantes porque, como Aristóteles diz: "elas vão para cima e para baixo vagueando por várias partes do céu; e por não serem feitas do material celeste do qual as estrelas fixas são, mas apenas uma emanação dele, essas estrelas geralmente caem na terra." Assim são aqueles que não são firmes na fé. Uma hora ou outra, eles farão como as estrelas cadentes, perderão a firmeza e vaguearão de uma a outra opinião. Agirão impetuosamente à semelhança da tribo de Rúben (Gn 49.4); como um navio sem lastro, levado por qualquer vento de doutrina. O francês Leodore Beza (1519-1603), sucessor de Calvino, escreve sobre Belfectius de quem a religião mudava como a lua. Os arianos, por sua vez, a cada ano mudavam a sua fé. Pessoas assim não são pilares no templo de Deus, mas caniços movidos para todas as direções. O apóstolo chama tal atitude de "heresias destruidoras" (2 Pe 2.1). Uma pessoas pode ir para o inferno tanto por heresia quanto por adultério. Não ser firme na fé é querer julgamento. Se as mentes deles não fossem volúveis, não mudariam tão rápido de opinião. A razão de tal atitude é a falta de substância. Como penas sopradas para todos os lados, assim também são os cristãos sem fé." REFERÊNCIAS. Matos, Alderi de Souza e Nascimento, Adão Carlos. O que todo presbiteriano inteligente deve saber. Edit Socep, Santa Barbára do Oeste SP, 2007. McGrath, Alister. Teologia sistemática, histórica e filosófica Van Dixhoorn, Chad B. Catecismo Maior de Westminster. Origem e composição. Edit Os Puritanos. Recife, PE, 2012. (páginas 7 a 16). Watson, Thomas. A Fé Cristã. Estudos baseados no Breve Catecismo de Westminster. Cultura Cristã, São Paulo SP, 2009. (pg 7 a 15). Autor. Ivan S Ruppell Jr é Mestre em Ciências da Religião e Professor de Teologia.

sexta-feira, 3 de novembro de 2023

Meditação Dominical. O MESSIAS DE DEUS, Cartas de João.

TEXTO Bíblico. "Jesus - o Cristo Divino! Ele experimentou um nascimento que doa a vida e uma morte que mata a morte - não apenas um nascimento físico, mas um nascimento batismal de seu ministério e de sua morte sacrifical". (1 João 5.6). MEDITAÇÃO. O Espírito Santo de Deus veio ao mundo e permanece aqui no planeta até hoje pra confirmar a Verdade! O Espírito Santo já havia confirmado Jesus de Nazaré como sendo o Messias ao descer sobre ele de modo visível, na aparência de uma pomba, lá no batismo junto a João Batista. Desta forma, "o Espírito confirma a verdade, a realidade da presença de Deus no batismo e na crucificação de Jesus, tornando essas ocasiões vivas para nós". (1 João 5.8). E se hoje você consegue olhar para o Batismo e a Crucifição de Jesus sabendo que ali o Messias foi autorizado por Deus Todo Poderoso como sendo o Cristo dos homens, então você é tão bem-aventurado como o Apóstolo Pedro, como bem definiu Jesus. E pra finalizar com o Apóstolo João, "se damos algum valor ao testemunho humano, nos sentiremos muito mais seguros com o testemunho de Deus a respeito do seu Filho (...) Esta é a essência do testemunho: Deus nos deu a vida eterna, e a vida está em seu Filho. Por isso, quem tem o Filho tem a vida. Quem rejeita o Filho rejeita a vida". (1 João 5.9-12). ORAÇÃO. Santo Deus e Pai Nosso que está nos céus. Que venha o teu reino sobre nós pra que possamos ter os pensamentos governados pelo Senhor para enxergar Jesus, o Messias de Deus. Ilumina nosso coração e abençoa os nossos dias pra que possamos entrar pela fé na vida eterna desde agora, e para sempre. E não nos deixa cair em tentação, mas livra-nos do mal. Abençoa e fortalece a nossa caminhada religiosa através de Jesus de Nazaré, o Cristo Divino dado por Deus aos homens para que ninguém pereça, mas tenha a vida eterna. Amém! Autor. Ivan S Rüppell Jr é ministro licenciado da Igreja Presbiteriana, professor e advogado. Ref. versão bíblica, A Mensagem, bíblia na linguagem contemporânea, de Eugene Peterson.

segunda-feira, 30 de outubro de 2023

RELIG. E PÓS-MODERNIDADE, Texto 5. Seminário Presbiteriano do sul extensão Curitiba, 2023.

Esse texto tem objetivo didático de orientação para a disciplina Religião e Pós modernidade do Curso de Teologia do Seminário Presbiteriano do Sul - extensão Curitiba. O texto contém resumos e citações longas, devendo ser utilizado somente como apoio do estudo da disciplina. Professor Ivan Santos Rüppell Jr, 2023. A ARTE PÓS-MODERNA. Novas Mídias. "A arte sempre obriga a filosofia abstrata a cair na realidade. Os artistas expressam o que crêem em formas concretas (...) A arte pós-modernista demonstra as consequências do pensamento pós-moderno vivamente. Mais importante ainda, são as artes, sobretudo, os comunicadores das óticas de mundo na cultura". Aspecto importante é a dedicação dos comunicadores para atuar junto da cultura popular na busca da "mente da massa". No entanto, "nem toda arte pós-moderna reflete o pós-modernismo. Mais uma vez, "pós-moderno" refere-se ao tempo em que vivemos; "pós-modernismo" refere-se à ideologia que está aparecendo como reação tanto às formas modernas como às formas cristãs de se ver a realidade". Neste sentido, artistas pós-modernos podem atuar contra a cultura atual, pois em reação diante da modernidade eles buscam valores antigos, vindo se contrapor aos pós-modernistas. Assim, "a reação contra o modernismo tem muitas características que os cristãos podem compartilhar e aplaudir. As ideias pós-modernas estão revitalizando as artes, abrindo-as para o passado e a vida humana cotidiana". (p. 87, Veith Jr, 1999). Um dos valores da arte moderna e especialmente da pós-moderna é a substituição da arte como expressão da "beleza ideal e sentido objetivo", de modo que artistas se dedicam "criar obras de pura imaginação particular". Vemos que a modernidade rejeitou Deus, mas manteve os absolutos, vindo a fracassar, enquanto que o pós-modernismo reage aos fracassos modernos, abandonando completamente os absolutos. "O clima intelectual e espiritual descrito nos capitulos anteriores encontra plena expressão nas artes. (...) A indústria do entretenimento espalha a ideologia pós-modernista de casa em casa onde haja aparelho de televisão". Terry Eagleton: "Existe, talvez, certo grau de consenso de que o artefato pós-modernista típico seja lúdico, auto-ironizante e até esquizóide; e que reaja à austera autonomia do alto modernismo descaradamente adotando a linguagem do comércio e da mercadoria. Sua posição para com a tradição cultural é de pasticho irreverente, e sua planejada falta de profundidade destrói aos poucos todas as solenidades metafísicas, por vezes com uma estética de esqualidez e choque". (p. 88, 1999). Características: arte modernista, "afetam alto propósito, a integridade do artista e da obra de arte e a busca de suas próprias visões da verdade; e, "os pós-modernistas brincam com sua arte, são abertamente comerciais e não tem nenhuma pretensão à verdade". "De fato, segundo a ideologia pós-modernista, tudo é ficção; toda verdade é uma ilusão criada por convencionalismos sociais. Os artistas pós-modernistas procuram realçar a percepção dessas convenções embaçando as fronteiras entre verdade e ficção. Fazem isso jogando com os convencionalismos da arte". (p. 89). Elementos: modernistas, validam a personalidade única do artista, vendo-o como um indivíduo único, buscando profundidade, a realidade interior e verdades complexas"; e, pós-modernistas entendem a auto-identidade como ilusão, desejam fazer uma "colagem de estilos diferentes", recicláveis e como produto de massa, sendo "obcecados por superfícies e por aparências superficiais". (p. 89, 1999). A arte pós-modernista entende que o contexto da cultura é importante, valorando "o relacionamento da obra com a sociedade, a natureza, a vida humana"; e essa aproximação junto da realidade abre perspectivas para vislumbrar aspectos espirituais e morais, sendo uma estética pós-moderna que poderá servir aos artistas e analistas cristãos. "Os pós-modernistas, entretanto, rejeitam os absolutos morais e religiosos, da mesma forma como rejeitam os absolutos estéticos. Buscam ligar a obra de arte à vida, mas a forma em que o fazem é moldada por sua visão da vida". (p. 90). "A arte pós-modernista tipicamente deixa de empregar um só estilo unificado; é uma colagem de muitos estilos (...) um quadro pós-modernista poderá ser um pasticho da Mona Lisa (em estilo renascentista), um deus grego (estilo clássico) e o Pato Donald (arte pop), todos dançando num cenário super-realista (...) Jacques Derrida afirmou que a forma primordial do discurso pós-modernista é a colagem. A arte da época costuma montar imagens discrepantes e sentidos incompatíveis, produzindo, ele diz: 'um significado que não pode ser nem univoco nem estável'. (...) A chave que liga as características principais da sociedade pós-moderna (...) até o pasticho esquizóide da cultura pós-modernista é o desvanecimento de um senso de História. Nosso sistema social contemporâneo perdeu sua capacidade de conhecer seu próprio passado; já começou a viver em "um perpétuo presente" sem profundidade, definição ou identidade segura". (p. 92). Ao mesmo tempo em que a nova tecnologia da TV busca preservar a história da TV, ao trazer e remeter a programas do passado, também utiliza esse encontro para produzir o que temos visto como apenas um "pasticho esquizóide". "A televisão reduz toda sua história a um perpétuo presente que ocorre simultaneamente em nossas telas, vazio de contexto e significado. A História não é algo do qual podemos tirar lições ou interpretar nossa própria época. Pelo contrário, a História torna-se um 'estilo'. (...) a cultura pós-modernista... fica reciclando o passado (...) Essa abordagem da História também funciona para atualizar o passado. Os historiadores revisionistas reinterpretam os eventos passados de acordo com preocupações contemporâneas, vendo a História através da lente do feminismo, do multiculturalismo e da política pós-marxista. Em vez de recriar a mentalidade daquela época, as versões contemporâneas apresentam o passado como espelho de nossa própria época". (p. 93). O pós-modernismo tem "fixação pelas aparências, as superfícies e os impactos instantâneos que não tem força de sustentação no passar do tempo". Gera uma sociedade que exige "gratificação instantânea nas artes e entretenimento. Enquanto os livros estimulam a reflexão interior, as imagens no vídeo apresentam só as aparências superficiais. As pessoas a quem faltam crenças também tem falta de identidade pessoal e vida interior. Portanto são, em todo sentido da palavra, superficiais. Essa superficialidade se manifesta nas artes naquilo que Jameson chama de "falta de profundidade planejada", de forma que personagens, lugares e situações planos e sem profundidade são utilizados tanto para ironizar a sociedade, como também se tornam um "valor estético positivo". (p. 94, Veith Jr, 1999). "Andy Warhol deu o nome de "A Fábrica" ao seu estúdio, e contratou operários para produzir em quantidade gravuras de Marilyn Monroe e outros ícones da cultura pop... As reproduções em massa supostamente libertam a arte das instituições ricas e abrem o processo artístico ao povão... Warhol também tinha a característica de nivelar o trivial e o profundo... Preparava em silk-screen fotografias de acidentes horríveis - corpos destroçados em desastres de carro, um homem empalado num poste de telefone... O trágico e o trivial estão reduzidos ao mesmo nível de banalidade". (p. 97). (...) "A despeito do aparente auto-engrandecimento dos artistas de performance, a arte pós-modernista se empenha num ataque proposital contra a qualidade humana do ser... a arte produzida em massa tem a virtude de desumanizar tanto o artista como a obra... assim como a brutalidade da televisão e do cinema nos dessensibiliza para a violência, Warhol procurava intencionalmente amortecer a sensibilidade humana. Para Warhol e outros pós-modernistas, a personalidade é algo que é preciso evitar (...) Alguns pós-modernistas, como Warhol, afetam uma pose de abertura impassiva diante da massa da sociedade... Outros pós-modernistas são furiosamente políticos... Ambos os campos, entretanto, minimizam o papel do artista e ridicularizam a noção de que a arte exista para elevar a sociedade". (p. 98/99). "A INTOLERÂNCIA DA TOLERÂNCIA: a crise da tolerância que, redefinida, se tornou repressiva, perigosa e intelectualmente debilitante. "...enquanto querem que as outras religiões se restrinjam à esfera privada, os secularistas insistem que tem o direito de controlar a esfera pública porque estão certos - completamente inconscientes de que estão tentando impor sua cosmovisão sobre os outros que dela discordam". (p. 3, D. A. Carson, 2013). 1. "INTRODUÇÃO: A face mutante da tolerância". (p. 12). Muitos pensam que falar acerca da "intolerância da tolerância" seja uma contradição e algo sem sentido. Inclusive, porque a tolerância é o tema crucial da atual cultura ocidental, e que não deve haver questionamentos, pois "a tolerância se tornou parte da "estrutura de plausibilidade" ocidental"; sendo um termo usado por Peter Berger "para se referir às estruturas de pensamento aceitas por uma cultura específica de forma geral e quase inquestionável". Ele entende que culturas mais fechadas carregam estruturas complexas e absorvem proposições conflitantes, enquanto que as estruturas de "uma cultura bastante diversificada" como a ocidental, são "estruturas de plausibilidade... necessariamente mais restritas, pelo fato de haver menos posições sustentadas em comum". (p. 11/12). Assim, sair em público questionando as estruturas plausíveis se torna algo logo taxado de "insensível, de mau gosto e grosseiro". Neste sentido, "a noção da tolerância está mudando e, com as novas definições, a forma da própria tolerância mudou... a triste realidade é que essa nova tolerância contemporânea é inerentemente intolerante. Não enxerga as suas próprias falhas, pois possui uma atitude de superioridade moral; não pode ser questionada, pois se tornou parte da estrutura de plausibilidade do mundo ocidental. Pior ainda, essa nova tolerância é socialmente perigosa e, com certeza, intelectualmente debilitante. Até o bem que deseja realizar é feito melhor de outras maneiras". (p. 12). Observe que no dicionário Oxford, "tolerar" significa "suportar, aguentar (dor ou sofrimento)". Hà um segundo significado, que diz que tolerar é "permitir que exista, seja feito ou praticado sem interferência de autoridade ou sem ser molestado", e há um terceiro entendimento que declara que tolerar é "suportar sem repugnância; permitir intelectualmente ou em gosto, sentimento ou princípio; transigir". E no Dicionário Webster, significa "consentir; permitir; não interferir; reconhecer e respeitar; suportar, aturar", e ainda, "aceitar a existência de perspectivas diferentes para reconhecer o direito das outras pessoas de ter crenças ou práticas diferentes sem tentar reprimi-las". (p. 12/13). E como complemento ao dicionário Encarta, temos: "1. Aceitação de perspectivas diferentes - a aceitação de perspectivas diferentes dos outros, por exemplo, em questões religiosas ou políticas, e imparcialidade em relação às pessoas que sustentam essas perspectivas". Observe essa essencial diferença, pois além de aceitar a existência de uma posição diferente, deve-se aceitar a própria posição em si, de forma que a pessoa não mais se opõe a ela. Ou seja, "a nova tolerância sugere que aceitar a posição do outro significa crer que essa posição seja verdadeira ou, pelo menos, tão verdadeira quanto à sua própria. Mudamos de permitir a livre expressão de opiniões contrárias para aceitar todas as opiniões; saltamos de permissão da articulação de crenças e argumentos dos quais discordamos para a afirmação de que todas as crenças e todos os argumentos são igualmente válidos. Assim passamos da antiga para a nova tolerância". (p. 13). 2. A IGREJA e as Afirmações sobre a VERDADE. (p 101 ss). Um formando de Harvad em 1991 afirmou que o termo para expressar o que haviam aprendido na universidade era simplesmente "confusão", pois as proposições expostas desejavam livra-los de toda e qualquer definição e certeza, de modo que eles poderiam se tornar "devotos a quaisquer valores que desejamos, com a mera condição de que não acreditemos que eles sejam verdadeiros". (p. 101). Trata-se de um problema recorrente a partir dos valores da nova tolerância, que ao definir a impossibilidade de se afirmar que algo está errado, é uma tolerância que "torna-se sinônimo de neutralidade ética ou religiosa". O contraste com a antiga tolerância é grande, já que aquela "requer que tomemos uma posição entre essas declarações éticas e declarações sobre a verdade antagônicas, pois se não fizermos isso, não estamos em posição de tolerar algo de que discordamos". (p. 102). Assim, entende-se que a crise existente nos mais diversos campos culturais da humanidade, desde a educação e política até a religião, tem origem no desprezo para com a antiga tolerância e no fortalecimento da nova tolerância. "Tanto a antiga tolerância quanto a nova tolerância, não são uma posição intelectual, mas sim uma reação social." A tolerância de antigamente traduz a posição de tolerar, conviver e aguentar valores e ideologias, pessoas e grupos de quem discordamos; enquanto a nova tolerância "é o compromisso social de tratar todas as ideias e pessoas de forma igualmente correta, exceto pessoas que discordam dessa perspectiva da tolerância". (p. 102). Os praticantes da nova tolerância desprezam qualquer raciocínio e sabedoria, propostas e princípios no objetivo de manter a superioridade da sua visão de tolerância. Todos que entendem valor na antiga tolerância devido a terem abraçado valores e posições como sua verdade, "são rotulados como intolerantes e excluídos, não merecendo mais lugar à mesa." (p. 102). "Em nenhum lugar esse conflito é mais profundo do que nas perspectivas contraditórias sobre a relgião, em geral, e sobre o cristianismo, em particular". (p. 102). Até defensores da pós-modernidade entendem que os que desejam transformar o texto bíblico em um tema de literatura nas universidades acabam sacrificando da Bíblia o que os cristãos dizem que ela é, a verdade. Jesus também surge como um modelo da nova intolerância, para os que defendem que Ele é "infinitamente tolerante"; sendo que a verdade bíblica apresenta que Deus é não somente tolerante, mas também bondoso e paciente diante da anarquia existencial de nossos pecados, com o destaque de que não é uma tolerância infinita, pois Profetas e Jesus afirmaram sobre o dia da ira do Senhor, e da volta do Cristo ao mundo nesse momento de juízo. Observe que Jesus ensina a não julgar no propósito de não condenar, e foi essa a atitude de Jesus diante de todos os tipos de pecadores, no entanto, Jesus mesmo afirmou a importância de saber e escolher entre o certo e o errado, além de anunciar a existência do inferno como lugar de julgamento aos homens. (p. 106/7). A atuação da nova tolerância em perseguir aos que contrariam seu pensamento avança não apenas na cultura em geral, mas também dentro de instituições que existem exatamente a partir de posições de verdade e valores próprios, como a Igreja. Quando a Igreja Católica afirma ser contra o aborto, e políticos católicos decidem votar a favor do aborto na regulação das leis, e em consequência, são disciplinados dentro de suas paróquias, a mídia afirma que estas igrejas agem com intolerância por agirem apenas no resguardo interno do que acreditam, e diante dos fiéis que ali estão porque crêem. Daí, surge a questão: "Será que nenhuma igreja, na qualidade de organização privada, tem o direito de disciplinar seus adeptos segundo suas crenças e políticas declaradas? (...) Muitos se lembram do discurso bastante conhecido do presidente Abraham Lincoln (...) - "Vocês dizem que acham que a escravidão é errada, mas censuram qualquer tentativa de contê-la. Há alguma coisa que vocês consideram errada, com a qual não estão dispostos a lidar como errada? Por que vocês são tão cuidadosos, tão sensíveis a esse mal e não a outro? (...) não devemos chamar de errado na política, pois isso seria trazer a moralidade para dentro da política e não devemos chamar de errado no púlpito porque seria trazer a política para dentro da religião (...) e não há nenhum lugar, segundo vocês, em que uma coisa errada pode ser chamada de errada." (p. 108). 3. ASPECTOS das afirmações CRISTÃS sobre a VERDADE. (p. 114 ss). O fato é que os cristãos que acreditam na bíblia irão definitivamente abraçar e defender a existência de certas verdades, sendo que, neste contexto, "as ideias seguintes são sugestivas, mas não exaustivas", no desenvolvimento de nosso autor: A verdade fundamentada na revelação, que apresenta que o conteúdo bíblico foi dado aos homens em eventos miraculosos. A verdade associada à história cristã primitiva, sendo algo que demonstra o modo como os apóstolos e líderes da igreja cristã inicial buscaram defender e manter a verdade do evangelho de modo intencional e correndo risco de morte. A verdade e o amor, sendo conceitos que a nova tolerância coloca como contrários, enquanto que o apóstolo João esclarece na sua primeira carta o teste da verdade, teste do amor e teste da obediência para os cristãos, sendo "que esses três testes devem ser aplicados juntos: não se trata de dois melhores dos três, nem existe a opção de passar em um deles e ser reprovado nos outros dois (...) Pois conforme C S Lewis destacou, 'Se Deus é Amor, ele é, por definição, algo mais do que simples bondade. E parece... apesar de ter nos repreendido e condenado tantas vezes, (que) jamais se referiu a nós com desprezo. Ele nos prestou o intolerável cumprimento de nos amar, no sentido mais profundo, mais trágico e mais inexorável". (p. 124/25). A verdade e a evangelização, como um conteúdo essencial da verdade pra se estabelecer diante do mundo e apresentar às pessoas, pois o "cristianismo insiste que em seu cerne residem boas novas sobre o que Deus fez em Jesus Cristo, novas a respeito de Deus que são verdadeiras, novas acerca do que Deus fez em Jesus Cristo que são verdadeiras, novas que podem salvar pessoas da ira que está por vir, então os cristãos devem falar sobre Cristo e trazer os outros para ele. Seria inconcebível não fazê-lo, não apenas porque é a verdade, mas porque é uma verdade de importância enorme e inimaginável". (p. 125). REFERÊNCIAS. CARSON, D. A. A Intolerância da Tolerância. traduzido por Érica Campos_São Paulo: Cultura Cristã, 2013. VEITH JR, Gene Edwards. Tempos pós-modernos. Uma avaliação cristã do pensamento e da cultura da nossa época. tradução: Hope Gordon Silva, Editora Cultura Cristã, São Paulo SP, 1999. Autor. Ivan Santos Rüppell Jr é professor do Seminário Presbiteriano do sul, extensão Curitiba.

APOLOGÉTICA, Texto 4. Seminário Presbiteriano do sul extensão Curitiba, 2023.

Esse texto tem objetivo didático de orientação para a disciplina Apologética do Curso de Teologia do Seminário Presbiteriano do Sul - extensão Curitiba. O texto contém resumos e citações longas, de diversos livros e obras, devendo ser utilizado somente como apoio do estudo da disciplina. Professor Ivan Santos Rüppell Jr, 2024. Do livro "Ensaios apologéticos": Parte 4. Desafios filosóficos e culturais à fé cristã. Cap. 14. O DESAFIO DO PÓS-MODERNISMO. O autor Brian Mclaren escreveu o livro "A New Kind of Christian" (Um novo tipo de cristão) buscando valorizar duas virtudes cristãs fundamentais neste séc. 21, que são a "ênfase na verdade objetiva e no engajamento apologético tradicional". O desejo do autor e também de diversos livros e artigos deste mesmo tema, busca enfrentar as influências pós-modernas na teologia e cultura atuais, posto que há "pouco reconhecimento sobre a natureza profundamente anti-bíblica e irracional do pós-modernismo, assim como sobre a ameaça que representa à articulação e à defesa da fé cristã", especialmente porque há bom número de pensadores que entendem que a igreja deveria seguir na mesma direção da cultura vigente "(mais pluralista, menos idealista e menos tolerante em relação às verdades absolutas)". (p. 281/82, 2006). Neste sentido, é preciso entender o modo em que "o pós-modernismo representa um grande desafio à missão da apologética cristã, em especial, por causa de suas visões em relação à verdade, à racionalidade e à linguagem". Tradicionalmente os que defendem a cosmovisão cristã explicam que essa compreensão da realidade é "objetivamente verdadeira e racional" posto que a Bíblia assim revela seus conceitos, bem como o padrão literário bíblico também surge a partir de "uma revelação verdadeira e racional na forma linguística", conforme Isaías 1,18; 1Pe 3.15; Jd 3; 2Tm 3.16-17), de forma que a "apologética esforça-se para mostrar que a verdade bíblica pode ser reconhecida como verdadeira e que é capaz de sobreviver e prosperar mesmo sob intenso ataque intelectual". (p. 282). O confronto aberto pós-moderno entre os valores culturais seculares que estão sendo defendidos e os princípios cristãos surge da diferença de fundamentos, já que os "pós-modernistas rejeitam as noções de verdade absoluta e de racionalidade efetiva, assim como a noção de que a linguagem pode comunicar, de maneira clara, assuntos de significado supremo", sendo tarefa da apologética o tratamento deste debate. (p. 282). Numa perspectiva ampla sobre o que deve-se anotar acerca dos princípios pós-modernistas, sabe-se que o mesmo "sustenta que a verdade é determinada por várias construções sociais que são legadas por diferentes propósitos. Várias culturas possuem seus "jogos de linguagem", os quais descrevem a realidade de maneiras muito diferentes". (p. 283). Algumas declarações pós-modernistas e seus autores dão o tom do confronto de princípios, como afirmar que definir uma verdade objetiva é assumir uma metanarrativa, a qual é "opressiva e exploradora" (Jean François Lyotard). Jacques Derrida entende que conteúdos religiosos não carregam sentido objetivo em suas declarações, de modo que não devem ser entendidos nem como falsos, nem como verdadeiros. Para Michel Foucault, qualquer declaração sobre a "verdade" é apenas a manifestação do modo como as "estruturas de poder definem "verdade". "A destruição pós-modernista da racionalidade e da verdade objetiva resume-se a isto: a verdade não reside em declarações que correspondem à realidade (...) A verdade é apenas uma questão de perspectiva; é algo que os indivíduos e comunidades edificam primariamente por meio da linguagem". Devemos observar que se estes pensamentos pós-modernos forem assumidos, então a "verdade objetiva" está cancelada, restando a verdade particular ou peculiar que "dissolve-se nos grupos étnicos, nas comunidades, nos gêneros, nos relacionamentos de poder e outros fatores de contingência". (p. 283/84). A proposta de se definir e estabelecer uma verdade absoluta é entendida como um valor fracassado dos iluministas, conforme assim foi entendido e desprezado por Friedrich Nietzsche. A oposição aos pós-modernistas surge de pensadores que valorizam as teorias de conhecimento da verdade, as quais defendem a "correspondência" entre o que se afirma e se argumenta, conforme Norman L Geisler: "Pode haver maneiras distintas de defender diferentes alegações de verdade, mas há, de fato, apenas uma maneira adequada de definir a verdade, isto é, por correspondência". De modo que filósofos do oriente e ocidente tem buscado empreender reflexões "dentro de uma estrutura lógica básica, que eles não consideram como culturalmente contingente". (p. 284). A LÓGICA DA VERDADE. "A lógica da verdade é a lógica da lei da não-contradição. Primeiramente codificada, porém não inventada por Aristóteles, essa lei afirma: "Nada pode ser e não ser, ao mesmo tempo, em relação a um mesmo aspecto". Usando exemplos da teologia, Jesus não pode ser ao mesmo tempo um homem sem pecados e um homem pecador, enquanto que ao dizer que há somente um Deus, não se poderá falar que há também muitos deuses. "Esse princípio lógico não é exclusivo do cristianismo. É uma verdade de toda a criação, e de como Deus nos ordenou a pensar", sendo importante destacar que a fé cristã não requer que seus defensores desprezem esse padrão lógico, ao contrário. "Deus é coerente e não pode mentir (Hb 6.18)", de modo que Deus também não pode negar que existe ou que não seja verdadeiro, sendo que Deus também não faz algo que se possa considerar verdadeiro e falso ao mesmo tempo. Observe que, "a lei da não-contradição combinada com a especifidade da verdade cristã e os altos envolvidos na escolha de acreditar em Cristo significam que a verdade para o cristão é confrontativa", assim como quando o Apóstolo Paulo tomou posição contrária sobre a idolatria de Atenas, ficando indignado e vindo a debater o tema na sinagoga diante de gregos e judeus (Atos 17.17). (p. 285/86). A confusão de pensamentos e avaliações que cresce no mundo pós-moderno que as acolhe de modo natural, é combatida pelos cristãos quando estes defendem "a fé de uma vez por todas confiada aos santos". Há outros valores de raciocínio que valorizam a lógica, como quando a "lei do meio excluído utiliza o mesmo critério essencial que a lei da não-contradição, ou seja, de que nenhuma proposição e sua negação podem ser verdadeiras ao mesmo tempo. Javé é o Senhor ou não é. Não há opção intermediária", sendo algo assumido por Jesus ao advertir que não se pode seguir a dois senhores, já que o homem irá se dedicar somente a um deles (Mt. 6.24). (p. 286/87). A VISÃO BÍBLICA DA VERDADE. "A fim de reprimir de forma eficiente os ataques do pós-modernismo acerca da verdade, o apologista cristão deveria se apropriar da compreensão bíblica sobre a verdade. As Escrituras utilizam as palavras gregas e hebraicas para verdade e suas derivações de maneira abundante e sem qualquer embaraço". (p. 287). O termo hebraico 'emet' carrega a ideia de suporte e estabilidade, surgindo daí o entendimento da verdade como algo fiel e conforme ao fato. "O termo hebraico 'emet' pode também representar "aquilo que está de conformidade com a verdade, em contraste com qualquer coisa que é falsa ou enganosa", como nas seguintes passagens: Is 43,9; 13.14; 17.4; Pv 8.7; Jr 9.5; Dn 10.1; Dn 8.26; Zc 7.9 e Jr. 4.2. (p. 287/88). "Tanto o Antigo quanto o Novo Testamento delineiam um contraste claro entre a verdade e a mentira". O apóstolo João fala que é preciso perceber a presença do Espírito da verdade diante do espírito do erro, enquanto Paulo afirma que os "que negam a realidade de Deus existente por trás da criação 'suprimem a verdade pela injustiça' (Rm 1.18)", e Jesus mesmo disse para Pilatos que veio ao mundo para dar testemunho da verdade, e que todos que fossem desta realidade iriam ouvi-lo. "Esse conceito bíblico de verdade significando fidelidade ao fato objetivo também envolve as afirmações de que a verdade revelada por Deus é igualmente absoluta. É invariável e sem exceção ou isenção. Tampouco é relativa, mutável ou passível de revisão", sendo que o texto fundamental sobre o "absolutismo da verdade" foi declarado por Jesus, em João 14.6. (P. 288/89). Os cristãos não pretendem ter conhecimento absoluto sobre Deus, no entanto, a comunicação do Evangelho traz consigo verdades absolutas dadas por Deus aos homens acerca da realidade, sendo possível conhecer esta verdade e anuncia-la pela graça de Deus em nós, inclusive, "ao contrário dos pós-modernistas, a metanarrativa bíblica não conduz à opressão e à arrogância, pois está centrada na revelação de um Deus que é bondoso, amoroso e santo, que comissionou Seu povo a comunicar as verdades absolutas do evangelho, em humildade e amor". (p. 289). "A compreensão de verdade encontrada no Novo Testamento grego é coerente com o que vemos nas Escrituras hebraicas. No Novo Testamento, a palavra grega aletheia e suas derivações mantêm a ideia de "conformidade com o fato", expressa pelo termo hebraico emet. De acordo com Nicole, "a ênfase primária do Novo Testamento é claramente sobre a verdade em conformidade com a realidade e em oposição a mentiras e erros". (p. 288/289). A verdade anunciada por Deus aos homens é universal, com sua compreensão e validade sendo atemporais para todo e qualquer lugar, sendo que o anúncio do evangelho e da moralidade e justiça de Deus "não são limitadas ou restritas por condições culturais", conforme os discursos de Pedro e Paulo, em At 4.12, 1 Tm 2.5,6 e Atos 17. 30. "Deveria ser evidente que a visão bíblica da verdade colide frontalmente com as noções pós-modernistas em relação à construção social da realidade e a relatividade da verdade. Nicole conclui que "a visão bíblica da verdade (emet-aletheia) é como uma corda formada pelo entrelaçamento de muitos fios"; ela "envolve realidade, fidelidade e integralidade". A verdade cristã não é um elemento cultural dado a judeus ou aos cristãos da igreja do primeiro século, mas sim, é a própria "verdade de Deus que fala somente a verdade às Suas criaturas e espera que elas vivam de acordo com essa verdade". (p. 290). OS MILAGRES DE JESUS. "Não se espera que os milagres aconteçam." (p. 191, Craig Lane, 2006). "Qualquer discussão sobre milagres precisa começar pelo reconhecimento de que os milagres são eventos que desafiam a explicação natural. Caso contrário, nada extraordinário pode advir deles". Assim, "de forma cristalina, alguém que crê em milagres está comprometido com sua possibilidade e realidade...". Nesse contexto, não se pode ignorar que especialmente fora, mas inclusive dentro do círculo cristão, a modernidade viu surgir esclarecimentos e posições que vieram a diminuir o impacto e possibilidade da ocorrência de milagres na religião, o que de alguma forma se tornou uma proposição válida até para o cristianismo em geral, acerca do tempo posterior ao apostólico como um período sem milagres. (p. 192). Agora, especialmente "para os cristãos, os milagres constituem um aspecto especialmente importante da religião." De forma geral, assim como no cristianismo, e especialmente nos fundamentos de outras religiões, os milagres tem duas abordagens genéricas, como a de que são realizados por seus fundadores ou profetas, e de que ocorrem como uma bênção na vida dos seguidores da religião. (p. 193). No entanto, "o Cristianismo oferece milagres como demonstrações das afirmações de Cristo (Jo. 20.30,31) e como possíveis respostas às orações... mas (ainda) milagres são ainda mais cruciais no Antigo e Novo Testamentos. A própria natureza da religião depende da ocorrência de certos eventos miraculosos". Em grande parte das religiões o ensino e orientação são os fundamentos de sua vivência, no entanto, "o cristianismo é fundamentado no miraculoso evento da ressurreição de Cristo... o cristianismo não é baseado somente nos ensinos de Cristo (como o são as religiões de Buda e Maomé), mas também no que Ele realizou, e, neste quesito, seus milagres, particularmente a ressurreição, assumem uma posição central. Assim, para o cristianismo, a discussão sobre a realidade dos milagres não é como caminhar sobre uma tangente; ela alcança a própria força vital da religião." (p. 194). OPOSIÇÃO. A comum atitude de incredulidade acerca dos milagres pode ser considerada uma posição racional positiva da humanidade. Porém, se o ceticismo for universal o que irá ocorrer é que milagres devidamente documentados não serão creditados corretamente. Há três posições mais comuns adotadas pelos que não creêm em milagres: O naturalista. O ateu que não acredita em Deus nega o sobrenatural, e de certa forma, são naturalistas os que negam qualquer milagre, seja de Deus e anjos, e espíritos. O deísta. O deísta aceita a ideia de Deus mas não concorda que Deus atue ou intervenha na realidade do nosso mundo, porque Deus mesmo definiu que seria assim o seu governo na história. O sobrenaturalista. Os pantéistas acreditam que a própria realidade do mundo é deus ou é espiritual, e assim qualquer intervenção que pudesse ser considerada um milagre, é entendida como natural e proveniente da nossa realidade comum. "A seu modo, cada um desses três tipos de pessoas reagirá contra a validade dos milagres reivindicados no cristianismo; como grupo, eu os rotularei de "céticos". (p. 196). Análise. "Como já sugerimos no início deste capítulo, uma grande tentação para o crente comtemporâneo é defender os milagres fazendo com que não pareçam tão miraculosos assim". (p. 196). Na busca por receber interesse do cético, o cristão acaba tornando o milagre em uma ocorrência razoável, para que seja plausível ao cético. Isto é um engano, até porque um cético não precisa ser convencido da ocorrência de situações incomuns, mas sim, "precisa compreender que algumas vezes os eventos são tão extraordinários que nos dão a convicção de que somente Deus poderia realizá-los". (p. 197). Observe que é comum os próprios cristãos apresentarem a história de Jonas que ficou três dias no estômago da baleia com algum ceticismo, pra quem sabe, conseguir manter algo da história plaúsivel aos que irão ouvi-la. Um crítico do sobrenatural entende que não deve prestar atenção nesta história porque obviamente é uma ficção, posto que é psicológica e fisicamente impossível um homem sobrevivrer três dias na barriga de uma baleia, como pensa Robert Pfeiffer, que define que essa história ataca a realidade natural que ele conhece. Neste sentido, o autor pontua: "Meu ponto é este: não creio que a questão da plausibilidade da história de Jonas é aumentada com a tentativa de torná-la mais parecida com um evento natural. Toda a história enfatiza a ideia de que foi Deus que enviou o peixe, foi Deus que preservou Jonas no interior do animal por três dias, e foi Ele que levou o peixe a expelir Jonas após esse périodo". Desta forma, o cristão não irá ganhar nada em tornar essa história mais "natural" para o cético, para que esse acontecimento pareça com algum evento conhecido em que Deus não agiu diretamente. "Não há necessidade de o crédulo ser um facilitador para a inclinação usual do cético contra o sobrenatural". (p. 198). "Talvez o argumento contrário à realidade dos milagres mais conhecido provenha do filósofo escocês David Hume". Segundo ele, "mesmo se milagres pudessem, em teoria, ocorrer, não poderíamos saber racionalmente que isso aconteceu... seu ponto era que pessoas racionais não deveriam crer porque as evidências a favor jamais poderiam ser suficientes". (p. 203). Pense na situação em que você conta a um amigo que seu animal de estimação falou com você e lhe disse o que ele desejava comer no jantar, e a partir daí temos aquele tipo de história que vira "piada" pra todos que ouvem, seja porque é uma grande mentira, seja por eu ter alucinações, e por aí vai. Agora, o ponto a ser observado é que qualquer "explicação" que procure entender o que está acontecendo e apresentar o fato de modo compreensível, como dizer que o meu vizinho vestiu uma fantasia de cachorro e falou comigo, bem, trata-se de uma versão pior do que a anterior. "Uma pessoa racional irá pesar a probalidade das várias alternativas e escolherá a que se mostrar menos esdruxúla. Era isso que Hume queria que compreêndessemos". (p. 204). Toda a questão se resume ao que é mais provável, sendo algo que será analisado pelos ouvintes. Neste sentido, o princípio de Hume é de que sempre que alguém nos anuncia um milagre, devemos analisar na "escala de probabilidades; (e aí) as leis da natureza sempre vencerão...". (p. 204). "Em geral, o que as pessoas fariam se fossem confrontadas com a alegação de que um milagre, em particular, ocorreu? (...) É necessário haver certo tipo de expectativa racional de que o evento em questão deveria ser considerado um milagre. Essa presunção inicial separaria o evento de ocorrências não miraculosas". Tendo o exemplo de um homem que cai de um barco na água e afunda, que é algo comum, e o exemplo de um homem que sai andando pelas águas, algo que, no caso, deveria suscitar que uma das possibilidades do testemunho é de que houve um milagre. Nessa reflexão, analisamos: "Em geral, os escritores sobre esse assunto dividem os milagres em duas categorias que, com frequência, passam a ter nomes distintos: Categoria 1.: violação, anulação ou milagres de primeira ordem. Esses são eventos em que a natureza básica é desafiada (...) Categoria 2: configuração, contingência, constelação ou milagres de segunda ordem". Estes são eventos que não parecem milagres, mas sua ocorrência ocorre numa escala de fatos que desafia o que é provável e portanto, nega as leis da natureza. Observe que a avaliação que deve-se buscar de uma situação narrada como milagre é de que a percepção do "evento em questão deve ocorrer em um quadro diretamente direcionado ao sobrenatural (...) devemos olhar um evento de tal forma que pessoas racionais se sintam compelidas a concluir que, em oposição a suas expectativas normais, ali está um milagre genuino. (...) Há inúmeros casos nos quais crédulos discordam quanto à veracidade de um milagre. No entanto, tal ambiguidade não significa que seja impossível reconhecer um milagre". Exemplo: (Alguns acreditam nas batalhas vencidas por Joana D´arc como milagres, outros não), "Entretanto, não é necessário ter um método dedutivo infalível para avaliar todas as possível alegações a fim de se ter a certeza de que certos eventos, como a ressurreição de Cristo, são milagres". (p. 208/9). Agora, vamos fazer uma reflexão adiante, a partir do ponto em que se acredita ou se entende ser possível que ocorra um milagre. "O que isso provaria?" Milagres servem para comprovar algumas crenças ensinadas ou até mesmo para desacreditar certas lideranças, conforme Moisés ensinou para que os profetas fossem provados. E milagres comumente não são são os fundamentos de uma religião. "Contudo, isso não significa que os milagres não possam desempenhar esse papel na formação pessoal da crença do cristão", conforme falamos sobre a Ressurreição de Cristo, no entanto, "sua importância não está nisso (ser um milagre extraordinário). Esse evento é importante antes de tudo porque aconteceu. A ressurreição é crucial para o cristianismo, porque o Filho de Deus encarnou, morreu por nossos pecados e retornou à vida, de modo que nós também podemos ter acesso à vida eterna. É possível que não tenha ocorrido milagre maior que esse, porém não é a sua magnitude que importa, e sim o que Deus realizou por meio dele". (p. 211). "Crer em milagres não é fácil, tampouco é um fim em si mesmo. Mas, como vimos, é a transição que torna possível mover-se da cosmovisão teísta para a aceitação específica do que Deus realizou na história, em benefício de nossa redenção". Deus estava presente com Elias na derrota miraculosa dos profetas de Baal no monte carmelo, mas descrever tal vitória valorando a graduação de milagres não é o que importa para o cristão. "Muito mais importante é saber que há um Deus capaz de operar milagres, e, por essa razão, termos certeza da salvação que Ele providenciou para nós no Calvário". Esse é o aspecto essencial sobre os milagres de Jesus que não se pode ignorar. (p. 212, Lane Craig, 2006). RELIGIÃO E PÓS MODERNIDADE. Abraham Kuyper. REFERÊNCIAS. CRAIG LANE, William, BECKWITH, Francis e MORELAND, J.P (editores). Ensaios apologéticos: um estudo para uma cosmovisão cristã. tradução José Fernando Cristófalo. São Paulo: Hagnos, 2006. Autor. Ivan Santos Rüppell Jr é ministro licenciado da Igreja Presbiteriana do Brasil, professor e advogado, atuando na gestão de parcerias de ações sociais evangélicas.