segunda-feira, 30 de janeiro de 2023

A Cidadania Política e os Cristãos em 2023

Estamos quase na metade do ano de 2023 e observamos que o Governo Federal e o Congresso Nacional estão pouco interessados em gerenciar valores sociais Cristãos importantes, tanto perante o Crime como em favor da Educação infantil, e especialmente no fortalecimento de valores democráticos e direitos civis. Mas, ao contrário, há uma dedicação e ênfase na derrocada da liberdade de expressão e religiosa que ora vemos ocorrer em Brasília e com apoio de parte da midia e setor artístico. Assim, eis o momento dos cristãos acordarem para os desafios e oportunidades de sua vocação cidadã na sociedade brasileira. Neste contexto, há três valores que os cristãos devem oferecer para a sociedade através de uma atuação cidadã na política. Valores que devem ser motivo de um relacionamento democrático junto ao Governo, Políticos e perante os cidadãos de direita, centro e esquerda no Brasil. Tudo no propósito de que nossa Nação se afaste dos extremos e consiga manter certa autonomia cultural em nosso país (respeito e tolerância à ciência e religião, economia e trabalho, direitos civis e liberdade de expressão). Primeiro, deve-se Orar pelas Autoridades pra termos vida pacífica e tranquila, com toda piedade e dignidade. Em segundo, devemos atuar como cidadãos diante do Legislativo para que leis oriundas dos valores humanitários dos 10 Mandamentos possam livrar os brasileiros do caos social e da ruína familiar, enquanto contribuem na promoção do bem estar na sociedade. Sendo essa, a maior bênção cristã que pode experimentar a humanidade em sua ordem social, conforme o pensador reformado Kuyper, posto que "os magistrados são e continuam sendo "servos de Deus" {...} Eles devem servir a Deus governando o povo segundo as ordenanças divinas"; (p. 110, 2003) e também, conforme o teólogo protestante João Calvino, para quem "as nações são livres para elaborar as leis que melhor lhes convém", desde que tais leis não façam violência à eterna lei da caridade". (Strohl, p 235, 2004). O terceiro valor é um diálogo sábio, eficaz e constante diante das Autoridades, sendo que, nessa perspectiva, alguns Líderes Cristãos da Reforma Protestante se colocaram diante dos Governantes no século 16, no propósito de alcançar auxílio para o livre anúncio do Evangelho e acesso às Escrituras para toda sociedade. Também buscaram proteção em meio às perseguições e até apoio em batalhas e conflitos que vieram a ocorrer entre reis, exércitos e até junto da população civil da Alemanha e Suiça, Reino Unido e França, dentre outras regiões do ocidente. Martinho Lutero recebeu os cuidados de Frederico III, princípe da Saxônia, que fundou a Universidade de Wittenberg e protegeu Lutero do Imperador Carlos V a partir dos conflitos doutrinários da Dieta de Worms. Ao escrever o tratado teológico mais importante do protestantismo, As Institutas, João Calvino fez uma dedicação especial ao Rei Francisco da França, em que buscava demonstrar tanto o respeito às autoridades como o interesse em abençoar os cidadãos franceses com o conhecimento da Palavra de Deus. Nesse contexto, Lutero e Calvino atuaram junto das Autoridades no propósito de que a Palavra de Deus pudesse ser anunciada livremente e com segurança aos povos de suas regiões, sendo que a sabedoria de ambos tornou possível que toda Europa viesse a conhecer o Evangelho de Jesus Cristo nas décadas seguintes. Estes líderes cristãos protestantes colocaram em prática em sua época, um tipo de relacionamento importante diante das Autoridades públicas, conforme o princípio dado nas orientações do Apóstolo Paulo para Timóteo: "Antes de tudo, peço que se façam súplicas, orações, intercessões e ações de graças em favor de todas as pessoas. Orem em favor dos reis e de todos os que exercem autoridade, para que vivamos vida mansa e tranquila, com toda piedade e respeito. Isto é bom e aceitável diante de Deus, nosso Salvador, que deseja que todos sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade. Porque há um só Deus e um só Mediador entre Deus e a humanidade, Cristo Jesus, homem." (2 carta a Timóteo, cap. 1. 1-5). Desta forma, em razão da autoridade dada por Deus aos governantes e também segundo a Soberania de Deus sobre o mundo e as sociedades, os Cristãos deverão sempre interceder e buscar o diálogo junto das Autoridades públicas, no interesse de que possamos ter uma experiência cristã social mansa e tranquila, enquanto praticamos a boa piedade que significa exatamente anunciar o Evangelho de Jesus, até que todos alcancem o conhecimento da Verdade! Neste sentido, ao anotar que Autoridades judiciais brasileiras buscaram impedir a participação dos cristãos nas campanhas políticas em 2020, e vieram a censurar pensamentos conservadores nas eleições de 2022, atentamos para o fato da Constituição Federal brasileira proteger a Liberdade religiosa e a Livre expressão democrática em nossa nação. Sendo que, esse valioso Estado Democrático de Direito deverá sempre receber a atenção dos Cristãos através do diálogo e intercessões diante das Autoridades, para que a vida religiosa e social do povo brasileiro seja abençoada por Deus Todo Poderoso. Portanto, entende-se que as Orações e a atuação cidadã do Povo de Deus deverão ser direcionadas neste ano de 2023 para o Congresso Nacional. Para que Senadores e Deputados Federais recebam as intercessões e o contato dos cidadãos brasileiros, a fim de que a independência e respeito entre os Poderes da República e os direitos civis na sociedade possam ser protegidos e fortalecidos em nossa nação. E que assim, Deus Pai abençoe os Parlamentares do Congresso, para que tenhamos vida mansa e tranquila, com toda piedade e respeito! Autor. Ivan S Rüppell Jr é Professor de Teologia e Ciências da Religião, Capelão Social e Escolar. Referências. KUYPER, Abraham. Calvinismo. São Paulo: Cultura Cristã, 2003. STROHL, Henri. O pensamento da reforma. São Paulo: ASTE, 2004.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2023

REFEIÇÕES COM JESUS. Meditação Dominical.

MEDITAÇÃO E REFLEXÃO. "Jesus lhes disse: "Eu lhes digo a verdade: Se vocês não comerem a carne do Filho do homem e não beberem o seu sangue, não terão vida em si mesmos. Todo aquele que come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele. Da mesma forma como o Pai que vive me enviou e eu vivo por causa do Pai, assim aquele que se alimenta de mim vive por minha causa. Este é o pão que desceu dos céus." (João 6. 53-58). Meditação. Quando Jesus age como Profeta e Mestre, passando a ensinar seus discípulos sobre a nossa relação com Deus através d´Ele, ficamos atentos ao modo como as refeições representavam amizade e um relacionamento próximo entre o anfitrião e convidados. Jesus utiliza a ideia da refeição tendo por alimento a si próprio, para explicar a seus discípulos que Ele é o único Sacerdote autorizado para nos representar junto de Deus. Dessa forma, é necessário aprender a se relacionar com Jesus de forma muito verdadeira e integral para que, então, Ele nos conduza até a presença de Deus Pai. Nesse sentido, tanto a Oração do Pai Nosso como o Sermão da montanha se tornam uma orientação e uma ética que não devemos desprezar, muito ao contrário. Pois devemos pedir em oração os mandamentos pra conseguir pratica-los, enquanto iremos conhecer Deus de perto enquanto nos mantemos em oração. Observe que o texto bíblico de nossa meditação ensina mais sobre termos uma relação íntima e sincera tendo Jesus como sacerdote, do que falar sobre a Ceia de Jesus. Acerca da Ceia, recordamos que a Igreja Presbiteriana entende que a Ceia do Senhor é um Sacramento instituído por Jesus, que anuncia a salvação dos homens ao apresentar a morte sacrificial de Cristo, enquanto é também um ritual dado por Jesus para ministrar Graça na vida dos fiéis. Sendo que o Espírito Santo irá alimentar o povo de Deus com o corpo espiritual e o sangue espiritual do Cristo, ao conduzir entre nós a Presença espiritual de Jesus na celebração. Esse entendimento sobre a presença espiritual de Jesus é importante, especialmente pela relação que tem com a Nova Aliança, conforme lemos em João 4.23: "No entanto, está chegando a hora, e de fato já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade. São estes os adoradores que o Pai procura." Reflexão. 1. Como você entende que ocorre na sua vida cristã as seguintes palavras de Jesus: "assim aquele que se alimenta de mim vive por minha causa. Este é o pão que desceu dos céus"? (João 6.57-58). 2. De que maneira você tem buscado se relacionar com Deus através dos ensinamentos religiosos e éticos de Jesus? ORAÇÃO. Querido Deus e Pai Nosso que está nos céus, ilumina o nosso coração para crer nas promessas de Jesus, pra que possamos estar na presença de Deus e na igreja buscando todo alimento espiritual de que precisamos, seja da Palavra e também da Graça de Jesus por meio dos sacramentos. Autor. Ivan S Rüppell Jr é professor de Teologia e Ciências da Religião, Capelão escolar e social.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2023

A IGUALDADE GLOBALISTA E O CRISTIANISMO MESSIÂNICO.

"Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, a não ser por mim." Jesus de Nazaré, séc. 01. (Evangelho de João, cap. 14.6). O debate essencial do século 21 se aproxima do Cristianismo, já que o tema da Igualdade se propaga no Ocidente, e logo deverá ocorrer um embate decisivo entre os princípios de vida mais relevantes do lado de cá do planeta. A igualdade existencial globalista da humanidade tem sido estruturada de forma cultural e institucional (legal) há algum tempo. E nos últimos anos, o seu estabelecimento social e econômico tem alcançado apoio e visibilidade cada vez maiores entre as lideranças políticas do ocidente. Neste sentido, um encontro anual importante entre lideranças do Ocidente ocorreu novamente nos Alpes suiços neste mês de janeiro, numa reunião assim definida pelo político espanhol Pablo Iglesias: "Davos é, basicamente, um lugar em que os bilionários dizem aos políticos o que eles têm que fazer... E os políticos costumam obedecer". Com destaque para como esse político socialista tem sido um crítico da aproximação da esquerda junto da elite globalista, como das fundações Ford e Open Society, da família Soros. (*) Nesse contexto, podemos aprender um pouco mais sobre os princípios da atual proposta globalista de Igualdade, já em andamento na Europa, EUA e América Latina, a partir de informações do artigo de Luciano Trigo.(*) Segundo o jornalista, mais de 2500 líderes do planeta estiveram em Davos para debater a "Cooperação em um mundo fragmentado", tema dado pelo empreendedor alemão Klaus Schwab, que definiu o "capitalismo chinês" como sendo um "modelo a seguir" para os países. Schwab, Presidente do World Economic Forum, tem se pronunciado abertamente sobre "a necessidade de reestruturação da ordem internacional em um sistema homogêneo, de governança global, que se sobreponha aos governos locais e combine elementos do socialismo e do capitalismo". Trata-se de um propósito sócio-político para toda humanidade que tem sido identificado como "Agenda 2030", conforme declarações dadas desde 2016. Esse plano global de governança da humanidade indica que os cidadãos não deverão mais possuir bens próprios e privados, numa situação em que todos terão acesso somente "a serviços e bens públicos" administrados pelo Estado, que também irá regular toda mídia e comunicação. Conforme destaque do jornalista, "todos os líderes reunidos em Davos são muito bem intencionados, todos estão do lado do bem e da democracia, todos lutam pela justiça social e pelo meio ambiente". (*) No entanto, poucos comentam se as previsões para as próximas décadas no mundo; de que teremos maior inflação e alto custo de vida, mais conflitos políticos e quebra das relações sociais, além de crises de alimentos e de energia, são enfim, algo a ser combatido pela Igualdade buscada pela "Agenda 2030", ou são exatamente resultados provenientes (buscados?) de seus projetos. Uma reflexão cristã diante destes planos e leis que vão ocupando espaço na sociedade, requer busquemos analisar na Bíblia que tipo de solidariedade o Senhor Deus desenvolve para a Humanidade, com vistas à igualdade. Levando em conta especialmente, este tempo da História em que o mundo jaz no maligno e a humanidade perece na condenação do pecado. A partir disso, um princípio existencial cristão sobre como a humanidade deve viver os seus dias na terra passa pela busca da verdade; como a pergunta feita por Pilatos para Jesus: "Que é a verdade?". Jesus preferiu não responder ali, mas já havia dado a resposta antes, para seus discípulos, além de ter sido enfático diante da mulher samaritana: "Eu sou o Messias! Eu, que estou falando com você". (Evangelho de João, cap. 4.26). Sim, a verdade do Cristianismo não é um conceito, mas uma Pessoa, Jesus! Dessa forma, um projeto de igualdade humanitária para o Cristianismo passa pelo Messias, a Verdade de Deus. Sendo que o Evangelho é o seu plano de progresso solidário para a existência dos seres humanos; desde agora e para sempre. Com sua habitual clareza e objetividade, John Stott ensina de que forma Jesus é o Messias, em dois atos, ao explicar a mensagem profética de João Batista: "a mensagem de João foi: "Arrependam-se, pois o Reino dos céus está próximo". (Mateus 3.2)." {...} Mas o ministério característico do Messias, de acordo com João Batista, estaria relacionado mais a salvação que a juízo. Estas são as palavras de João: "Vejam! É o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!" João 1.29. "Esse é o que batiza com o Espírito Santo." João 1.33 {...} Os dois grandes dons de Jesus Cristo, nosso Salvador, são - o perdão e o Espírito. Estes são as duas bençãos principais da nova aliança." (p. 172). A partir desse conhecimento, observe que há dois tipos de solidariedade existencial que o Cristianismo considera saudáveis para que ocorra um progresso sustentável da Humanidade, pelo tratamento real de nossa desigualdade. Primeiro, o reconhecimento da igualdade da pecaminosidade da raça humana, que arruína nossa vida hoje e nos leva para a morte até a condenação eterna, amanhã; se nada for feito. Em segundo, o conhecimento da igualdade do Evangelho de Jesus, em que podemos ser salvos do pecado pela Fé no Messias. De forma que seremos abençoados e consolados hoje e iremos ressuscitar para a vida eterna, depois. Jesus esclareceu para o bom religioso Nicodemos a oportunidade e o desafio inclusos nesta verdade, ao falar sobre a entrada dos homens no Reino dos céus: "Pois Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para condenar o mundo, mas para que esse fosse salvo por meio dele {...} Este é o julgamento: a luz veio ao mundo, mas os homens amaram as trevas, e não a luz, porque as suas obras eram más." (João 3.17-19). Tá entendendo? Estas verdades existenciais do Evangelho irão sempre negar que a igualdade humana pode ser estabelecida numa perspectiva somente social e econômica da realidade. Pois a realidade terrena do pecado requer a solução via um projeto existencial no qual os homens serão seguidores da luz ou das trevas, segundo seu arrependimento ou não, diante da Verdade! E a partir dessa diferença essencial, a igualdade progressista será sempre contrariada, a cada situação em que a igualdade dada pelo Messias do Evangelho for anunciada. Eis a razão porque o segurança do shopping obrigou o homem a tirar a camiseta com os dizeres, "Jesus salva", em Minnesota, EUA. Conforme o segurança, "Jesus está associado à religião, e isto está ofendendo as pessoas." (Tyler O`neil, Gazeta do Povo). Uma ofensa que origina da proposta de igualdade dada através da religião, ao invés da oriunda do globalismo. Diferenças acerca da igualdade do Cristianismo e do Modernismo foram já identificadas pelo pensador reformado Abraham Kuyper, em palestras ao final do séc. 19: "finalmente, o Modernismo, que nega e abole toda diferença, não pode descansar até ter produzido mulher-homem e homem-mulher e, colocando toda distinção em um nível comum, destrói a vida por colocá-la sob a maldição da uniformidade." (p. 35, 2003). Portanto, assim que vier a ocorrer o crucial debate acerca da Igualdade conforme a "Agenda 2030" e da Igualdade conforme o Evangelho de Jesus Cristo, bem; se ficar o bicho come, e se correr o bicho pega. Pois foi isto que aconteceu com Jesus e os Apóstolos, e com boa parte dos cristãos nos três primeiros séculos d.C. Enquanto isso, anotamos três valores que os cristãos devem oferecer para a humanidade, em busca da igualdade solidária e bendita. Valores que devem ser motivo de diálogo democrático junto ao Governo, Políticos e perante os cidadãos de direita, centro e esquerda no Brasil. Tudo no propósito de que nossa Nação se afaste dos extremos e se proteja dos bilionários, buscando manter certa autonomia cultural em nosso país (respeito e tolerância à ciência e religião, economia e trabalho, direitos civis e liberdade de expressão); e ainda, para atrasar por algumas décadas o estabelecimento do Poder Central totalitário sobre o mundo. Então, primeiro, deve-se Orar pelas Autoridades pra termos vida pacífica e tranquila, com toda piedade e dignidade. Em segundo, devemos atuar como cidadãos diante do Legislativo para que leis oriundas dos valores humanitários dos 10 Mandamentos possam livrar os brasileiros do caos social e da ruína familiar, enquanto contribuem na promoção do bem estar na sociedade. Sendo essa, a maior bênção cristã que pode experimentar a humanidade em sua ordem social, conforme o pensador reformado Kuyper, posto que "os magistrados são e continuam sendo "servos de Deus" {...} Eles devem servir a Deus governando o povo segundo as ordenanças divinas"; (p. 110, 2003) e também, conforme o teólogo protestante João Calvino, para quem "as nações são livres para elaborar as leis que melhor lhes convém", desde que tais leis não façam violência à eterna lei da caridade". (Strohl, p 235, 2004). Observe, então, que uma ordem social igualitária dada pelos mandamentos é uma benção possível de ser vivenciada por toda humanidade, no atual período espiritual da história. Enquanto que a salvação em Jesus será uma benção atemporal até a eternidade, para os cristãos. Por isso mesmo, o terceiro valor é anunciar aqui, lá e em todo lugar, que "Jesus salva!" "Neste mundo vocês terão aflições; contudo, tenham ânimo! Eu venci o mundo". Jesus de Nazaré, séc. 01. (Evangelho de João, cap. 16.33). Autor. Ivan S Rüppell Jr é Professor de Teologia e Ciências da Religião, Capelão Social e Escolar. Referências. STOTT, John. A bíblia toda o ano todo. Edit. Ultimato, Viçosa MG, 2007. KUYPER, Abraham. Calvinismo. São Paulo: Cultura Cristã, 2003. STROHL, Henri. O pensamento da reforma. São Paulo: ASTE, 2004. Artigos. "Agenda global une bilionários e esquerda em Davos", Luciano Trigo, Gazeta do Povo, 19/01/2023 (*). "A história do homem que foi obrigado a tirar a camiseta "Jesus Salva", em um shopping"; Tyler O'neil, Gazeta do Povo, 18/01/2023.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2023

NÃO PROCURO COISAS GRANDES DEMAIS PARA MIM EM 2023.

O ano de 2023 começa a tomar forma no Brasil, numa situação em que o novo Governo Federal faz promessas de projetos sociais e humanitários para o povo, ao mesmo tempo que vemos ressurgir na vida pública, alguns políticos e administradores envolvidos nos processos da Lava Jato. Em meio ao que de bom e de ruim poderá ocorrer na sociedade brasileira, os cristãos devem ponderar acerca da realidade e meditar na Palavra de Deus, a fim de seguirem progredindo e abençoando nossa Nação. Nesse sentido, o Salmo 131 é uma Oração de sabedoria que merece a nossa atenção, pois Davi revela tanto sua confiança em Deus, como os cuidados que devemos ter com o orgulho que surge "no coração, nos olhos e nas ações." (Bíblia de Genebra). Essa orientação é eficaz para os cidadãos de qualquer país em todo tempo, e seu pedido a Deus deve ser uma petição de oração constante para que consigamos viver com equilíbrio os nossos dias. Dá uma olhada: "Senhor, o meu coração não é orgulhoso e os meus olhos não são arrogantes. Não me envolvo com coisas grandiosas nem maravilhosas demais para mim. De fato, acalmei e tranquilizei a minha alma... Ponha a sua esperança no Senhor, ó Israel, desde agora e para sempre." Observe a instrução de sabedoria e a oração de dependência deste Salmo, que tem o propósito de nos afastar do engano e da insatisfação. O engano de pensar demais naquilo que não temos a condição de ser responsáveis, e a insatisfação de não conseguir tratar algo sobre o qual não temos qualquer autoridade. Tá entendendo? Ora, o Estado brasileiro é fundamentado em regras e num aparato de funcionários que tem tanto a responsabilidade, como especialmente a autoridade para agir numa grande área de situações culturais e sociais. E assim vai ser e acontecer! Pouco adianta gastar horas de pensamento e dias de ansiedade com o que não cabe aos cidadãos comuns decidir em seu cotidiano, ou resolver por sua aptidão e profissão. A Amazônia está nas mãos do Meio Ambiente, da Sec. de Agricultura, da Funai e da Polícia Federal, só pra começar. São deles a responsabilidade e a satisfação de atuar na preservação da fauna e na subsistência dos ribeirinhos, bem como na existência dos Índios e combate ao Tráfico. Os cidadãos que desejarem tomar nas mãos e na mente "essas coisas grandes demais" para os brasileiros comuns; bem, acabarão se enredando num buraco fundo demais pra dele conseguirem sair, não é mesmo? Abrace com fervor sua própria vida e realidade, sendo pai ou filho, vizinho e colega, marido e irmão, fazendo um bom sapato pra vender pelo preço justo, como ensinava Lutero. Aprenda a se comunicar sobre as questões nacionais e locais com as Autoridades públicas e com os Representantes do povo na Democracia. Especialmente, os municipais e estaduais de perto, e os federais com atenção, para que você se torne um brasileiro atuante e responsável no que lhe cabe como cidadão. Acima de tudo, ore pelas Autoridades e por todos que exercem autoridade para que tenhamos vida pacífica e tranquila, com toda piedade e dignidade; pois são essas as atitudes daqueles que esperam em Deus acerca de algo em que não tem autoridade ou condição de algo realizar. Pois Deus é capaz! E fique na paz de Deus, pois cada dia tem seu próprio mal. Autor. Ivan S Rüppell Jr é Professor de Teologia e Ciências da Religião.

domingo, 15 de janeiro de 2023

THE FABELMANS. A Espiritualidade da ARTE, no Cinema.

O filme The Fabelmans (2022) é uma biografia romantizada da infância e juventude do diretor Steven Spielberg, que ele próprio roterizou e dirigiu, revelando aspectos íntimos de sua família e de seu interesse inicial pelo cinema, até se tornar diretor. O enredo desenvolve os elementos de seus filmes mais pessoais: é um drama sensível e romanceado, mas bastante realista em sua temática, sem deixar de fora a mágica da fantasia spielberguiana - sendo esta, algo bastante valioso numa biografia, pois como ensina o diretor de cinema, Sergio Leone, não há nada mais próximo da vida humana do que as fábulas. Ao narrar a vida familiar de Spielberg com destaque para algumas experiências formativas de seu aprendizado como cineasta, The Fabelmans se torna uma experiência única de cinema. O filme conduz o espectador para o cotidiano do lar, apresentando olhares científicos e artísticos de como se constrói a dinâmica familiar, conforme definido pela própria mãe de Spielberg. Tudo narrado de forma sensível e realista devido à veracidade dos diálogos e pela interpretação valiosa de todos os atores, especialmente o jovem Sam Fabelman e seus pais, com destaque para sua mãe. A história nos conduz ainda, pelos mistérios e maravilhas do cinema quando observamos o menino-jovem Spielberg desbravar as artes da Sétima Arte em cenas emocionantes, dignas do maior cineasta dos últimos 50 anos. Antes dele, somente Charles Chaplin realizou em sua época tanto a técnica quanto a magia do cinema de modo tão exuberante, revolucionário e constante. Alfred Hitchcock citou seu filme Janela Indiscreta, a fim de esclarecer para François Truffaut sobre a técnica primordial do cinema, que ocorre ao mostrar o rosto de um personagem na tela. E logo depois, mostrar o que ele está vendo, e o que se vê agora é que conduz o entendimento dos espectadores sobre os sentimentos do personagem, e não seu rosto. Spielberg vai além e dá aulas de arte e técnica cinematográfica ao conduzir os espectadores sentados no cinema em valiosas emoções, quando apresenta o filho Sam editando filmagens de um acampamento. E mais tarde, a mãe do rapaz assistindo algumas cenas da família. Sendo que em ambas as situações, o que nós vemos, sentimos e vivemos é o que enxergam os personagens, filho e mãe. E tudo que fazemos é observar seus rostos. Duas das mais sensíveis, profundas e belas cenas de cinema da história. É isso! Ao narrar o aprendizado existencial de um dos maiores diretores da história do cinema, The Fabelmans carrega consigo a condição de apresentar validamente o tema da Espiritualidade das Artes no cinema. Segundo o teólogo John Stott, cultura (e portanto, Arte!) é tudo aquilo que o Ser Humano cria e realiza no mundo e na história a partir do que Deus disponibilizou no planeta e gerou de capacidade na consciência sensível (espírito) da humanidade. Então, quando homens e mulheres imaginam e desenvolvem a cultura da arte, bem, eles trazem para a realidade a genialidade e sentimentos que somente o espírito humano carrega consigo, dentre todas as espécies viventes do planeta. E ainda que nosso espírito consiga produzir a cultura da ciência pelo conhecimento, e a agricultura do próprio alimento, bem, nada melhor que dedicar um tempo para apreciar tanto a Sétima Arte do cinema, como especialmente, a Espiritualidade da Arte no cinema. E tudo junto de uma só vez, partilhando tanto da magia do cinema, como da história familiar e autoral de um grande diretor como Steven Spielberg. Eis a oportunidade existencial que temos aqui, de perceber e apreciar a profundidade e mistérios da alma humana, assim que tomam forma em obras artísticas de alta tecnologia e grande beleza. Pode-se dizer que The Fabelmans é um dos mais poéticos e amadurecidos filmes de Spielberg, em que ele aprimora sua inegável capacidade de integrar narrativas clássicas norte-americanas com uma sensibilidade extraordinária; pois o diretor acrescenta ao filme um padrão de realismo e dramaticidade dignos de grandes diretores europeus. Bom filme pra você! Indico ainda, a resenha crítica de Marcelo Hessel (omelete) para os que desejam saber mais sobre o cinema de Spielberg a partir do enredo e cenas de The Fabelmans. Autor. Ivan S Rüppell Jr é Professor de Teologia e Ciências da Religião; autor do livro: A Espiritualidade de quase todo mundo no cinema: Resenhas espirituais de Meditações cinematográficas, pela Editora Dialética (2022).

sábado, 7 de janeiro de 2023

DEUS TEM UM PROPÓSITO PARA CADA TEMPO DEBAIXO DO CÉU!

Sim, há tempo de nascer e tempo de morrer, tempo de chorar e tempo de rir, tempo de buscar e tempo de perder. (Eclesiastes cap. 3). E cada tempo que existe chega pra nós segundo o propósito de Deus para a nossa história e personalidade. Pois toda vez que nasce um bebê numa família, isto significa que ao menos, nos próximos dez anos aquele casal irá viver ao redor das necessidades da criança. O egoísmo e a sensibilidade serão tratados por Deus na vida de toda parentela próxima. E quando uma família perde uma pessoa querida, o cotidiano de todos vai ser transformado nos meses e anos seguintes. Seja pelo luto e tristeza iniciais, seja pela ausência, mas também memórias que irá deixar pra sempre. Agora, preste atenção: saber que Deus governa as nossas vidas com "tempos" e propósitos; bem, isto somente será um conhecimento de sabedoria se viermos abraçar o propósito que Deus deseja desenvolver naquela situação. Quando nasce uma criança, seremos desafiados a superar a individualidade e a instabilidade, só pra começar. E quando morre um parente, somos colocados numa situação de vida que a falta daquela pessoa deverá ser ocupada tanto em nós, como por nós. Acerca de tudo que essa pessoa realizava de proveitoso em nossa pessoa, família e parentela. Tá entendendo? Pois Deus governa a história de nossas vidas de modo que sempre iremos participar de períodos diferentes, seja de nascer e morrer, seja de plantar e de colher. Deus faz a nossa existência terrena ocorrer assim porque cada um destes tempos tem um propósito e objetivo em nossa personalidade e família, comunidade e sociedade; e para a nossa eternidade. Deus realiza seus propósitos para nós em cada um dos diversos tempos de nossa história, de forma que nossa existência atual e eterna seja edificada nestes períodos. E de um modo que a nossa personalidade sensível e consciente se desenvolva e partilhe das experiências que surgem em nossa história, a partir dos desafios e oportunidades que cada tempo traz consigo. E agora, vamos utilizar esse conhecimento para meditar em alguns versos de Eclesiastes do Sábio Salomão, que apresentam realidades eternas dos propósitos de Deus pra humanidade: "Vi ainda debaixo do sol que no lugar do juízo reinava a maldade e no lugar da justiça, maldade ainda. Então, disse comigo: Deus julgará o justo e o perverso, pois há tempo para todo propósito e para toda obra... Porque o que sucede aos filhos dos homens sucede aos animais; o mesmo lhes sucede: como morre um, assim morre o outro, todos tem o mesmo fôlego de vida, e nenhuma vantagem tem o homem sobre os animais, tudo é vaidade. Todos vão para o mesmo lugar; todos procedem do pó e ao pó tornarão." (Eclesiastes 3.16-20). Observe a importância de prestarmos atenção no "tempo de morrer" da humanidade. Pois essa situação é algo que nenhuma pessoa vai deixar de assistir, e também não vai deixar de experimentar: todos vamos morrer aqui na terra em nossos corpos que vão voltar ao pó, enquanto o nosso espírito e personalidade vai voltar pra Deus! Segundo o comentário da Bíblia de Genebra, "Deus ordena tudo quanto ocorre sobre a terra. (Ec. 3.1-8). Ele também determinou um dia para julgar os feitos de todos os seres humanos. (o "Dia do Senhor"; Joel 3.)." Portanto, o tempo e experiência de morte é também para que os homens aprendam logo de uma vez, que o propósito da vida não é "que no lugar do juízo reine a maldade e no lugar da justiça, maldade ainda", pois isto também é vaidade. Ainda que os homens façam o que quiserem com a sua vida e a de outros, "Deus julgará o justo e o perverso; pois há tempo para todo propósito e para toda obra." (Ec. 3.16-17). Seja sábio. Descubra os propósitos de Deus para o seu tempo, pois Deus sabe todas as coisas. Deus vai julgar as obras no tempo! Autor. Ivan S. Rüppell Jr é Professor de Ciências da Religião e Teologia, Capelão Social e Escolar. REFERÊNCIA. Biblia de estudo de Genebra. Edit Cultura Cristã. São Paulo, SP, 1999, (p. 771).