sexta-feira, 24 de setembro de 2021

MEDITAÇÃO DOMINICAL. A Conversão DE AGOSTINHO.

TEXTO Bíblico: "Então Jesus disse aos seus discípulos: "Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me. Pois quem quiser salvar a sua vida, a perderá, mas quem perder a sua vida por minha causa, a encontrará. Pois, que adiantará ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?". (Mateus 16. 24-26). MEDITAÇÃO: A conversão do maior filósofo do Cristianismo ocorreu em meio a uma tensão entre os desejos naturais e as buscas espirituais do homem, conforme vemos na seguinte declaração: "Senhor, torna-me casto, mas não agora", disse o intelectual que flertava com o cristianismo - e com muitas outras coisas, também. Depois de se entregar a Deus, esse homem se tornaria um dos mais influentes escritores que a igreja já conheceu. Esse homem complexo era Aurelius Augustinus, mais conhecido por Agostinho. Nasceu em 354, filho de mãe cristã, Mônica, e de pai pagão, Patrício, que era oficial romano. (...) Agostinho olharia para seus dias passados (na adolescência) com aversão. Na obra chamada "Confissões", comenta: "Cheguei a Cartago, onde um caldeirão de amores profanos estava chiando e borbulhando ao meu redor." (...) Quando leu Romanos 13.13-14, as palavras de Paulo que versam sobre o revestir-se do Senhor Jesus em vez de deleitar-se com os prazeres pecaminosos tocaram profundamente seu coração, e Agostinho creu: "Foi como se a luz da fé inundasse meu coração e todas as trevas da dúvida tivessem sido dissipadas." (...) Agostinho não apenas desafiou a heresia (dos que diziam que escolher a Deus era uma opção do homem, ao invés de ser um chamado e graça dadas por Deus), mas, em sua obra Confissões, descreveu sua busca espiritual, talvez, a primeira autobiografia verdadeiramente espiritual. A famosa frase "inquieto está nosso coração enquanto não repousa em ti" vem do primeiro parágrafo dessa obra. (...) Seus pensamentos se espalharam tanto entre os teólogos católicos quanto entre os protestantes. Lutero e Calvino o citavam constantemente; gostavam de sua ênfase na Graça de Deus e na incapacidade do homem de salvar-se a si mesmo."* ORAÇÃO. Santo Deus e Pai Nosso que está nos céus, que venha o seu Reino pra governar o nosso coração e que seja feita a tua vontade pra conduzir a nossa história de vida. Ilumina o nosso espírito e quebra nosso coração pra que tenhamos vontade e forças pra seguir teus mandamentos e aprender a viver a vida ao lado de Jesus de Nazaré. Amém! Autor. Ivan S Rüppell Jr é professor de Ciências da Religião e Teologia. (*Referência: Curtis, Lang e Petersen. Os 100 acontecimentos mais importantes da história do Cristianismo - Editora Vida, São Paulo, 2003, p 46-48)

quinta-feira, 16 de setembro de 2021

A SABEDORIA DE ECLESIASTES para 2023.

"Que grande inutilidade!", diz o mestre. "Que grande inutilidade! Nada faz sentido!" O que o homem ganha com todo o seu trabalho em que tanto se esforça debaixo do sol? Gerações vêm e gerações vão, mas a terra permanece para sempre. O sol se levanta e o sol se põe, e depressa volta ao lugar de onde se levanta. (...) Haverá algo novo de que se possa dizer: " Veja! Isto é novo!"? Não! Já existiu antes de nossa época. (...) (Porém) ao homem que o agrada, Deus dá sabedoria, conhecimento e felicidade." (Ec. 1.2-3, 10, 2.26). Conforme a Bíblia de estudo de Genebra, "Eclesiastes busca dar uma resposta à pergunta: Que proveito tem o homem no trabalho e na sabedoria?", sendo que, "a conclusão de Salomão de que a morte faz com que toda sabedoria e trabalho humanos sobre a face da terra (debaixo do sol) sejam em vão não significa que as pessoas devem abandonar a sociedade e a cultura e passar a viver uma vida ascética", e solitária. Ao contrário, e de uma maneira ampla e integrada, o livro de Eclesiastes orienta o modo em que os cristãos, "forasteiros neste mundo "debaixo do sol" (1Pe 1.1), mas também cidadãos do céu (Fp 3.20), devem viver entre as profundas frustrações e tensões do tempo presente que é mau (Rm 8.18-23)." Sendo que, a conclusão de Salomão ao livro define o modo como devemos viver de forma adequada em dias difíceis e conflitantes: "Tema a Deus e guarde seus mandamentos." (Ec 12. 13). Nesse sentido, a leitura de Eclesiastes 3.1-8, traz orientações mais objetivas ao explicar que "há um tempo certo para cada propósito debaixo do céu:", sendo que a reflexão aqui pode se dirigir para nossa vida pessoal e profissional, em que devemos perguntar: hoje é tempo de quê nestas áreas da vida, e ainda, com que valores bíblicos tenho procurado desenvolver a minha história? Um outro aspecto essencial para aprender a viver com Temor segundo a sabedoria de Eclesiastes, surge do conhecimento de que Deus "fez tudo apropriado ao seu tempo. Ele também pôs no coração do homem o anseio pela eternidade...". Nessa perspectiva, somos chamados para dar uma olhada no modo como temos desenvolvido a nossa espiritualidade, para que nossa personalidade possa amadurecer levando em conta tanto a Pessoa como as Verdades de Deus. Então, fique atento aos pensamentos do Sábio de Israel para refletir sobre bons planos para 2023, e Feliz Ano Novo! (* Referência: Bíblia de Estudo de Genebra, p 768-769, Edit Cultura Cristã, São Paulo, 1999). Autor. Ivan S Rüppell Jr é Professor de Teologia e Ciências da Religião, e Capelão Social.

sexta-feira, 10 de setembro de 2021

A ABOLIÇÃO DA ESCRAVIDÃO. Estudo de Pequenos Grupos da Igreja Presbiteriana Olaria, 13 a 17 de Setembro, 2021

TEXTO Bíblico Base: "Deus criou o homem à sua imagem e semelhança. Homem e Mulher os criou." (Gênesis 1.27). A Bíblia ensina que Deus criou todos os Seres Humanos em igualdade de dignidade e valor, homens e mulheres. COMENTÁRIO: "A Europa do final do sec 18 era uma sociedade cada vez mais deteriorada... Os devedores apodreciam em prisões úmidas. Os orfãos eram escravizados em fábricas. O cristianismo, em grande parte, tornara-se a religião das classes superiores. (...) O metodismo crescia entre as pessoas mais humildes, mas a classe alta permanecia intocada, exceto por um punhado de reformadores sociais. Esses cristãos - William Wilberforce, Elizabeth Fry, George Mueller, Thomas Buxton, John Veen e outros - acreditavam que sua dedicação a Cristo significava serviço à sociedade, aos pobres e aos necessitados. Uma das principais vozes contra a escravidão no império britânico pertencia a William Wilberforce, anglicano, devoto ao Evangelho, que era também membro da Câmara dos Comuns (Congresso)... Será que a nova devoção a Cristo colocaria um fim em sua ambição política? O jovem William buscou o conselho de John Newton, um pastor. O famoso pregador que fora traficante de escravos, autor do famoso hino Amazing Grace, insistiu em que Wilberforce continuasse na política. "Deus precisa de pessoas como você no Parlamento", disse Newton. "Talvez possamos abolir a escravatura." Em 1787 Wilberforce apresentou uma lei ao Parlamento, mas a oposição foi maior que o previsto... Mais tarde, Wilberforce conseguiu aliados num grupo de ativistas cristãos conhecidos como "Facção de Clapham", que se tornaram líderes do movimento evangélico na Igreja da Inglaterra... Os abolicionistas conseguiram anexar uma cláusula a uma lei relacionada com a guerra contra França. Isso pavimentou o caminho para a lei de 1807 que impediu o tráfico de escravos na Inglaterra... Mas mesmo ilegal, o tráfico de escravos continuou. Em 1823, Wilberforce fez um esforço final para erradicar a escravidão de uma vez por todas. Ele deixou o Parlamento em 1825... Finalmente, em agosto de 1833, um mês após a morte de Wilberforce, a Câmara dos Comuns votou a libertação dos escravos e abolição de toda espécie de escravatura."(*) COMPARTILHAR: 1. Você sabia que a Abolição da Escravatura no mundo foi iniciada por Cristãos? Por que você acha que cristãos fizeram isso? 2. O que chama sua atenção na história de Wilberforce? 3. De que maneira os Cristãos podem atuar na Política e Sociedade pra resguardar os Direitos Civis dos Seres humanos? (ASSISTA o filme Jornada pela Liberdade que conta a história de Wilberforce). ORAÇÃO pelos pedidos do grupo e pela Celebração Dominical conjunta do Povo de Deus no Dia do Senhor. Referência: (*Os 100 acontecimentos mais importantes da História do Cristianismo, Curtis, Lang e Petersen. p 161-162, Edit Vida, São Paulo, 2003).

OS CRISTÃOS E AS AUTORIDADES DO BRASIL

Segundo o Apóstolo Paulo, "Todos devem sujeitar-se às autoridades governamentais, pois não há autoridade que não venha de Deus; as autoridades que existem foram por ele estabelecidas." E conforme o comentário da Bíblia de Genebra, "O governo civil é um meio ordenado por Deus para reger e manter a ordem nas comunidades. É um dentre esses vários meios, inclusive ministros na Igreja e pais no lar." Portanto, os Cristãos entendem que a ideia de disciplina que permeia a existência e o espírito humano e as funções das autoridades que estão no Estado, na Igreja e nas Famílias são realizações de Deus na história para que as relações humanas sejam sustentadas em ordem e afastadas do caos. Sendo algo dado na seguinte ênfase: "essas autoridades são instituições da "graça comum" de Deus (providência bondosa), colocadas como um anteparo contra a anarquia e contra a dissolução da sociedade ordenada."* Em complemento ao tema, o Apóstolo Pedro ensina que os cristãos devem sujeitar-se às instituições humanas que promovem a ordem, também no propósito de que sua atitude de respeito faça calar os que blasfemam contra Deus e seu povo. Nesse contexto, a Bíblia de Genebra traz o seguinte destaque: "Submissão não significa negar a liberdade cristã, mas é o ato do povo de Deus verdadeiramente livre."; desta forma, "a liberdade cristã não deve ser usada como pretexto para rebelião ou como permissão para pecar." A integração destes princípios bíblicos revelados na escrita dos Apóstolos Paulo e Pedro orienta os Cristãos a obedecer as leis das autoridades públicas e a não promover rebeliões na sociedade, sendo que a única desobediência direta e aberta perante os Governos civis deve ocorrer quando o Estado "proíbe aquilo que Deus exige ou exige aquilo que Deus proíbe". Como no caso de Autoridades públicas que impedem a Igreja de anunciar o Evangelho ou obrigam o Povo de Deus a compactuar com o aborto ou agir com violência diante do próximo. Estes princípios bíblicos da relação dos Cristãos perante as Autoridades Civis é desenvolvido e praticado durante boa parte das narrativas históricas do Livro de Atos dos Apóstolos, no Novo Testamento. Desde os caps 4 e 5 em que Pedro e João são silenciados e presos, açoitados e ameaçados por Autoridades e Líderes religiosos. Nessa ocasião, eles não obececeram às ordens dadas para ficar quietos, mas continuaram a anunciar o Evangelho de Jesus Cristo, conforme explicado pelos Apóstolos: "Julgai os senhores mesmos se é justo aos olhos de Deus obedecer aos senhores e não a Deus. Pois não podemos deixar de falar do que vimos e ouvimos", e ainda, "É preciso obedecer antes a Deus do que aos homens! O Deus dos nossos antepassados ressuscitou Jesus, a quem os senhores mataram, suspendendo-o num madeiro." Nesse contexto, os cristãos são chamados a não praticar atos de vingança e atuação justiceira em suas relações pessoais e sociais, mas sim, devem obedecer e também requisitar as Autoridades Civis para que façam justiça, pois essa "é serva de Deus para o seu bem". Sendo que a experiência de Paulo no decorrer do Livro de Atos vai revelar diversas situações em que o Apóstolo foi perseguido e preso, açoitado e jurado de morte, mas se manteve obediente às Autoridades públicas, sem deixar de ser obediente a Deus, pois agia correta e honestamente, ao mesmo tempo em que continuava a anunciar o Amor de Jesus Cristo aos homens. Neste sentido, Paulo foi preso em Filipos ao pregar o Evangelho e assim atrapalhar os negócios idólatras na cidade, vindo a sofrer na prisão, sendo que ao não fugir durante um terremoto que abriu as celas da cadeia e continuar junto do carcereiro, teve tanto uma oportunidade de pregar o Evangelho, como aguardou no local até a chegada da manhã, quando foi solto pelas autoridades. Foi quando Paulo exigiu que tudo fosse feito de forma pública e oficial, já que ele era cidadão romano e requeria que a lei que impedia ele de ser preso de modo injusto e sem julgamento fosse respeitada diante de toda cidade. Em outra ocasião, já em sua terceira viagem missionária, o Apóstolo chegou a Jerusalém e logo foi preso pelas autoridades públicas a pedido dos líderes religiosos contrários ao Evangelho; e assim, enquanto a multidão pedia que ele fosse morto, Paulo avisou o comandante da guarda que era cidadão do império e pediu uma oportunidade de fazer a sua defesa em público. Após Paulo anunciar o Evangelho e falar da Ressurreição de Jesus Cristo, a multidão começou a gritar e pedir sua morte, sendo que o comandante da guarda estava pronto para açoitar o Apóstolo, quando soube que Paulo era cidadão romano, e portanto, seria ilegal ele receber chibatadas sem o devido julgamento e sem ter sido condenado. A partir desse momento, o Apóstolo teve a oportunidade de anunciar o Evangelho a diversas comunidades e autoridades do império romano nos anos seguintes, até ser enviado para a prisão de Roma, para ser julgado por César, como ele mesmo solicitou, ao invocar que a lei fosse respeitada no seu caso. Assim, sabemos que antes de ser preso, julgado e condenado a morte, "por dois anos inteiros Paulo permaneceu na casa que havia alugado, e recebia a todos que iam vê-lo. Pregava o Reino de Deus e ensinava a respeito do Senhor Jesus Cristo, abertamente e sem impedimento algum.", como lemos em Atos cap 28, versos 30 e 31. O princípio cristão fundamental destes ensinos bíblicos e narrativas históricas da vida dos Apóstolos aponta para o modo como Deus estabeleceu Autoridades nas relações sociais no interesse de proteger a existência humana e resguardar a sociedade do caos, anarquia e selvageria. Ou seja, a necessidade e valor das Autoridades Civis tem a ver com o fato do pecado ter entrado no mundo, e por isso, numa situação de rebeldia e egoísmo, maldades e crimes é que somos ensinados a receber de Deus a bênção das Autoridades públicas na sociedade; ao contrário das autoridades familiares que atuam desde o início da criação. Sobre esse tema, os teólogos protestantes calvinistas explicam o modo como o sistema de governo republicano e democrático é essencial no propósito de que as Autoridades públicas sejam limitadas em sua área de ação. Já que sua função é bem mais jurisdicional e ordeira da paz social, e não para ocupar o lugar de "soberano" do modo em que a humanidade irá pensar e praticar toda cultura, seja a economia e artes, a religião e tecnologia, a agricultura e filosofia etc. A partir disso, entendemos o modo como os Apóstolos descrevem de forma limitada e objetiva a razão da existência das Autoridades Civis, já que para o Cristianismo a sua função nada tem a ver com os valores e sentimentos da existência humana, que são as capacidades que todos nós utilizamos para organizar e desenvolver noventa por cento de nossas vidas. Pois as Autoridades Civis são chamadas tão somente para a Lei e a Ordem Social, ainda que isso envolva áreas de saúde, educação, aposentadoria e auxílios diversos. Assim, vemos os Apóstolos Pedro e Paulo respeitando as autoridades e também utilizando a sua função de regular a justiça, sempre no interesse de resguardar a dignidade dos seres humanos e a urgência do conhecimento do Evangelho de Jesus de Nazaré. Ao tratar da instituição do Estado na existência social, o teólogo e pensador calvinista que foi Primeiro Ministro da Holanda no início do séc 20, Abraham Kuyper, define a cosmovisão cristã acerca do valor da liberdade: "nenhum homem tem o direito de governar sobre outro homem", pois "como homem eu continuo livre e corajoso (...) Não falo da família, pois aqui governam laços orgânicos, naturais: mas na esfera do Estado não cedo ou me curvo a qualquer um que é homem como eu sou".* O princípio reformado protestante calvinista desenvolvido por Kuyper tem seu fundamento no fato de que "Toda Autoridade foi instituída por Deus", e assim, a importância e função da autoridade na existência humana tanto decorre como requer estar subordinada aos valores divinos, sendo que a base fundamental de qualquer texto bíblico inspirado por Deus na mente dos Profetas e Apóstolos será sempre os 10 Mandamentos e seu desenvolvimento interior dado no Sermão do Monte. Daí a razão porque o Cristão não deve utilizar meios não biblicos para tentar atingir fins idealistas de um bem maior ilusório progressista na história, pois afinal, os meios é que determinam se andamos com Deus no dia a dia para garantir que junto d´Ele estaremos na chegada final. Em respeito a esse fundamento, vemos como os Apóstolos Pedro e Paulo jamais agem em nome de Deus e de seus princípios, para individual ou grupalmente Cobiçar e Roubar os bens do próximo ou da comunidade; e jamais lideram homens nesse tipo de atitude, independente da situação que vivenciam. Posto que nem os cidadãos individuais e muito menos as autoridades públicas tem esse direito, já que iriam contra as claúsulas pétreas dos 10 Mandamentos da Constituição da vida, a Bíblia escrita por inspiração de Deus! Nesse mesmo contexto, o teólogo protestante João Calvino ensina em sua obra, As Institutas, o modo como a lei moral dada nos Mandamentos serve para reprimir os homens através de freios e limites, pois se não existisse essa proteção e resguardo da vida comunitária, a sociedade se tornaria um lugar selvagem. Sendo que esse conhecimento e a obediência dos cristãos a esses valores é uma responsabilidade social do Povo de Deus perante a sociedade, junto da convocação para que sirvam a Deus como agentes secundários da Providência com que Deus governa e mantém a vida da humanidade na história, livrando-a dos ditadores, anarquistas e revolucionários que se utilizam da realidade da autoridade pública para promover a dominação do homem pelo homem; em desobediência comum e crescente aos Mandamentos divinos morais da Bíblia. E toda essa vivência cristã diante das Autoridades públicas é corroborada pela orientação de Intercessão de Paulo a Timóteo, na convocação pra Orarmos pelos que exercem autoridade a fim de alcançarmos vida pacífica e tranquila, para poder praticar nossa fé na sociedade com toda devoção. Pois esta Oração é a atuação cristã que move atos do Governo de Deus sobre todos e tudo que há no mundo, relacionados às Autoridades Civis. A partir desse conhecimento bíblico e histórico da vida do Povo de Deus, os Cristãos que residem atualmente no Brasil podem sentir-se plenamente capazes de manifestar seu pensamento público em favor de Liberdades Constitucionais e Direitos Civis, ao mesmo tempo em que devem estar atentos e preocupados em se envolver em greves e rebeliões que façam mal ao próximo e às comunidades. Eis portanto, alguns princípios e atitudes dignas com que os Cristãos podem atuar como cidadãos nestes dias na sociedade brasileira, e diante de suas Autoridades Civis. (p Ivan S Rüppell Jr, Ministro Presbiteriano, Prof de Ciências da Religião). Referências: (*) Bíblia de Genebra, Os Cristãos e o Governo Civil, p 1339, Edit Cultura Cristã, 1999, São Paulo. Calvinismo. (*) Abraham Kuyper, p 89, 2003.

sexta-feira, 3 de setembro de 2021

O LIVRO DE JÓ. O Problema do Mal e o Sofrimento da Humanidade.

"Meus ouvidos já tinham ouvido a teu respeito, mas agora os meus olhos te viram." (Livro de Jó, cap 42. 5). É isso! Após uma boa conversa com Deus, eis que Jô foi iluminado pra saber mais da Grandeza e Bondade do Deus Altíssimo, conforme bem declara no texto bíblico que acabamos de ler acima. A questão é que os Livros de Jó e Eclesiastes podem ser considerados como textos bíblicos sábios com argumentos anti-sabedoria, sendo que Jó trata da questão do sofrimento humano e de como Deus é bom e justo apresentando argumentos diferentes e contrários ao pensamento tradicional. Jó é considerado por Apóstolos e Jesus Cristo como sendo um homem histórico vivendo com Temor diante de Deus, tendo nascido provavelmente no período patriarcal, próximo de Abraão, ao redor do ano 1500 a.C. O livro de Jó foi escrito no período de Salomão ou séculos próximos, sendo que há fragmentos do livro que foram encontrados nos Manuscritos do Mar Morto, identificando que sua escrita foi alguns séculos antes de Cristo, por um autor que sabe o Nome único e autorizado de Deus, pois o chama, Javé! Há uma frase dita por Jó lá no início da narrativa do livro que é uma declaração que muitos de nós poderiam afirmar ao final da vida, em que ele declara: "Saí nu do ventre da minha mãe, e nu partirei. O Senhor o deu, o Senhor o levou; louvado seja o nome do Senhor". Porém, a grande diferença é que Jó disse essa frase na época em que era um adulto íntegro e dedicado, administrando os bens conquistados honestamente e convivendo com os filhos de modo admirável e sábio. E daí surgem as dúvidas e incertezas sobre a nossa capacidade de falar essa mesma frase, caso viessemos a perder empregados pra morte e de sermos roubados por ladrões, além de ver a destruição de todo nosso patrimônio, enquanto nossos jovens filhos morrem num acidente, assim, de repente, na fase adulta de nossa vida. Sendo que tudo isso ocorreu do dia pra noite na terra, enquanto que nos céus havia um diálogo transcendente e universal em que a vida de Jó parecia ser o tema principal. O que ocorria é que Deus Todo Poderoso recebia a visita de alguns anjos e junto com eles, Satanás também foi até o trono celestial do Altíssimo. Nesse contexto, sabemos que a palavra satan na bíblia significa adversário, só que naquela ocasião era o Anjo rebelde e maligno Lucifer Satanás que estava indo conversar com Deus. Uma conversa que não deve causar espanto, pois o Deus Filho Jesus encarnado como Ser humano na terra, também conversou com anjos malignos por aqui, ou para lhes dar ordens ou para até atender um pedido deles pra que fossem expulsos direto para alguns animais da região. Desta forma, aprendemos que a Soberana grandeza de Deus no governo dos céus e de nosso mundo é uma situação que faz Deus agir e conversar de modo sério e equilibrado, mesmo que esteja sendo desrespeitado ou desprezado por demônios. O que sabemos é que a conversa de Deus com o Lúcifer Satanás - um Anjo Querubim luminoso que foi expulso dos céus devido à rebeldia e ao desejo de ser maior que Deus, bem, o que sabemos é que a revelação desta conversa celestial nos foi dada através de um profeta que a transcreveu pra nós usando literatura de sabedoria. Então, é por isso que temos o diálogo surpreendente e didático com as perguntas afirmativas de Deus e as proposições duvidosas de Satanás, como vemos nos cap 1 e 2 de Jó apresentando o modo como Nosso Pai celestial entende que a maldade e mentira de Satanás sobre Deus não ser o Bom e Completo Soberano do Universo, vai ser desmascarada pelo Temor a Deus e pela integridade religiosa de um simples homem na terra, Jó. Dessa forma, Jó passa a ser provado por Deus em sua fé para que cresça e fique mais forte, enquanto Lúcifer vai tenta-lo pra negar e desobedecer a Deus, em sua constante atividade de afastar os homens dos caminhos de Deus, pra arruinar suas vidas e carregar eles ao inferno, pra onde Satanás vai existir pra sempre. Neste sentido, como Deus prometeu que o "descendente da mulher" iria viver em conflito com a serpente, o que ocorre é que todos os seres humanos que acreditarem no Messias, também estarão em conflito com Satanás. Um conflito original entre o Filho do Homen Jesus e Lúcifer Satanás sobre honrar Deus como Senhor ou negar sua Soberana majestade. E pra seguir Jesus neste caminho de Temor é que as pessoas irão buscar andar com Deus, ao invés de andar com o Maligno, e por isso mesmo, serão provadas por Deus pra crescer na fé e ficar fortes, enquanto serão atacadas e tentadas por Satanás pra ficarem fracas e desistirem da vida verdadeira e eterna. Foi sobre esse conflito e lutas que o Messias avisou aos homens, com as seguintes palavras: "Então, Jesus disse aos seus discípulos: "Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me", conforme lemos em Mateus16.24. E aqui, aprendemos duas verdades espirituais da nossa existência: primeiro, que há um conflito entre o Bem e o Mal na história, e que crer e viver junto de Deus é o caminho bom. E ainda, também aprendemos que Deus Todo Poderoso é Soberano e reina sobre tudo que há e acontece, pois Deus sabe e controla qualquer dificuldade e maldade que demônios e homens maus desejam realizar na Terra, de modo que Deus vai fazer tudo cooperar para o nosso Bem eterno, impedindo e limitando o Mal de agir, e transformando lutas e tentações em provações, de acordo com a nossa condição de enfrentar e vencer tudo que vier a ocorrer. Então, fique firme na fé e preencha o seu coração com todo esse bom e verdadeiro conhecimento de Deus e de seu Poder, para fortalecer sua fé e assim estar preparado para o dia mau, pois a fé não é de todos. E tenha bom ânimo, pois como disse Jesus; Ele venceu o mundo pra nós! Agora, fique certo que ao fazer aquela breve súplica da Oração do Pai Nosso, "Livra-nos do Mal"; saiba que rápida e poderosamente Deus vai atuar, pois Ele é o único Senhor dos céus e terra. Agora, só falta mudar o título deste texto, pois o Livro de Jó trata mesmo é da Fé e Temor em Deus, da Provação dos Cristãos e especialmente da Soberania do Senhor do Universo, e não somente sobre o sofrimento da Humanidade e Problema do Mal. Boa semana. (autor: Ivan Santos Rüppell Júnior é Ministro da Ipb e Prof de Ciências da Religião)

O DIA DO SENHOR. Estudo de Pequenos Grupos da Igreja Presbiteriana Olaria, 2022

TEXTO Bíblico Base: Capítulo 3 da II Carta de Pedro. Versos Bíblicos em destaque: "Não se esqueçam disto, amados: para o Senhor um dia é como mil anos, e mil anos como um dia. O Senhor não demora em cumprir a sua promessa, como julgam alguns. Ao contrário, ele é paciente com vocês, não querendo que ninguém pereça, mas que todos cheguem ao arrependimento. (...) Vivam de maneira santa e piedosa, esperando o dia de Deus e apressando a sua vinda." (8-12). COMENTÁRIO. Havia falsos mestres da religião no meio dos cristãos que tinham acabado de se converter e entrar na igreja, à época de Pedro. Estes falsos mestres estavam negando a importância dos 10 Mandamentos Morais de Deus, que são princípios de vida saudável e da Religião correta diante de Deus Pai, Filho e Espírito Santo. O Apóstolo conclue a carta com o anúncio profético do Dia do Juízo Final, explicando que Deus é paciente e aguarda o arrependimento dos homens, o que não significa que o Senhor não irá fazer justiça. COMPARTILHAR. 1. Você já ouviu e até pensou que alguns mandamentos de Deus não seriam tão essenciais e importantes para os cristãos obedecerem? 2. O que fazer pra viver de maneira santa e piedosa nos dias de hoje, em que até a religião cristã tem se tornado liberal nos princípios morais? 3. O que o conhecimento da paciência de Deus Pai e do Dia do Senhor fala a seu coração e deveria falar ao "coração" da Igreja? ORAÇÃO pelos pedidos do grupo e pela Celebração conjunta do Povo de Deus na Igreja aos Domingos.