quinta-feira, 30 de março de 2023

ATIVIDADES Teologia Apocalíptica. Aprendizagem e Exercícios 1, 2023.

Disciplina Teologia Apocalíptica. Seminário Presbiteriano do Sul - extensão Curitiba. Atividades de Aprendizagem 1, Março e Abril de 2023. Prova e Atividades com consulta. Utilize livremente os textos de resumo e citações disponibilizados pelo professor, para responder as questões a seguir, não sendo necessário copiar as perguntas, mas somente enviar as respostas em doc. word via email. Texto 1, Contéudo baseado no livro: GORDON, Fee e STUART, Dou. Entendes o que lês?. Edições Vida Nova, São Paulo SP, 2006. Texto 2, Reflexão da Análise feita por Augustus Nicodemus acerca do Sermão Escatológico e Apocalíptica judaica. Texto 3. Conteúdo Aula 3, Resumo: Entendes o que lês?. QUESTÕES. TEXTO 1. 1. De que maneira você entende que a "interpretação que visa a originalidade" se afasta da boa interpretação bíblica, conforme reflexões do livro? RESPOSTA. A criatividade não é boa orientação de entendimento e interpretação do texto bíblico, e neste sentido, não se busca a originalidade, mas, o conhecimento do contexto e situação do autor bem como o ensino inspirado dado por este na Escritura. A busca da originalidade se relaciona com orgulho, falso entendimento da espiritualidade, interesses escusos, não sendo o alvo de nossa interpretação. 2. Sobre a "necessidade de interpretação" e a "natureza da Escritura", responda V para alternativas verdadeiras e F para as falsas: ( F ) O leitor que se aproxima do texto bíblico tem bom entendimento de que somente a intenção do Espírito Santo deverá ser buscada na compreensão das Escrituras, como é o ensino corrente de nossa cultura e visão. ( V ) Ao interpretar a Bíblia, sabemos que já houve certa interpretação por parte dos tradutores, além de existirem diferentes interpretações dadas pelas mais diversas denominações; sendo este um motivo para buscar desenvolver uma interpretação apropriada do texto. ( ) A Bíblia é a Palavra de Deus escrita para todos os tempos e culturas, de modo que sua leitura precisa ser definida essencialmente por esse princípio transcendente. ( V ) Saber "escutar" a Bíblia é ouvir sua Palavra aqui e agora, pois é eterna. ( V ) Para comunicar Sua Palavra para todas as condições humanas, Deus escolheu fazer uso de quase todo tipo de comunicação disponível: a história em narrativa, as genealogias, as crônicas, leis de todos os tipos, poesia de todos os tipos, provérbios, oráculos proféticos, enigmas, drama, esboços biográficos, parábolas, cartas, sermões e apocalipses. 3. Explique a seguinte declaração: "Uma razão mais significante para a necessidade de interpretação acha-se na natureza da própria Escritura... A Bíblia é, ao mesmo tempo, humana e divina... "A Bíblia é a Palavra de Deus dada nas palavras de (pessoas) na história." (George Ladd). Assim, "é esta natureza dupla da Bíblia que exige da nossa parte a tarefa da interpretação." RESPOSTA. A natureza humano e divina da Bíblia requer que nossa interpretação leve em conta estes dois fundamentos de sua escrita, de forma que é preciso atentar para os aspectos históricos e literários da natureza humana, bem como para a verdade e conhecimento divinos e transcendentes segundo a natureza divina das Escrituras. A natureza divina expressa a relevância eterna da palavra bíblica, enquanto que a natureza humana expressa a importância de avaliar seu significado histórico. 4. Quais perguntas a natureza dupla da Bíblia exige que sejam feitas pelo intérprete? RESPOSTA. Exegese e Hermenêutica. 5. Por que todo leitor da Bíblia é naturalmente um "exegeta"? RESPOSTA. Toda leitura exige algum tipo de análise de texto e palavras, de forma que a simples leitura gera o início de uma interpretação, sendo a razão para que busquemos estar preparados para que diante das Escrituras, tal leitura e interpretação ocorra devidamente. 6. De que maneira eu supero a interpretação seletiva da Bíblia? RESPOSTA. Ler a bíblia de forma objetiva e direta segundo seu texto, sem levar em conta as particularidades da exegese e hermenêutica. 7. Explique a seguinte afirmação: "A questão mais importante do contexto histórico, no entanto, tem a ver com a ocasião e o propósito de cada livro bíblico e/ou das suas várias partes (...) Isto variará de livro para livro, e é muito menos crucial para Provérbios, por exemplo, do que para I Coríntios." RESPOSTA. O contexto histórico se relaciona com a situação do autor e ouvintes, sendo uma vivência que está sendo tratada ou refletida no texto bíblico, de modo que não se deve ignorar essa realidade humana e terrena. 8. A declaração seguinte pertence a que tipo de análise no momento da interpretação: "É preciso entender o modo como o autor do texto desenvolve o raciocínio, compreendendo o que ele diz e porque está dizendo ali naquela frase, e igualmente perceber porque a próxima frase irá trazer certo conhecimento, o qual decorre da anterior. Além disso, é preciso estar atento ao gênero literário, entendendo se há uma poesia sendo escrita e acerca de outros tipos de textos, e ainda, sobre se a frase que lemos está no início, meio ou fim de um determinado parágrafo." RESPOSTA. Contexto literário. 9. Por que nós não iremos entender o significado da Palavra bíblica para o dia de hoje, se não realizarmos a exegese do texto? RESPOSTA. Ao ignorar o bom entendimento do significado para o autor e ouvintes e época da escrita do texto bíblico, nós iremos nos afastar do ensino de Deus; e assim, não haverá princípio bíblico para refletir na atualidade. 10. Afirmação: "Quando nos voltamos ao Livro do Apocalipse depois de ler o restante do Novo Testamento, sentimos que estamos entrando num país estrangeiro. Ao invés de narrativas e cartas que contém declarações claras de fatos e de imperativos, chegamos a um livro cheio de anjos, trombetas, terremotos, bestas, dragões, e abismos sem fundo." De modo breve, o que a afirmação desta frase orienta sobre o desenvolvimento de uma boa interpretação do livro do Apocalipse? RESPOSTA. Atenção para as expressões próprias do tipo de literatura peculiar do livro, bem como do significado e simbolismos das expressões e declarações que ali se desenvolvem. QUESTÕES TEXTO 2. Análise de Augustus Nicodemus sobre Teologia Apocalíptica."O Sermão Escatológico de Jesus: Análise da influência da Apocalíptica Judaica nos escritos do Novo Testamento". 1. Sobre as análises e pensamentos acerca da relação entre o "Sermão" de Jesus em Marcos 13 e a Apocalíptica judaica, assinale V para alternativas verdadeiras e F para as falsas. ( V ) A relação entre o NT e os apocalipses judaicos tem gerado bom número de estudos desde o séc. 19, desde sugestões que Marcos 13 seria um "pequeno apocalipse", de que o contexto do NT reflete a verdadeira exegese apocalíptica (Bultmann) e até, de que o "pensamento apocalíptico é a mãe de toda a teologia cristã". ( V ) A. Schweitzer ressaltou que pra entender Jesus e Paulo é preciso considera-los como "apocalípticos", sendo um destaque necessário para valorar a mensagem escatológica de Jesus. D S Russel entende que as ideias e perspectivas influenciam claramente o NT, como nos confrontos aos demônios e acerca do triunfo final do Reino de Deus, além da concepção sobre o Filho do Homem. ( F ) Houve graves críticas feitas a essa aproximação entre NT e apocalípticos, a qual foi desenvolviva por C H Dodd, D Leon e Patten. ( V ) O capítulo 13 de Marcos é o que recebe maiores comentários, sendo considerada "uma das passagens do Novo Testamento mais semelhantes aos apocalipses judaicos", e, conforme Bultmann, esse texto é praticamente um apocalipse judaico assumido pelo cristianismo, enquanto outros estudiosos descrevem esse capítulo como um "folheto apocalíptico" reconstruido, um "pequeno apocalipse", e um "Sermão Escatológico" distinto do que realmente pode ter sido ensinado por Jesus. ( V ) O Sermão Escatológico de Jesus tem a mesma função e propósito, conforme narrado nos três evangelhos sinóticos: - corrigir expectativas sobre a destruição do templo, a vinda de Jesus e o fim dos tempos; - advertência sobre falsos sinais e falsos "Cristos"; - estabelecer visão integral da história a partir da morte e ressurreição de Jesus; - exortar para que estejam preparados para sua vinda final. RESPOSTA 1. V - V - F - V - V 2. Acerca da afirmação, de que o cap. 13 de Marcos, "opõe-se ao ensino de Paulo, tem contradições internas e contradiz o que lemos em outros lugares do Novo Testamento sobre a Parousia," conforme pensa T W Manson; qual a sua argumentação e entendimento desta proposição, baseado no pensamento de Paulo em I Tessalonicenses? RESPOSTA. O cap 13 de Marcos e o texto de Paulo em Tessalonicenses repetem e complementam o anúncio da volta de Jesus como fato que irá gerar juízo e também bênção eterna, com ênfase na esperança e confiança, e na fé e temor para estar preparado; mais do que em anúncios de datas e predições. 3. Analise a seguinte afirmação: "Segundo o autor e teólogo analista de nosso texto, Nicodemus, "a maioria destas sugestões parece roubar o Sermão Escatológico de sua originalidade e caráter próprio - para não falar de sua autenticidade. Elas partem do pressuposto, ainda não provado, de que o cristianismo primitivo - e mesmo o próprio Jesus - foi profundamente influenciado pela apocalíptica judaica a ponto de ser este o ambiente vivencial do surgimento, não somente de Marcos 13, mas também de toda a teologia do Novo Testamento." O que você entende que Augustus Nicodemus está levantando nessa reflexão, a partir do modo como ele desenvolve e conclue sua análise da apocalíptica judaica diante de Marcos 13? NICODEMUS apresenta tanto as diferenças de conteúdo e ênfase entre a apocalíptica judaica e o sermão de Jesus, bem como a singularidade e originalidade da mensagem de Jesus acerca das questões relacionados aos últimos tempos e escatologia. 4. Quais as principais características da apocalíptica judaica? RESPOSTA. tipo de literatura cristã e judaica escrita entre 200 AC e 100 DC; revelações através de audições e visões, sobre céus e terra, humanidade e Deus, mundo presente e porvir, com revelações trazendo soluções para o problema do mal e o futuro de Israel e inimigos. 5. Acerca dos Três "Temas de Análise" propostos por Augustus Nicodemus, escolha um deles e escreva a diferença de mensagem existente entre o Sermão Escatológico de Jesus e a Apocalíptica judaica? RESPOSTA PESSOAL acerca de um dos três temas, Período interino, Expectativa messiânica e Lugar de Israel na história. 7. Analise as afirmativas a seguir. a. ( ) Vejamos quem é o Messias do Sermão Escatológico, o "Filho do Homem", sendo que houveram muitas alegorias sobre essa personalidade, e também identificando as profecias com a destruição de Jerusalém: Mt 24.29-31; Mc 13. 24-27; Lc. 21-25-28; algo distinto do visto no NT, como em (1 Co 15.52; 1 Ts 4.14-17). "A vinda do "Filho do homem", conforme o Sermão Escatológico, ao contrário da apocalíptica, está próxima, será súbita, mas é impossível predizer quando ocorrerá (Mt 24.32-44; Mc 13. 28-37; Lc 21. 29-36). b. ( ) A tensão sobre as informações de tribulação e volta de Jesus é uma das características mais difíceis de todo o sermão, mas seu valor é convocar à vigilância, não sendo contraditória, sendo que não há informes objetivos de Jesus sobre sua volta, de forma que o anúncio dos sinais trágicos aponta para o fato de que o fim irá chegar, e não de quando. "Essa contradição aparente está de acordo com a tensão geral entre o "já" e o "ainda não" do Novo Testamento." c. ( ) Enquanto o Messias dos Apocalipses tem atuação limitada, o Sermão Escatológico aponta que Ele irá socorrer os eleitos da tribulação ao ajunta-los, sendo um aspecto que repete a revelação dada por Daniel acerca do filho do homem (Dn 7.13-14), porque Jesus conecta o conceito do Filho do homem com a parousia e a consumação final." d. ( ) O Lugar de Israel na História. Os apocalipses judaicos estão atentos "à situação de Israel na história"; que traz quatro ideias: Israel como povo de Deus na escatologia, importância do templo de Jerusalém, significado de eleito e, a relação de Israel diante dos gentios. e. ( ) O Templo de Jerusalém. "A situação do Templo de Jerusalém é associada de forma íntima, nos apocalipses judaicos, com a situação espiritual de Israel." Agora, assinale a sequência correta sobre as afirmações acima: a) F - V - V - V - F ITEM A VERDADEIRO b) F - V - F - V - F c) V - F - V - F - V d) V - V - F - V - V 6. Acerca da afirmação do texto a seguir, faça uma reflexão sobre o aspecto levantado e sua importância na análise desenvolvida por Nicodemus e na interpretação do livro de Apocalipse. "III. O que faz a diferença. Esta pesquisa demonstra que a semelhança de imagens e símbolos entre a apocalíptica judaica e o Sermão Escatólogico não sustenta uma mesma visão de ambos, quando tratamos do significado dos temas básicos. "Existem diferenças marcantes, como, por exemplo, no conceito do Messias." (p. 12). Enquanto a apocalíptica aguarda a vinda do Messias, no Sermão Escatológico ele já veio. A apocalíptica orienta o devido respeito ao Messias, enquanto que o Sermão Escatológico afirma que o destino das pessoas depende somente de sua crença n´Ele, "uma atitude religiosa". O Messias da apocalíptica é guerreiro, sendo que esta figura não está presente no Messias do Novo Testamento e do Sermão Escatológico. "Agora, vem a pergunta, por que o Sermão Escatológico apresenta uma visão diferente do mundo e do eschaton?". (p. 13). Já que, tanto o Sermão Escatológico quanto a apocalíptica judaica tiveram uma base comum nos textos do AT, se faz importante esta reflexão, e "nossa resposta é que isto se deveu principalmente à abordagem diferente de Jesus e dos escritores do Sermão Escatológico para com elas." RESPOSTA PESSOAL. 7. Acerca da afirmação a seguir, escreva uma ou duas frases com o entendimento principal da análise descrita nesta conclusão: Conclusão: O Sermão Escatológico de Jesus em Marcos 13 tem sido entendido como uma mensagem "apocalíptica tipicamente judaica". No entanto, se olharmos adiante das imagens e símbolos semelhantes, iremos perceber "profundas diferenças quanto aos temas básicos, como a visão do mundo presente, a concepção messiânica, e o lugar de Israel e dos gentios na história e no eschaton". As similaridades se explicam pela fonte comum do AT, especialmente do profeta Daniel, além do contexto cultural do primeiro século que contempla a escrita destes documentos. Importa destacar que a hermenêutica do Sermão foi profundamente definida e desenvolvida pela abordagem de Jesus ao conteúdo, com ènfase cristológica. "No Sermão Escatológico essa abordagem cristológica da história, do eschaton e da Escritura aparece em destaque." RESPOSTA PESSOAL. QUESTÕES. Texto 3. 1. Explique de forma breve, a seguinte afirmação: "A situação histórica e o significado das figuras do Livro do Apocalipse deve ser complementada pelo entendimento de "como esta visão específica funciona no livro como um todo." RESPOSTA. A observação do livro como carta una e de uma mensagem integral orienta o entendimento de seus termos e símbolos dentro do contexto gerado pela própria carta. 2. Explique brevemente, a seguinte afirmação: "A dificuldade do Apocalipse é a dificuldade dos textos proféticos, pois o entendimento de um texto deve ser aquele que foi dado aos ouvintes originais, no entanto, conteúdos proféticos tratam de situações futuras para os primeiros ouvintes." RESPOSTA. A tensão entre o "já" e o "ainda não" da profecia bíblica traz maiores dificuldades para realizar a interpretação do texto do Apocalipse, em si, já complexa, devido aos símbolos e expressões ali expostas. BOM EXERCÍCIO E ATIVIDADES. Prof Ivan Disciplina Teologia Apocalíptica, I Semestre 2023.

quarta-feira, 29 de março de 2023

TEOLOGIA APOCALÍPTICA. Texto 2 - Livro 1. SPS, extensão Curitiba. 2023.

Esse breve resumo Parte 2 com citações, tem objetivo didático de orientação para a Disciplina: Teologia Apocalíptica, do currículo do Seminário Presbiteriano do Sul - extensão Curitiba, da Igreja Presbiteriana do Brasil. Texto base: GORDON, Fee e STUART, Dou. Entendes o que lês?. Edições Vida Nova, São Paulo SP, 2006. PARTE 2. LIVRO DO APOCALIPSE. Quadros do Julgamento e da Esperança. Após ler histórias, cartas e evangelhos no NT, tomamos contato com anjos e bestas, selos e dramas cósmicos no texto do livro do Apocalipse. Ao mesmo tempo, o autor fala direto ao leitor, enquanto também envia cartas para as sete igrejas, sendo que o livro contém um profundo e rico simbolismo, seja dos juízos e terremotos, seja das testemunhas (11.1-10) - que é sempre um desafio interpretativo para o conhecimento de toda a Igreja. "A maioria dos problemas tem origem nos símbolos, além do fato de que o livro trata dos eventos futuros, mas ao mesmo tempo o contexto é reconhecidamente do século I". (p. 217). Importa saber que a humildade é a atitude correta diante da leitura do Livro do Apocalipse, pois há cinco importantes escolas de interpretação, sendo que a exegese do texto é fundamental, até porque muitas publicações populares tem tratado o conteúdo direto na hermenêutica - aplicação, o que tem causado problemas de conhecimento da verdade do texto. A Natureza do Texto do Apocalipse. O tipo do gênero literário do livro requer toda nossa atenção, até porque o texto traz "uma combinação sem igual, finalmente harmonizada, de três tipos literários distintos: o apocaliptico, a profecia e, a carta." (p. 218). Sendo que o tipo literário do apocalipse é algo incomum em nossos dias, daí nosso distanciamento de sua compreensão. O Apocalipse como Apocalíptica. Apocalipse significa Revelação, sendo um termo que se refere ao gênero literário, o qual entre os anos 200 a.C e 200 d.C gerou dezenas de textos escritos nesse modelo. As características dos textos dessa época, do gênero da Apocalíptica, são: 1. a raiz mestre da apocalíptica é a literatura-profética vetero-testamentária, especialmente conforme é achada em Ezequiel, Daniel, Zacarias, e partes de Isaías. Tratava de temas de julgamento e salvação num contexto de perseguições, tendo a preocupação maior com a intervenção final de Deus para resolver a história e situação. 2. Os apocalipses são diferentes das profecias, pois desde seu início são escritos numa forma literária específica, posto que João é chamado para ver e escrever. 3. "A matéria da apocalíptica é apresentada na forma de visões e sonhos, e sua linguagem é enigmática (com sentidos ocultos) e simbólicos." (p. 219). São textos que carregavam a ideia de serem antigos e escritos por personalidades da tradição da fé. 4. "As figuras de linguagem da Apocalíptica frequentemente são formas de fantasia, e não da realidade." (p. 219). De forma diferente, os simbolismos dos profetas envolviam figuras da realidade, como sal, pombos, pães etc. As figuras da apocalíptica surgem da fantasia, com seres como a besta com dez chifres e sete cabeças, mulher vestida de sol e gafanhotos com caudas de escorpião. Embora saibamos o que são bestas e gafanhotos, a "combinação sobrenatural" das figuras é uma fantasia para com a nossa realidade. 5. "Porque eram literários, a maioria dos apocalipses eram muito formalmente estilizados. Havia uma forte tendência para dividir o tempo e os eventos em pacotes arrumados." (p. 220). Assim, as visões se apresentam em conjuntos e numeradas, vindo a expressar algo definido quando unidas, embora sem seguir uma cronologia, de um quadro diante do outro, sem que as mensagens sejam decorrentes. "O Apocalipse de João enquadra-se em todas estas características da apocalíptica menos uma." João não era desconhecido de seus leitores, sendo inclusive avisado para dar publicidade ao livro. "Não seles as palavras da profecia deste livro, porque o tempo está próximo." (Ap 22.10). (p. 220). O Apocalipse como Profecia. O Apóstolo João escreve um texto profético numa literatura apocalíptica, de forma que sua palavra profética é entregue na perspectiva de uma mensagem que está ocorrendo no já e, ainda não; sendo que, o fato de João viver na Era do Espírito tem muito a ver com a singularidade deste livro. João "estava no Espírito" ao receber a mensagem, sendo uma palavra do "testemunho de Jesus", que é conforme e segundo "o espírito da profecia", sendo essa uma revelação do Senhor autorizada em Jesus, e tendo por testemunhas a João e as Igrejas, o que faz surgir uma "evidência clara de que o Espírito profético viera." (p. 220). Essa junção de aspectos da apocaliptica e da profecia dá certas singularidades diferenciais ao livro de João, em meio às caracteristicas de um texto deste tipo de literatura, posto que foi dado para uma igreja em perseguição, a qual recebe uma mensagem que anuncia o fim dos tempos e a vitória de Jesus e de seu povo, com destaque ainda, para ser "uma obra de literatura cuidadosamente construída, que emprega linguagem enigmática e rico simbolismo de fantasia e de números." (p. 221). Um aspecto importante do valor profético do livro do Apocalipse se refere ao fato de ser uma mensagem que foi anunciada na época de sua visão, sendo ao mesmo tempo, uma palavra de Deus para o tempo em que foi anunciada, destacando assim, o que foi dito no cap. 9, acerca de: "que profetizar não significa primariamente predizer o futuro mas, sim, proclamar a Palavra de Deus no presente, palavra esta que usualmente tinha como seu conteúdo o julgamento ou a salvação vindouros." (p. 221). O Apocalipse como Epístola. Destaca-se que a união de aspectos proféticos e apocalípticos foi escrita no modelo de uma carta, com aspectos formativos de uma epístola em sua ordenação e texto. A partir disto, deve-se perceber o "aspecto ocasional" - que toda carta carrega consigo, pois a escrita surgiu de uma situação e necessidades que as igrejas experimentavam, surgindo daí, a importância do estudo de "seu contexto histórico original", para a boa interpretação do livro. (p. 221). A NECESSIDADE DA EXEGESE. "Mas é exatamente a falta de princípios exegéticos sadios que fez com que ocorresse tanta interpretação má e especulativa do Apocalipse." (p. 221). A primeira tarefa é a intenção do autor, e sendo o Apocalipse uma epístola, o "significado primário é aquilo que João pretendeu que significasse... que seus leitores poderiam ter entendido", além do fato que o contexto histórico e simbologias utilizadas eram familiares aos destinatários da carta. Enquanto texto profético, deve-se resguardar a possibilidade de um "sentido secundário" a ser dado pelo Espírito Santo, embora a tarefa da exegese seja somente a do entendimento do que João escreveu aos leitores originais. O princípio da "analogia da Escritura" no sentido de que a Bíblia deve interpretar a Bíblia é princípio sempre válido, no entanto, isto não significa que outros textos deverão ser a chave de entendimento do Apocalipse. "Destarte, é coisa aceitável reconhecer o novo uso que João faz das figuras tiradas de Daniel ou Ezequiel, ou ver as analogias nas figuras apocalípticas doutros textos." Porém, não é certo que os leitores tinham conhecimento das mensagens de Mateus ou Tessalonicenses, por isso, as chaves do Apocalipse devem estar baseadas no conteúdo interno desta carta. Dificuldades Adicionais devido natureza apocalíptica/profética do conteúdo: - observar riqueza de material simbólico do livro, oriundo do AT, de quadros da apocalíptica e até mitologia antiga; sendo que estes "foram despedaçados e transformados sob a inspiração e assim harmonizados nesta "nova profecia". (p. 223). - "A linguagem figurada apocalíptica é de vários tipos." A besta representa um tirano mundial, enquanto que o Leão se torna um Cordeiro no livro (5.5-6), enquanto que a mulher é tanto positiva (cap. 12) como negativa (cap. 17). Há figuras específicas como os sete candeeiros que são sete igrejas e o dragão que é Satanás, enquanto que os 4 Cavaleiros não representam guerra ou fome, mas sim a "expressão da condição caída da humanidade como sendo a origem do sofrimento da igreja (6.9-11)". - "Quando o próprio João interpreta as suas próprias figuras de linguagem, estas figuras interpretadas devem ser sustentadas com firmeza e devem servir de ponto de partida para compreender outras." (p. 223). Há seis figuras interpretadas desta forma: O filho do homem é Cristo (1.17-18); os candeeiros são as sete igrejas (1.20); as sete estrelas são os sete anjos ou mensageiros (1.20); O grande dragão é Satanás (12.9); As sete cabeças são sete montes em que a mulher assentou (bem como sete reis) (17.9); A meretriz é a grande cidade, Roma (17.18). - As visões devem ser interpretadas como o são as parábolas, observando o todo de sua mensagem, com os detalhes trazendo dramaticidade e referência, mas não a essência da mensagem. "Sendo assim, os detalhes de o sol tornar-se negro como saco de crina e as estrelas caindo como figos verdes provavelmente não "significam" coisa alguma. Simplesmente tornam a visão do terremoto mais impressionante." Já os gafanhotos indicam os bárbaros ao redor do Império Romano, (9.7-11). (p. 224). - "Uma nota final: os apocalipses em geral, e o Apocalipse de João em especial, raras vezes pretendem oferecer uma narrativa detalhada e cronológica do futuro. A mensagem deles tende a transcender tal tipo de preocupação." (p. 224). O interesse e propósito de João é demonstrar que acima das aparências, Deus controla a história, a Igreja e futuro. A Igreja sofredora tem a visão do triunfo em Cristo e do juízo sobre os inimigos. "Todas as visões devem ser vistas nos termos desta preocupação maior." (p. 224). O CONTEXTO HISTÓRICO. A boa leitura de qualquer genêro literário é a leitura inteira de todo o livro ou carta, de uma vez só. "Leia procurando o quadro geral." (p. 224). Na leitura, faça anotações gerais mentais e ou breves sobre o autor e leitores originais, e descubra o que significa o fato dos leitores de João serem "companheiros na tribulação". Nas sete cartas há uma repetição da indicação da escrita "ao vencedor"; o quinto selo revela os mártires fiéis, mortos pela "palavra" e "testemunho". A multidão que não mais irá sofrer no cap. 7 veio da "grande tribulação", e todo sofrimento e morte dos fiéis tem relação com "o testemunho de Jesus". (p. 224-225). "Este tema é a chave para compreender o contexto histórico, e explica plenamente a ocasião e propósito do livro. O próprio João estava no exílio por causa da sua fé. Outros também estavam passando por sofrimentos - um até morrera (2.13) - pelo "testemunho de Jesus". (p. 225). João "no espírito" entendeu que estes sofrimentos eram o começo dos "ais", enquanto percebia que nem toda igreja estava preparada e pronta. "Os temas principais são abundantemente claros: a igreja e o estado estão seguindo direções que levarão a uma colisão, e parecerá que a vitória inicial pertence ao estado." (p. 225). João avisa que a morte e sofrimento estão próximos e também que ainda irão piorar, sendo importante não perder a fé na opressão. "Esta palavra profética, porém, também é de encorajamento; Deus, pois, está controlando todas as coisas. Cristo segura as chaves da história, e segura as igrejas nas Suas mãos (1.17-20). A igreja, portanto, triunfa até mesmo através da morte (12.11)." (p. 225). A mensagem de que Deus irá derramar ira sobre os inimigos, e dar descanso a seu povo, também faz olhar para Roma, naquele futuro próximo e imediato. A tribulação pertence ao povo de Deus, enquanto que o juízo e ira do Senhor aos inimigos, sendo que os fiéis não sofreram debaixo desta terrível ira, embora venham a sofrer nas mãos dos inimigos. Algo também dito no restante do NT, como quando Paulo "gloria-se" nas lutas mas avisa que Deus irá julgar os que perseguem sua igreja. As questões cruciais da abertura dos selos 5 e 6 (6.9-17) traz duas questões: o povo de Deus deverá aguardar e ainda irá padecer, e o julgamento divino está definido e irá acontecer. O sexto selo traz a pergunta: "Quem é que pode suster-se?" E a resposta está no cap. 7: "aqueles que foram selados por Deus, que "lavaram suas vestiduras, e as alvejaram no sangue do Cordeiro". (p. 226). (continua no Texto 3 da Teologia Apocalíptica) Autor. Ivan S Rüppell Jr é professor de Teologia e Ciências da Religião no Seminário Presbiteriano do Sul - extensão Curitiba (IPB) e Faculdades Uninter.

terça-feira, 28 de março de 2023

MEDITAÇÃO DOMINICAL. A Paixão de Cristo.

TEXTO Bíblico. "Porque Deus amou o mundo de tal maneira que entregou o seu Filho, para que todo que n'ele crer não pereça, mas tenha a vida eterna." (Evangelho de João, cap. 3. 16). MEDITAÇÃO. Algumas das mais tradicionais religiões da história anunciam com fervor e celebrações as suas doutrinas sobre como a Humanidade pode ser liberta das misérias da existência. A libertação da dor e sofrimento, e o livramento da morte e das trevas espirituais é uma promessa e também uma declaração das religiões. A Paixão de Cristo é o anúncio e celebração ao mundo do modo como o Cristianismo está libertando a humanidade de sua maior miséria - a distância de Deus! E da morte espiritual que é sua consequência e destino. Desta forma, os pecados dos homens não são avivados ou ocultados, amarrados ou cobertos, limitados ou abraçados, escondidos ou negados. Pois no Cristianismo os pecados dos homens são levados pra longe, para o mundo dos mortos. E lá são enterrados por Jesus de Nazaré, que os carregou consigo, em seu próprio corpo. Por isso mesmo Ele é o Cristo e Messias que sofreu por nossos pecados e morreu debaixo das nossas corrupções. Sim, a Paixão e Sofrimento de Jesus foi no lugar e em favor dos homens, pois um morreu pra que muitos pudessem viver. Promessa cumprida no Domingo de Páscoa, dia da Primeira Ressurreição da História. Momento de visualizar o fim da morte dos homens e o início de uma eternidade bendita pra humanidade junto de Deus Pai, Filho e Espírito Santo. ORAÇÃO. Santo Deus e Pai Nosso que está nos céus. Santificado seja o teu nome, porque nos tirou da terra do Egito aonde os seres humanos morrem no juizo de seus pecados. Que venha o seu reino de perdão dos pecados. E seja feita em nossa vida a sua vontade pra que sejamos transformados a cada dia, sendo pessoas melhores ao seguir Jesus Cristo. Amém. Autor. Ivan S Rüppell Jr é professor de Ciências da Religião e Teologia.

sábado, 18 de março de 2023

MEDITAÇÃO DOMINICAL. Pedindo Sabedoria...

TEXTO Bíblico. "Se, porém, algum de vocês necessita de sabedoria, peça a Deus, que a todos dá com generosidade e sem reprovações, e ela lhe será concendida." (Carta de Tiago, 1.5). MEDITAÇÃO. Veja que é mais fácil do que parece, e está mais perto do que se imagina ser capaz de agir com prudência e simplicidade no dia a dia. Sabe aquele negócio de pensar primeiro pra não ficar desanimado e sozinho depois! Então. É isso mesmo que Deus está oferecendo pra quem tiver um pouco de fé e muita humildade pra se colocar na presença d'Ele. Verdade! Pois o que realmente atrapalha nosso relacionamento com Deus é a independência diante d'Ele e a consequente autosuficiência conosco mesmos. Tá entendendo? Daí que preferimos sair mal acompanhados junto de nosso coração e mente ansiosos a cada manhã, ao invés de sair por aí aquietados junto de Deus. Mal acordamos e vamos decidir a vida limitados em nosso entendimento de menos e emoções demais. Quase que movidos pelo tempo, que não para e não nos deixa pensar o que se deve saber. O que fazer? Bem, dois conselhos: dá uma lida na carta de Tiago, o Apóstolo da sabedoria de Deus no Novo Testamento, e pratica a oração que ele recomenda: "Se, porém, algum de vocês necessita de sabedoria, peça a Deus (...) Peça-, porém, com fé, nada duvidando, (...)". (Tiago 1.5-6). ORAÇÃO. Santo Deus e Pai nosso que está nos céus. Santificado seja o teu nome. Estamos pedindo sabedoria dos céus e conselhos ao nosso Deus, pois somente o Senhor sabe todas as coisas. Ajuda-nos com mansidão e domínio próprio pra nos livrar da ansiedade e irritação. Pra que consigamos perceber e avaliar a vida e as pessoas de forma bendita, mas realista. Derrama em nossa mente e coração os teus mandamentos e conhecimento pra que venha sobre a nossa personalidade o teu reino e seja feita a tua vontade. Amém! Autor. Ivan S Rüppell Jr é Professor de Teologia e Ciências da Religião.

quinta-feira, 9 de março de 2023

Teologia Apocalíptica. Reflexão na Análise de Augustus Nicodemus.

O TEXTO "O Sermão Escatológico de Jesus: Análise da influência da Apocalíptica Judaica nos escritos do Novo Testamento" é conteúdo da Disciplina Teologia Apocalíptica do Seminário Presbiteriano do Sul - extensão Curitiba. Desta forma, vamos fazer algumas citações e destacar conteúdos para a aprendizagem de nossa disciplina. INTRODUÇÃO. A relação entre o NT e os apocalipses judaicos tem gerado bom número de estudos desde o séc. 19, desde sugestões que Marcos 13 seria um "pequeno apocalipse", de que o contexto do NT reflete a mitologia apocalíptica (Bultmann) e até, de que o "pensamento apocalíptico é a mãe de toda a teologia cristã". A. Schweitzer ressaltou que pra entender Jesus e Paulo é preciso considera-los como "apocalípticos", sendo um destaque necessário para valorar a mensagem escatológica de Jesus. R H Charles liga o texto do Sermão do Monte a conteúdos apocalípticos judaicos, sendo que o cristianismo teria valorado o contéudo apocalíptico acima até do próprio judaísmo, enquanto que a descoberta dos Manuscritos do Mar Morto reavivou possíveis semelhanças de conteúdo entre a mensagem do NT e apocalipses judaicos. D S Russel entende que as ideias e perspectivas influenciam claramente o NT, como nos confrontos aos demônios e acerca do triunfo final do Reino de Deus, além da concepção sobre o Filho do Homem. Sendo que, mesmo após as violentas críticas a essa aproximação entre NT e apocalípticos, a qual foi desenvolviva por C H Dodd e R G Beasley, a influência da matriz apocalíptica tem boa aceitação na erudição teológica. P Patten entende que alguns apócrifos apocalípticos esclarecem as parábolas de Marcos, e D Leon entende que Mateus 24 é "uma inserção apocalíptica" na mensagem de Jesus. O capítulo 13 de Marcos é o que recebe maiores comentários, sendo considerada "uma das passagens do Novo Testamento mais semelhantes aos apocalipses judaicos", e, conforme Bultmann, esse texto é praticamente um apocalipse judaico assumido pelo cristianismo, enquanto outros estudiosos descrevem esse capítulo como um "folheto apocalíptico" reconstruido, um "pequeno apocalipse", e um "Sermão Escatológico" distinto do que realmente pode ter sido ensinado por Jesus; sendo que a edição prejudica o que Jesus revela, pois o cap. 13 de Marcos, "opõe-se ao ensino de Paulo, tem contradições internas e contradiz o que lemos em outros lugares do Novo Testamento sobre a Parousia," conforme pensa T W Manson. Outros estudiosos veem diferente, entendendo que Marcos utilizou pensamentos apocalípticos de Jesus e buscou contextualiza-los historicamente, diminuindo sua ênfase apocalíptica. (p. 1). Segundo o autor e teólogo analista de nosso texto, "a maioria destas sugestões parece roubar o Sermão Escatológico de sua originalidade e caráter próprio - para não falar de sua autenticidade. Elas partem do pressuposto, ainda não provado, de que o cristianismo primitivo - e mesmo o próprio Jesus - foi profundamente influenciado pela apocalíptica judaica a ponto de ser este o ambiente vivencial do surgimento, não somente de Marcos 13, mas também de toda a teologia do Novo Testamento." Assim, o objetivo de Augustus Nicodemus é analisar se é razoável a tese "de que o Sermão Escatológico de Jesus, em sua estrutura, forma e conteúdo, é apocalíptico." (p. 2). A análise indica alguns "motivos básicos" presentes na Apocalíptica Judaica a fim de fazer uma comparação com o Sermão Escatológico, e então, destacar as diferenças. "Nosso alvo é mostrar que o Sermão Escatológico é distinto da literatura apocalíptica em pontos fundamentais e demonstrar que esta diferença é devida à hermenêutica de Jesus." (p. 2). I. CARACTERÍSTICAS GERAIS DA APOCALÍPTICA JUDAICA E DO SERMÃO ESCATOLÓGICO. A. Os Apocalipses Judaicos. Descrição de características. São literatura judaica e cristã escritas entre 200 a.C. e 100 d.C. no interesse de revelar através de audições e visões alguns mistérios sobre a existência e temas teológicos, contendo temas do destino final da história, cujo conteúdo foi revelado por Deus através de visões; com tema básico da vingança divina aos inimigos de Israel. No entanto, Charlesworth e P Hanson entendem que somente o "estilo literário" do apocalipse pode ser percebido, mas não a sua essência ou natureza, sendo que Hanson destaca o modo como os apocalipses surgiram numa junção de apocalíptica e escatologia, para dar mensagens de esperança aos fiéis mais simples da religião; sendo "típicos de períodos de desepero, tristeza e sofrimento". Surgem após o exílio em meio a um contexto de promessas não concretizadas e diante de uma realidade de espera da vinda do reino de Deus. Concordamos que há diferenças nos vários apocalipses acerca das previsões dadas, "em geral, porém, todos eles têm como tema central o governo absoluto de Deus no mundo", vindo a orientar a atitude do crente diante do mundo e a definir os atos finais de Deus na história. B. O Sermão Escatológico. Suas característiscas estão contidas nas respostas dadas por Jesus ao questionamento dos discípulos em Mateus 24.1-3, sendo que nos três evangelhos sinóticos este sermão tem a mesma função: - corrigir expectativas sobre a destruição do templo, a vinda de Jesus e o fim dos tempos; - advertência sobre falsos sinais e falsos "Cristos"; - estabelecer visão integral da história a partir da morte e ressurreição de Jesus; - exortar para que estejam preparados para sua vinda final. Este Sermão Escatológico de Jesus traz ensinos que Ele ministrou em outras ocasiões, porém, nessa ocasião, embora haja palavras e temas dos apocalipses judaicos, Jesus anuncia um "sermão exortativo-escatológico, sem igual e bastante distinto dos apocalipses judaicos". Partes do Sermão Escatológico. 1. O princípio das dores são sinais dos tempos e confirmação de que o fim virá, mas não de que está próximo. (Mc 13.5-13) 2. A grande aflição da Judéia responde à pergunta sobre a destruição do templo. (Mc 13.14-23) 3. A vinda do Filho do Homem, que é a segunda vinda de Jesus. (Mc 13.24-27) 4. A volta final de Jesus surge em detalhes para ensinar a importância de estar atento à sua ocorrência. (Mc 13.28-37) 5. Exortação para estar preparado. (Mc 13. 33-37) 6. Parábolas de exortação para vigilância. (Mt 25.1-30) 7. O Dia do Juízo e o ajuntamento das nações. (Mt 25. 31-46). Enfim, o fato é que há elementos comuns entre o Sermão Escatológico e os apocalipses judaicos, porém, nossa análise é compreender se o sermão é somente um apocalipse judaico apoderado pelos cristãos e reorientado ao cristianismo, conf. entende Russel. TRÊS TEMAS DE ANÁLISE. O tempo deste mundo ou período interino; - A expectativa messiânica; - O lugar de Israel na História à luz do eschaton. A. Período interino. Expressão que designa o tempo presente, desde o momento de alguma ocorrência que o iniciou até a consumação dos tempos. Oferecer "um calendário para a história" é o propósito deste tema, assim como houve nas "setenta semanas" (Daniel 9. 24-27), além de outros textos apócrifos ou apocalipses judaicos: (em Baruque há doze partes, e em 1 Enoque há dez semanas). "O foco do Sermão Escatológico, por outro lado, é muito mais a preparação dos discípulos para os últimos dias do que um programa detalhado da história, como é o caso em muitos dos apocalipses judaicos." (p. 6). Um diferencial é que os sinais dos tempos como são dados por Jesus são mais uma garantia de que sua profecia irá ocorrer, do que "pistas" de que os tempos finais chegaram e nele estamos. "Estes sinais, entretanto, funcionam como uma confirmação de que Deus trará o fim (Mt 24. 4-14; Mc 13.5-13; Lc 21. 8-19) e não como marcadores de períodos determinados na história." (p. 6). Desta forma, compreende-se que Jesus "não era apocalíptico", mas sim, um profeta que ensina e apregoa acerca das tensões "entre o "já" e o "ainda não". (p. 6). B. Uma Abordagem pessimista do Mundo Presente. O pessimismo é uma marca dos "apocalipses", conf 4 Esdras e 2 Baruque, com a degradação e iniquidade sendo crescentes, em meio à salvação de uns e o juízo de tantos. "No Apocalipse de Abraão, o tempo presente é apresentado como um tempo de impiedade, em que os pagãos tem domínio sobre os judeus." (p. 7). E assim seguem outros apocalipses, retratando a chegada da tribulação e a vigilância, a devida atenção e clamor que devem ter os fiéis, em meio a tudo; sendo que, uma explicação sobre a prosperidade dos maus diante das lutas dos bons é um tema recorrente dos apocalipses, para expor o modo como Deus é bom e ainda está governando a realidade. O dualismo é um tema presente nos apocalipses, com a descrição de demônios e maldades sobre a terra, os quais são permitidos por Deus nesse período de "domínio" do mal. Enfim, o Sermão Escatológico não é pessimista. O anúncio das tribulações dado por Jesus tem propósito de comprovar suas palavras proféticas sobre o desenvolvimento da história; e não para anunciar a chegada do fim, mas sim, para dar coragem e esperança nas provações aos discípulos, pois eles seguem sendo suas testemunhas ao mundo. "A atitude dos discípulos diante de um mundo em crise é de expectativa positiva (Lc 21.28) e de alcançar o mundo com as boas novas (Mt . 24-14)." (p. 7). Em distinção, a comunidade dos Manuscritos está separada da sociedade e protegida do Diabo, pois o mundo foi entregue a Satanás. Enfim, esta abordagem otimista tanto do Sermão Escatológico como do Novo Testamento, levou o estudioso Leon a entender a porção "pessimista" do sermão, como se fora uma "inserção", com a igreja tomando emprestadas algumas colocações "apocalípticas" para incluir no Sermão, como o de Mateus, para advertir os cristãos sobre o tempo em que a caridade irá faltar. C. A expectativa messiânica. A figura do Messias guerreiro que já veio ou virá para conduzir a nação de Israel em vitória é "um tema recorrente na apocalíptica judaica". 1. O Messias guerreiro da apocalíptica. O Messias do Apocalipse de Abraão é denominado o "Eleito de Deus" que vem castigar os ímpios, enquanto que no Apocalipse de Baruque a aparição do Messias ocorre após a tribulação, nos dias finais, na expectativa de que um "império messiânico" seja estabelecido até o fim dos tempos e data final da corrupção na terra. "A terra será inacreditavelmente frutífera e ninguém jamais terá fome." E então o Messias vai surgir em glória, embora o Apocalipse de Baruque tenha lacunas sobre o tempo da vitória final do Messias sobre os inimigos de Israel, o que fez surgir a ideia de que este texto é compilação de vários apocalipses. Em I Enoque o Messias recebe títulos próximos dos do NT, como O Ungido e Cristo, e o Justo, que virá iluminar os eleitos, vindo a morar entre eles para avaliar suas obras. "O Messias de I Enoque é o juiz do mundo, o revelador dos segredos, o campeão e soberano dos íntegros." Enquanto isso, "o Testamento dos Doze Patriarcas menciona a imensa expectativa que muitos judeus tinham da chegada do Messias durante os dias prósperos dos macabeus (100-50 a.C.). Este escritor admirava o profeta, sacerdote e rei João Hircano, no período dos macabeus, que deveria ser a pessoa que representava os ideais messiânicos do texto, sendo um sacerdote que receberia revelações e mesmo um Messias, como entendiam os fariseus, até que Hircano rompeu com este grupo, o que reorientou a escrita deste "Testamento". "De acordo com Charles, o Messias idealizado pelo primeiro escritor tinha privilégios muito altos." Homem justo, reto e manso, sacerdote e mediador pelos gentios, e Profeta de Deus, vindo a ser Rei de Israel para lutar com as nações e o Mal, libertando as almas do pecado, tendo condição de capacitar seguidores na luta espiritual até lançar Belial no fogo final. "A semelhança com o conceito cristão do Messias pode ser entendida como sendo o resultado de assimilação por parte dos autores deste apocalipse." 2. O Filho do homem do Sermão Escatológico. Vejamos quem é o Messias do Sermão Escatológico, o "Filho do Homem", sendo que houveram muitas alegorias sobre essa personalidade, e também identificando as profecias com a destruição de Jerusalém: Mt 24.29-31; Mc 13. 24-27; Lc. 21-25-28; algo distinto do visto no NT, como em (1 Co 15.52; 1 Ts 4.14-17). "A vinda do "Filho do homem", conforme o Sermão Escatológico, ao contrário da apocalíptica, está próxima, será súbita, mas é impossível predizer quando ocorrerá (Mt 24.32-44; Mc 13. 28-37; Lc 21. 29-36). Esta tensão é uma das características mais difíceis de todo o sermão", mas seu valor é convocar à vigilância, não sendo contraditória, sendo que não há informes objetivos de Jesus sobre sua volta, de forma que o anúncio dos sinais trágicos aponta para o fato de que o fim irá chegar, e não de quando. "Essa contradição aparente está de acordo com a tensão geral entre o "já" e o "ainda não" do Novo Testamento." Enquanto o Messias dos Apocalipses tem atuação limitada, o Sermão Escatológico aponta que Ele irá socorrer os eleitos da tribulação ao ajunta-los, julgando o mundo com recompensa ao eleitos e juízo aos maus. "Isso é muito mais do que o filho do homem de Daniel (Dn 7.13-14), porque Jesus conecta o conceito do Filho do homem com a parousia e a consumação final." D. O Lugar de Israel na História. Os apocalipses judaicos estão atentos "à situação de Israel na história"; que traz quatro ideias: Israel como povo de Deus na escatologia, importância do templo de Jerusalém, significado de eleito e, a relação de Israel diante dos gentios. 1. Israel e o eschaton. "Nos apocalipses judaicos a situação futura de Israel normalmente é luminosa." A essência da mensagem que surge de forma repetida é de uma experiência de provações e perseguição na presente era, até a vitória final de Israel sobre as nações, em que irá assumir a primazia, enquanto o mundo ímpio irá padecer sobre o juízo de Deus. "O futuro de Israel no Sermão Escatológico, porém, não é tão promissor assim." Jerusalém é destruída pelo juízo de Deus a partir da descrença na vinda do Messias, o Cristo. Não há orientação de retorno da glória de Israel nem de que consiga se levantar do jugo dos gentios, após o anúncio dos juízos contra a nação. Como as passagens não são claras, deve-se buscar em Romanos 11.25, uma perspectiva neo testamentária mais clara sobre estas predições para Israel. Há uma ênfase do juízo sobre Israel quando Jesus convoca os discípulos para fugir de Jerusalém em sua tribulação, havendo uma certa clareza na definição do tempo dessa ocorrência e dos inimigos, o Império Romano. "Em resumo, esta é a distinção básica da concepção escatológica quanto a Israel no Sermão Escatológico." A apocalíptica judaica anuncia a restauração e glória futura de Israel na ocorrência escatológica, enquanto que o Sermão apresenta a felicidade dos eleitos no Messias, sejam judeus ou gentios. 2. O Templo de Jerusalém. "A situação do Templo de Jerusalém é associada de forma íntima, nos apocalipses judaicos, com a situação espiritual de Israel." O Apocalipse de Abraão e o Testamento dos Doze Patriarcas anunciam a destruição feroz do templo devido aos pecados de Israel. Ao mesmo tempo, outros textos apocalípticos apresentam a restauração de "um último templo" ao fim dos tempos. "O templo, de acordo com o Sermão Escatológico, também será destruído (Mt 24.1-2), mas como a expressão da ira divina contra a incredulidade da nação para com Jesus (ver Lc 19.41-44; 21- 22-24; Mt 23.37-39; e 24.1-2)." (p. 11). A possível identificação de Jesus com o templo também pode indicar sua morte e ressurreição, conforme a reflexão de Mateus sobre o véu que se rasgou. A destruição do templo também pode se referir ao juízo final de Deus sobre a terra. Se isso está correto, o ensino teológico do templo tem um significado superior e profundo em relação aos apocalipses. 3. Israel e os gentios. "A situação dos gentios com relação a Israel é uma outra preocupação da apocalíptica judaica." Há tanto uma visão de salvação exclusiva para o povo de Israel, com juízo até sobre judeus que casam filhas com gentios; e há também, uma perspectiva que inclue a salvação dos gentios "através de Israel". Porém, o Sermão Escatológico não traz diferença nem primazia para judeus ou gentios, pois "as boas novas serão anunciadas a todas as nações como testemunho. (Mt 24.14)." O dia do juízo irá colocar todas as pessoas diante de Deus e o acerto será pessoal, não havendo o "universalismo parcial" dos apocalipses, com certa primazia aos judeus, pela etnia. A apocalíptica judaica indica que o fim pouco anterior ao juízo de Deus irá ocorrer em meio a um grande conflito universal, "mas esta última grande batalha e a subversão dos poderes terrestres malignos estão ausentes no Sermão Escatológico. Isto significa que a expectativa nacional judaica não tem lugar algum no Sermão Escatológico." (p. 12). III. O que faz a diferença. Esta pesquisa demonstra que a semelhança de imagens e símbolos entre a apocalíptica judaica e o Sermão Escatólogico não sustenta uma mesma visão de ambos, quando tratamos do significado dos temas básicos. "Existem diferenças marcantes, como, por exemplo, no conceito do Messias." (p. 12). Enquanto a apocalíptica aguarda a vinda do Messias, no Sermão Escatológico ele já veio. A apocalíptica orienta o devido respeito ao Messias, enquanto que o Sermão Escatológico afirma que o destino das pessoas depende somente de sua crença n´Ele, "uma atitude religiosa". O Messias da apocalíptica é guerreiro, sendo que esta figura não está presente no Messias do Novo Testamento e do Sermão Escatológico. "Agora, vem a pergunta, por que o Sermão Escatológico apresenta uma visão diferente do mundo e do eschaton?". (p. 13). Já que, tanto o Sermão Escatológico quanto a apocalíptica judaica tiveram uma base comum nos textos do AT, se faz importante esta reflexão, e "nossa resposta é que isto se deveu principalmente à abordagem diferente de Jesus e dos escritores do Sermão Escatológico para com elas." "Penso que Ridderbos estava correto ao afirmar que os escritores bíblicos eram, em muitos aspectos, filhos de seu próprio tempo, e que pensavam e escreviam como tais." Isto se aplica à língua e aos conceitos, forma de expressão e comunicação, sendo que uma percepção igual deve ser dada para o ensino de Jesus. Neste sentido, as semelhanças do Sermão Escatólico e literaturas judaicas da época sugerem "uma dependência comum... corpo flutuante do material apocalíptico em existência, bem conhecido da mente popular, do qual os escritores fizeram uso..."; o qual já estava incluso na cultura popular da época. "Assim, conforme Warfield, não havia mais nada para o cristianismo inventar no campo da hermenêutica; restava-lhe assumir as práticas literárias estabelecidas da apocalíptica e da exegese dos rabinos. E. Ellis... destaca as semelhanças do material neotestamentário com os padrões rabínicos de interpretação. Para ele, o Sermão Escatológico nada mais é que um midrash de Daniel." Coetzee entende que o NT utiliza aspectos literários judaicos, como quiasmo e paralelismo, "composição circular", em Tiago e 1 João. "Este último recurso poderia explicar bem o desenvolvimento bastante circular do Sermão Escatológico." No entanto, mais do que reverberar os "métodos rabinicos de interpretação" e literatura apocalíptica da época, deve-se entender que o Sermão Escatológico anotado pelos evangelistas foi escrito debaixo da "hermenêutica do próprio Jesus". "Como L. Floor afirma, o que realmente faz a diferença, não só no Sermão Escatológico, mas no Novo Testamento como um todo, é o fato de que Jesus e os seus discípulos não abordaram o Antigo Testamento como um conjunto de regras divinamente sacionadas"; como era um padrão nos textos judaicos diversos daquele período. "É nossa convicção que as características distintivas do Sermão Escatológico, quando comparado com a apocalíptica judaica, podem ser adequadamente compreendidas deste modo." (p. 13). Conclusão: O Sermão Escatológico de Jesus em Marcos 13 tem sido entendido como uma mensagem "apocalíptica tipicamente judaica". No entanto, se olharmos adiante das imagens e símbolos semelhantes, iremos perceber "profundas diferenças quanto aos temas básicos, como a visão do mundo presente, a concepção messiânica, e o lugar de Israel e dos gentios na história e no eschaton". As similaridades se explicam pela fonte comum do AT, especialmente do profeta Daniel, além do contexto cultural do primeiro século que contempla a escrita destes documentos. Importa destacar que a hermenêutica do Sermão foi profundamente definida e desenvolvida pela abordagem de Jesus ao conteúdo, com ènfase cristológica. "No Sermão Escatológico essa abordagem cristológica da história, do eschaton e da Escritura aparece em destaque." (p. 14). Autor. Ivan S Rüppell Jr é Professor de Teologia e Ciências da Religião do SMS - extensão Curitiba e Uninter.

MEDITAÇÃO DOMINICAL. "Santificado seja o teu nome!" Orando o Pai Nosso.

TEXTO Bíblico: "De uma feita, Jesus estava orando em certo lugar. Quando terminou, um dos seus discípulos lhe pediu: Senhor, ensina-nos a orar como também João ensinou aos seus discípulos. Então, ele os ensinou: Quando orardes, dizei: Pai, santificado seja o teu nome; venha o teu reino (...)". (Lucas 11.1-2). MEDITAÇÃO. Quando começamos a falar com Deus em oração, dizendo "seja santificado o teu nome", também recordamos algo da grandeza do Deus Todo Poderoso. Isto é muito valioso pra fortalecer e aumentar a nossa fé quando vamos fazer orações. Sendo que, algo pra recordar sobre o Poder de Deus é o modo como Ele tirou o povo de Israel da terra do Egito, numa situação em que também livrou todos da "terra da perdição". Veja que, assim como Deus abençoou aquela nação de Fé há 3.500 anos atrás, Ele faz o mesmo hoje pela humanidade! Foi uma ação regional pra visitar quem estava lá fisicamente, e hoje Deus age de forma universal pra visitar quem está diante d'Ele em espírito e verdade. Então, quando nós pedimos pra Deus perdoar os nossos pecados e afastar de nós o juízo que deveríamos receber pelos pecados, nós estamos pedindo para Ele nos tirar lá da "terra do Egito"; que é um "lugar" do juízo e da condenação de Deus. E quando nós pedimos para Deus não deixar a gente cair em tentação, então pedimos para Ele nos afastar da terra da perdição; aonde a humanidade só consegue praticar imoralidades e desejar paixões terrenas viciantes e egoístas. É isso! Logo ao iniciar as suas orações a Deus Pai, procure santificar o Nome d´Ele. Lembre o que Deus fez na História pra você semear a Fé e confiança de que Ele vai fazer o mesmo Hoje! Eis uma boa razão pra gente honrar o Nome de Deus na Oração do Pai Nosso. ORAÇÃO. Santo Deus e Pai nosso que está nos céus. Santificado seja o teu Nome, pois o Senhor é Deus Poderoso para perdoar e purificar as nossas vidas. A tua Graça e Bondade são maiores do que tudo que existe. Perdoa os nossos pecados e afasta de nós o teu juízo sobre a nossa maldade. Livra-nos da terra da perdição e não nos deixa cair na tentação de viver pecando. Mas guarda-nos de todo mal. Amém. Autor. Ivan S Rüppell Jr é professor de Teologia e Ciências da Religião.

quinta-feira, 2 de março de 2023

MEDITAÇÃO DOMINICAL. Sabedoria para contar os dias.

TEXTO Bíblico. "Ajuda-nos a contar os nossos dias para que alcancemos um coração sábio." (Salmo 90.12). MEDITAÇÃO. O Teólogo Davi Guedes anotou que o tempo que consome a nossa história dia a dia é o contrário da eternidade de Deus, que traz e sustenta o que vale a pena. Pois o tempo também leva com ele a vida da gente, como já cantava Juninho Afram. Essa experiência existencial de perdas e danos é uma marca da humanidade no período atual da História. O contrário de se viver na dimensão do tempo que tudo desgasta e corrói, e a tudo corrompe e fragiliza é a Eternidade; lá aonde Deus está! Por isso, a Fé Cristã traz o desafio e a oportunidade de aprender a viver na Presença de Deus nos dias atuais, para trazer sentimentos e virtudes eternas ao nosso tempo por aqui, que não pára. Essa jornada no conhecimento dos céus hoje é uma prévia importante do que cremos agora e queremos para sempre depois, como dizia Charles Spurgeon: "Quanto mais do céu existe em nossas vidas, menos da terra cobiçamos." Ao parar pra contar os nossos dias, eis que essa é uma sábia maneira de viver, já que tudo que é dos céus vem para ficar, e tudo que é da terra está passando. ORAÇÃO. Santo Deus e Pai nosso que está nos céus. Ajuda-nos a contar os nossos dias para que alcancemos coração sábio. Ilumina nossa mente pra que tenhamos fé e façamos escolhas dos céus na hora de escrever os nossos dias. Queremos ser pessoas sábias pra conhecer a eternidade dos céus a cada dia de vida que o Senhor oferece pra nós na história. Amém! Autor. Ivan S Rüppell Jr é professor de Teologia e Ciências da Religião.