sábado, 31 de dezembro de 2016

ESPIRITUALIDADE 2017. DEUS é mesmo BÃO, Sebastião???

A filosofia surgiu na história da humanidade quando Tales, de Mileto, imaginou pensando por que existimos e de onde viemos, além de outros temas interessantes. Epicuro foi o filósofo que pensou acerca da existência de Deus ao observar a desgraceira geral do mundo dos homens, onde só o sofrimento parecia crescer sem cessar. Para Epicuro parecia impossível que um Deus Bom governasse com grande Poder um mundo tão desgraçado. E parecia mais difícil ainda que um Deus Todo Poderoso governasse com Amor um mundo tão cheio de dores. Daí sua afirmação: ou Deus é bom, mas não é todo poderoso; ou Deus é poderoso, sim, mas não é tão bom, não. A partir disso, a "espiritualidade de quase todo mundo" vai pensar algo que possa animar você a caminhar adiante e com mais esperança nesse ano de 2017. Pra começar, é preciso reconhecer bom valor na interessante questão de Epicuro. O que nos leva ao início da história dos homens, pois lá recordamos que Deus criou a espécie humana à sua imagem e semelhança, ou seja, todo mundo foi feito com personalidade - gente capaz de raciocinar e decidir o que fazer com o que acontece de bom e de ruim diante dos nossos olhos, e mãos. Pois pouco adiantaria Deus nos criar como "seres pessoais" - à semelhança d´Ele, se não tivesse criado também, luz e trevas, paz e guerra, o bem e o mal; os dois lados dessa mesma moeda chamada existência humana no Universo. Afinal, se fosse pra viver a vida sem opções de escolha acerca de como bem experimenta-la, então, aí só restaria aos humanos respirar na Terra como robôs, cheios (só) de instintos. Seríamos somente um outro grupo de animais irracionais no planeta. Mas não foi por aí que Deus quis, e fez! Pronto. Daí que a humanidade por seu representante mítico metafórico histórico, Adão, decidiu, sim, pela escolha do conhecimento do bem e do mal - a tal mordida na maça, o fruto da árvore. A desgraceira geral da humanidade neste pequeno planeta que gira ao redor de si próprio começou, e jamais parou. Deus até enviou um juízo parcial pra limpar a terra da bagunça moral - o dilúvio de Noé, mas, continuamos seguindo em frente. E até aqui chegamos. A maldade aumentou de tal maneira e a humanidade parecia tão sem jeito que, vez ou outra, alguns profetas apareciam pra confirmar que, sim, Deus havia criado tudo e sabia todas as coisas: "Eu formo a luz e crio as trevas; faço a paz e crio o mal; eu, o Senhor, faço todas estas coisas.". São as palavras do Profeta Isaías, 2700 anos atrás. Enfim, se Deus sabe todas as coisas, então, melhor meditar um pouco a partir de algo dito pelos seus professores. A ideia é raciocinar junto do sábio judeu greco romano Paulo de Tarso, o Apóstolo São Paulo, ele mesmo. Paulo notou lá pelo ano 55 depois de Cristo que a nação de Israel se afastava da pessoa de Deus, ao mesmo tempo em que muitos gentios - o restante da humanidade na época, se aproximava de Deus. Ao parar pra imaginar o que poderia estar ocorrendo, Paulo percebeu que Deus parecia endurecer o coração do povo de Israel pra que não enxergassem o próprio Deus. Ao mesmo tempo em que parte de Israel também ficou sem fé em Deus. Mas, o que Paulo entendeu que tais atitudes significavam na história de toda a humanidade? Segundo ele, o objetivo era que o conhecimento de Deus chegasse aos outros povos do mundo, pois Israel havia fechado a porta do conhecimento de Deus naqueles dias. A partir disso - e eis aqui nossa (grande) questão, Paulo entendeu que o próprio Deus governou a situação abrindo uma porta pra que a humanidade pudesse ouvir suas verdades. Pois alguns já estavam cansados de só saber o conhecimento do bem e do mal. E o fato de existir uma porta aberta até o conhecimento de Deus significava que a própria nação de Israel poderia entrar, assim que enxergasse isso. Segundo Eugene Peterson: "De algum modo, Deus permite que todos nós conheçamos o que é estar de fora, para que ele, pessoalmente, possa abrir a porta pra nos receber de volta... Vocês já viram algo que se compare à graça generosa de Deus ou à sua profunda sabedoria?". Tá entendendo, então? Israel é uma nação de seres humanos com personalidade, e foi esta realidade existencial que lhes permitiu escolher andar para outros lados, e não só ao lado de Deus. Em respeito à personalidade de Israel, Deus permitiu que vivessem "fora" d´Ele; pra que pessoalmente, então, Deus mesmo viesse abrir a porta para que um dia voltassem. Eis uma visão de um ponto de vista objetivo acerca do porque Deus governa o mundo com muito Poder, mas também, cheio de Amor. Pois se Deus governasse o mundo só com bondade, mas sem capacidade, então suas boas intenções não conseguiriam manter as portas abertas pra humanidade voltar pra Ele, de vez em sempre. E se Deus governasse o mundo só com poder, então Ele apenas limparia toda a maldade com um dilúvio por século, e aí começaria tudo de novo, num ciclo existencial sem razão, e quase sem Deus. Só que não! Pois Deus quer, e decidiu que também precisa, viver a história junto conosco - pessoas racionais e cheias de personalidade. Mas pra viver junto de uma humanidade adolescente que antes precisa conhecer todo o bem e mal, pra só depois então pensar em vivenciar valores eternos junto de Deus Pai. Então, o que restou pra Deus foi a oportunidade de lutar pra ficar perto de nós, sofrendo conosco essa nossa jornada de auto conhecimentos. Enquanto isso, Deus segue governando o mundo com muito amor, e bastante poder, sim. Até que voltemos (tomara) de nossa história de muitos conhecimentos para o real conhecimento da história - a pessoa de Deus. Feliz 2017!

quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

a ESPIRITUALIDADE no CINEMA (Parte 1)

O HOMEM QUE NÃO VENDEU SUA ALMA é um filme maravilhoso. "A Man for all seasons" foi produzido em 1966, com direção de Fred Zinnemann e ganhou dois prêmios "Oscar": melhor filme e ator. O drama ocorre no século 16 e mostra como o Rei Henrique Oitavo deu origem à Igreja Anglicana na Inglaterra, separando-se da Igreja Católica no objetivo de conseguir se divorciar pra de novo casar, agora com Ana Bolena. Mas há um "homem que não vendeu sua alma" no Reino Unido; o Chanceler Thomas More, católico fervoroso que até fica em silêncio sobre as escolhas do monarca. Mas um silêncio que ecoa na multidão pois toda a Inglaterra sabe que o melhor homem da nação considera pecado a decisão do Rei Henrique. Bom, parece que só pela breve resenha já deu pra definir algo acerca da Espiritualidade do filme e de Sir Thomas More, certo? Errado! Pois por aqui falamos de Espiritualidade, não de ética, e tomara que não, só de religiosidades. Daí que existe a (boa) possibilidade de Thomas More ter vivenciado experiências espirituais relevantes em sua trajetória existencial de sofrimentos, pois quem desobedece aos reis, também não fica saudável por muito tempo pra contar a história. E como Sir Thomas More era católico cristão, sua espiritualidade gira ao redor da pessoa de Jesus, e também, do Espírito de Deus. Daqui pode surgir uma relação espiritual pra Thomas More junto do Espírito Santo em sua alma, conduzido que foi pra um relacionamento místico junto da pessoa de Deus. Um relacionamento místico que acontecia a partir da experiência do sofrimento, e se tornava tão mais real e profundo quanto doloroso se tornava. O Apóstolo Paulo escreveu algo interessante sobre isso que vai ajudar no caso em questão. Paulo desejava conhecer Jesus pessoalmente pra ser um companheiro de seus sofrimentos. E como Jesus - desde o ano 33, só anda pelo planeta Terra em Espírito, tanto Paulo como qualquer outro cristão só o conhece assim - em espírito, e em verdade. Enfim, a partir desta realidade espiritual é bem provável que Thomas More também tenha encontrado Jesus em espírito, certo? Mas, que caminhada espiritual desenvolveram juntos? Parece ter sido exatamente a caminhada observada por Paulo, que desejava ser um companheiro existencial de Jesus em seus... sofrimentos. Sofrimentos que não faltaram pra Sir Thomas quando desejou manter a fé só pra continuar vivendo na presença do Espírito Santo de Deus. Tá entendendo? Se alguém assume atitudes éticas, religiosas ou não, pela grandeza de suas virtudes, que bom. Eis aí um homem de valor. Mas quando alguém pratica virtudes a fim de garantir que vai ficar junto da Pessoa espiritual de seu Deus - aí sim, falamos profundamente acerca de uma experiência relacional, de amadurecimento espiritual. E mais do que isso, até, pois o que imaginamos ser apenas mais uma caminhada de sofrimentos - é na verdade, uma experiência mística de vivência do Amor. Pois o Amor tudo sofre, e tudo crê, também. E quando se Ama pra verdadeiramente conhecer a Pessoa de Deus, ou se vive com Deus pra melhor conhecer o seu Amor; então - falamos de Espiritualidade, sim. Das boas! *** A ÚLTIMA TENTAÇÃO DE CRISTO não deixa de ser um título apropriado para o polêmico filme realizado em 1988 por Martin Scorcese. O aclamado diretor se baseou no livro do grego Níkos Kazantzákis, a fim de levar ao cinema aquela que seria a última tentação de Cristo: viver como um homem comum os seus dias na Terra. A partir daí o filme apresenta uma tentação que, sim, chegou realmente na última hora da vida de Jesus. Mas, que tentação foi essa, afinal? E qual seu aspecto espiritual relevante? Bem, as tentações de Jesus se aproximam das nossas, às vezes, mas também são lutas particulares somente dele, também. Pensando na última tentação, dá pra perceber que Jesus foi tentado no objetivo de não mais se tornar quem particularmente deveria ser, e também pra deixar de fazer o que só ele deveria realizar - situações que tem a ver só com ele mesmo. Mas, mesmo assim, são tentações surgidas a partir da sua humanidade, iguais às que ocorrem conosco. Pois originam das sensações humanas de todos nós, seja a fome de pão ou uma auto estima confrontada, a vaidade que só engana e até a angústia da solidão em momentos de luta. Situações em que Jesus foi tentado pra se afastar da Pessoa de Deus, utilizando sentimentos dele que se aproximam daqueles por que todos passamos. E se for pra comparar com esta última tentação de Jesus no filme - a de se tornar um homem comum; até desejamos viver uma vida bem mais simples, às vezes, no desejo de deixar pra lá certas responsabilidades éticas da nossa existência particular. Mas aí, já é um tema complicado demais pra estas poucas linhas. Enfim, o que diferencia mesmo esta última tentação de Jesus das nossas, e das outras dele mesmo; é o fato de Jesus ter sido desafiado a deixar de ser... o Messias. Isso mesmo! O Messias de todas as profecias judaico-cristãs milenares. Pois como o Cristo da humanidade, Jesus deve assumir a responsabilidade de reinar sobre as almas humanas, no exato objetivo de mudar o destino existencial delas. No caso, um destino mais atemporal e metafísico do que somente realizar um bom governo de justiça e honestidade em alguma região e nação do planeta. Ou seja, a missão do Messias é exatamente mudar a eternidade das pessoas! Daí que Jesus precisava encarar a morte humana e o "Hades" dos espíritos mortos dos homens, no objetivo de que essas experiências se tornassem algo somente dele. Sempre no propósito de conseguir afastar estas experiências "mortais" do destino da humanidade. A ideia central é a de que Jesus deve "viver" a morte humana e ir ao mundo dos mortos, para que os seres humanos que nele vierem a crer não precisem "vivenciar" mais estas mesmas mortes e Hades. Algo que Jesus jamais iria realizar se aceitasse sua última tentação, que o convidava a sair da cruz, pra exatamente se afastar - da morte; a fim de bem viver uma vida de homem comum. Haja Espiritualidade!*** O final de UM LUGAR AO SOL é a mais bela cena trágica romântica da história do cinema, superando até "Casablanca" e "E o Vento levou". Os belíssimos jovens Elizabeth Taylor e Montgomery Clift revelam um talento excepcional neste drama extraído do romance de Theodore Dreiser, com direção de George Stevens, USA, 1951. Montgomery Clift é George Eastman, que vai trabalhar na fábrica do tio e lá namora uma colega de trabalho, até que conhece a belíssima Elizabeth Taylor (Angela Vickers), iniciando com ela um outro namoro. O drama trágico já está bem desenhado, e só por isso você já deve assistir a este ótimo filme, sem erro. Mas há uma reflexão espiritual importante surgindo a partir das cenas finais do filme. Montgomery Clift enfrenta um julgamento penal e recebe a visita de sua mãe que vêm acompanhada de um Padre. E tudo parece normal, até que a conversa entre eles rodeia a possibilidade do "pecado" do assassinato. E quem assistiu o filme até ali sabe o que aconteceu. Mas vendo seu filho ser julgado pelo tribunal dos homens e diante da possibilidade dele chegar ao tribunal de Deus, a mãe busca no rosto do filho e o Padre nas palavras do réu alguma resposta para um dilema que pode ser eterno. Porém, a única certeza sincera de George Eastman é a de que - de verdade mesmo, ele não sabe bem o que de fato aconteceu. A mãe pede ao filho que descubra logo a verdade, enfim, pois se algum dia ele chegar ao tribunal dos céus, é bom que já apareça por lá perdoado. Algo que deve ser resolvido imediatamente, junto dela e diante do Padre; que está ali só pra ouvir a confissão do rapaz e assim lhe declarar um perdão espiritual. Mas George não tem certeza de nada. Uma confusão profunda que o ator representa de forma magistral, em palavras e expressões faciais que só confirmam ser Clift um dos maiores atores do século 20. E assim caminha a humanidade, e o enredo do filme. Isso até que o Padre resolve analisar o coração do rapaz, pois é ali que se esconde a resposta principal do romance. A pergunta é muito simples, e o Padre a faz com cuidado, e compaixão. Afinal, quando George estava no barco junto de sua namorada, pensava neles dois? Ou não, pensava mesmo era na outra garota, Angela, com quem ele vinha namorando desde sempre? Eis toda a questão, amigos, direto lá do coração. O olhar e a face de George respondem de pronto a pergunta, e o Padre e sua mãe obtém, finalmente, a resposta que tanto buscam. E assim também os espectadores do filme. Uma cena final que se traduz em eficaz aprendizado espiritual para a humanidade, pois revela que no coração do homem se encontra sua verdadeira personalidade. Aquela que Deus sempre vê, pois só por ali se enxerga e conhece tudo. O coração se torna, então, um espelho do espírito - nossa personalidade real. Pois até podemos nos confundir em pensamentos e desejos, mas as decisões do coração são aquelas que verdadeiramente esclarecem qual é nossa história pessoal, espiritual. Não que isto já defina ou realize algo concreto em nós, longe disso. Mas é o início de uma experiência de vida mais verdadeira, principalmente para os que desejam mover sua existência humana dentro da realidade de Deus. Cuide bem disso, então; e bom filme! *** Assistir a um DESENHO DE ANIMAÇÃO é bem diferente do que passar duas horas no cinema pra ver um filme de gente. Isso porque as histórias do cinema vivenciadas por seres humanos são íntimas demais pra nós. O que já não ocorre nas diversas animações das produtoras do momento, como Disney, Pixar, Dreamworks ou da Produtora LAIKA, que já nos presenteou com "Coraline e o Mundo Secreto", e "ParaNorman"; e agora nos brinda com KUBO e as CORDAS MÁGICAS. Os desenhos são aquele tipo de produção que parecem nos manter sempre protegidos de suas dores e tragédias. Tocam-nos de leve a alma e parece que ficaremos somente assim, em distante admiração, pois somente falam com sutileza de seus dramas, só de animação. Mas, assim que suas ideias chegam ao nosso coração, bem, o impacto é profundo, sincero demais. Lembro agora, de repente, de "UP Altas Aventuras" - pela sensibilidade, e de "Coraline" - pelo horror. Ambas animações com mensagens familiares muito fortes. Pois bem, a palavra de "KUBO" está nos sensatos conselhos que oferece para aquelas situações da vida da gente que são quase imutáveis. Ou, praticamente sem chance de virem a ser diferentes do que se tornaram. Os temas são bem universais e humanos: falam da morte de parentes, e também das doenças que só pioram o estado do paciente, mental e fisicamente. E ainda expõem a luta diária dos que brigam pra sobreviver ou estão sempre em busca de proteção, até dos próprios familiares. O que fazer diante de uma vida cheia de "tudo isso", então? Calma, o desenho não é uma tragédia. E sua beleza artística e sensibilidade dramática garantem bons momentos pra todo mundo. Mas são suas trágicas realidades humanas que irão, de verdade, tocar nossas vidas lá no fundo da alma da gente. O que não faz mal a ninguém, pois fora da realidade também não se vive. A perspectiva espiritual nasce de uma abordagem existencial que reconhece que nossas vidas - ou algumas situações definidas dela, não são e nem um dia serão, histórias vitoriosas de conquistas prazerosas. Pelo menos, não na perspectiva do que significa sucesso para a última geração. Pois todo aquele que corre atrás de uma vida cheia de realizações ancorada em aparentes ótimas conclusões; vai sim, um dia, logo se deprimir. Mais cedo ou mais breve. Eis a pertinente mensagem de "KUBO", que nos faz encarar de outra forma a realidade dos dias em que nada de novo parece surgir em nossa história. O que não significa que somos, todos, uns desgraçados. E também não quer dizer que não há mais futuro pra nós debaixo da terra. "KUBO" apenas chama nossa atenção para situações da vida que existem muito por aí, sempre a partir de algo que ocorre conosco, também. Pois somos todos humanos, afinal, vivendo juntos estes dias complicados da história. Até por isso, acreditamos na espiritualidade: uma vivência que procura entender o dia de hoje, sem esquecer que haverá também, um amanhã, lá na eternidade. Aprender um pouco mais disso a partir da mensagem de KUBO, é entender melhor o que disse RITAG YOUSSEF, garotinha síria de 8 anos, que TUDO perdeu em seu país, mas mesmo assim, afirmou que gosta de viver no Brasil, sim; pois aqui, "NÃO TEM GUERRA"! Seja só um ser humano, simples e bom. Mas, cuide da sua espiritualidade. E siga em frente!

domingo, 25 de dezembro de 2016

a ESPIRITUALIDADE do NATAL para os Cristãos, HOJE!!

A Espiritualidade do Natal para os Cristãos tem que ser mais que o anúncio do nascimento de um espírito de outra dimensão em nosso mundo há 2000 anos atrás. Isso porque a presença espiritual de Jesus ao redor do planeta Terra nos dias atuais desafia os discípulos do cristianismo a buscar que ocorra um novo nascimento do espírito de Jesus por aqui, só que dessa vez, no interior do corpo-espírito deles mesmos, os cristãos. Pra entender isso melhor pode-se meditar em uma das experiências espirituais mais significativas de Jesus que ocorreu quando ele foi batizado pelo último grande Profeta de Israel, João Batista. Só que esse batismo de João era um ritual de arrependimento a fim de que as pessoas viessem a receber a purificação de seus pecados. O que chama a atenção na situação é que Jesus não era alguém indicado pra receber este batismo de João, não; pois um Profeta sempre fala às pessoas do povo no objetivo de aproxima-las da pessoa divina de Deus. É essa a sua função: ensinar algo de Deus pra que as pessoas se voltem para Ele, ou anunciar que Deus vai fazer algo diferente no mundo, mas que só os que olham pra Ele serão capazes de ver. Era o que o povo de Israel precisava; mas Jesus, bem, ele não precisava disso, não. O jovem adulto da Galileia sempre viveu seus dias na Terra ao lado de Deus, permanecendo do mesmo jeito com que vivia com Deus na dimensão em que estavam anteriormente, lá no terceiro céu. De qualquer maneira, Jesus seguiu direto para o Profeta João, e aí, começou a se preparar para o batismo. Só que João disse não; pois já sabia que Jesus era Profeta, e um profeta de tal valor que João Batista não se considerava capaz nem de preparar os pés de Jesus para serem limpos, quanto mais lavar Jesus por inteiro, em um batismo de purificação. Mas, Jesus ficou firme. E disse que toda a justiça de Deus deveria ser cumprida, sim. E foi assim que aconteceu o batismo de Jesus. O que mais se sabe da situação é que Jesus estava, mais uma vez, identificando-se com os seres humanos quando decidiu participar do tal batismo de purificação. Jesus não fez isto para ficar perto de Deus, mas para ficar junto da humanidade que precisava de Deus. Pois Jesus já estava identificado com Deus, mas agora era o momento dele continuar se identificando com os que se encontravam distantes de Deus. O objetivo era aproximar "uns" do "outro", ou, os seres humanos, de Deus. A experiência de viver com Deus que Jesus tinha deveria ser transferida para os seres humanos que não conseguiam viver assim com Deus. Daí a necessidade de que o justo Jesus perto de Deus se identificasse com os injustos homens longe de Deus. Pois o interesse de Jesus sempre foi se tornar um mediador entre Deus e os homens. Por isso ele precisava cumprir toda a justiça. Era necessário Jesus compartilhar toda a história humana das pessoas que viviam, e morriam - distantes de Deus; pra que essas pessoas pudessem, também, ter a oportunidade de compartilhar a humana história do Jesus, que sempre viveu, e ressuscitou - perto de Deus. Eis a "troca" de relacionamento espiritual que Jesus veio oferecer aos homens. E o que se ouviu logo após Jesus ter sido batizado pra mais perto da humanidade estar, foi algo que indica que mais próximo de Deus ele ficou, também. Pois o Espírito Santo desceu em forma de pomba sobre Jesus e ainda se ouviu uma voz dos céus, declarando: "Você é meu filho amado, que me dá grande alegria." Naquele momento Jesus foi confirmado na história da humanidade como aquele que iria batizar os homens pra se relacionarem com o Espírito de Deus, e ainda, foi dito ser Ele alguém especialmente admirado por Deus. Pessoa qualificada para ser o próprio Rei do povo de Deus, e o Messias dos homens. Veja que interessante isso, pois Jesus recebeu o bastão do último Profeta de Israel, João Batista, no propósito de continuar a realizar as ações proféticas de Deus junto à humanidade dali pra frente. Uma honra que ocorreu através de duas atitudes relacionadas à missão da vida de Jesus: conduzir as pessoas para que sejam libertas espiritualmente das desgraças humanas, e realizar tudo que Deus julga importante pra esta tarefa concluir. E assim foi feito! Jesus aproximou-se de uma vez por todas das pessoas que desejava libertar, e obedeceu prontamente ao Deus Pai que pretendia adorar. O que Jesus faz é transferir o relacionamento espiritual que Ele tem com Deus, para outros, todos os que isso queiram viver. Algo possível de ser iniciado assim que Jesus é reconhecido em sua missão principal entre os céus e a terra: mediador entre Deus e os homens. Tal experiência espiritual vai se tornar real para os cristãos através de uma nova experiência de batismo, que não é o batismo de purificação do Profeta João Batista, mas sim, é o batismo cristão, mesmo. Através do qual espiritualmente "morremos" para o egoísmo enquanto existencialmente aprendemos a "viver" com Deus - junto d´aquele que com Deus sempre viveu, Jesus! Fazer "nascer" e aprofundar o relacionamento vivencial com o espirito de Jesus dentro deles próprios, hoje: eis uma boa perspectiva de espiritualidade aos cristãos pra que bem celebrem mais esse natal.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

INTRODUÇÃO à ESPIRITUALIDADE Humana! (Parte 1)

UMA IMAGEM que muito chamou minha atenção outro dia foi uma espécie de "parábola dos dois avós", em que um deles apenas observa os netos brincando ao redor, pois está frágil e quase incapaz de se mover. Ao mesmo tempo em que o outro corre devagar junto das crianças pela praia e sorri a juventude renovada dentro de si. E tudo depende de uma só decisão: cuidar logo, ou não, da saúde física! Oportunidade que os dois velhinhos parecem já não ter, pois a decisão foi tomada muito tempo atrás, e agora, só restam as consequências. O que já não ocorre comigo e com você se o assunto for cuidar mais e melhor da nossa espiritualidade, certo? Pois fazer isso é uma possibilidade razoável pra todos nós. Estamos vivos, afinal, o que nos permite olhar pra própria alma hoje mesmo. Sempre no objetivo de buscar novidades existenciais pra esta nossa vida comum de cada dia. Pense nisso. Desenvolver a Espiritualidade humana é uma proposta de renovação da vida a partir de atitudes tomadas em nosso interior: a alma e o espírito. Trata-se de uma reforma das definições da nossa vida social que inicia a partir de dentro de nós. Algo que ocorre quando decidimos transformar o que já nos parece determinado e irremediável em nossa pessoa, e vida. Penso que acreditar nisso é o que torna seres humanos comuns em pessoas espirituais. E como vale a pena! Experiências espirituais saudáveis vão ensinar nossa personalidade a praticar atividades que irão desenvolver nosso ser interior até que nos seja possível transformar a vida exterior. Um marido pode decidir amar direito a sua esposa, e menos dela se aproveitar, pra que da experiência de só amar consiga extrair melhor satisfação - para os dois. Pais podem decidir mudar a maneira como sempre enxergam seus filhos, que já cresceram, só pra recuperar a família, que muitas vezes se desfaz aos pedaços mesmo quando ainda vivemos debaixo de um único teto. Até os filhos podem entender melhor o que significa respeitar os pais, pra que os filhos mesmos tragam pra casa um pouco mais de compreensão, e menos irritação - pra todo mundo. Amigos podem ser somente, amigos, sem tantos interesses pra atrapalhar os sentimentos, e assim iremos todos superar a solidão. Empregados podem descobrir como trabalhar melhor e patrões, quem sabe, consigam ser melhores líderes, e não apenas bons chefes produtivos. Isso tudo parece pouco, mas, pensando bem, gente; não são exatamente estas as situações e os relacionamentos que vivemos a maior parte do tempo de nossas vidas? E se tudo continuar do jeito como está, acredite, o cansaço existencial vai nos pegar antes dos 35, anos. Enfim, aqui está o desafio: vamos entender melhor a espiritualidade humana e praticar atividades que modifiquem nossas vidas a partir da pessoa interior de cada um de nós. Só pra transformar um pouco da nossa história de dentro pra fora, pra variar. Iniciando sempre a partir de nós mesmos - uma libertação e tanto, fique sabendo. Vamos em frente, então, e boa viagem pela Espiritualidade, humana. ** OS SERES HUMANOS sabem que existem! Eis o motivo pelo qual se importam com suas vidas, lembrando do que viveram ontem, organizando o que ocorre hoje, olhando para o que irão viver amanhã. Um interesse consciente pela vida que revela que somos, todos, pessoas racionais. Pois só temos conhecimento da vida e com ela nos preocupamos a partir da racional percepção da realidade que nos cerca. Somos assim, seres Racionais. O próximo passo saudável dessa existência racional é entender um pouco melhor a nossa personalidade. Algo que acontece quando olhamos também pra nós, e não somente para o fato de estarmos vivos. Começamos a enxergar quem somos, e de que jeito alguma coisa conseguirmos ser. Descobrimos-nos como pessoas humanas cheias de sentimentos, vivendo cada instante... mais de dentro pra fora, do que de fora pra dentro. Pois não é o mundo que vive em nós, e assim nos faz perceber a vida. Ao contrário, nós é que vivemos no mundo. Não é o que está fora que nos torna vivos, mas sim; de dentro de nós é que surgem as sensações com que percebemos a vida. Pois somos nós os que existem racionalmente neste mundo. Não são as múltiplas realidades físicas e naturais que "sabem" tudo acerca do que ocorre neste planeta, dos humanos. Nós sabemos! A vida está em nós, portanto, e por favor; e a partir de nós é que a ela surge e acontece. Pronto. Mas, enfim, que vida é essa que sai de nós para o mundo? E como ela se torna realidade em nossas histórias diárias? Bem, experimentamos tudo que vivemos em nosso corpo físico, mas, ele carrega em si muito mais que somente um ser “físico”. Algo não muito difícil de se ver. Pra entender isto é só observar melhor as pessoas pra logo descobrir como são bem diferentes em seus interesses diversos e sensações particulares. Que cada uma delas vivencia de um jeito somente seu. Ao ver tantas perspectivas de vida distintas, damos conta das diferentes personalidades que todos temos. Ora, toda a diversidade humana acerca de como se vive a vida não é algo que surge a partir do corpo físico de cada um de nós. Jamais poderia ser assim. Dezenas de vontades e sentimentos desiguais não surgem só de corpos biológicos, gente, pois é necessário mais do que apenas isto pra que haja vida. É preciso então, que exista uma "pessoa" que vive, no meio de todo esse ser, humano. De forma que logo após saber que vivemos, o conhecimento seguinte é reconhecer que nossa rica personalidade origina, sim, lá do interior de todos nós. Eis o ponto essencial. Pois reconhecer a realidade da interioridade da personalidade humana é o que nos fará resolver a preocupação primeira da vida – a ansiedade constante de bem vivê-la, e com satisfação. E de que forma isso se faz? Simples. Decidindo que não é mais possível enxergar a vida apenas fisicamente, deixando de fora nosso espírito - a pessoa real de cada um de nós. Ao compreender que nossa personalidade individual está exatamente no espírito que habita em nós, eis que já não iremos mais cuidar da existência esquecendo "quem" somos. Somos pessoas espirituais, ora, vivendo em um corpo físico, o nosso. De maneira que quando pensamos, quem pensa é o espírito. Esse mesmo espírito é também quem busca uma vida pra nós. A pessoa por aqui - eu e você, que está procurando vida pra viver nestes dias não é apenas um conjunto de nervos energizados que reage por instinto ao que acontece. Não mesmo. Mas é o espírito, homem. E mulher! Concluindo, já dá pra saber, então, que é o espírito quem raciocina por aqui, também. O que se torna uma boa razão para que a espiritualidade seja, ela própria, uma Espiritualidade racional. Pois a experiência de vida mais real que os seres humanos tem de si mesmos, nasce a partir de sua consciência existencial - que só acontece quando nosso ser espiritual, pensa. ** NÃO CONHEÇO NINGUÉM que existe no “ar”. Toda a humanidade vive aqui no planeta Terra e somos chamados seres humanos porque temos um corpo; bem, humano. Que é um corpo físico, mesmo. Eis mais um fato sobre nossas vidas que não se pode ignorar, pois somente vivemos porque existimos... fisicamente. Tanto em nosso particular corpo quanto nesse comunitário planeta. Já vimos que a espiritualidade é racional porque nossa personalidade existe em um espírito que "pensa", logo... Agora percebemos que nossa vida espiritual também é física porque somos espíritos que apenas vivem, se vivem materialmente. Pronto. Eis o que somos, pessoas espirituais vivendo em um corpo físico. Nada mais, e nada menos. Realidade existencial que ensina um princípio bem objetivo: qualquer projeto de espiritualidade que pretenda nos fazer amadurecer, deve acontecer na vida física e social de todos nós. Não no ar. Nem nos céus,somente. E não apenas em nosso interior, por mais profundo que ele seja. É preciso racionalmente tomar consciência e conscientemente assumir o controle desta realidade fundamental: vivemos em um corpo físico e dentro de um planeta material. Portanto, não há cuidado com o "espírito" que seja real e bom pra nós se desprezarmos a maneira como existimos. Que é a única maneira pela qual o nosso espírito existe, também. Daí que uma espiritualidade saudável deve saber que o nosso ser interior vive melhor quando "vive" do seu jeito de ser, no exterior. Pois não há como amadurecer espiritualmente deixando de amadurecer como pessoas, humanas. Ainda que certas experiências espirituais iniciem em nosso ser mais interior, a espiritualidade humana só existirá plenamente se for vivenciada pela integralidade da pessoa que somos. Não há amadurecimento espiritual sem vida humana que o contenha, e o faça transbordar - fisicamente. Algo que somente irá ocorrer na espiritual - personalidade - física de cada um de nós, nossa pessoa completa. Uma espiritualidade que esquece o físico corpo e o planeta material de todos nós será sempre um projeto espiritual de fuga e alienação, nada saudável e quase superficial. Pois esquece quem somos, existencialmente, e despreza nossa dupla natureza – pessoas espirituais, e físicas. Uma espiritualidade somente interior ou distante da vida real, será uma espiritualidade que mais engana, do que nos faz bem descobrir quem realmente somos. E, principalmente, quem ainda podemos ser. Atenção, então!

sábado, 17 de dezembro de 2016

a ESPIRITUALIDADE dos Anjos MALIGNOS, no Cinema!

Nada mais terrível do que perceber o cotidiano normal nosso de cada dia como algo maligno. Uma percepção da vida humana que a Bíblia afirma ser verdadeira ao declarar que o nosso "mundo jaz no maligno". Algo que o filme "A BRUXA" desenvolve através da narração de diversas situações familiares que ocorrem dentro desta distinta realidade mística da humanidade. Pois o meticuloso enredo do filme descreve os demônios como seres capazes de (con)viver razoavelmente integrados às experiências de vida mais comuns de todos nós. Trata-se de um um olhar cinematográfico bastante incomum, pois na maioria das vezes em que se deseja apresentar algo acerca das ações malignas atuantes sobre nossas almas; bem, elas surgem sempre como graves interferências que transformam a naturalidade da vida. Este é o padrão de bons filmes do ramo, como "Advogado do Diabo", "O Exorcista" e "O Bebê de Rosemary". Jamais ocorrem entre nós com a "naturalidade" com que "A Bruxa" as expõe através de cotidianas cenas familiares no lar. Daí a força do filme! Pois a tensão e os conflitos relacionais da família-personagem movem-se diante de nossos olhos e o que logo percebemos é a grande influência da cultura no que lhes acomete e faz sofrer. Seja a cultura familiar e social deles, ou ainda, a cultura religiosa e espiritual. A partir disto entendemos melhor algumas atitudes do convívio familiar, sendo que salta aos olhos como os encontros e confrontos de pais e filhos, marido e mulher e entre irmãos são recheados de influências culturais oriundos da uma existência humana no planeta que é bastante comum a todos nós. Pois a família-personagem de "A Bruxa" é normal demais, gente. Dentro desta perspectiva mística é que o filme desenvolve a ideia de que há ações malignas agindo entre nós de modo absolutamente natural, pois são geradas em acordo à nossa cultura, e se desenvolvem em meio à experiências de vida bem próximas das que consideramos normais que assim sejam conosco. É assim que as atitudes e sensações mais simples da nossa existência humana bastante natural e comum tornam-se uma experiência de vida que ocorre debaixo de graves influências sobrenaturais malignas. Pois a ação espiritual demoníaca na premissa do filme implica que causar certa confusão emocional e mental, sentimental e relacional em todos nós é exatamente o objetivo dos demônios. Algo que requer um ambiente de normalidade para alcançar sua melhor eficácia. Os demônios atuam em tentação e influência no objetivo de que consideremos (aceitemos) certas experiências da vida como se fossem a mais comum e simplória existência humana de todos nós, nada pra tirar nem pôr. Um jeito de viver pra humanidade que acontece a partir de um plano maligno dissimulado pelo qual se deseja travestir as ações e intenções de um ser mal e consciente, como se fossem apenas ideias e comportamentos culturais comuns à toda nossa espécie. Eis uma ilusão existencial e espiritual que não se deve quieto (aceitar) vivenciar, pois algo que o filme "A Bruxa" deixa bem claro é que certos estilos de vida considerados naturais demais, também carregam consigo algo bastante sobrenatural, do mal. Uma realidade de vida que jamais será benéfica pra nós. Portanto, que o próprio Deus "não nos deixe cair em tentação, mas livre-nos do mal." Já o filme “ADVOGADO DO DIABO” é o melhor thriller dramático espiritual capitalista que já se viu desde a criação da sétima arte. Al Pacino encontrou seu segundo (primeiro?) melhor personagem e Keanu Reeves ultrapassou seu habitual e só comum carisma; pois os dois alcançam valorosas atuações em suas malignas sinceridades. O que se revela um aspecto poderoso do enredo do filme, já que a ação espiritual ruim planeta Terra adentro ocorre dentro (ou bem perto) dos humanos, na maioria das vezes. E nossos Advogados vivem tal realidade em uma (in) feliz espiritualidade humanoide gravemente naturalista – que amedronta e assusta muito, de verdade. Isso porque a interação maligna que cresce gravemente na vida de nossos Advogados, e de seus colegas e familiares, não origina de cerimônias místicas nebulosas e nem ocorre em lugares obscuros e fétidos, mas sim, acontece à luz do mais belo dia que temos visto - seja na mais linda sala de um apartamento na Quinta Avenida ou junto do melhor escritório corporativo de Manhatan. É isso. A realidade, e verdade, dos encontros espirituais malignos entre homens e demônios está aqui (bem) posta. E assim, a perspectiva espiritual de que os humanos se aproximam dos ruins espíritos, que dos humanos também chegam perto - a partir do interesse comum pelas mais desgraçadas paixões e maldades destes, e daqueles; significativamente bem se descreve e desenvolve no filme “Advogado do Diabo". Como se fora um bom prato executivo, com tudo em seu devido lugar – humana, social e culturalmente falando. Não há exageros nem enganos na história maligna mística da vida dos personagens do filme. Exceto, claro, o romance bi-dimensional e seus apocalípticos propósitos. Mas de resto, entre 90 a 95% do filme, é conhecimento espiritual dos bons, conquanto muito ruim o seja. Mas daí vêm sua qualidade, que é a nossa realidade. E a vaidade continua sendo nosso pecado predileto. Pois foi o primeiro, afinal. E pra não dizer que não falei das flores, lá vai: "O EXORCISTA", de William Friedken, 1973. O filme é bem verdadeiro, todo ele. E pra melhor perceber a sua realista espiritualidade utilizamos pra comparação outro clássico do suspense espiritual - o Bebê de Rosemary, de Roman Polanski, 1968. Pois o "Bebê" é irreal em sua abordagem básica espiritual já que a conjunção carnal mística com propósitos malignos não têm base e fundamentos, pelo que se sabe. Mas, bem ao contrário, as razoáveis experiências místicas do filme "O Exorcista" são possíveis, sim, boa parte das vezes. E eis aqui um paradoxo, pois é a comunhão espiritual desregrada e libertária do grupo "espiritual" de "O Bebê de Rosemary", que vai gerar a oportunidade de espíritos perdidos nos visitarem localmente e até dentro de nós. E aí, o resultado será, e pode ser mesmo, experimentar as graves vivências da possessão de O Exorcista. Pois, ainda que o filme clássico de W Friedken aglutine em apenas duas horas de filme extensas experiências místicas de possessão, unindo em uma só pessoa as dores de diversos endemoninhados, o que importa aos espirituais é perceber a narrativa de construção da experiência mística. E as experiências espirituais que se tornam desgraças físicas no "Exorcista" se constroem a partir das práticas relacionais sociais do filme "O Bebê de Rosemary". Foi Paulo, um dos maiores místicos do primeiro século, quem apontou esta possibilidade quando afirmou que reuniões comunitárias idólatras facilmente se transformam em relações místicas espirituais junto de demônios. Sendo que o resultado só irá aparecer mais tarde, já na possessão, às vezes continuada e quase silenciosa, ou exponencial e gritante como a que domina a pobre garota personagem de "O Exorcista". Cuidado! Outro filme interessante e que vale o registro é: "DIABLO", chamado El Diablo aqui no Brasil, e que foi lançado nos EUA em janeiro de 2016, em exibição pela NET TV. Escrito e dirigido por Lawrence Roeck, aproveita o nome e rosto de Scott EASTWOOD para desenvolver um "western spaghetti" do século 21. E dá certo. Isso porque o clima e o mistério, os tiros e a ação às vezes melancólica dos western spaghetti originais bem aparece no filme. Pra quem não sabe, um dos maiores diretores do cinema americano atual, Clint Eastwood, alcançou boa fama internacional a partir da década de 1960 ao estrelar alguns dos mais belos westerns do italiano Sergio LEONE. Filmes como "Por um Punhado de Dólares" e "Três Homens em Conflito", sendo que o melhor foi realizado sem Clint, o belíssimo "Era Uma vez no Oeste". Enfim, o bom filho de Eastwood ao Oeste volta, acrescido agora, de boa dose de espiritualidade. Pois é a peculiar espiritualidade do enredo de EL DIABLO que traz ao filme muito do bom mistério dos antigos werstens spaghetti. Algo que, com Eastwood pai e o grande Sergio Leone, surgia mais da persona e estilo do que do misticismo do personagem da história. Surpresa instigante esta, que observamos Scott Eastwood vivenciar quando assume ser um jovem bandoleiro que, mesmo anos após o fim da guerra civil, ainda carrega consigo graves dramas oriundos de suas batalhas. O rapaz surge em luta consigo mesmo algumas vezes, e com uma selvageria que a guerra incluiu em sua personalidade - pois aparenta ser boa pessoa, lá na essência, o rapaz. Mas, o "espírito" da guerra ainda está lá, firme e forte. Cruelmente violento. E assim caminha o filme, só que não. O fato é que, de verdade, amigos, o filme "Diablo" apresenta aspectos místicos muito mais graves e, porque não, realistas acerca da existência humana do que comumente notamos. Dá até pra dizer que "Diablo" leva ao cinema algo que a boa série Twin Peaks (anos 90) trouxe à TV. (Twin Peaks, seriado de David Lynch, diretor de O Homem Elefante e Veludo Azul.) Ou seja, desenvolve um pouco da experiência humana cheia de iras e confrontos como o resultado de influências espirituais conscientes sobre todos nós. O interessante é que essa perspectiva constrói e move a trama, até seu incrível desfecho, em um drama que vai se revelando místico de forma surpreendente, e bastante inteligente. E faz isso com bom talento tanto ao descrever a personalidade humana quanto pra conseguir escrever um enredo cinematográfico. Fica até a vontade de termos (vermos) um algo mais acerca da complexa existência humana, tão instigante é a proposta, e também os resultados do filme assim que desenvolve a mística figura do personagem principal. Um homem repleto de demônios interiores, e exteriores também. Interessante.

WESTWORLD, Onde Ninguém tem ALMA!

Se a sua TV a cabo oferece a HBO e você ainda não assinou, chegou a hora. Acredite! Caso contrário, irá sofrer de ansiedade espiritual por um bom (mau) tempo. No domingo, 2 de outubro a série WESTWORLD estreou na TV, e se sua origem é exemplar a partir do filme cult de 1973, escrito e dirigido por Michael Crichton - o atual seriado televisivo já começou excepcional. "Westworld" é um parque temático que oferece aos visitantes pagantes a grata experiência de viver o glamour do Velho Oeste norte-americano junto a perfeitos personagens da época - todos eles, robôs. No filme original, a encrenca surgia da violência das "humanas" máquinas atacando humanos homens. Agora, bem, parece que a coisa será bem pior. A melhor resenha ética tecno humanista do seriado que li foi publicada na revista Veja (5/10), por Marcelo Marthe. Enfim, vamos ao nosso tema: a Espiritualidade dos homens; por enquanto. O drama mecânico de "Westworld" aparece quando os robôs utilizam memórias antigas pra reagir a situações inesperadas de suas "vidas" no velho oeste. A surpresa e a inquietação pôr experimentarem "sensações" para as quais não foram criados lhes deixam existencialmente "tontos". Pronto: nasceu-lhes a ansiedade existencial. Pois afinal, os robôs não foram criados pra sentir a vida como os humanos a vivem, certo? Essa sensibilidade toda não vai acabar bem. E agora, José? Ora, Salomão é quem entende (bastante) do tema. O Sábio de Israel do ano 900 a.C escreveu sobre a aparente inutilidade de uma vida cujas experiências, e até conquistas, não trazem satisfação, realização de verdade. Foi o que ele afirmou, enfático, quando disse já na velhice: Tudo é vaidade, nada faz sentido! E o Sábio não falava das derrotas e nem das maldades da vida dele, ao contrário, lembrou das boas e corretas vitórias da vida: como a satisfação do trabalho e amizades. Que quê é isso? Bom, Salomão pensa a vida da gente a partir da visão judaico-cristã que indica que nascemos todos lá no início dos tempos, junto de Deus. E também, originalmente longe das coisas que pertencem somente a Deus. Vêm daí, a confusão. Nesta perspectiva, o grande problema da humanidade não foi o pecado original de comer o fruto da maça e do sexo - até porque um nada tem a ver com o outro. A questão sempre foi... o conhecimento. Do bem e do mal! Pois era esse o tal fruto da árvore. E foi aí que os humanos, todos nós, iniciamos uma história de vida que nos aproxima dos robôs de Westworld assim que eles começam a "sentir" a vida deles. Pois do mesmo jeito que os robôs não foram criados pra sentir, também não fomos criados para "saber" todo conhecimento do bem e do mal. Parece que ao decidir saber o que só Deus até então, sabia, a raça humana esqueceu que não somos Deus pra bem conhecer, e governar; tudo que pode vir a ocorrer com a gente nesse mundo, de Deus. Eis a questão de Salomão: de que adianta, afinal, lutar por uma vida que não é exatamente a minha, história? Pois, quanto mais eu conquisto a vida que hoje vivo, parece que menos realizado com o que sou, me sinto. Daí vêm a desilusão. E um vazio que é primo irmão da depressão, existencial. É sério, isso. Pois tudo que vivi e realizei já não me preenchem bem os vazios da vida, o que só revela em mim mesmo uma inadequação pessoal, a qual não consigo mais ludibriar. Que loucura, hein... Mas, tá entendendo? Pois foi por aí a sensação dos robôs de "Westworld", a qual já tinha sido uma antiga reflexão de Salomão. Bem, com os robôs do seriado vai dar tudo certo, espero. Mas, e quanto a nós? O certo é que o Sábio Salomão de Israel reconheceu nossa dificuldade e por isso logo afirmou pra quem quisesse ouvir: A vida é inútil! Não há sentido na história, da existência da gente. Ele escreveu isso em "Eclesiastes", um livro de sabedoria considerado dos mais depressivos da história. Mas, vale a pena a leitura. De qualquer forma, esta "estranha" e interessante ideia de eu e você termos sido criados pra não saber (e viver) tudo que hoje vivemos, até que ajuda a entender algumas coisas. Por exemplo: quando acontece da gente conquistar algo que muito desejamos, e mesmo assim continuamos vazios. Ou quando experimentamos um prazer e sensação especiais demais, mas que, ao mesmo tempo, não duram muito, certo? Parece que pra alcançar uma real satisfação na vida é preciso ir sempre um pouco mais adiante, ou então, procurar algo lá dentro do interior, de todos nós. Daí que aquilo que se vive mais parece vício - que precisa ser logo repetido, pra não perder o sabor; ao invés de uma realização, que bem satisfaz até a próxima oportunidade de viver algo bom de verdade, novamente. Os androides de "WESTWORLD - Onde ninguém tem Alma", estão vivenciando esse tipo de preocupação em uma série já considerada das mais existenciais de bom tempo pra cá. Enquanto isso, vamos pensar, pois o que Salomão percebeu foram duas limitações básicas da vida humana na terra: a limitação do tempo - pois não vamos durar mais que algumas décadas por aqui; e a limitação do espaço, pois o mundo até a lua é o nosso limite. Daí que não adianta conquistar "tudo" que por aqui existe se somente neste mundo iremos existir, e também, se desta (curta) vida quase nada iremos levar, de tudo que já vivenciamos. Que dor, hein? O irônico é que Salomão mesmo descobriu uma solução, ou metade dela, em outro livro que escreveu anos antes, já que Eclesiastes ele "pensou" quando já bem velho estava. O tal livro é "Provérbios", observações da vida humana a partir de um olhar espiritual pra tentar definir em frases simples o que vale, ou não vale a pena viver e "ser" nestes dias. Só pra gente se tocar do que Salomão disse que é bom experimentar hoje em dia, trago um resumo de Eugene Peterson acerca dos temas de "Provérbios":"a sabedoria tem relação direta com tornar-se preparado para honrar os pais, criar nossos filhos, lidar com dinheiro, conduzir a sexualidade, trabalhar e exercitar liderança, usar bem as palavras, tratar os amigos com gentileza, comer e beber saudavelmente, cultivar emoções e atitudes em relação aos outros de modo pacífico." Ou seja, ao mesmo tempo em que Salomão descobriu que conseguir alcançar vida completa aqui no planeta Terra é uma grande dificuldade pra humanidade, também deixou orientações pra fazer valer (bastante) a pena estes dias que por aqui vivemos. Seu conselho de sabedoria é bem simples: pare de olhar (a toda hora) para o tempo e o espaço, e observe as pessoas e relacionamentos que acontecem (agora mesmo) diante de você, aqui, lá e em todo lugar. Eles são bem verdadeiros. Viva-os, então, pois esses "Provérbios" de Salomão são conselhos didáticos que buscam fazer eu e você olhar para as muitas coisas boas que temos pra viver hoje por aqui - ao invés de gastar um bom tempo só procurando solucionar a vida que parece nos ter escapado pelas mãos, acolá. Pois a nossa história até parece uma existência pela metade, já que somos limitados pelo espaço físico do planeta, e também pelo (curto) tempo de vida que a morte não nos cansa de anunciar. Mas Salomão deseja atenuar este dilema dando orientações objetivas pra que eu e você aproveitemos esta vida na Terra e todos os anos temporais que por aqui passamos. Afinal, o tempo não para, como bem já dizia Cazuza. Mas nem só de Provérbios viverá o homem, pois o espírito - ansioso, estremece dentro de nós à procura da verdadeira história de quem realmente somos. Ansiedade espiritual é isso. E está sempre por perto, sem jamais nos deixar. Pois trata do nosso vazio pessoal e de tudo que nos falta para sermos o que tanto desejamos "ser" nesta vida que continua nos desafiando, sempre, a melhor viver. Parece que temos uma alma chorosa dentro de nós, então, por motivos às vezes desconhecidos, ou complicados demais pra saber do que trata tudo isso que, sim, nos entristece. Será que seremos uma espécie infeliz, afinal? Quem nos livrará disso tudo? A série "WESTWORLD" também mexe nesse (bom) vespeiro espiritual, existencial. E faz isso logo no fim do primeiro capítulo, quando a androide mais antiga do Velho Oeste é desligada diante do seu... Criador. E quem está lá pra brincar de "Deus" é o maravilhoso ator Anthony Hopkins, o inventor de "Westworld". É possível sentir uma tensão histórico existencial atemporal no ar assim que e o engenheiro cérebro e a robô primeva ficam a poucos metros de distância um do outro. Esse encontro entre criatura e criador é o modo pelo qual a série dá um salto dramático diante de nossos olhos surpresos, e corações já bastante sensíveis pela dor existencial dos robôs que, agora, bem de perto compartilhamos. Pois é dor nossa, também. Enfim, é este o encontro que inicia, então, a história da religião - o momento exato quando a humanidade olha pra cima ou pra dentro de seu espírito atrás de respostas para uma existência que já não sabe bem se é realmente a sua. Ainda que não haja outra à vista pra seguir e abraçar. Será isso mesmo? Ora, para isso existem os Profetas, certo? E a boa religião, também. Bom filme, na TV

quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

a ESPIRITUALIDADE do NATAL

Uma grande novidade da história da Espiritualidade dos seres humanos sempre foi o "Natal". Pois a história do Natal apresenta fatos e situações inovadoras acerca da existência humana de todos nós. É no Natal que um ser espiritual já existente em outra dimensão é anunciado como aquele que vai "nascer" por aqui, tornando-se assim, homem. Um ser humano igual a nós. Ou seja, o Natal colabora pra que a espécie humana saiba que há um espírito, sim, respirando dentro de si. Pois se um ser humano nasceu entre nós e já existia antes - só em espírito, é razoável perceber que nossa espécie existe deste jeito - um espírito que habita num corpo, humano. Uma ideia muita boa, alias, pois não seremos mais apenas um corpo físico cheio de instintos, quase racionais. Mas, as novidades continuam. O Natal também diz que a visitação dessa pessoa que já existia antes em outra dimensão da vida é algo que acontece exatamente para mudar o destino espiritual da humanidade, todos nós. Pois o nascimento humano que ocorre no natal se relaciona tanto a uma necessidade nossa que é preciso tratar, como também busca uma solução para a questão do nosso destino que precisamos resolver. Portanto, a ideia do "Natal" dos homens carrega consigo objetivos bem integrados a um conhecimento mais existencial da Espiritualidade da humanidade. A maior necessidade dos seres humanos físico espirituais que existem nesse planeta - ou seja, todo mundo, é resolver a questão da nossa morte! Já dizia o Profeta que melhor do que temer aqueles que assassinam o corpo, importa sim se preocupar com aquele que pode "matar" o espírito de todos nós, algo que chega logo após a morte física. E a beleza e profundidade da celebração do Natal acontece por aí, pois ao mesmo tempo que fala do nascimento de um homem que já existia antes, um espírito. Também é uma data que afirma sua razão de ser pelo fato deste homem nascer aqui no objetivo de, sim, um dia morrer; mas, só pra logo depois, como um ser humano igual a nós... ressuscitar! Ele retorna pra cá vindo direto lá da outra dimensão chamada "Céus", com o mesmo corpo e rosto, até melhorados pela renovação da sua ressurreição. Eis uma mensagem incrível para a Espiritualidade de quase todo mundo. Isso porque a data histórica do "Natal" não é apenas uma experiência que oferece um item a mais de conhecimento pra sabermos que, sim, somos todos, seres espirituais. Na verdade, bem mais do que isso, anuncia a continuidade da existência da nossa espécie. Pois o nosso espírito não apenas permanece existindo através da ressurreição do corpo, mas também, vai amadurecer como pessoa, certo? Maravilhoso, isso, gente. Pois trata-se de um fato histórico, afinal. Uma ideia existencial pra ser logo abraçada pelos espirituais - todos os que sabem que somos mais que só corpos físicos. E que se angustiam, bastante, também, diante do destino desconhecido e frágil da humanidade - a morte. Mas Natal é Ressurreição. Boas Festas!