terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

a ESPIRITUALIDADE no Cinema: a SOCIEDADE do ANEL, O Senhor dos Anéis!

O filme A SOCIEDADE DO ANEL do diretor Peter Jackson, da série O Senhor dos Anéis do escritor J.R.R Tolkien chegou ao Brasil no dia 01 de janeiro de 2002. E desde então o mundo do cinema dos homens nunca mais foi o mesmo. Quatro hobbits, um elfo, um anão, um mago e dois homens formaram o melhor esquadrão de combate místico atemporal apocalíptico que já se soube, adentrando a Terra-Média pra partilhar da mais fantástica alegoria da história cristã do mundo que já se viu. Uma sutil percepção ironica nos toca assim que o enredo revela um pouco da complexidade espiritual do nosso mundo, representada no filme por seres de espécies diversas vivendo situações místicas variadas, às quais, porém, seriam logo definidas como "blasfêmia", pelo mais comum pensamento cristão. O que levaria todos os personagens à fogueira da Inquisição, do mais belo elfo ao mais simples cidadão. Outro ponto interessante da "Sociedade do Anel" é que a história espiritual da humanidade se aprofunda continuamente nas cenas diversas do filme, mas busquemos a terça parte final desta primeira aventura da trilogia, só pra melhor combinar as idéias. Iniciamos, pois, pela reunião de quase todo mundo que interessa lá na terra dos Elfos, visando a formação final da Sociedade do Anel. Grupo que se organiza em meio ao comum egoísmo e habitual soberba dos diversos "seres" de etnias e raças diversas, até que o mais pequeno e frágil deles toma sobre a si a tarefa original - o desafio seminal de levar o anel até a toca do diabo, literalmente. Pois só o mais humilde dos seres será capaz de suportar as incríveis atrações ruins e tentações desgraçadas que a energia do anel oferece pra todos que dele se aproximam. A ousada valentia ingênua do pequeno hobbit Frodo Bolseiro faz calar as individualidades, e assim todos conseguem se unir em honra, tendo por fiel escudeiro o herdeiro do reino Aragorn e por cabeça da jornada o mago Gandalf. Eis como se organiza pra valer a Sociedade do Anel, representando com seus Nove membros as diversas etnias e raças de toda a humanidade, além de alguns dos anjos que nos cercam, também. Sauron é o rei maligno de Mordor que tudo vê e controla a partir dos que tocam o anel, existindo como um "Olho" sempre capaz de enxergar as sensações dos homens. Pois o anel carrega em si todo o esplendor de poder e riqueza, intenções e desejos que os homens nesta vida almejam conquistar. E as mais perversas paixões dos homens e seres do mundo se revelam numa simples aproximação ao metal precioso, instrumento a partir do qual Saurom pretende a tudo e a todos submeter. Pois a vaidade é o pecado predileto do diabo, já bem dizia seu Advogado, no filme correlato. A partir desta habitual realidade humana vemos surgir certas paixões cruéis num hobbit idoso, num príncipe adulto e numa rainha inconstante, tudo acontecendo em meio aos mais comuns desejos cotidianos de todos nós: o orgulho de si mesmo, as necessidades do corpo sensível, e a conquista de tudo que os olhos enxergam. E como nossos olhos perto do anel só enxergam as trevas, com que densa escuridão o metal precioso logo alimenta nosso coração, o qual logo direciona em retorno os nossos olhares para o que de pior podemos em vida desejar. Uma retroalimentação infeliz que muitas das vezes é o retrato fiel da tragédia existencial da humanidade. O interessante é como o anel faz surgir e aflorar o aparente melhor dos homens - nossa paixão pela vida, mas sempre nos corrompendo o valor e o objetivo logo ao início da jornada. De forma que uma gota límpida de água da nossa personalidade logo se transforma em um riacho mal cheiroso de intenções, a nos fazer vagar por uma correnteza de ruínas que espirra dores relacionais pra todo mundo. Só mesmo a bravura de um humilde e quase desprovido de vaidades hobbit, faz surgir alguém capaz de carregar o anel, sem ser por ele governado e destruído. E diante desta peculiar perspectiva de vitória saem em procissão os nove camaradas em missão. O mago Gandalf recorda a ocasião em que decidiu ir contra o governo de Saurom sobre a Terra-Média, escolhendo lutar pela destruição do anel. Foi o momento, igualmente, da escolha de seu próprio destino, o qual ele conheceu assim que tomou sua decisão: ele iria morrer. Ponto. Pois algum sacrifício é a base de qualquer verdadeira vivência espiritual, tambem. Realidade que o humilde hobbit Frodo logo percebe, e a partir disso afirma seu desejo de jamais ter sabido do anel, em uma vã tentativa de escapar do próprio destino. Eis a maneira como a Sociedade do Anel em sua batalha constante junto de seres desgraçados e desejos desenfreados - rumo aos quintos da Terra-Média, anuncia a nossa própria jornada humana neste mundo desregrado de paixões e repleto de possibilidades, sem garantias. Mas o Mago Gandalf surge pra lembrar o pequeno hobbit, e também a humanidade em geral, que lutar por uma existência digna é nosso único destino, afinal. Pois o outro é morrer, o que ja pode ter ocorrido conosco, embora ainda continuemos respirando - a pior das maldições. Mas assim seguem os nobres cavaleiros da Sociedade na claridade do dia e segurança das montanhas, até que são espremidos pelas forças da natureza - que movidas por anjos ruins, atacam-nos sem cessar, sob as ordens do mago Sarumam, fiel servo do "Olho". Gandalf reage e convoca os anjos bons pra que venham mudar os ventos e segurar tempestades, e por aí observamos faceta intrigante do nosso mundo místico tomar forma e realidade. Mas não há tempo pra bem guardar tão valiosa informação, pois a Sociedade precisa seguir o caminho sombrio das Minas de Moria, residência de Orcs demônios que ferozmente atacam nosso grupo, assim como acontece conosco em meio às necessidades que fazem surgir as maiores tentações da vida diária. E chegamos a batalha final, do primeiro capítulo, ao menos. Até os demônios menores dela fogem, enquanto nossos heróis a enfrentam em disparada, pois o Mago Gandalf é quem fica pra segurar, e lutar com o mais repugnante dos seres das sombras: um Demônio do mundo antigo, que acordou das profundezas e está na região pra acabar de vez com essa história de anel. O desgraçado só não vai mais longe porque na melhor e maior cena de exorcismo fantástico da história do cinema, o Mago Gandalf expulsa do caminho - na fé e na raça, o demônio mor das Minas de Moria. "Você não passará! Você não passará!", afirma o bravo e iluminado Gandalf... e o demônio não passou mesmo. Aleluia! Mas nem tudo são flores e os sacrifícios chegam rápido pra cobrar o valor das vitórias espirituais e do amadurecimento da dignidade. Mas assim como na vida, tomara seja, a Sociedade do Anel continua - sempre seguindo em frente. E que venha o segundo capítulo. Bom filme!

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

a ESPIRITUALIDADE do Pecado - HOMENS e Deus!

A palavra "pecado" comunica pra humanidade quase a mesma ideia que a cruz para o diabo, pois "assim como o diabo foge da cruz", os seres humanos não convivem nada bem com essa milenar expressão, não. E há uma boa razão pra isso, pois o "pecado" existencial da humanidade é uma atitude que arruinou o relacionamento dos seres humanos junto da Pessoa de Deus. O que não é pouca coisa, afinal. O resultado é que nem Deus continuou morando aqui na Terra, como igualmente nós não ficamos mais habitando lugares protegidos e só abençoados neste mundo. Enfim, o trauma da palavra explica-se mais ou menos por aí, tornando nossa relação com o pecado uma das mais importantes da história, saiba disso. Só que trauma, a gente enfrenta, acredite! Principalmente os espirituais físicos, pois não há osso restaurado sozinho que resolva as angústias da alma, jamais. Portanto, aproveitemos nosso tempo juntos para no "pecado" meditar, bem direitinho. Ainda que só um pouquinho. E pensando a partir da Espiritualidade judaico-cristã, descobrimos que já nascemos, todos, "pecadores", pois o salmista faz boa poesia reconhecendo que era um ser humano "em pecado" desde o dia em que foi gerado. Pois já estava distante e em briga com Deus desde a primeira célula. Pouco depois, só pra confirmar a seriedade da questão, esclareceu que o "pecado" é um negócio nosso com Deus - em primeiro lugar. Pois as inquietações que o pecado traz para nossa psique e as confusões que leva para nosso cotidiano junto das pessoas, bem, é algo que sempre chega depois - depois de Deus. Eis a razão que faz nosso corpo gemer e o espírito em nós se angustiar à espera de uma solução - pois viver distante do Deus do Universo e ainda brigando com Ele; bem, desgraça pouca não é bobagem não, certo? O Apóstolo São Paulo leu um salmo e depois bem resumiu a nossa humana situação, dizendo que não existe ninguém que busque a Deus, e que não há homem algum que possa se considerar bom se comparado com Deus. Pois todo mundo se extraviou moralmente e tá perdido demais, concluiu ele. Eta mundo velho sem porteira... Mas, calma, então, pois ainda existe uma cura espiritual para os humanos tratarem tão grave trauma, e suas consequências, também. Especialmente, a pior delas, a nossa morte. O negócio é que o Cristianismo Oriental, mais que o Ocidental, anuncia por aí que o início da cura do pecado é algo tão simples como andar pra frente, de verdade. Sabe aquelas situações em que o problema é tão grande que ninguém aceita uma solução razoável? Pois é, e a questão aqui é que nosso drama psiquiátrico dramático espiritual atemporal eterno com o "pecado" acontece bem nessa área confusa da nossa mente e coração - já que dificilmente conseguimos entender o assunto na forma devida. Mas, não vamos desistir. Algumas ideias sobre a história da gente com Deus irão nos ajudar a pensar um pouco melhor sobre isso. Pra começar, é preciso aceitar que o princípio da Sabedoria pra qualquer um é acreditar mais em Deus, do que em si próprio. Afinal, o jeito como Deus vê nossa vida e a maneira como pensa em nossos pecados é, bem; bem diferente do nosso jeito de ver o "pecado" e nossa própria história. Pois os pensamentos d´Ele são tão diferentes dos nossos quanto o chão fica longe dos céus. Por isso vale a pena repensar nosso aprendizado existencial espiritual, que trata exatamente da maneira como aprendemos a viver a partir das palavras de Deus. Pois quando Deus aparece falando certos mandamentos, e vivendo a vida de um jeito melhor de como nós a vivemos, então; Ele só faz isso pra ensinar, sempre ajudando. Não é pra se mostrar, não. Tá entendendo? Eu sei que o primeiro pecado que a gente nunca esquece é o orgulho. E que a vaidade - correr atrás de saber algo que ao final não faz sentido, é o grande prazer da nossa existência; mas, por que não dar ouvidos pra Deus, ao menos uma vez, por dia? É importante descobrir que este nosso hábito de só querer e fazer, sentir e ser, pensar e agir, quase sempre diferente do jeito como Deus sabe a vida; bem, é o "pecado" nosso com o qual Deus consegue conviver, sabe. Não que seja fácil, mas, Ele se mantém por perto, entende... Ele só veio para os doentes, afinal. Daí que diante da descoberta de um novo ou antigo pecado acontecendo "na gente", o que nos resta são as duas opções da história: a nossa, que é desculpar-se pra (tentar) esquecer; ou, então, a de Deus, que nos diz pra logo confessar, para que o Espírito de Deus possa na nossa história (e alma), aparecer. Pois se o nosso "problema" de pecado é principalmente com Deus, o que interessa é tratar esse negócio com Ele, certo? Portanto, fale com Deus assim como se faz uma prece ou oração espiritual, mais ou menos como se diz no "Pai Nosso": "Perdoa-nos!!". Vai ser algo como uma injeção de antibiótico na veia do espírito, o seu, acredite. Cura certa, remédio apropriado, tratamento engatilhado, Deus na obra. Mas, eis a questão: ser, ou não ser... um pecador? Será que você aguenta assumir mais essa? Pois bem, se você tiver a coragem necessária pra aceitar a doença, então, cada pecado visualizado não será uma nova desgraça em si mesmo, não... Mas será, sim, um encontro relacional com a Pessoa de Deus pela graça; pois, afinal, Ele promete sempre perdoar você. É isso, a Espiritualidade do pecado é mais ou menos por aí...