sábado, 15 de outubro de 2022

OS SALMOS DE ADORAÇÃO E A IDENTIDADE DO POVO DE DEUS. Salmo 104, Outubro 2022.

"Bendiga o Senhor a minha alma! Ó Senhor, meu Deus, tu és tão grandioso!... Firmaste a terra sobre os seus fundamentos para que jamais se abale... Dos teus aposentos celestes regas os montes; sacia-se a terra com o fruto das tuas obras! É o Senhor que faz crescer o pasto para o gado, e as plantas que o homem cultiva, para da terra tirar o alimento... Ele fez a lua para marcar estações; o sol sabe quando deve se pôr... Quantas são as tuas obras, Senhor! Fizeste todas elas com sabedoria!" (Salmo 104.1-24). Ao anotar o significado das expressões grega e hebraica referentes ao título do livro de Salmos, temos boa noção de seu conteúdo e valor. A palavra grega psalmos traduz-se como cântico ou hino, enquanto que a palavra hebraica tehilim significa louvores, de modo que o compêndio bíblico dos Salmos pode ser entendido como sendo o Livro de Cânticos de Louvor a Deus. Ainda que seu amplo conteúdo forneça outros conhecimentos e orações ao povo de Deus. Um significado essencial dos Salmos da Bíblia surge através do fato que os seus conteúdos são inspirados por Deus, revelando a Personalidade e o Caráter do Senhor aos cristãos. E sendo um escrito bíblico inspirado, os Salmos se tornam um conhecimento de sabedoria aos homens, já que o seu conteúdo apresenta verdades sobre Deus e acerca da realidade do mundo criado e governado por Deus, que não saberíamos se os salmos não viessem revelar. Assim, tanto o povo de Israel na história de sua jornada de conhecimento e convivência com Deus, como também os cristãos desde sempre até a volta de Jesus; tem a condição de utilizar os Salmos bíblicos para renovar o conhecimento do que significa "ser povo de Deus". Desta forma, os cristãos podem restaurar e desenvolver sua verdadeira identidade existencial nesta vida. Vamos lembrar que o povo de Deus em Israel passou por dois exílios históricos em que a nação teve que deixar a sua terra e sociedade, passando a viver em outros países e sendo dominada e oprimida na sua cultura e religião. Como ocorreu na queda do Reino do Norte para a Assíria em 722 e depois, com a queda de Jerusalém em 597 a.C. A partir do ano 538 a.C e no século seguinte o povo de Deus começou a retornar para a terra de Israel, vindo a recuperar as Escrituras da Lei e Profetas, enquanto também editava o livro de Salmos, que se tornou o conteúdo dos Louvores dedicados a Deus pelo seu povo em Adoração. Observe que a oportunidade do povo de Deus começar a se reunir em assembléias e ajuntamentos, nas casas e no Templo, se tornou um tempo e experiência excelentes para o povo redescobrir a sua identidade existencial. A cada novo encontro no Dia do Senhor, os louvores entoados em Israel ensinavam sabedoria ao informar o modo como o Deus Criador era Bondoso e Salvador pela sua providência e perdão na vida deles. Eles aprendiam sabedoria e também cantavam Cânticos de Louvores a Deus, dando graças e testemunhando honras ao Bendito Senhor de suas vidas. Esse conhecimento dos Salmos junto do testemunho de gratidão dos Louvores, vieram a se tornar sinais e argumentos da verdadeira identidade do povo de Deus diante de novas situações e de um mundo em transformação. Sendo que, essa é uma experiência bastante necessária para todos os cristãos aqui no planeta Terra até que o Senhor Jesus volte. Tá entendendo? A cada novo Dia do Senhor que vivencia em adoração, o povo de Deus tem a oportunidade de aprender sobre a realidade da Pessoa de Deus e do modo como Deus criou e preserva o mundo em que vivemos. Também experimenta o privilégio de Adorar o Senhor no Corpo de Cristo, testemunhando e celebrando a nossos próprios corações e ao mundo, a Bondade e Providência de Deus que são derramadas sobre a terra e os cristãos. Eis o modo em que o Dia do Senhor se torna o Sábado de descanso aos cristãos, sendo este o seu propósito, como disse Jesus, pois o sábado foi feito para o homem. E neste objetivo é que o ajuntamento de Adoração é convocado e celebrado no Antigo Testamento, em expressões como: "Alegrei-me quando me disseram, vamos à Casa do Senhor", e "Como é bom viverem unidos os irmãos, ali ordena o Senhor a sua bênção". Cada segunda-feira de nossas vidas após passarmos a boa experiência de um verdadeiro Dia do Senhor no domingo irá reordenar a nossa identidade como cristãos, debaixo dos cuidados e amor do Deus Soberano sobre tudo que acontece. Os Atos e Promessas de Deus que transcendem os limites do tempo da vida terrena e os limites do espaço da vida neste mundo farão eu e você superarmos a vida material e finita através do conhecimento da Pessoa de Deus, e da realidade do mundo de Deus nesta Terra. Sendo algo que vai transformar a nossa vida mais comum em uma experiência além das horas e dos anos, e adiante do espaço físico, transportando-nos para uma existência satisfatória e bendita na repetição de nosso cotidiano básico. A partir disto, ao simplesmente sermos pessoas cristãs no dia a dia, em casa e nas ruas, em família e no trabalho, na igreja e sociedade, pronto; a nossa pessoa e toda a nossa vida terão outro desenvolvimento e propósito para nós. Seremos capazes de enxergar e viver a história de acordo com a nossa verdadeira identidade: somos filhos de Deus, e amigos e servos do Rei Jesus Cristo, até que Ele volte! Essa experiência de conhecimento de Deus que recebemos enquanto Adoramos ao Senhor, se torna um aprendizado igual ao vivenciado pelo salmista: "Senhor, o meu coração não é orgulhoso e os meus olhos não são arrogantes. Não me envolvo com coisas grandiosas nem maravilhosas demais para mim... De fato, acalmei e tranquilizei a minha alma... Ponha a sua esperança no Senhor, ó Israel, agora e para sempre!" (Salmo 131). O teólogo John Stott destaca estas verdades sobre Deus em meio à beleza poética descritiva do salmo: "alimento e preservação da vida são necessidades básicas de todas as criaturas, e o salmista atribui a primeira à mão aberta de Deus e a segunda ao sopro reanimador do fôlego de Deus... Assim é correto agradecer a Deus não só por ele ter nos criado, mas também por preservar nossas vidas." (p. 98, 2007). Somente a boa adoração dominical em meio aos louvores dos salmos irá nos desviar de afundar na vaidade das conquistas da semana, que jamais satisfazem a alma e o corpo. "Cantarei ao Senhor toda a minha vida; louvarei ao meu Deus enquanto eu viver. Seja-lhe agradável a minha meditação, pois no Senhor tenho alegria... Bendiga o Senhor a minha alma! Aleluia!" (Salmo 104.33-35). Ref. Stott, John. A bíblia toda o ano todo. Edit Ultimato, Viçosa MG, 2007. Autor. Ivan S Ruppell Jr é Ministro Presbiteriano, Professor e Advogado.

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