Pular para o conteúdo principal

UMA SEXUALIDADE SAUDÁVEL PARA UMA VIDA SATISFATÓRIA. Outubro, 2022.

Em artigo publicado no jornal Gazeta do Povo em 05/10/22, a colunista Bruna Frascolla traz sentimentos narrados em livro pela escritora Marcia Tiburi (O que não se pode dizer). O destaque inicial é para a declaração de Marcia que foram necessários "alguns anos de análise para entender que não teria que viver com ninguém e que o desejo sexual não precisa ser obrigatório, embora a ordem simbólica e imaginária nos convide a isso." Observe que uma boa orientação psicológica, científica ou cristã do ser humano vai indicar o bom valor e a fundamental importância de um entendimento que a escritora alcançou sobre a sexualidade. No entanto, como Marcia Tiburi orienta suas análises existenciais segundo a ideologia da esquerda progressista; o que ela entendeu sobre si mesma, juntamente com Bruna Marquezine e Giovanna Ewbank - que disse que precisa de envolvimento emocional para se sentir bem na relação sexual - é que nenhuma delas é uma mulher do sexo feminino, mas são sim, pessoas "Assexuadas". E por esse motivo, a escritora Marcia entende que deve "começar uma transição para fora do gênero", até se perceber como uma pessoa completa conforme a definição do item A do movimento LGBTQIA+. Esse item descreve os seres humanos que não precisam de sexo para viver. Só que não! A necessidade de envolvimento emocional para que a relação sexual seja saudável é uma perspectiva bastante desenvolvida na psicologia, além de na própria natureza humana pelo modo em que os corpos masculino e feminino se encaixam na proximidade física e sentimental. Sendo algo bastante difundido igualmente, pelo Cristianismo. Portanto, quando mulheres como Marcia, Bruna e Giovanna, e tantas outras e também homens pelo mundo refletem que desejam praticar relações sexuais com mais sentimentos emocionais numa melhor convivência pessoal, bem; trata-se de uma evolução da vivência da sexualidade. Só (tudo) isso! Algo que jamais deverá significar uma mudança de gênero do ser humano, muito pelo contrário. No decorrer do artigo, a articulista Bruna apresenta outras declarações de Marcia Tiburi e também de Jean Wyllys, destacando o modo em que eles entendem que tem sido infelizes nas vivências emocionais, sendo algo que Bruna reflete como consequência da ideologia dos dois. É uma compreensão apropriada, pois utilizar a mudança de gênero na perspectiva de tratamento da personalidade gera enfraquecimento e desprezo da identidade humana, o que vai resultar na corrupção e ruína de suas sensações e interesses, desencadeando grande dor e vazio. Dá uma olhada na proposta que o teólogo John Stott apresenta sobre a sexualidade humana, conforme a religião cristã: "Em Gênesis 2.24 encontramos a definição bíblica para casamento; ela é ainda mais importante porque foi endossada pelo Senhor Jesus Cristo (Mc 10,7). Este é um relacionamento com cinco características especiais:... Compromisso. Quando um homem deixa a casa de seus pais para se casar, ele deve "unir-se" à sua mulher, juntar-se a ela como cola (como sugere o texto equivalente no Novo Testamento.) (...) Físico: "Eles se tornarão uma só carne"... Adão e Eva certamente não experimentaram nenhum constrangimento com relação ao sexo. "O homem e a mulher viviam nus, e não sentiam vergonha." (p 28, 2007). Tá entendendo? Uma sexualidade saudável requer uma experiência física integrada com a consciência e os sentimentos do cidadão, assim como deve ocorrer em todas as áreas da vida da gente, em qualquer situação. Mas, afinal, sobre o quê falam Marcia Tiburi e tantas outras milhões de mulheres e homens mundo afora, que de repente, sentem-se vazios em suas vivências sexuais? Bem, pra variar, Jesus Cristo foi direto ao ponto: "Os olhos são a candeia (lâmpada) do corpo. Se os seus olhos forem bons, todo o seu corpo será cheio de luz." (Mateus 6. 22). Essa palavra foi dita num contexto de busca de riquezas para ensinar algo maior sobre a conquista de tesouros do céu ou da terra, vindo daí a importância de bem direcionar o seu olhar para o que você deseja na vida, "pois onde estiver o seu tesouro, aí também estará o seu coração." (Mt 6.21). É isso! Ao invés de olhar para o traseiro da moça e a cintura do rapaz quando movemos o olhar atrás de companhia na solidão, bem, deve-se olhar para o ser humano inteiro. Se é que desejamos ter uma sexualidade saudável e uma vida satisfatória. A espiritualidade oriental ensina que devemos esconder os sentidos, ou até vive-los de forma dramática, ou ainda, regrada pelas fases da vida; o que não deixa de ser razoável. A espiritualidade da ideologia de gênero orienta a mudança mental da personalidade, entendendo que ao convencer a consciência de que nosso corpo é diferente do que nele desgostamos, então, iremos viver bem conosco mesmos. Infelizmente, só piora! Pouco vai adiantar nominar meu corpo físico-espiritual-integral em algo diferente do que sou e sinto, pra conseguir estar bem e satisfeito com a minha existência. Meus sentimentos e desejos, conquistas e decepções, satisfação e vazio vão continuar lá comigo. Dizer que você não tem sexualidade, a fim de tentar curar suas relações sexuais exageradas ou a falta de cumplicidade pessoal nelas, bem, não vai curar a sua sexualidade, só vai desconstruir a sua personalidade. A solução está nos olhos, que como lâmpadas da alma deverão apontar os seus desejos para uma pessoa inteira, tendo em mente o interesse de vivenciar uma relação integral com ela. E como Jesus é a Luz da vida, deve-se perguntar pra ele de que forma iremos nos relacionar sexualmente uns com os outros - conforme está basicamente descrito no texto citado, de John Stott. Dessa forma, vamos começar a experimentar um padrão de relacionamento iluminado. E como nosso olhar tanto preenche o coração, como também busca alcançar o que o coração quer, então, só mesmo a espiritualidade da oração do Pai Nosso irá capacitar você a receber no interior os bons desejos que seus olhos deverão procurar pela vida. E por aqui segue nosso círculo virtuoso. Por isso que se diz: "Que venha o seu Reino e seja feita a sua Vontade", e "Não me deixes cair em tentação", nessa Oração. Pois tudo inicia ao pedir a vontade de "estar" e "ser" companheiro de alguém com quem estamos, enquanto também se pede para não desejar "ser" amante de quem nada somos, afastando a tentação de arruinar a sexualidade numa multidão de insatisfações, ou na ideologia de gênero. Sendo que a Boa Oração sobre sexualidade é o pedido cotidiano pra que essa experiência não se torne paixão animal, que leva ao vício e desequilibrio, mas que seja amor humano, que conduz pra traquilidade. Felicidades! REFERÊNCIAS. Bruna Frascolla. Cartas entre Jean Wyllys e Marcia Tiburi mostram como a ideologia faz as pessoas infelizes. coluna publicada na Gazeta do Povo, on line, 05/10/2022. STOTT, John. A bíblia toda o ano todo : meditações diárias de Gênesis a Apocalipse ; tradução: Jorge Camargo. - Viçosa, MG : Ultimato, 2007. Autor. Ivan S Ruppell Jr é Ministro Presbiteriano, Professor e Advogado.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

SÍMBOLOS DE FÉ DA IPB. Aula 3. Teologia e Contexto Histórico.

Esse texto tem objetivo didático na disciplina de Símbolos de Fé no Seminário Presbiteriano do Sul extensão Curitiba. Daí a utilização de resumos e citações mais longas no interesse de oferecer aos alunos o conteúdo apropriado para o entendimento necessário aos debates e explanações em aula. CONTEÚDO de Aula: CONTEXTO HISTÓRICO DA ORGANIZAÇÃO DOS SÍMBOLOS DE FÉ DA IGREJA PRESBITERIANA DO BRASIL. TEOLOGIA REFORMADA. "Trata-se da teologia oriunda da Reforma (calvinista) em distinção à luterana. O designativo "reformada" é preferível ao calvinista... considerando o fato de que a teologia reformada não provém estritamente de Calvino." (Maia, p. 11, 2007). OS CREDOS E A REFORMA. "Os credos da Reforma são as confissões de fé e os catecismos produzidos nesse período ou sob sua inspiração teológica. Os séculos 4 e 5 foram para a elaboração dos credos o que os séculos 16 e 17 foram para a feitura das confissões e dos catecismos. A razão parece evidente: na Reforma, as...

SÍMBOLOS DE FÉ. Aula 5. IPB.

Esse texto contém apenas citações de um livro dedicado ao conteúdo informativo sobre a história e temas teológicos da Igreja Presbiteriana do Brasil: NASCIMENTO, Adão Carlos, e MATOS, Alderi Souza de. O que todo presbiteriano inteligente deve saber. Santa Bárbara do Oeste, SP : SOCEP Editora, 2007. Este resumo de citações é de uso exclusivo para utilização em aulas do SPS, no objetivo de definir contextos e entendimentos importantes acerca da Disciplina Símbolos de Fé de Westminster. "QUEM SOMOS. A Igreja Presbiteriana do Brasil - IPB - é uma federação de igrejas que tem em comum uma história, uma forma de governo, uma teologia, bem como um padrão de culto e de vida comunitária. Historicamente, a IPB pertence à família das igrejas reformadas ao redor do mundo, tendo surgido no Brasil em 1859, como fruto do trabalho missionário da Igreja Presbiteriana dos Estados Unidos. Suas origens mais remotas encontram-se nas reformas protestantes suiça e escocesa, no século 16, lideradas por...

REFORMA PROTESTANTE. Teologia e Doutrinas.

Esse texto traz um resumo abreviado com citações, de artigo publicado pelo teólogo protestante Franklin Ferreira, no jornal gazeta do povo, Curitiba PR: 'Os temas centrais da Reforma Protestante'. O teólogo, diretor de seminário e pastor Franklin Ferreira graduou-se em teologia pela Escola Superior de Teologia da Universidade Presbiteriana Mackenzie, tendo pós graduação na Universidade Luterana do Brasil e Mestrado em Teologia pelo Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil, sendo autor de diversos livros, dentre eles; 'A Igreja Cristã na história', 'Contra a Idolatria do Estado', 'O Credo dos Apóstolos'; e publica periodicamente no jornal gazeta do povo. TEXTO. O artigo 'Os temas centrais da Reforma Protestante' foi publicado em 25/10/2021, quando da celebração de 504 anos da Reforma Protestante iniciada no século 16. No dia 31 de outubro de 1517, Martinho Lutero deu publicidade na Igreja do Castelo de Wittenberg, às suas 95 teses do 'De...