segunda-feira, 23 de janeiro de 2023

A IGUALDADE GLOBALISTA E O CRISTIANISMO MESSIÂNICO.

"Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, a não ser por mim." Jesus de Nazaré, séc. 01. (Evangelho de João, cap. 14.6). O debate essencial do século 21 se aproxima do Cristianismo, já que o tema da Igualdade se propaga no Ocidente, e logo deverá ocorrer um embate decisivo entre os princípios de vida mais relevantes do lado de cá do planeta. A igualdade existencial globalista da humanidade tem sido estruturada de forma cultural e institucional (legal) há algum tempo. E nos últimos anos, o seu estabelecimento social e econômico tem alcançado apoio e visibilidade cada vez maiores entre as lideranças políticas do ocidente. Neste sentido, um encontro anual importante entre lideranças do Ocidente ocorreu novamente nos Alpes suiços neste mês de janeiro, numa reunião assim definida pelo político espanhol Pablo Iglesias: "Davos é, basicamente, um lugar em que os bilionários dizem aos políticos o que eles têm que fazer... E os políticos costumam obedecer". Com destaque para como esse político socialista tem sido um crítico da aproximação da esquerda junto da elite globalista, como das fundações Ford e Open Society, da família Soros. (*) Nesse contexto, podemos aprender um pouco mais sobre os princípios da atual proposta globalista de Igualdade, já em andamento na Europa, EUA e América Latina, a partir de informações do artigo de Luciano Trigo.(*) Segundo o jornalista, mais de 2500 líderes do planeta estiveram em Davos para debater a "Cooperação em um mundo fragmentado", tema dado pelo empreendedor alemão Klaus Schwab, que definiu o "capitalismo chinês" como sendo um "modelo a seguir" para os países. Schwab, Presidente do World Economic Forum, tem se pronunciado abertamente sobre "a necessidade de reestruturação da ordem internacional em um sistema homogêneo, de governança global, que se sobreponha aos governos locais e combine elementos do socialismo e do capitalismo". Trata-se de um propósito sócio-político para toda humanidade que tem sido identificado como "Agenda 2030", conforme declarações dadas desde 2016. Esse plano global de governança da humanidade indica que os cidadãos não deverão mais possuir bens próprios e privados, numa situação em que todos terão acesso somente "a serviços e bens públicos" administrados pelo Estado, que também irá regular toda mídia e comunicação. Conforme destaque do jornalista, "todos os líderes reunidos em Davos são muito bem intencionados, todos estão do lado do bem e da democracia, todos lutam pela justiça social e pelo meio ambiente". (*) No entanto, poucos comentam se as previsões para as próximas décadas no mundo; de que teremos maior inflação e alto custo de vida, mais conflitos políticos e quebra das relações sociais, além de crises de alimentos e de energia, são enfim, algo a ser combatido pela Igualdade buscada pela "Agenda 2030", ou são exatamente resultados provenientes (buscados?) de seus projetos. Uma reflexão cristã diante destes planos e leis que vão ocupando espaço na sociedade, requer busquemos analisar na Bíblia que tipo de solidariedade o Senhor Deus desenvolve para a Humanidade, com vistas à igualdade. Levando em conta especialmente, este tempo da História em que o mundo jaz no maligno e a humanidade perece na condenação do pecado. A partir disso, um princípio existencial cristão sobre como a humanidade deve viver os seus dias na terra passa pela busca da verdade; como a pergunta feita por Pilatos para Jesus: "Que é a verdade?". Jesus preferiu não responder ali, mas já havia dado a resposta antes, para seus discípulos, além de ter sido enfático diante da mulher samaritana: "Eu sou o Messias! Eu, que estou falando com você". (Evangelho de João, cap. 4.26). Sim, a verdade do Cristianismo não é um conceito, mas uma Pessoa, Jesus! Dessa forma, um projeto de igualdade humanitária para o Cristianismo passa pelo Messias, a Verdade de Deus. Sendo que o Evangelho é o seu plano de progresso solidário para a existência dos seres humanos; desde agora e para sempre. Com sua habitual clareza e objetividade, John Stott ensina de que forma Jesus é o Messias, em dois atos, ao explicar a mensagem profética de João Batista: "a mensagem de João foi: "Arrependam-se, pois o Reino dos céus está próximo". (Mateus 3.2)." {...} Mas o ministério característico do Messias, de acordo com João Batista, estaria relacionado mais a salvação que a juízo. Estas são as palavras de João: "Vejam! É o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!" João 1.29. "Esse é o que batiza com o Espírito Santo." João 1.33 {...} Os dois grandes dons de Jesus Cristo, nosso Salvador, são - o perdão e o Espírito. Estes são as duas bençãos principais da nova aliança." (p. 172). A partir desse conhecimento, observe que há dois tipos de solidariedade existencial que o Cristianismo considera saudáveis para que ocorra um progresso sustentável da Humanidade, pelo tratamento real de nossa desigualdade. Primeiro, o reconhecimento da igualdade da pecaminosidade da raça humana, que arruína nossa vida hoje e nos leva para a morte até a condenação eterna, amanhã; se nada for feito. Em segundo, o conhecimento da igualdade do Evangelho de Jesus, em que podemos ser salvos do pecado pela Fé no Messias. De forma que seremos abençoados e consolados hoje e iremos ressuscitar para a vida eterna, depois. Jesus esclareceu para o bom religioso Nicodemos a oportunidade e o desafio inclusos nesta verdade, ao falar sobre a entrada dos homens no Reino dos céus: "Pois Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para condenar o mundo, mas para que esse fosse salvo por meio dele {...} Este é o julgamento: a luz veio ao mundo, mas os homens amaram as trevas, e não a luz, porque as suas obras eram más." (João 3.17-19). Tá entendendo? Estas verdades existenciais do Evangelho irão sempre negar que a igualdade humana pode ser estabelecida numa perspectiva somente social e econômica da realidade. Pois a realidade terrena do pecado requer a solução via um projeto existencial no qual os homens serão seguidores da luz ou das trevas, segundo seu arrependimento ou não, diante da Verdade! E a partir dessa diferença essencial, a igualdade progressista será sempre contrariada, a cada situação em que a igualdade dada pelo Messias do Evangelho for anunciada. Eis a razão porque o segurança do shopping obrigou o homem a tirar a camiseta com os dizeres, "Jesus salva", em Minnesota, EUA. Conforme o segurança, "Jesus está associado à religião, e isto está ofendendo as pessoas." (Tyler O`neil, Gazeta do Povo). Uma ofensa que origina da proposta de igualdade dada através da religião, ao invés da oriunda do globalismo. Diferenças acerca da igualdade do Cristianismo e do Modernismo foram já identificadas pelo pensador reformado Abraham Kuyper, em palestras ao final do séc. 19: "finalmente, o Modernismo, que nega e abole toda diferença, não pode descansar até ter produzido mulher-homem e homem-mulher e, colocando toda distinção em um nível comum, destrói a vida por colocá-la sob a maldição da uniformidade." (p. 35, 2003). Portanto, assim que vier a ocorrer o crucial debate acerca da Igualdade conforme a "Agenda 2030" e da Igualdade conforme o Evangelho de Jesus Cristo, bem; se ficar o bicho come, e se correr o bicho pega. Pois foi isto que aconteceu com Jesus e os Apóstolos, e com boa parte dos cristãos nos três primeiros séculos d.C. Enquanto isso, anotamos três valores que os cristãos devem oferecer para a humanidade, em busca da igualdade solidária e bendita. Valores que devem ser motivo de diálogo democrático junto ao Governo, Políticos e perante os cidadãos de direita, centro e esquerda no Brasil. Tudo no propósito de que nossa Nação se afaste dos extremos e se proteja dos bilionários, buscando manter certa autonomia cultural em nosso país (respeito e tolerância à ciência e religião, economia e trabalho, direitos civis e liberdade de expressão); e ainda, para atrasar por algumas décadas o estabelecimento do Poder Central totalitário sobre o mundo. Então, primeiro, deve-se Orar pelas Autoridades pra termos vida pacífica e tranquila, com toda piedade e dignidade. Em segundo, devemos atuar como cidadãos diante do Legislativo para que leis oriundas dos valores humanitários dos 10 Mandamentos possam livrar os brasileiros do caos social e da ruína familiar, enquanto contribuem na promoção do bem estar na sociedade. Sendo essa, a maior bênção cristã que pode experimentar a humanidade em sua ordem social, conforme o pensador reformado Kuyper, posto que "os magistrados são e continuam sendo "servos de Deus" {...} Eles devem servir a Deus governando o povo segundo as ordenanças divinas"; (p. 110, 2003) e também, conforme o teólogo protestante João Calvino, para quem "as nações são livres para elaborar as leis que melhor lhes convém", desde que tais leis não façam violência à eterna lei da caridade". (Strohl, p 235, 2004). Observe, então, que uma ordem social igualitária dada pelos mandamentos é uma benção possível de ser vivenciada por toda humanidade, no atual período espiritual da história. Enquanto que a salvação em Jesus será uma benção atemporal até a eternidade, para os cristãos. Por isso mesmo, o terceiro valor é anunciar aqui, lá e em todo lugar, que "Jesus salva!" "Neste mundo vocês terão aflições; contudo, tenham ânimo! Eu venci o mundo". Jesus de Nazaré, séc. 01. (Evangelho de João, cap. 16.33). Autor. Ivan S Rüppell Jr é Professor de Teologia e Ciências da Religião, Capelão Social e Escolar. Referências. STOTT, John. A bíblia toda o ano todo. Edit. Ultimato, Viçosa MG, 2007. KUYPER, Abraham. Calvinismo. São Paulo: Cultura Cristã, 2003. STROHL, Henri. O pensamento da reforma. São Paulo: ASTE, 2004. Artigos. "Agenda global une bilionários e esquerda em Davos", Luciano Trigo, Gazeta do Povo, 19/01/2023 (*). "A história do homem que foi obrigado a tirar a camiseta "Jesus Salva", em um shopping"; Tyler O'neil, Gazeta do Povo, 18/01/2023.

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