segunda-feira, 30 de janeiro de 2023

A Cidadania Política e os Cristãos em 2023

Estamos quase na metade do ano de 2023 e observamos que o Governo Federal e o Congresso Nacional estão pouco interessados em gerenciar valores sociais Cristãos importantes, tanto perante o Crime como em favor da Educação infantil, e especialmente no fortalecimento de valores democráticos e direitos civis. Mas, ao contrário, há uma dedicação e ênfase na derrocada da liberdade de expressão e religiosa que ora vemos ocorrer em Brasília e com apoio de parte da midia e setor artístico. Assim, eis o momento dos cristãos acordarem para os desafios e oportunidades de sua vocação cidadã na sociedade brasileira. Neste contexto, há três valores que os cristãos devem oferecer para a sociedade através de uma atuação cidadã na política. Valores que devem ser motivo de um relacionamento democrático junto ao Governo, Políticos e perante os cidadãos de direita, centro e esquerda no Brasil. Tudo no propósito de que nossa Nação se afaste dos extremos e consiga manter certa autonomia cultural em nosso país (respeito e tolerância à ciência e religião, economia e trabalho, direitos civis e liberdade de expressão). Primeiro, deve-se Orar pelas Autoridades pra termos vida pacífica e tranquila, com toda piedade e dignidade. Em segundo, devemos atuar como cidadãos diante do Legislativo para que leis oriundas dos valores humanitários dos 10 Mandamentos possam livrar os brasileiros do caos social e da ruína familiar, enquanto contribuem na promoção do bem estar na sociedade. Sendo essa, a maior bênção cristã que pode experimentar a humanidade em sua ordem social, conforme o pensador reformado Kuyper, posto que "os magistrados são e continuam sendo "servos de Deus" {...} Eles devem servir a Deus governando o povo segundo as ordenanças divinas"; (p. 110, 2003) e também, conforme o teólogo protestante João Calvino, para quem "as nações são livres para elaborar as leis que melhor lhes convém", desde que tais leis não façam violência à eterna lei da caridade". (Strohl, p 235, 2004). O terceiro valor é um diálogo sábio, eficaz e constante diante das Autoridades, sendo que, nessa perspectiva, alguns Líderes Cristãos da Reforma Protestante se colocaram diante dos Governantes no século 16, no propósito de alcançar auxílio para o livre anúncio do Evangelho e acesso às Escrituras para toda sociedade. Também buscaram proteção em meio às perseguições e até apoio em batalhas e conflitos que vieram a ocorrer entre reis, exércitos e até junto da população civil da Alemanha e Suiça, Reino Unido e França, dentre outras regiões do ocidente. Martinho Lutero recebeu os cuidados de Frederico III, princípe da Saxônia, que fundou a Universidade de Wittenberg e protegeu Lutero do Imperador Carlos V a partir dos conflitos doutrinários da Dieta de Worms. Ao escrever o tratado teológico mais importante do protestantismo, As Institutas, João Calvino fez uma dedicação especial ao Rei Francisco da França, em que buscava demonstrar tanto o respeito às autoridades como o interesse em abençoar os cidadãos franceses com o conhecimento da Palavra de Deus. Nesse contexto, Lutero e Calvino atuaram junto das Autoridades no propósito de que a Palavra de Deus pudesse ser anunciada livremente e com segurança aos povos de suas regiões, sendo que a sabedoria de ambos tornou possível que toda Europa viesse a conhecer o Evangelho de Jesus Cristo nas décadas seguintes. Estes líderes cristãos protestantes colocaram em prática em sua época, um tipo de relacionamento importante diante das Autoridades públicas, conforme o princípio dado nas orientações do Apóstolo Paulo para Timóteo: "Antes de tudo, peço que se façam súplicas, orações, intercessões e ações de graças em favor de todas as pessoas. Orem em favor dos reis e de todos os que exercem autoridade, para que vivamos vida mansa e tranquila, com toda piedade e respeito. Isto é bom e aceitável diante de Deus, nosso Salvador, que deseja que todos sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade. Porque há um só Deus e um só Mediador entre Deus e a humanidade, Cristo Jesus, homem." (2 carta a Timóteo, cap. 1. 1-5). Desta forma, em razão da autoridade dada por Deus aos governantes e também segundo a Soberania de Deus sobre o mundo e as sociedades, os Cristãos deverão sempre interceder e buscar o diálogo junto das Autoridades públicas, no interesse de que possamos ter uma experiência cristã social mansa e tranquila, enquanto praticamos a boa piedade que significa exatamente anunciar o Evangelho de Jesus, até que todos alcancem o conhecimento da Verdade! Neste sentido, ao anotar que Autoridades judiciais brasileiras buscaram impedir a participação dos cristãos nas campanhas políticas em 2020, e vieram a censurar pensamentos conservadores nas eleições de 2022, atentamos para o fato da Constituição Federal brasileira proteger a Liberdade religiosa e a Livre expressão democrática em nossa nação. Sendo que, esse valioso Estado Democrático de Direito deverá sempre receber a atenção dos Cristãos através do diálogo e intercessões diante das Autoridades, para que a vida religiosa e social do povo brasileiro seja abençoada por Deus Todo Poderoso. Portanto, entende-se que as Orações e a atuação cidadã do Povo de Deus deverão ser direcionadas neste ano de 2023 para o Congresso Nacional. Para que Senadores e Deputados Federais recebam as intercessões e o contato dos cidadãos brasileiros, a fim de que a independência e respeito entre os Poderes da República e os direitos civis na sociedade possam ser protegidos e fortalecidos em nossa nação. E que assim, Deus Pai abençoe os Parlamentares do Congresso, para que tenhamos vida mansa e tranquila, com toda piedade e respeito! Autor. Ivan S Rüppell Jr é Professor de Teologia e Ciências da Religião, Capelão Social e Escolar. Referências. KUYPER, Abraham. Calvinismo. São Paulo: Cultura Cristã, 2003. STROHL, Henri. O pensamento da reforma. São Paulo: ASTE, 2004.

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