sábado, 13 de janeiro de 2018

a Espiritualidade da POLÍTICA, no Cinema: O DESTINO de UMA NAÇÃO

O maior líder político da história recente da Inglaterra ganha seu segundo filme em 6 meses (após Churchill, 2017) com a chegada aos cinemas de "O Destino de Uma Nação", 2018, com Gary Oldman atuando como o primeiro ministro britânico que liderou o Reino Unido na II guerra mundial. O filme apresenta as três semanas de maio em que a Inglaterra e o mundo viram um homem genioso e transparente se assumir como o líder que a Europa precisava para se contrapor ao nazismo de Hitler. Winston Churchill não era um líder pronto, e nem seus colegas de parlamento enxergavam nele o congressista mais apropriado para enfrentar a dramática situação de derrota que surgia no horizonte dos mares ingleses. Eis o motivo que torna o filme eficaz pra nos ajudar na análise das lideranças humanas, pois afinal, não somos perfeitos e nem mesmo devemos nos reconhecer personalidades prontas nesta vida. Daí, o valor de meditar no caráter do líder a partir de uma perspectiva espiritual tendo por espelho este belíssimo drama histórico do diretor Joe Wright. O Profeta Jesus já afirmou que um líder comunitário espiritual somente surge durante um processo vivencial, e o que importa na caminhada além da perseverança é tanto ser conhecido, como igualmente bem conhecer as pessoas humanas que se deseja liderar. Um líder sempre entra pela porta, diz Jesus, e jamais adentra a sala pela janela para não desprezar o aprendizado e os degraus necessários da escalada da vida. Ele precisa conhecer a voz de seus liderados tanto quanto estes ouvem a sua, pois é isto que os torna seguidores dele. Algo que jamais acontece com os lobos, sejam os políticos ou aqueles só do mato, que apenas querem devorar os impostos (e a alma) da nação. O que já se conhece da personalidade de Winston Churchill é que suas variações de humor surgiam a partir do objetivo essencial de sua liderança política - fazer algo de bom ao povo inglês sem negar a dura realidade social que acometia a nação. Uma virtude humana do político bonachão que valoriza o valor espiritual universal de se amar a Deus e ao próximo, em primeiro lugar. Pois "amar" alguém, seja o Deus criador ou qualquer ser humano por aí, é uma atitude baseada no compromisso de respeitar a personalidade do outro enquanto com ele nos relacionamos; ou seja, é preciso investir em alguma honestidade de coerência básica como padrão das conversações e atitudes entre nós, apenas (tudo) isso. Algo que não deveria ser tão desprezado assim na hora de eleger nossos representantes sociais, pois os líderes políticos dos povos são aqueles que tem as maiores oportunidades tanto de fazer algo de bom à milhares de pessoas, como igualmente podem amaldiçoar milhões com suas lorotas descompromissadas com a realidade, da sociedade. Eis a importância de sabermos um pouco (muito) mais acerca da "espiritualidade" dos valores da Política dos homens, meus amigos. E o filme "O Destino de Uma Nação" facilita a meditação deste tema humano tão ardiloso, pois o diretor Joe Wright (Orgulho e Preconceito, e Anna Karenina) nos brinda com cenários suntuosos e detalhistas cujo propósito maior é revelar o contexto social e político da Inglaterra tradicional do que simplesmente servir de moldura à imagens sem conteúdo existencial, pois o filme é de uma sensibilidade social e dramática grandiloquente, acredite. Ou seja, até os técnicos deste filme "político" se preocuparam em honrar o compromisso de entregar aos espectadores algo coerente ao drama que seu título e tema anunciavam ser o real conteúdo humanista da produção. Virtude enaltecida na bela interpretação de Gary Oldman, que supera as ótimas maquiagens do rosto para dar vida (cativante) a um personagem que facilita nossa obediência ao maior mandamento espiritual político conhecido: o de obedecer as autoridades deste mundo, pois foi o próprio Criador dos espíritos que nos deixou tal relação de hierarquia comunitária como um legado social à humanidade. De verdade. Veja que até o mandamento espiritual de se dar a César o que é dele mesmo e dar pra Deus o que pertence só ao Criador, bem, não deixa de bem esclarecer tanto as diferenças, como as singularidades do que significa honrar devidamente cada pessoa e Ser com quem nos relacionamos. Na época de Jesus tal orientação pretendia explicar ambos os compromissos que temos de tanto honrar as autoridades humanas como também a autoridade divina, mais do que necessariamente separar a espiritualidade da política, tá entendendo? Um aprendizado político essencial que não deveria nos fazer confundir espiritualidade com religião e valores com doutrinas, claro, pois quanto mais laico for o Estado, maior liberdade terão pra viver suas espiritualidades todos aqueles que assim o desejarem. Afinal, tanto a religião una quanto o partido único são atividades totalitárias que apenas impedem qualquer sociedade de progredir democraticamente. E nestes tempos em que a liderança da boa camaradagem já rompeu todos os padrões da coerência só pra colocar no lugar o que grupo "chefe" pretende conquistar, eis que urge a necessidade de surgir alguma visão política que supere os esquemas simplórios de toma lá dá cá pra colocar no lugar algum valor ético comunitário decente, pra variar. O rumo final que W Churchill decidiu dar à construção de sua personalidade política na liderança da sociedade revela que a sinceridade existencial de alguém consigo próprio é o primeiro passo de uma espiritualidade humanoide saudável e digna do nome. E somente da decente palavra dita que se transforma em atitude cumprida é que nasce uma personalidade humana plena de coerência existencial. Daí que o mais importante provérbio ético espiritual pra dar (bom) rumo à existência humana permanece o mesmo: que a nossa palavra seja sempre Sim, e sim, ou não, e Não; e pronto - pois tudo que passar disso vêm do maligno! E pra bem concluir nossa visão espiritual da política normal, nada melhor que assistir "O Destino de Uma Nação" junto do filme "Dunkirk", que apresenta como a Operação Dínamo evacuou mais de 300 mil soldados ingleses e franceses assim que estes foram encurralados na praia pelo exército alemão em maio de 1940. E o valor espiritual que se enxerga em "Dunkirk" é o da Dignidade, algo bonito de ver assim que jovens e idosos invadem o oceano em seus barcos e lanchas só pra resgatar a vida de milhares de cidadãos militares - assumindo sobre sua cidadania de civis uma guerra real e sangrenta, custe o que custar. E o que se entrega em nome do próximo é simplesmente o cotidiano vivencial e até a vida total destas pessoas comuns que se revelam seres humanos excelentes enquanto praticam uma fraternidade sacrificial. E como não há líder sem liderados que o acompanhem eticamente, eis que a dignidade relacional de ambos os lados continua sendo o valor espiritual superior que pode, sim - um dia, dar ao Brasil alguém decente pra governar esta nação. Bom filme!

2 comentários:

  1. Bela reflexão do nobre amigo. Pretendo relê-la algumas vezes, para melhor apreender toda sua riqueza. Grande abraço

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