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a ESPIRITUALIDADE no Cinema: THE POST, A Guerra Secreta

"Assustada e tensa, engoli em seco e disse: "Vamos adiante. Vamos adiante. Vamos publicar". (Katharine Graham, diretora do jornal The Washington Post, junho de 1971). O novo e inspirativo filme de Steven Spielberg (The Post, USA 2017) contém didática aula que cobre do ensino fundamental até o mestrado um tema básico do espírito humano, que é o Ideal nosso de cada dia. Trata-se de um drama adulto com técnica cinematográfica apurada e apoiado em sinceras interpretações que revela um cineasta cada vez mais essencial ao cinema atual, e que acaba por depurar neste filme as graves e eternas diferenças entre Ideal e Ideologia. Pois os ideais são aqueles valores constantes e honestos que se transformam em meios capazes de construir um fim digno, enquanto as ideologias tem se desenvolvido enquanto fins que jamais se realizam e que apenas corrompem em nome de sua grandeza todos os meios de que toma posse pra (tentar) se fazer notável. E a diretora de jornal Katharine Graham avança rumo ao ideal de um jornalismo que serve ao povo, e não às elites múltiplas do poder, pois seu tema fundamental são simplesmente as notícias - aquelas informações verídicas do que acontece no momento e época que vivemos hoje! Até que algum tempo depois, tudo se transforma em História! Uma história humana sempre essencial já que torna possível o estudo da antiga notícia, pois afinal, aqueles que não podem lembrar o passado estão condenados a repeti-lo, conforme disse George Santayana, The Life of Reason (1905). Eis a importância e valor, então, de que as notícias sejam oportunamente publicadas (post), pois somente assim estaremos bem informados, agora e também no futuro. Em "The Post - a guerra secreta, Steven Spielberg traz os astros Meryl Streep e Tom Hanks em grave batalha jornalística para publicar as informações mais relevantes sobre a atuação norte-americana na guerra do Vietnã. Notícias que foram desprezadas pelo próprio governo dos EUA, quando seu Secretário de Defesa as ocultou consigo em sua secretaria. O jornal "The New York Times" vinha publicando as notícias secretas dos "Pentagon Papers" naquele mesmo junho de 1971, mas se encontrava agora impedido de continuar por uma decisão judicial. A guerra (secreta) exposta neste inspirador filme de Spielberg encontra seu resumo ético no belíssimo texto de Isabela Boscov, crítica da revista Veja: "o filme se chama The Post porque é uma convocação: jornalismo de primeira não deve ser ambição só dos fortes, como o The New York Times. Por ser uma necessidade democrática, um serviço público e um imperativo moral, deve ser a meta também dos quase insolventes, como o The Washington Post de 1971, e dos titubeantes, como o era ainda Katharine Graham." Junto desta ideia que revela a essência ética do jornalismo, dá pra reconhecer que até a espiritualidade das notícias também surge de um valor oriundo da dignidade humana, algo realizado a partir da autenticidade da informação que damos ao próximo . Pois a veracidade das palavras ditas vai desenvolver em nós uma personalidade mais sincera, o que nos fará amadurecer como seres humanos até que nos tornemos a pessoa integral (corpo e espírito) que podemos ser como gente neste mundo. Afinal, a rica experiência de vida que temos neste planeta origina de nossa peculiar racionalidade; que é a própria condição de compreender quem somos e o que já vivemos - as "nossas" notícias, enfim, informações que vão nos tornar capazes de fazer escolhas a partir disso tudo. Eis a nossa original razão consciente que é a própria centelha espiritual da humanidade, pois é o espírito dentro de nós "quem" pensa, por certo, jamais as nossas células e nervos. Pensamentos humanos percebidos e noticiados desde 40 000 anos atrás assim que a humanidade começou a contar suas histórias através de desenhos e esculturas. Pois as histórias escritas pra melhor informar quem somos e o que fizemos surgiram somente há 5 000 anos. Logo, a narração dos acontecimentos com lições morais e a preocupação em detalhar guerras e atos políticos tornou-se um método clássico de registro da história. E foi o grego Heródoto que 500 anos a.C analisou algumas notícias no objetivo de melhor investigar suas informações, e daí surgiu o nome "história", que significa "investigação" em grego. Seus textos foram validados como históricos por se basearem nos relatos de testemunhas e buscarem descrever as atitudes dos homens que foram os responsáveis pelas notícias coletadas. E o resto, bem, o resto é história... Mas precisa ser uma história digna, que se reconhece assim que o princípio técnico da coerente coleta das informações acaba por bem valorar o próprio conteúdo das notícias. Tá entendendo? Ora, neste quesito, o médico e Apóstolo Lucas se revelou um valoroso jornalista profissional "espiritual", pois uniu a digna busca técnica de informações (com testemunhas oculares) junto de um anúncio verídico (datado e detalhado) das notícias e mensagens ditas em vida por um Profeta mundialmente aclamado, o próprio Jesus de Nazaré. Pois a espiritualidade das notícias também se reconhece por seu conteúdo e pelas informações que chegam até nós a partir de uma origem espiritual transcendente a este mundo. Ou seja, são informações que tanto esclarecem temas espirituais da humanidade, como igualmente são anunciadas por mensageiros qualificados de Seres superiores; já que no caso, Jesus falava em nome de Deus, Pai. Quando isto acontece, as notícias posteriormente tornam-se história, só que esta se faz reconhecer entre os homens como "História Sagrada". Até o Apóstolo São Paulo orientou os princípios da boa comunicação das sagradas notícias, ao afirmar que um bom mensageiro espiritual deveria ser alguém prudente e ousado, sempre atento pra falar no momento apropriado, e bastante preocupado com as palavras que iria utilizar pra eficazmente expressar as novidades dos céus aqui pela terra. O que "THE POST" recorda aos nossos espíritos claudicantes, pois muitas vezes, calados, é o valor de se aventurar pelo conhecimento das informações relevantes, sem cansar demais pra logo não esquecer, por favor, de rápido avisar a quem quer que seja das notícias que agora já sabemos. A partir daí é correr para o abraço das boas conversações, lutando pra sermos sinceros e principalmente, corajosos e simples enquanto com ousadia e tranquilidade informamos exatamente a notícia anunciada pra que a boa a mensagem seja por outros descoberta. Pois é assim que também nos tornamos uma (boa) Notícia, por aí. Bom filme!

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