O talentoso cineasta Steven Spielberg levou o OSCAR de direção em 1999 com este drama militar em que um grupo de soldados liderados pelo capitão Miller (Tom Hanks) assume uma só missão durante a retomada da Europa das mãos dos nazistas: eles devem resgatar o último sobrevivente (Matt Damon) de quatro soldados da família Ryan, pois três dos irmãos já morreram nas batalhas da II guerra.
Eis o argumento do clássico filme de guerra "O Resgate do Soldado Ryan", USA/1988, que dramatizou a mais midiática batalha de guerra do cinema ao apresentar o desembarque dos aliados na Normandia em 1944 como um épico realista inigualável.
E já que falamos de Espiritualidade por aqui, eis que a palavra "Resgate" traz consigo a ideia de uma ação ou atividade que é impossível de ser realizada pelo resgatado - ou seja, alguém terá que praticar esta boa ação por ele.
Trata-se de uma conquista que depende totalmente daqueles que irão protagonizar o resgate, restando ao condenado somente aguardar a chegada de seus salvadores.
E a ocorrência de um "resgate" espiritual é exatamente a experiência principal da Páscoa dos Cristãos, pois nesta a morte do cordeiro sacrificado é que irá resgatar milhões de seres humanos de seu traçado destino de morte.
Trata-se de um resgate realizado por um ato de "substituição", afinal, de tal forma que assim que os cordeiros morrem, os homens antes condenados à perecer são consequentemente resgatados e livres de experimentar tal condenação existencial.
Um projeto de resgate sacrificial que o Capitão Miller igualmente protagoniza como o amadurecido líder da missão urgente que assume ao liderar um pelotão de soldados em meio à Europa incendiada pela batalha mor da II guerra mundial. Uma atuação que lhe valia outro Oscar!
E o ator Tom Hanks preenche sua personalidade com algumas posturas éticas que o aproximam daquelas que edificam as melhores ações espirituais entre os homens.
Pois o sacrifício ao qual se dispõe é abraçado por ele integralmente assim que se dedica ao mesmo de corpo e alma.
Dá até pra dizer que o (bom) capitão é um voluntário para o que der e vier, apresentando uma personalidade militar sacerdotal interessante, até pela maneira com que finaliza sua missão junto do soldado Ryan, ao desafia-lo à uma vida digna.
Valores éticos de uma liderança existencial que observamos grandemente na própria Pessoa essencial da Páscoa Cristã - sim, Jesus de Nazaré também entregou-se às torturas e morte da Sexta-feira da Paixão em atitude consciente e voluntária: "Ninguém tira a minha vida de mim, eu a dou livremente", esclareceu ele na biografia autorizada do Apóstolo João.
As razões de Jesus Cristo ter assumido tal sacrifício mortal-espiritual a fim de que os homens de fé não continuassem mortos na eternidade, origina das perspectivas transcendentais de sua experiência de vida terrena enquanto o homem celestial que vêm libertar a humanidade por aqui.
Pois o que Jesus veio resgatar essencialmente não foi a natureza e criação ou o governo dominante desta época, mas sim, as próprias almas dos homens.
Daí que pra realizar este peculiar resgate era necessário livrar a espécie humana de sua permanente experiência natural de morte, além desta vida.
Jesus, então, teve que morrer exatamente pra "matar" a força da morte em si mesmo enquanto um ser humano, livrando assim a humanidade de continuar padecendo sob esta miséria, continuamente.
E do mesmo modo com que o Capitão Miller desafia o jovem Ryan a abraçar ferozmente a experiência de uma vida virtuosa a partir dali - oportunidade existencial que lhe foi possível somente a partir do sacrifício de quase todo um pelotão; igualmente Jesus convoca os Cristãos no Domingo de Páscoa para que conheçam (desde já) as vivências excepcionais da Ressurreição da maneira de viver dos homens.
Assim como a frase do capitão Miller é simples e direta para Ryan: "Faça valer a pena!"; da mesma forma Jesus convoca seus fiéis a "celebrarem a sua salvação da morte", vivendo desde agora como sal e luz entre os homens, fazendo brilhar uma experiência de vida humana gerada a partir da própria Personalidade de Deus.
Eis aquele momento na história em que o resgate por sacrifício chamado Páscoa torce o destino da humanidade assumindo a morte sobre si para que milhares e milhões descubram uma vida, nova. Bom filme!
C. S. Lewis escreveu o livro de ficção teológica 'Cartas do Inferno' para apresentar a Batalha Espiritual pelas almas da humanidade no cotidiano comum de todos nós. Como bem esclarece o Apóstolo Paulo na Carta aos Efésios, "nós não lutamos contra inimigos de carne e sangue, mas com governantes e autoridades do mundo invisível, contra grandes poderes neste mundo de trevas e contra espíritos malignos nas esferas celestiais." (cap. 6, 12). Essa realidade da existência transcendente dos seres humanos surge no primeiro anúncio bíblico do Evangelho de Jesus, o Messias, quando Deus fala para a serpente as seguintes palavras: "Farei que haja inimizade entre você e a mulher, e entre a sua descendência e o descendente dela. Ele lhe ferirá a cabeça, e você lhe ferirá o calcanhar." (Gênesis, 3.15). O site da produtora traz a seguinte sinopse ao filme "Oficina do Diabo", que se baseia no livro de Lewis: "O demônio Fausto subiu do inferno para ajudar Nata...
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