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a ESPIRITUALIDADE da TOLERÂNCIA e DEMOCRACIA, no Cinema!

A Espiritualidade da Democracia tem nos filmes "Boa Noite e Boa Sorte" (de George Clooney, com David Strathairn, 2006) e "Jornada pela Liberdade" (de Michael Apted, com Albert Finney, 2008) dois de seus mais instigantes defensores na sétima arte, sendo filmes gravemente indicados aos jornalistas e políticos do século 21. Afinal, os filmes abordam a partir de fatos históricos a boa questão levantada pela Gazeta do Povo na matéria sob título: "Sem liberdade de expressão não há democracia!". Pois, "sem respeito aos direitos fundamentais e uma sociedade civil rica e vibrante, uma democracia será sempre incompleta ou mesmo uma fachada...". Afinal, "entre os direitos essenciais a um ambiente democrático saudável, está a liberdade de expressão." (gazetadopovo/justiça/ethos-2019). É isso! Direitos fundamentais e Liberdade de expressão são alguns dos conteúdos essenciais da democracia de quase todo mundo, e também são os temas da Espiritualidade natural que conduz a narrativa dos inspirativos filmes históricos dos diretores Clooney e Apted assim que estes se ocupam dos valores interiores da igualdade da alma (espécie) humana e das boas conversações entre os seres (racionais) humanos. "Boa Noite e Boa Sorte" (Good Night and Good Luck) narra um período da vida do jornalista Edward R. Morrow que em meio às disputas ideológicas entre a esquerda e a direita norte-americanas, busca anunciar princípios e apresentar fatos que revelem a verdade dos dois lados em conflito. Estamos nos EUA da América na década de 1950 e o Senador Joseph McCarthy Jr promove uma caça às bruxas atrás dos comunistas da nação, enquanto E. Morrow e sua equipe de jornalistas tem dificuldades pra fazer reportagens que deem a todos os envolvidos a oportunidade de apresentarem seus argumentos. Trata-se de um posicionamento em defesa da liberdade de expressão que foi muito importante na época e que se torna relevante hoje, pois vivenciamos um momento bastante autoritário entre jornalistas, acadêmicos e políticos brasileiros. "Jornada pela Liberdade" (Amazing Grace) apresenta a história do político William Wilberforce que junto do Primeiro Ministro William Pitt buscaram abolir a escravidão dos negros na Inglaterra do século 18, numa disputa parlamentar que os posicionou contra a sociedade da época e os congressistas que não desejavam encarar as perdas econômicas dessa decisão. W. Wilberforce carregava conflitos interiores acerca de qual seria o melhor meio para praticar sua fé e amadurecer a espiritualidade, sendo apoiado pelo ex-escravo Rufus Sewel e pelo ex-traficante de negros John Newton a levar para a Câmara dos Comuns inglesa os debates acerca da lei abolicionista. No passar dos anos e das disputas políticas, William Wilberforce ficou cada vez mais doente, mas viveu para ver a aprovação da lei que pôs fim à escravidão no Império Britânico em 26 de julho de 1833, o que inaugurou um novo período para os direitos humanos na Europa ocidental. A Espiritualidade judaico-cristã da Democracia dos Direitos fundamentais e da Liberdade de expressão da humanidade é tanto aquela que anuncia que os seres humanos foram todos criados por Deus, já que a nossa espécie inteira recebeu igualmente o fôlego da vida pra conseguir ser gente; como também, afirma que é preciso edificar a sociedade através de uma convivência razoável entre os homens, já que fomos instalados neste mundo pra cultivar e guardar tudo que aqui existe e se cria - um mandato cultural que nos convoca a transformar conjuntamente as comunidades da terra. Trata-se de um princípio espiritual que nos desafia a superar as diferenças raciais e étnicas, sociais e econômicas, ideológicas e políticas em prol de uma existência mais profícua, pois o propósito divino é para que passemos mais tempo juntos a fim de que possamos "aprender" a expressar nossas diferenças culturais mediante um diálogo sincero. É isso! Somente o diálogo contínuo oportunizado por um debate livre permitirá à sociedade experimentar uma existência comunitária que supere o autoritarismo ideológico mediante a solidariedade democrática, pois ainda que tais debates revelem nossas contrariedades e as discussões provoquem irritação; bem, não há outra realidade através da qual seres tão diferentes consigam (bem) existir conjuntamente - exceto nas tiranias do fascismo e comunismo, nas ditaduras da direita e da esquerda, e no autoritarismo ideológico social e acadêmico, onde sempre chora menos quem submete o outro primeiro... Até que o revés da história posiciona acima os que hoje colocamos abaixo, que é o principal fruto da infantilidade democrática e da soberba política, sempre. Enfim, parece que precisamos praticar bastante uma Espiritualidade mais vibrante a fim de nos capacitar interiormente pra aprender a conviver externamente com aqueles que pensam e falam, vivem e sentem a existência diferente da gente! E mesmo que esse convívio social seja bastante complicado, ainda é a melhor sociedade democrática que existe, tá entendendo? Boa noite e boa sorte!

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