"Fale o que está sentindo...!" Aos 14 minutos do último episódio da primeira temporada, o Dr. Doc (Tim Matheson) resume numa frase certeira a essência dramática desta sensível série da Netflix, que está com a segunda temporada garantida pra 2020.
Veja que os diálogos bastante pessoais e diretos de Virgin River são constantes, algo que faz recordar que a comunicação mais básica dos seres humanos é a que se manifesta nas conversações cujo tema principal somos nós mesmos, certo? O que ajuda a perceber como falhamos ao não nos dedicar pra desenvolver o potencial de falarmos mais uns com os outros sobre o que levamos no coração, que é a característica central da personalidade humana que recebemos do Criador; vinda direto da sua imagem e semelhança.
Sim, a Espiritualidade de "Virgin River" está relacionada à descoberta da natureza existencial da humanidade, que se baseia exatamente nos relacionamentos conscientes que somente a nossa espécie pode experimentar no mundo.
O fato é que os seres humanos são semelhantes a Deus de uma maneira que nenhuma outra criatura pode ser, e por isso mesmo, deveríamos utilizar inteiramente a capacidade de dialogar sobre "nós mesmos", pra nos tornar pessoas mais completas. Pois os aspectos da personalidade de Deus que recebemos são a sua inteligência e vontade, pra que possamos vivenciar a existência de maneira criativa, numa perspectiva moral que consiga valorizar a dignidade das pessoas e situações da nossa história, sem descuidar da natureza e tudo que existe. (Bíblia de Genebra, p 10)
Segundo John Stott, a imagem de Deus na humanidade tem a ver com sermos racionais e conscientes, morais e sensíveis ao próximo e à vida, que são os elementos que nos capacitam a viver respeitosa e amorosamente a existência. "Assim, somos os únicos seres capazes de pensar, escolher, criar, amar e adorar." (p 18) Tá entendendo?
Daí a importância de respeitar esse aspecto da espiritualidade humana mediante a prática de um diálogo certeiro e sensível, conforme bem orienta o conselho bíblico: "A preocupação deprime a pessoa, mas uma palavra de incentivo a anima." (Provérbios, 12.15)
A espiritualidade de Virgin River nos convoca a conhecer aquele potencial relacional do ser humano que está presente em nossa personalidade consciente, já que temos a boa condição de perceber e dialogar acerca das sensações da vida.
Nessa perspectiva, vale a pena dar uma olhada na série romântica "Virgin River", que estreou em dezembro de 2019 na Netflix, baseada na saga de livros da autora Robyn Carr. A trama conta a história da enfermeira Melinda Monroe, que decide abandonar sua vida na cidade grande, partindo para a pequena cidade de Virgin River.
A primeira temporada tem 10 capítulos, e vale destacar que seus dramas são desenvolvidos de uma maneira bastante natural, buscando valorizar as emoções mais comuns das pessoas, o que nos torna espectadores participantes do convívio comunitário cotidiano do vilarejo. O negócio é que assistir Virgin River irá nos ajudar a perceber o interesse real que temos pelas pessoas ao nosso redor e suas sensações mais básicas, de dores e saudades, medos e ansiedades, fazendo um contraponto ao interesse escapista que muitas vezes nos leva a gastar emoções diante de novelões que estão sempre no limite da vida e da morte, apresentando atos desconectados da vida diária da gente.
A primeira temporada finaliza com algumas pontas interessantes pra gente seguir a série, mas, não esqueça; o que vale mesmo é pensar diante da TV sobre aquele nosso interesse perdido acerca do que realmente vai na alma das pessoas próximas, numa reflexão espiritual que certamente vai nos ajudar a gastar mais tempo falando uns com os outros acerca das realidades de nós mesmos. Bom seriado.
Esse texto tem objetivo didático na disciplina de Símbolos de Fé no Seminário Presbiteriano do Sul extensão Curitiba. Daí a utilização de resumos e citações mais longas no interesse de oferecer aos alunos o conteúdo apropriado para o entendimento necessário aos debates e explanações em aula. CONTEÚDO de Aula: CONTEXTO HISTÓRICO DA ORGANIZAÇÃO DOS SÍMBOLOS DE FÉ DA IGREJA PRESBITERIANA DO BRASIL. TEOLOGIA REFORMADA. "Trata-se da teologia oriunda da Reforma (calvinista) em distinção à luterana. O designativo "reformada" é preferível ao calvinista... considerando o fato de que a teologia reformada não provém estritamente de Calvino." (Maia, p. 11, 2007). OS CREDOS E A REFORMA. "Os credos da Reforma são as confissões de fé e os catecismos produzidos nesse período ou sob sua inspiração teológica. Os séculos 4 e 5 foram para a elaboração dos credos o que os séculos 16 e 17 foram para a feitura das confissões e dos catecismos. A razão parece evidente: na Reforma, as...
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