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ELVIS. A Espiritualidade do Talento. 2022

O cantor norte-americano Elvis Presley foi um dos maiores intérpretes da música contemporânea, transformando canções populares em clássicos através de produções musicais apresentadas em shows espetaculares, sendo considerado o mais talentoso vocalista do séc 20. Nesta realidade, o sensacional filme ELVIS (Warner Brothers 2022), do diretor Baz Luhrmann com os atores Austin Butler e Tom Hanks, aproveita as condições superiores do cinema como Sétima Arte para nos oferecer uma biografia romanceada incrível sobre o Rei do Rockn´Roll; como se fora um show da Broadway disponível num cinema perto de você. Como bem destacou a articulista Fabiana Lima (cinemacao/critica-elvis), o filme "Elvis" é um espetáculo que carrega consigo as origens dos eventos artísticos do circo e cinematógrafo, que se integraram na história através dos artifícios do ilusionismo, na busca por contar eventos que se tornavam lendas aos espectadores. Nesse contexto, a narrativa do Diretor de cinema especializado em musicais, Baz Luhrmann se torna algo como um carrinho de montanha russa, em que somos conduzidos aos altos e baixos da vida de Elvis, sempre pra dentro de suas experiências musicais e existenciais, sentimentais e de negócios mais profundas. O enredo do filme contém momentos bem definidos segundo o olhar do diretor e roteirista, que destacam períodos essenciais da biografia de Elvis, desde a sua infância e juventude, seu grande sucesso e as dificuldades da fase adulta, até a ocorrência de sua morte. A Espiritualidade de quase todo mundo no cinema, no filme "Elvis", faz a gente anotar como a personalidade do artista se desenvolve conforme certas escolhas que retratam o modo em que a sua existência foi formatada em meio ao esquecimento de valores importantes, que poderiam manter a saúde de sua alma. Alguns princípios essenciais para o equilíbrio do espírito humano acabam sendo desprezados na urgência com que o cantor se entrega para as oportunidades e necessidades das emoções e negócios da indústria da música; que estava sendo formada enquanto Elvis também a fazia acontecer, o que ocorreria igualmente pelos The Beatles, no decorrer da década de 1960. O modo como Elvis se deixa conduzir e igualmente escolhe alcançar e manter o sucesso, conforme os interesses do Coronel Parker e show business é uma postura frequente de artistas na história, sendo uma opção em que se entregam a perspectivas existenciais perigosas demais para a saúde do corpo e integridade do espírito, que tem se tornado uma opção consciente neste inconsequente século 21 pós-moderno. Quê é uma época da humanidade em que se entende que quase todos os meios valem a pena para alcançar os fins da riqueza e sossego urgentes, só que não, como temos visto no aumento da ansiedade e angústia de toda uma geração. Os dons naturais e o desenvolvimento do talento artístico de Elvis Presley são percebíveis no desenrolar do filme, pois a distinta capacidade do cantor como idealizador de espetáculos musicais surge na tela de cinema quando vemos o modo em que ele integra influências diversas do blues, gospel e country junto de uma criatividade nata para cantar cançoes como se fossem eventos relacionais junto do público. E também somos surpreendidos com uma das vozes e interpretação de maior talento da história da música. Temos ainda, duas perspectivas de Espiritualidade interessantes pra anotar na narrativa do filme, seja a do Temor a Deus que vai surgir no respeito e busca da Pessoa e presença divinas em momentos da vida do cantor, percebíveis quando Elvis entoa canções gospel ou poesias de lamento que se tornam orações de auxílio e manifestações de Fé. E também, podemos extrair da narrativa do filme, embora não saibamos se confere com a realidade, uma incrível experiência de conhecimento da presença pessoal do Espírito Santo de Deus, em meio a um ambiente de adoração avivada e de orações, conforme ocorriam nos avivamentos evangélicos norte americanos. Segundo o teólogo norte-americano Jonatham Edwards, estes encontros comunitários junto do Espírito de Deus podiam causar quaisquer reações nas pessoas, devido à intensidade da experiência transcendente que ali partilhavam, sendo que, no filme, Elvis vivencia tal experiência religiosa na adolescência. Algo que para o Diretor do filme evoca o modo em que o cantor se entrega de corpo e alma em suas interpretações. Já para nós, como observadores da Espiritualidade de quase todo mundo no cinema, a cena apresenta um encontro com a Terceira Pessoa da Trindade que se torna um inesquecível valor posterior de Temor na vida dos seres humanos; sendo algo que Elvis veio a carregar consigo por toda sua história. Em tempo, Tom Hanks assume com talento a persona do dominador Coronel Parker, tomando formas de um velhote ardiloso e opressor conforme as luzes e lentes da narrativa cinematográfica assim o evidenciam ao público, enquanto o terno e sensível Elvis de Austin Butler revela um carismático ser humano esperançoso, sendo algo que agradou muito a Priscila Presley, conforme entrevista dada ao The Noite (Danilo Gentili) no lançamento do filme no Brasil. Bom filme. E aproveita o espetáculo!

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