sábado, 7 de janeiro de 2017

Parte 2: Introdução à ESPIRITUALIDADE!

NENHUM HOMEM É UMA ILHA, e jamais o será. Só se quiser ver os outros sempre se afastando, logo após nele chegarem, como as marés que vão e vem em um convívio constante, mas nem sempre amigável junto da terra. Eis uma realidade existencial essencial da boa espiritualidade. Pois não ocorre espiritualidade saudável sem o outro, sem gente como a gente, por perto! Não que seja fácil, mas é necessário. A decisão de afastar a solidão pra encontrar o próximo é princípio espiritual dos bons, pois não há ânimo e satisfação – a tal realização que nos faz continuar, se não for possível manter os relacionamentos com outras pessoas. Simples assim, pois nossa humana espiritualidade não pode sobreviver sem... o restante da humanidade. Pois não se constrói vida pela constante ausência, só na perseverança da aproximação. O que também não deve ocorrer só pelo calor que afasta o frio, nem pela paixão que abrasa algumas carências, não mesmo. Acima de tudo, devemos nos achegar uns aos outros pra conviver, que é a realização da nossa existência. Pois a personalidade que já somos, somente será uma pessoa verdadeira assim que existir com a família e parentes, com colegas de trabalho e de papo, e com os vizinhos também; e - importante demais, com os desconhecidos sociais das ruas da cidade. Pois não há ninguém que não nos interesse, espiritualmente falando. O esforço para não ver o outro e o desinteresse pra dele se aproximar são graves enganos espirituais, pois semeiam o vazio relacional e definem pra nós uma caminhada existencial sempre superficial. O cuidado exagerado que nos protege do próximo irá se revelar fatal escolha egoísta que é sempre o contrário das boas perspectivas que o espírito aponta pra nós. Lembre-se, então: a Espiritualidade humana só amadurece junto de gente, como a gente. ///// TODO MUNDO PRECISA DESCANSAR, também. Pois não há ninguém que não espere (ansioso) a chegada do fim de semana – esse intervalo “oficial” para o descanso “físico” dos humanos que chega pra quase todo mundo a cada sete dias. E mesmo quando esse dia não cai aos sábados e domingos, notamos que de um jeito ou de outro, procuramos todos parar as atividades uma vez na semana. Mesmo sem identificar a origem desta “parada semanal”, e até acreditando que é mais parte da cultura do que de nossa essência espiritual, aguardamos sim, o descanso semanal. E quanta diferença ele faz. Você já tentou trabalhar ou estudar, mantendo atividades diversas sem parar pra descansar, por mais de 4 dias ou até 7 noites? E acima deste tempo, então, por uns 10 dias ou mais? A realidade diária (obrigatória) de que é preciso parar um pouco após o almoço ou início da noite e de que se deve dormir a cada 24 horas faz gritar pra nós a importância do descanso pra humanidade. Um “descanso” físico-mental básico que busca-se diariamente e de que precisamos gravemente no fim de semana. Pois não há como dele escapar, acredite. Uma nova semana que inicia sem um dia de descanso no meio irá cobrar de todos nós uma desatenção e fraqueza que carrega um nome às vezes esquecido: cansaço existencial. Algo bastante real, já que não é cansaço somente corporal, pois nossas emoções e pensamentos, o espírito de cada um de nós, "caminha" junto com o físico nosso de cada dia. Por isso vale a pena perceber que “descansar” das atividades gerais da vida é uma orientação que tanto reconhece quanto respeita, sim, a nossa espiritualidade. Pois se existíssemos apenas como pessoas físicas, então a tranquilidade e a saúde poderiam ser, quase, renovadas através de remédios e treinos. Mas já sabemos que isso não garante saúde integral pra ninguém. Daí a necessidade de abraçar um descanso existencial semanal que reconheça por inteiro a pessoa especial, espiritual, que somos. Reconhecer o valor imperativo desse descanso e suas necessidades únicas é algo que nos fará capazes de bem cuidar de nossas vidas. Pois, ou cuidamos inteiramente de quem somos, ou jamais cuidamos de verdade de nós mesmos. ///// SÓ QUE ATÉ PRA DESCANSAR a GENTE precisa de GENTE, e da NATUREZA, também. Só lembrando: a nossa vida espiritual acontece neste corpo em que cada um tem o seu. Então, só descansamos de tudo que ocorre em nossa vida quando o espírito junto descansa. Daí que o descanso dos espirituais é uma atitude que precisa envolver toda a natureza física que nos faz hoje viver – o que inclui o planeta, e principalmente, as pessoas físico-sentimentais-pensantes que vivem por aí, conosco. E dependemos de ambos não só pra existir, mas igualmente, pra descansar. É por isso que viver a vida a partir da Espiritualidade requer trazer para o cotidiano um descanso existencial que nos aproxime da natureza, e das pessoas. Pois ficar perto do essencial de todos nós é que vai promover real renovo existencial pra todo mundo – a maior benesse do descanso. Chegar perto do próximo - eis uma prática espiritual acessível e necessária pra todos. Algo urgente, até, pois um descanso semanal individualista e solitário, e bastante tecnológico; só mais nos afasta das pessoas. E o objetivo aqui é outro. Queremos extrair vida melhor a partir do respeito à nossa física espiritualidade pessoal, pois somos pessoas essencialmente naturais e sociais já que estamos física e emocionalmente entrelaçados ao planeta e a outros seres humanos. E como já se disse por aqui, ou descansamos cuidando da essência da pessoa que somos, ou não há espiritualidade que aguente. Nem descanso algum que se torne realidade, pra valer (e descansar) mesmo, da vida que se leva. As pessoas e o mundo não servem só pra fazer a sociedade e a vida girar, pois existe algo a mais no meio disso tudo, desde sempre. Um descanso existencial que renova nosso ser têm a ver com conseguir conviver, gente! Eis um descanso com valores espirituais capaz de recuperar nossas forças, sim, mas que precisa acontecer natural socialmente, sempre; para o convívio das pessoas todas desse nosso mundo. ///// E da NATUREZA NÃO SE PODE ESQUECER, ponto final. Não há como negar o sopro de vida que recebemos quando vivemos perto ou, ainda quando só notamos ao redor, a natureza. Ficamos logo em harmonia, bem de repente, equilibrados e renovados, interessados e animados; pra de novo, viver. Sim, pois a experiência do convívio natural em muito desenvolve nossa espiritualidade, já que somos seres espirituais que existem fisicamente, sempre. Exatamente neste mundo e natureza. Uma criação que oferece dádivas e possibilidades pra todos, desde que saibamos enxergar esse relacionamento projetado pra ocorrer entre nossa humana espécie e o planeta de que somos parte. Uma boa percepção é raciocinar que o descanso semanal precisa de encontros nossos com a criação lá na natureza, até pra partilhar de toda sua estrutura e ordem que revelam uma unidade peculiar entre terra e mar, ventos e marés, tempestades e calor, perto ainda dos animais. Uma unidade de interação existencial bem real da qual, quase sempre, só faltam mesmo, eu e você. Não somos independentes relacionais deste mundo natural, gente; somos sim, pessoas espirituais que existem fisicamente ao redor e adentro da natureza – o que jamais se deve desprezar. Deixar pra depois ou de lado a busca de um convívio prazeroso e contemplativo, respeitoso e interessado pela natureza deste mundo em que hoje vivemos, só nos trará uma vida desintegrada, pois espiritualmente frágil a partir do desprezo nosso pela natureza que nos acolhe, e de que somos criaturas, também. Pense!

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