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Feliz 2019: DEUS é mesmo BÃO, SEBASTIÃO?

Um filósofo que fez boas perguntas acerca das coisas de Deus e do mundo, foi mesmo Epicuro, pra quem seria impossível que um Deus Bom governasse com grande Poder um mundo tão desgraçado. Pois, afinal, se Deus fosse realmente bom, parece que Ele não está sendo poderoso o bastante pra fazer as coisas irem bem por aqui, já que elas parecem não estar dando certo, não é mesmo? A partir dessa cinzenta reflexão, vamos pensar algo que possa animar você a caminhar pra frente e com mais esperança neste novo ano de 2019. Pra começar, é preciso reconhecer bom valor na interessante questão de Epicuro. O que nos leva ao início da história da humanidade, pois lá sabemos que Deus criou a espécie humana à sua imagem e semelhança, ou seja, todo mundo foi feito com personalidade - gente capaz de escolher o que fazer com o que acontece de bom e de ruim diante dos nossos olhos, e mãos. E foi nesta toada que Deus também criou luz e trevas, paz e guerra, o bem e o mal; ou seja, os dois lados dessa mesma moeda chamada vida humana no Universo. Pois pessoas racionais que fazem escolhas precisam igualmente de opções pra escolher, certo? Daí que a humanidade por seu representante mítico histórico, Adão, decidiu, então, pela escolha de a quase tudo experimentar - o que se tornou real através da tal mordida da maça, o próprio fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal. E com tanto conhecimento à disposição, eis que assim começou a desgraceira geral da humanidade neste pequeno planeta que gira somente ao redor de si próprio, quase sempre. Deus até enviou um juízo parcial pra limpar a terra da inicial bagunça opcional - o conhecido dilúvio de Noé. Mas, continuamos seguindo adiante, cada vez mais pra baixo. E até aqui chegamos. A maldade aumentou de tal jeito e a humanidade se tornou tão perdida que, vez ou outra, alguns profetas apareciam pra confirmar que, sim, Deus havia criado tudo e também sabia de todas as coisas: "Eu formo a luz e crio as trevas; faço a paz e crio o mal; eu, o Senhor, faço todas estas coisas.". É isso. Pois assim disse o Profeta Isaías, 2700 anos lá atrás. Enfim, se Deus sabe mesmo todas as coisas, então, melhor meditar um pouco a partir de algo dito pelos professores da disciplina d`Ele, tá certo? A ideia é pensar junto do filósofo judeu e greco-romano Paulo de Tarso, o Apóstolo São Paulo. Pois foi Paulo que notou lá pelo ano 55 que a nação de Israel se afastava da pessoa de Deus, ao mesmo tempo em que muitos gentios - o restante da humanidade na época, aproveitava da bobeira pra se aproximar do Criador. E parando pra imaginar o que ocorria, Paulo percebeu que Deus mesmo parecia endurecer o coração do povo de Israel pra que não enxergassem a Ele próprio, Deus. Mas, afinal, o que Paulo entendeu que isto significava na história da humanidade? Segundo ele, o objetivo maior era que a realidade da pessoa de Deus chegasse aos outros povos do mundo, pois Israel havia fechado a porta do conhecimento de Deus naqueles dias. A partir disso - e eis aqui a nossa (grande) questão, Paulo entendeu que o próprio Deus governou a situação abrindo uma porta pra que a humanidade pudesse, finalmente, ouvir as suas verdades. Pois alguns já estavam cansados de só saber nesta vida acerca do tal conhecimento do bem e do mal. E o fato de agora existir uma porta aberta para o conhecimento de Deus significava que a própria nação de Israel poderia, um dia, de novo entrar. Segundo Eugene Peterson: "De algum modo, Deus permite que todos nós conheçamos o que é estar de fora, para que ele, pessoalmente, possa abrir a porta pra nos receber de volta... Vocês já viram algo que se compare à graça generosa de Deus ou à sua profunda sabedoria?". Que coisa, hein homem. Israel é uma nação de seres humanos com personalidade, e foi a partir desta realidade existencial que Deus lhes permitiu escolher andar pôr outros lados, e não só ao lado d´Ele próprio. Deus respeitou a personalidade de Israel e permitiu que vivessem "fora" d´Ele, para que pessoalmente, então, Deus mesmo viesse abrir a porta para que um dia eles retornassem. Eis uma visão objetiva acerca de como Deus governa este mundo e história com muito Poder, mas também, pleno de Amor. Pois se Deus governasse o mundo só com bondade, mas sem capacidade, então suas boas intenções não conseguiriam manter as portas abertas pra humanidade voltar pra Ele, de vez em sempre. E se Deus governasse o mundo só com poder, e sem misericórdia, então Ele apenas limparia toda a maldade com um dilúvio por século, e aí começaria tudo de novo, num ciclo existencial sem razão, e quase sem Deus. Só que não! Pois Deus quer, e decidiu que também deseja, viver a história do mundo exatamente junto conosco - pessoas racionais, e cheias de bastante personalidade. Eis a razão pela qual o conhecimento da própria Pessoa d`Ele estará disponível, pra (quase) sempre. O negócio é que pra viver perto de uma humanidade adolescente que só deseja saber o que bem lhe interessa, pra só depois, talvez, pensar em saber da Verdade. Bem, restou pra Deus a oportunidade de sofrer junto conosco nesta nossa jornada de auto conhecimentos, quase sem fim. Que loucura! Enquanto isso, Deus segue governando o mundo com muito amor, e bastante poder, haja graça. Até que voltemos (tomara), dos nossos muitos conhecimentos ao real conhecimento da própria Pessoa de Deus. Feliz Ano Novo!

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