terça-feira, 15 de outubro de 2019

O Cristianismo e a atuação política do cidadão.

A orientação da religião cristã para os fiéis se relacionarem com as Autoridades do Governo Civil ensina que estas devem ser tão respeitadas em sua área de atuação quanto a própria Pessoa de Deus em sua soberana autoridade celestial. Jesus Cristo deixou isso claro ao definir que era necessário obedecer ao César romano nas questões civis, assim como se obedecia a Deus nas questões existenciais do ser; as quais, incluem, sim, as próprias questões cidadãs da humanidade. "Então deem a César o que pertence a César, e deem a Deus o que pertence a Deus." (Mateus 22.21). O Apóstolo Paulo acolhe este princípio de autoridade entre os homens e esclarece seu fundamento ao ensinar que tanto o princípio da hierarquia comunitária, como a personificação da autoridade em certas pessoas é uma determinação de Deus que deseja promover um convívio social benigno entre os homens. "Todos devem sujeitar-se às autoridades, pois toda autoridade vem de Deus, e aqueles que ocupam cargos de autoridade foram ali colocados por ele." (Romanos, 13.1). O Apóstolo também amplia este princípio de autoridade e hierarquia para todas as relações sociais, desde os pais até os patrões, incluindo as autoridades da vida comunitária, sejam os guardas nas ruas e professores nas escolas, motoristas de ônibus no transporte público e proprietários de qualquer estabelecimento que visitamos: "Filhos, obedeçam a seus pais no Senhor... Servos, obedeçam a seus senhores terrenos... Senhores, assim também tratem seus servos." (Efésios 6. 1-9). Agora, observe que a maneira pela qual todas as Autoridade de Governo e Familiares e Civis devem atuar com responsabilidade social em nossas vidas ocorre, principalmente, através da orientação e da disciplina acerca do que é certo e errado, a partir da definição do que é legal e ilegal, conforme bem esclarece São Paulo: "Pois as autoridades não causam temor naqueles que fazem o que é certo, mas sim nos que fazem o que é errado." (Rm 13. 3); e ainda, segundo o Apóstolo Pedro; que ensina: "Por causa do Senhor, submetam-se a todas as autoridades humanas... sejam os oficiais nomeados e enviados por ele para castigar os que fazem o mal e honrar os que fazem o bem." (1 Pedro 2.13-14). E no propósito de que a religião cristã possa orientar e amadurecer nossa vida cidadã, se faz necessário esclarecer qual seria esta "verdade" capaz de definir o certo e errado na sociedade dos homens. Ou seja, quais seriam os princípios sociais dos cristãos que devem orientar as autoridades governamentais a cumprirem seu papel jurisdicional disciplinar no propósito de bem regular nosso convívio civil a fim de que a sociedade não se transforme num caos, existencial! Isto porque o propósito divino de orientar a vida comunitária a partir do princípio hierárquico de autoridade de uns para com os outros origina de uma bênção graciosa geral oferecida ao mundo para que a vida na Terra se torne não apenas possível, como também, satisfatória pra humanidade. A partir daí, eis que o modo bíblico pelo qual as Autoridades de Governo dirão o que é correto e o que é errado para a vida em sociedade, definindo o que é legal e ilegal, está descrito para o cristão exatamente nos 10 Mandamentos, dados pelo Profeta Moisés e cumpridos integralmente por Jesus de Nazaré. E de maneira mais específica, nos Mandamentos de número Cinco a Dez, pois são estes que ensinam o que deve ser administrado pelas autoridades civis na vida social dos homens. Pois os Mandamentos de Um a Quatro apresentam o que será disciplinado pelas próprias autoridades eclesiais na esfera religiosa particular das pessoas, pois embora todos os Dez coloquem o Cristão diante de Deus, os mandamentos "religiosos" tratam da maneira como o homem cristão desenvolve a sua submissão relacional junto da Pessoa de Deus. Mas, então, de que maneira podemos acertadamente definir que seriam estes "Dez Mandamentos" os tais preceitos bíblicos capazes de apontar a verdade maior acerca do certo e errado a fim de que os Cristãos amadureçam como cidadãos entre os homens? Bem, porque são exatamente os 10 mandamentos das Escrituras que cumprem plenamente a Lei dos Cristãos; resumida em apenas duas por Jesus: "Ame o Senhor, o seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma e de toda a sua mente... Ame o seu próximo como a si mesmo. Toda a lei e todas as exigências dos profetas se baseiam nestes dois mandamentos." (Mateus 22. 37-40). Trata-se de um resumo da Lei dado por Jesus, o qual foi relacionado integralmente aos mandamentos pelo Apóstolo Paulo: "Quem ama seu próximo cumpre os requisitos da lei de Deus. Pois os mandamentos dizem: "... Não mate. Não roube. Não cobice. Esses e outros mandamentos semelhantes se resumem num só: "Ame o seu próximo como a si mesmo". O Amor não faz mal ao próximo, portanto o amor cumpre todas as exigências da lei de Deus." (Rm 13. 8-10). Eis a perspectiva religiosa bíblica acerca das Autoridades de governo civil e sobre as leis da vida em sociedade que permitirão aos Cristãos a condição de tanto Amar a Deus quanto Amar o próximo, enquanto vivem em sociedade na Terra. Pois é através destes princípios que tanto obedecemos a Deus socialmente, como também, edificamos o progresso dos homens conforme foi planejado por Deus a partir da autoridade divina dada aos homens. E já concluindo nossa reflexão, o próximo passo para um Cristão promover corretamente sua cidadania civil é tornar-se tanto um Eleitor que vota em candidatos e partidos que desejam respeitar e desenvolver na sociedade estes preceitos, como igualmente, é necessário ser um Representante no Legislativo ou Executivo que irá defender a própria legitimidade social destes valores perante a humanidade. Eis a razão bíblica que orienta um Deputado Cristão a legislar criando e protegendo leis sociais relacionadas aos 10 mandamentos. Eis, ainda, o motivo pelo qual um Governador Cristão irá enviar ao Legislativo projetos de lei e irá determinar às Secretarias de governo o desenvolvimento de programas relacionados aos Mandamentos sociais de Deus. Pois os Cristãos que agirem desta forma irão verdadeiramente dar a Deus o que é de Deus, e logo dar a César o que é de César, conforme determinou Jesus de Nazaré, o único Profeta autorizado da religiosidade civil dos cristãos diante dos governos humanos do mundo. Até porque os "não cristãos" irão (com todo direito) apresentar pra sociedade seus próprios preceitos com os quais desejam fazer as leis acerca do que é "certo" e "errado" em sua cosmovisão. E que assim seja, cada qual tendo a democrática oportunidade de votar, legislar e governar socialmente a partir dos preceitos (filosóficos e espirituais) que considera serem os melhores para a cidadania civil da humanidade. Sem desprezar que a democracia se constrói na boa convivência civil entre os diferentes através da essencial liberdade religiosa e de pensamento, num Estado Laico que organiza suas leis e programas de governo enquanto oferece oportunidade de atuação a todos. Pois o contrário de um Estado democrático de Direito é sempre uma governança exercida de maneira autoritária e ditatorial, mediante leis religiosas e ideológicas que impedem a liberdade de opinião e a expressão diversa do conhecimento; como se vê na Escola com Partido único, por exemplo.

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