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APOLOGÉTICA AULA 6. Seminário Presbiteriano do Sul - extensão Curitiba, 2025.

ORIENTAÇÃO. Esse texto tem objetivo didático de orientação para a disciplina Apologética do Curso de Teologia do Seminário Presbiteriano do Sul - extensão Curitiba. O texto contém resumos e citações longas, de diversos livros e obras, devendo ser utilizado somente como apoio do estudo da disciplina. Professor Ivan Santos Rüppell Jr, 2025. ITEM 1. SÉCULOS 15 e 16. O Renascimento e o Humanismo. "Enquanto os historiadores imaginavam a história dividida em duas eras - antes de Cristo e depois de Cristo -, na Renascença começou a surgir uma nova estrutura tríplice em que a história era dividida nos períodos antigo, medieval e moderno. (...) Contudo, é claro que a maior parte da Europa ainda estava muito arraigada na Idade Média. Alías, não foi senão no final do século 19 que a Renascença começou a ser reconhecida como um período histórico distinto da Idade Média. Mas é evidente que, em algum momento entre os séculos 14 e 17, os fundamentos religiosos da Europa mudaram." (Goheen, p. 129-130, 2016). Na época medieval, as disciplinas valorizadas eram do direito, teologia e lógica, havendo uma limitação da área do conhecimento a partir do cristianismo neo-platônico. Os séculos 14 e 15 renovaram o desejo pelo conhecimento clássico, com valorização da literatura, poesia e línguas. Ainda que um cristão venha a concordar com a abertura e interesse dados a esses ramos do conhecimento humano, especialmente as novas dedicações à ciência e tecnologia, deve-se destacar que a nova "orientação de seu pensamento se opunha cada vez mais a uma cosmovisão bíblica." (p. 131, 2016). Neste contexto, a partir da perspectiva de entendimento e desenvolvimento de uma postura apologética de diálogo e defesa da fé cristãs na sociedade, anotamos alguns aspectos importantes a partir do fim da Idade Média, que foram marcados por diversos movimentos e valores. (*citação, livro: O Cristianismo e a civilização ocidental, Rüppell Jr e Turetti). ITEM 2. (Texto complementar). RESUMO. IDADE MÉDIA. "A Renascença ou Renascimento foi um movimento de renovação cultural que surgiu no século 14 na Europa, vindo a formatar a cosmovisão ocidental da Idade Moderna a partir de elementos clássicos greco-romanos. A maior mudança ocasionada por este movimento foi colocar o ser humano no centro da sociedade, com suas reflexões e aspirações, capacidades e projeções, retirando das mãos da Igreja a condição de definir a maneira como a civilização deveria entender a realidade e organizar o mundo. Os principais líderes da Reforma Protestante iniciada em 31 de outubro de 1517 foram os teólogos Martinho Lutero, Ulrico Zuínglio e João Calvino, que vieram a organizar os fundamentos teológicos e as propostas éticas de uma nova instituição religiosa cristã no ocidente. Este movimento trouxe grandes transformações na sociedade e na política, na economia e costumes da sociedade moderna, vindo a influenciar a Europa e o Reino Unido, e especialmente os Estados Unidos da América a partir do século 17. Enquanto o protestantismo se desenvolvia na primeira metade do século 16, a Igreja Católica Romana organizava o movimento da Contra-reforma em 1545, como um projeto de renovação e fortalecimento das doutrinas e das atividades da igreja romana. A liderança católica decidiu fortalecer as suas doutrinas diante do protestantismo e buscou investir em missões na Europa e restante do mundo. Os Estados Unidos da América foram descobertos em 1492 por Cristóvão Colombo, que se associou aos reis da Espanha num empreendimento que pretendia descobrir novas rotas comerciais ao oriente pelos mares. A conquista de Colombo estabeleceu uma relação duradoura e profícua entre a Europa e as Américas, abrindo espaço também para o incremento das missões cristãs, que enviavam sacerdotes junto dos colonizadores a fim de doutrinar os habitantes dos novos territórios. A Idade moderna foi marcada pelos debates entre dois ramos com pensamentos distintos acerca da teoria do conhecimento: o racionalismo, de René Descartes, que entendia que o conhecimento pode ser apreendido somente pela razão humana, na perspectiva de Platão; e o empirismo, de John Locke, que acreditava que o conhecimento é oriundo da observação do mundo exterior, com bases em Aristóteles. Sendo que as proposições racionalistas que entendiam que a lógica compreensão da realidade traria um conhecimento definitivo para a humanidade acerca da existência, foram colocadas em dúvida pelo filósofo Immanuel Kant, que buscou levantar dados acerca da complexidade e dos limites do alcance da teoria do conhecimento." ITEM 3. CONTEÚDOS DA MODERNIDADE. RACIONALISMO E EMPIRISMO. (texto anexo. * citação). I. O Racionalismo e o Empirismo. “A ideia de que a Terra gira em torno do Sol, e não o contrário, é aceita atualmente como fato. Mas no início do século XVII, essa teoria publicada pelo astrônomo polonês Copérnico em 1543, contradizia os ensinamentos da Igreja católica, gerando uma polêmica que envolveu os maiores cientistas da época, entre eles Galileu Galilei... As visões da Igreja e de Galileu diferiam por causa das diferentes formas de se chegar à “verdade”. De acordo com a Igreja, a verdade era revelada por Deus... A ciência, por outro lado, valia-se de observações experimentais...” Os movimentos intelectuais da modernidade e o pensamento cristão pós reforma protestante e contrarreforma católica se tornaram práticas racionais e religiosas de reflexão do ser e do mundo, que foram construídas numa dialética distintiva na história da humanidade, devido ao modo como tão gravemente influenciavam e questionavam uma à outra, enquanto também ampliavam significativamente o conhecimento cultural do ocidente. A integração entre estes elementos religiosos e culturais no cerne da civilização ocidental são uma amostra da importância da religiosidade na construção da sociedade, sendo que anotar alguns de seus elementos, e perceber suas conexões é um propósito de nossa pesquisa. I. 1. Introdução. A Teoria do Conhecimento (epistemologia) busca compreender a condição e a maneira pela qual os seres humanos adquirem conhecimento. Nesse contexto, o início da Idade Moderna foi marcado por duas correntes de pensamento que se dedicaram a aprimorar a busca do conhecimento diante das possibilidades e necessidades da época; que foram o racionalismo, sob a liderança do filósofo francês René Descartes, e o empirismo, que se serviu do empenho do inglês John Locke para seu desenvolvimento e propagação a partir da Inglaterra. No entanto, antes de avançar na compreensão dos conceitos destes dois pensadores, vale a pena recordar o entendimento clássico da filosofia a respeito do tema, a partir das reflexões de Platão e Aristóteles. Platão nasceu em Atenas (427-347 a.C.) e conviveu com Sócrates, sendo que o aspecto mais importante de seu pensamento está descrito na “Teoria das Formas”. Trata-se de um conceito que entende que a realidade material que conseguimos enxergar é uma imagem específica relacionada às formas, sendo que as “formas” tem o propósito de comunicar princípios do “ser” imanente ao nosso mundo. A partir desse entendimento, Platão explicava que o Logos (palavra) era a “forma” do Bem em nosso mundo, a fim de nos apresentar a lógica transcendente que organizava o Universo. O Cristianismo se utilizou dessa perspectiva filosófica platônica para identificar a encarnação de Jesus Cristo como sendo “o logos” de Deus; uma forma visível do princípio do ser, que tanto anunciava, como possibilitava aos homens alcançar o conhecimento da Verdade. Portanto, a maneira pela qual Platão entendia que era possível adquirir conhecimento pressupunha que o homem deveria praticar uma reflexão com dados oriundos somente da própria mente para compreender a realidade, pois o verdadeiro conhecimento já se encontrava no interior do homem. Aristóteles nasceu na Grécia (384-322) e desenvolveu um princípio de conhecimento que se baseava na observação da realidade, no objetivo de adquirir informações acerca da existência, vindo a se tornar o pensador mais influente de toda a cultura ocidental. Aristóteles frequentou a academia de Platão até que as diferenças entre seus modelos de pensamento fizeram com que ele fundasse sua própria escola em Atenas no ano 335 a.C., o Liceu, onde ele se dedicou ao estudo da natureza, através da observação do mundo natural na busca por realizar uma descrição de seus princípios. O Cristianismo da Idade Média utilizou o pensamento de Aristóteles através das argumentações de Santo Tomás de Aquino no século 13, que aproveitou o princípio da física aristotélica, com a ideia de que tudo que se move é movido por uma outra força superior, no objeto de explicar a existência soberana de Deus sobre o Universo. Portanto, Aristóteles entendia que a maneira pela qual pode-se adquirir conhecimento origina da análise dos dados que a observação da realidade exterior nos permite identificar no mundo. Observe, então, que tanto o racionalismo, que entende que o conhecimento depende somente da razão humana, como o empirismo, que orienta a busca do conhecimento a partir da observação do mundo exterior, tem bases no pensamento clássico de Platão e Aristóteles. Vamos nos dedicar agora a observar mais de perto estes dois movimentos, que influenciaram bastante a reflexão religiosa cristã e o pensamento da cultura ocidental." REFERÊNCIAS. FRAME, James W Sire. Breve cartilha de apologética. Edit Cultura Cristã, São Paulo, 2023. MCGRATH, Alister. Apologética pura & simples. Vida Nova, São Paulo, 2013. RÜPPELL Jr, Ivan e TURETTI, Marli. O Cristianismo e a civilização ocidental. Editora Intersaberes, 2020, Curitiba PR. GOHEEN E BARTHOLOMEW, Introdução à cosmovisão cristã. Vida Nova. São Paulo, 2016.

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