terça-feira, 4 de agosto de 2020

O PENSAMENTO CRISTÃO CONSERVADOR NO SÉC. 21. Estado e Sociedade. p/ Ivan S Rüppell Jr

As diferenças de pensamento e valores entre os Cristãos conservadores e progressistas se destacam no ambiente globalizado e polarizado deste século 21, em que a religião se torna uma vivência cultural essencial de influência e vivência na sociedade. Esse texto apresenta três breves tópicos de esclarecimento deste tema, na seguinte estrutura: primeiro, algumas breves frases e parágrafos acerca do pensamento cristão conservador sobre o Estado e Sociedade; num segundo item, algumas citações de um texto publicado na Gazeta do Povo, de título “A infiltração dos cristãos progressistas na igreja.”; e pra finalizar, o terceiro item traz textos bíblicos relacionados à cidadania cristã, com comentários de interpretação de seus princípios. TÓPICO 1. A) O pensamento cristão conservador e o ESTADO. 1. Deve-se Dar a César o que é de César e a Deus o que é de Deus! O Estado que precisa receber impostos pra gerenciar sua autoridade social é a mesma instituição que deve respeitar a Religião dos homens como um patrimônio cultural, segundo a Unesco e os princípios da civilização ocidental judaico-cristã. O Estado laico é o instituto universal oriundo deste princípio, o qual orienta que o desenvolvimento do Ensino Religioso plural nas escolas irá dar à sociedade um bom e saudável conhecimento da experiência diversa do sagrado da humanidade. 2. O Estado é uma instituição criada por Deus em razão do pecado da humanidade. Serve para refrear o mal e livrar a sociedade do caos. Por isso, tem poder de justiça pra manter a ordem através das leis, além de promover projetos de auxilio amplo aos necessitados. Porém, a autoridade do Estado não é superior a nenhuma autoridade social e nenhuma instituição, como a família e escola, mídia e cultura, e igrejas; pois não deve ocorrer uma supremacia do Estado sobre o homem, e o espírito e a consciência do ser. 3. O pensamento progressista entende que os cristãos não devem seguir a moral religiosa na hora de votar em seus representantes ao Legislativo e Executivo; no entanto, os estudantes aprendem nas escolas a votar na ideologia dos professores e os cidadãos não religiosos votam conforme seus mais diversos valores filosóficos. 4. O Estado é uma instituição "mecânica" e artificial surgida em razão do pecado; e serve pra exercer a Justiça a fim de livrar a sociedade do caos. O ser humano e sua associação familiar e a cultural nas mais diversas áreas de ciências e artes, educação e esportes, religião e negócios geram instituições orgânicas; que servem para a humanidade fazer prosperar as capacidades e anseios naturais da vida social que carrega em si. O Estado e seus entes são empregados da Sociedade dos Homens pra cuidar da justiça e não tem supremacia sobre toda Vida cultural comunitária da humanidade. 5. Os meios desonestos não justificam e nem alcançam os fins, conforme vemos no ambiente político progressista que definiu as relações do Estado e sociedade no Brasil, nos últimos 20 anos. B) O pensamento cristão conservador e as AUTORIDADES. 1. Deus criou as Instituições sociais para cuidar da Humanidade mediante os atos de cada uma de suas Autoridades. Aquele que fizer o bem será protegido e quem fizer o mal será disciplinado; pois a Lei foi dada para ensinar ao homem sobre o pecado que arruína a vida hoje, e condena o espírito na eternidade! Não matar e não roubar significa amar o próximo, daí a importância das leis civis resguardarem a vida e bens dos seres humanos. 2. As Autoridades familiares e da escola, sociais e de Estado foram instituídas por Deus no objetivo de instruir a humanidade numa hierarquia social capaz de manter e desenvolver a vida em sociedade. Sendo que o Estado existe especialmente para controlar o pecado e livrar a humanidade do caos e selvageria, sendo um braço e instrumento divinos para causar temor nos que fazem o que é errado e praticam o mal, à luz dos mandamentos. 3. As Autoridades instituídas por Deus na família e religião, trabalho e comunidade, educação e sociedade devem ser respeitadas e apoiadas nos limites e amplitude de suas áreas. O Estado não é superior à Família e a Educação não é superior à Religião, e vice versa, pois cada setor da existência tem sua área de ação social definida por seu próprio conteúdo técnico e sentimental. No entanto, a globalização progressista afirma a supremacia do Estado, daí seu ataque às liberdades civis e individuais, e o confronto às liberdades de expressão e religiosa dos cidadãos. C) O pensamento cristão conservador e a MORALIDADE SOCIAL. 1. "Dois sistemas de vida estão em combate moral. O Modernismo está comprometido em construir um mundo próprio a partir do homem natural... Enquanto que... todos aqueles que reverentemente humilham-se diante de Cristo e o adoram... estão resolvidos a salvar a "herança cristã". Abraham Kuyper. 2. No contexto da moralidade social, o conservador entende que a misericórdia e a compaixão são virtudes pessoais e institucionais do cristão; pra produzir amor e respeito aos perseguidos e minorias. E apoia o Estado que impede o caos social através de leis oriundas dos Mandamentos; pra resguardar a sociedade da selvageria moral. Não se deve transferir as responsabilidades pessoais ao Estado e nem delegar e permitir ao Estado a expansão da libertinagem comunitária. 3. As Escrituras revelam que o Fim destes dias e o Início da eternidade irão ocorrer num contexto global de solidariedade ideológica e política, em que não haverá espaço pra religião cristã, havendo uma integração de todos que são contrários à mensagem da unicidade salvadora do Cristo das Escrituras. 4. "Não amem este mundo, nem as coisas que ele oferece, pois quando amam o mundo, o amor do Pai não está em vocês... E este mundo passa...". (1 João 2.15-17). "mundo" nesta frase significa “sistema de valores”. 5. Não Matar e Não Cobiçar continuam sendo as Palavras de Amor e Paz dadas por Deus a toda humanidade, ainda que mulheres queiram mandar no próprio corpo até à exaustão e assassínio de bebês nascituros, e homens queiram tomar os bens do próximo para si em "nome" de Deus. 6. Todo aquele que sabe que Jesus é o Cristo é um cristão! Um conhecimento revelado pelo Espírito Santo. (1 Cor 12.3). Portanto, todo cristão conservador ou progressista é um cristão, sendo necessário avaliar se está ajuntando ou espalhando na caminhada, já que somente Deus irá arrancar o joio do trigo no final "deste" tempo, quando Jesus voltar pra separar uns de outros. Até lá, vale saber como a Filosofia Cristã ensina o povo de Deus a fazer escolhas difíceis diante de opções complexas, como são as que devemos tomar como cidadãos políticos no século 21. Pois, as Escrituras anunciam que as Obras dos cristãos serão avaliadas segundo sua concordância com a Palavra e Mandamentos de Deus, sendo que as obras que não ensinam e desenvolvem os princípios bíblicos pra Sociedade e História serão queimadas, ainda que o “obreiro” seja salvo. (1 Cor 3. 12-15). (p/ Ivan S Rüppell Jr). TÓPICO 2. Breves citações do texto que apresenta características do pensamento progressista na religião cristã: “A infiltração dos cristãos progressistas na igreja.” (Gazeta do Povo, p/ Franklin Ferreira, 10/07/2020). “Se você crê somente naquilo que gosta no evangelho e rejeita o que não gosta, não é no evangelho que você crê, mas, sim, em si mesmo.” (Agostinho de Hipona). “Seguindo a Nova Esquerda e suas políticas identitárias, os assim chamados “cristãos progressistas” se notabilizam, na atualidade, por entenderem que a classe que salvará o mundo será a dos “excluídos” e das minorias. E dão status de dogma a temas como o estabelecimento de novos conceitos de família a partir da união homoafetiva, aborto, maioridade penal além de todo tipo de estatismo. Mas a defesa veemente desses temas são sinais de um mal maior. (...) Ao mesmo tempo, estes “cristãos progressistas” tornam absoluta toda a agenda atrelada aos anseios hegemônicos da esquerda e extrema-esquerda, defendendo ferrenhamente: a redefinição do conceito de família, estendendo-a para qualquer relação de duas ou mais pessoas; a defesa do aborto; a liberalização das drogas; o antissemitismo e antissionismo, e Israel como um “estado terrorista”; a evolução, percebida como um processo espiritual religioso (Michael Dowd); a divisão marxista da sociedade em categorias de opressor e oprimido/vítima; uma política identitária que divide a sociedade, sem nenhum interesse em reconciliação; a crença de que o homem branco cristão é o opressor, “o diabo” (James Cone), e “a igreja ‘branca’ é o Anticristo” (Jeremiah Wright); a satanização dos opressores e imposição aos indivíduos de pagar por opressões históricas das categorias a que pertencem; que aqueles que não concordem com eles são fascistas, homofóbicos, racistas, misóginos etc; e a fé de que o Estado controlador, sob o domínio do Partido, pode moldar e controlar a sociedade civil, levando-a a um milênio secularizado. E alguns dos autores referenciais para os “cristãos progressistas” são Jürgen Moltmann, Hans Küng, Paul Tillich, Rob Bell, Brian McLaren, John Howard Yoder, Rosemary Radford Ruether, Leonardo Boff, Frei Betto, Gustavo Gutiérrez, Severino Croatto, entre outros. Este é todo o “evangelho” que os “cristãos progressistas” têm para oferecer. (...) De acordo com Peter Leithart: “A religião da justiça social se apropria dos elementos chaves da ortodoxia cristã – uma análise do pecado e do mal, um modo de salvação, disciplinas espirituais, uma comunidade com uma missão, uma esperança por um futuro de paz e justiça. […] Porém, todas as apropriações cristãs que a religião da justiça social faz são distorcidas por causa daquilo que lhe falta: Deus, Jesus e o Espírito. É uma Santa Igreja de Cristo sem Cristo” (A Igreja de Cristo sem Cristo). Uma paixão religiosa. Impressiona a intransigência ideológica dos “cristãos progressistas”, em sua ferrenha defesa das pautas esquerdistas. Parecem não ter Deus. Mas têm o Estado. Ou o Partido. (...) Assim, os “cristãos progressistas” tendem por subverter a Igreja como a comunidade da Palavra e do Sacramento, transformando-a numa mera associação social e humanitária a serviço dos partidos ou do Estado esquerdista. (...) Pois, parafraseando Bento XVI, pode-se afirmar que os “cristãos progressistas” procuraram “criar, já desde as suas premissas, uma nova universalidade em virtude da qual as separações clássicas da Igreja devem perder a sua importância. […] [São uma] nova interpretação global do cristianismo […] [que] revira radicalmente as verdades da fé […] e as opções morais” (Eu vos explico a teologia da libertação). (*Franklin Ferreira é diretor do Seminário Martin Bucer, Presidente do Coalizão pelo Evangelho - TGC e secretário do Conselho Deliberativo do IBDR. Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/cronicas-de-um-estado-laico/cristaos-progressistas-igreja/. Copyright © 2020, Gazeta do Povo. Todos os direitos reservados.). TÓPICO 3. Textos bíblicos de orientação aos cristãos para se relacionar diante do Estado e na Sociedade, com comentários das passagens e reflexão final. INTRODUÇÃO. A vontade de Deus para os Cristãos no exercício da cidadania Política está relacionada ao conteúdo teológico do Mandato Social do povo de Deus. O texto bíblico inicial deste mandato está em Gênesis 1.27-28. Segundo o comentarista bíblico John Stott, “esse “domínio” que Deus concedeu ao homem se refere a uma administração delegada e responsável.” (p 24), que deseja abençoar a humanidade, pois “embora a graça especial de Deus traga salvação aos que creem, sua graça comum é estendida a toda a humanidade, fornecendo provisão de vida, saúde e de todas as coisas necessárias à sobrevivência.”(p 36) . A “Bíblia de Genebra” apresenta este princípio da graça comum, ao expor a razão do governo civil na sociedade: “O governo civil é um meio ordenado por Deus para reger e manter a ordem nas comunidades. Em nosso mundo decaído, essas autoridades são instituições da “graça comum” de Deus (providência bondosa), colocadas como um anteparo contra a anarquia e contra a dissolução da sociedade ordenada.” Portanto, o Mandato Social bíblico trata da responsabilidade e dever que os cristãos tem de assumirem o cuidado necessário sobre a sociedade, para prover uma vida bendita para a humanidade no planeta. SEGUEM TEXTOS BÍBLICOS com princípios e regras para a obediência cristã na área da cidadania política e sociedade, que foram editados em acordo ao tema e segundo o desenvolvimento deste conteúdo. Esses textos não sofreram acréscimos e nem alterações. Foram agrupados num texto corrido no desejo de que a própria bíblia explique a bíblia, em dois grupos de textos. Ao final, você irá encontrar as referências de cada texto bíblico utilizado. GRUPO 1: (1) "Em primeiro lugar, recomendo que sejam feitas petições, orações, intercessões e ações de graças em favor de todos, em favor dos reis e de todos que exercem autoridade, para que tenhamos uma vida pacífica e tranquila, caracterizada por devoção e dignidade. (2). Mestre... diga-nos: É certo pagar impostos a César ou não?... "Mostrem-me uma moeda de prata. De quem são a imagem e o título nela gravados?" "De César", responderam. "Então deem a César o que pertence a César, e deem a Deus o que pertence a Deus". (3). É por esse motivo também que vocês pagam impostos, pois as autoridades estão a serviço de Deus no trabalho que realizam. Deem a cada um o que lhe é devido: paguem os impostos e tributos àqueles que os recolhem e honrem e respeitem as autoridades. (4). Pois toda autoridade vem de Deus... Portanto, quem se rebela contra a autoridade se rebela contra o Deus que a instituiu... As autoridades são servos de Deus para o seu bem... Pois elas tem o poder de puni-lo, pois estão a serviço de Deus para castigar os que praticam o mal. Portanto, sujeitem-se a elas, não apenas para evitar a punição, mas também para manter a consciência limpa.”. COMENTÁRIOS DA BÍBLIA DE GENEBRA: Seguem os comentários (interpretações) dadas a esses textos bíblicos, segundo o entendimento reformado protestante evangélico. (1): “Conforme é possível observar através da expressão seguinte (“em favor dos reis e de todos os que se acham investidos de autoridade”), (isto se refere a) “todos os tipos de pessoas”, seja qual for a sua posição na vida.” (2): “Jesus não pôde ser acusado de deslealdade nem aos judeus nem aos romanos. Ele tornou claro que há deveres próprios para com Deus, mas também deveres para com o estado.” (3): “Paulo estava familiarizado com a declaração de Jesus e, aqui, indica como essa declaração é empregada. Visto que a tarefa do governo é divinamente ordenada e requer apoio financeiro, o crente pode pagar imposto com um motivo distintivo e com grande compreensão, como um elemento de sua devoção a Deus.” (4): “Os crentes tem uma base racional para se submeterem, de modo apropriado, às autoridades governamentais: o reconhecimento de que o próprio Deus é a fonte do governo na sociedade humana.” Nota teológica da Bíblia de Genebra; “Os Cristãos e o Governo Civil”: “A autoridade do estado visa ao benefício da sociedade; essa é sua função normal... O que um indivíduo não pode fazer por motivo de vingança, o estado pode fazer de modo legítimo, na busca pela justiça.”. TEXTOS BÍBLICOS, GRUPO 2: (5) “Pois toda a lei pode ser resumida neste único mandamento: “Ame o seu próximo como a si mesmo.” (6). Quem ama seu próximo cumpre os requisitos da lei de Deus. Pois os mandamentos dizem: “Não cometa adultério. Não mate. Não roube. Não cobice”. Esses e outros mandamentos semelhantes se resumem num só: “Ame o seu próximo como a si mesmo.” O amor não faz mal ao próximo, portanto o amor cumpre todas as exigências da lei de Deus. (7). “Sujeitem-se uns aos outros por temor a Cristo. Esposas, sujeite-se cada uma a seu marido, como ao Senhor... Maridos, ame cada um a sua esposa, como Cristo amou a igreja... Filhos, obedeçam a seus pais no Senhor, porque isso é o certo a fazer... Pais, não tratem seus filhos de modo a irritá-los; antes, eduquem-nos com a disciplina e a instrução que vêm do Senhor. Escravos, obedeçam a seus senhores terrenos, com respeito e temor... Senhores, assim também tratem seus escravos. Não os ameacem; lembrem-se de que vocês e eles têm o mesmo Senhor no céu.”. COMENTÁRIOS DA BÍBLIA DE GENEBRA: (5) “A carta de Paulo aos Gálatas não anula a lei. Cristo cumpriu a lei; não a aboliu (Mt 5.17); os mandamentos morais da lei permanecem como declarações da vontade de Deus para a conduta cristã.” (6) “Antes, que ele (o crente) se preocupe com o próximo, como alguém que foi criado segundo a imagem de Deus. Essa é a atitude que devemos demonstrar para com os nossos semelhantes.” (7) “Independentemente da classe social a que pertencem, todos os cristãos devem moldar sua conduta na sociedade pela humildade e bondade de Cristo. Essa submissão “uns aos outros” é a base para os modelos de autoridade nos diferentes relacionamentos examinados (5.22-6.9). Tal liderança não é absoluta, mas dá ao marido a iniciativa no casamento, à qual a mulher responde. Os preceitos mais importantes da Lei são revelações do caráter de Deus e formam os princípios éticos permanentes. Um deles é que os filhos precisam honrar os seus pais. A família é a mais antiga e a mais básica das instituições humanas. A Bíblia descreve uma clara estrutura da autoridade dentro da família, pela qual o marido conduz a esposa e os pais conduzem os filhos. Porém, como toda liderança deve ser exercida como uma forma de ministério, ao invés de uma tirania, assim esses papéis de liderança doméstica devem ser cumpridos em amor.” (Ef 5.22 – 6.4; Cl 3.18-21; 1Pe 3.1-7). REFERÊNCIAS BÍBLICAS: (1 - Apóstolo Paulo, 1 Timóteo 2.1-2); (2 - Jesus Cristo, Evangelho de Lucas 20. 20-26); (3 - Apóstolo Paulo, Carta aos Romanos 13. 6-7); (4 - Apóstolo Paulo, Carta aos Romanos 13. 1-5); (5 -Apóstolo Paulo, Carta aos Gálatas 5.14); (6 - Apóstolo Paulo, Carta aos Romanos 13. 8-10); (7 – Apóstolo Paulo, Carta aos Efésios 5.21 - 6.9). (...) REFLEXÃO. Concluo esse estudo utilizando alguns princípios bíblicos, conforme foram destacados pela Bíblia de Genebra, na nota teológica citada neste texto, “Os Cristãos e o Governo Civil.” Observe que quando a Igreja é orientada a não ditar os programas de ação dos governos, isso se refere à separação entre Estado e Igreja, conforme orientada por Jesus e o Apóstolo Paulo; o que nos ensina a importância do Estado Laico, que requer ocorra uma distinção entre as instituições do estado e igreja. Observe que os comentários sobre a moralidade de governos como sendo uma responsabilidade das igrejas, conduzem os cristãos à ação política, a fim de que atuem em sua capacidade de cidadãos. Ou seja, que se apresentem como candidatos aos cargos do Legislativo e Executivo, e procurem votar em candidatos que irão bem representar seus valores e princípios morais, tanto na feitura de leis como na administração do Estado. Nessa perspectiva, veja que o envolvimento dedicado dos cristãos na cidadania política não significa idolatria ou desprezo aos princípios de Deus; mas, ao contrário, significa atuar com obediência cristã na sociedade, segundo um mandato social ordenado pelo próprio Senhor dos céus e da terra. O cristão que deixa de praticar sua cidadania política será irresponsável perante Deus, pois irá abandonar a sociedade dos homens aos rumos de outros princípios e valores, que não serão os bíblicos. Esta desobediência irá conduzir a sociedade a um destino cada vez mais selvagem e enganoso, conforme os valores oriundos da filosofia e paixão dos homens. Sabe-se que muitos cristãos não assumem seu mandato social bíblico na perspectiva deste estudo, pois decidem ser solidários junto da humanidade para que esta organize a sociedade em seus próprios valores morais, demonstrando compaixão aos pecadores, no interesse de evangelizar o mundo. Tal atitude acaba transformando a seara da cidadania em um projeto evangelístico, o que irá impedir o povo cristão de abençoar a sociedade resguardando sua existência com os mandamentos de Deus. Além de atrapalhar a Igreja na missão de evangelizar a Terra através do anúncio das Boas Novas, já que o desconhecimento da Lei na sociedade impede a busca do arrependimento de pecados para a salvação. *Ivan Santos Rüppell Júnior; Teólogo, Cientista da Religião e Ministro da Igreja Presbiteriana do Brasil. REFERÊNCIAS: BÍBLIA Sagrada, NVT. 1 ed – São Paulo : Mundo Cristão, 2016. BÍBLIA de Estudo de Genebra. Editora Cultura Cristã, São Paulo, SP, 1999. STOTT, John. A Bíblia Toda o Ano Todo. Trad Jorge Camargo – Viçosa, MG : Ultimato, 2007. CALVINO, João. A Verdadeira Vida Cristã. Novo Século, São Paulo, 2001. https://aespiritualidadedequasetodomundo.blogspot.com/2020/06/a-responsabilidade-social-do-cristao.html

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