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JESUS ABENÇOA AS CRIANÇAS! p/ Ivan Santos Rüppell Júnior

"Certo dia, trouxeram crianças para que Jesus pusesse as mãos sobre elas, mas os discípulos repreendiam aqueles que as traziam... Então tomou as crianças nos braços, pôs as mãos sobre a cabeça delas e as abençoou." (Evangelho de Marcos, cap. 10.13-16). A interpretação protestante da Igreja Presbiteriana sobre essa passagem das Escrituras indica que, ao receber e abençoar as crianças, o Senhor Jesus "está expressando a noção típica de solidariedade da aliança do Antigo Testamento. Estas crianças pertencem ao reino, inicialmente por causa da fé que seus pais possuem, ainda que devam exercer sua fé pessoalmente, tão logo tenham condições. (...) Receber a bênção de Deus significa ser chamado pelo nome de Deus e ser incluído nas bênçãos da aliança." (Bíblia de Genebra, p 1164,65). Eu vou destacar algumas palavras deste testemunho bíblico sobre a relação de Jesus com os pequeninos, especialmente no fato de ele não ter impedido as crianças de se aproximarem quando trazidas pelos pais, e na sua atitude de colocar as mãos sobre as crianças para abençoa-las. O entendimento doutrinário dos protestantes presbiterianos sobre essa experiência bíblica está descrito nas palavras, "solidariedade da aliança do Antigo Testamento", que explica o modo como o povo de Deus incluía cerimonialmente os seus filhos, para dentro da aliança na qual andavam com o Senhor na terra. E agora, vamos comentar algumas frases doutrinárias que apresentam o significado da expressão, "solidariedade da aliança". Observe que as alianças bíblicas são acordos de compromisso solene que ligam as pessoas num relacionamento permanente, sendo que Deus é quem estabelece as condições das alianças que Ele faz com os homens. A aliança no Sinai feita por Deus com o povo que Ele havia libertado do Egito foi a sua constante Aliança da Graça, pois os seus mandamentos estavam sendo dados a um povo que o Senhor havia redimido e libertado, para chamar de seu; e isto é Graça! Esta aliança Graciosa de Deus favorável aos homens recebe um novo capítulo nas obras de Jesus de Nazaré, pois agora o compromisso do povo em seguir sua "Vida com Deus numa Aliança" é algo que vai ocorrer com os mandamentos sendo escritos no coração e mente dos homens. Jesus cumpre o seu Ministério celestial de nos manter na Presença de Deus através do Sacerdócio e Mediação que Ele realiza nesta nova aliança, e nós cumprimos os nosso votos "em espírito e verdade". A "economia" ou a gerência administrativa deste relacionamento de Aliança com Deus na vida dos seres humanos ocorre em nossas vidas através da "solidariedade da aliança", sendo algo que traz a circuncisão do Antigo Testamento para que seja realizada no batismo Infantil, como uma ministração espiritual através de um ato real, que se serve do simbolismo de pureza da água. Neste sentido, a maneira como a Igreja protestante Presbiteriana ensina e ministra a "religião" do povo de Deus para que esteja sempre vivendo junto do Senhor, sendo abençoado por Ele na história, ocorre quando a "solidariedade da aliança" na família e na comunidade é estabelecida através da ministração deste batismo. Pois a Igreja tem autoridade para selar e abençoar as crianças que são filhos de cristãos através deste sacramento, desde que a Igreja permaneça ligada a Deus pela mediação do sacerdócio de Cristo. A Igreja Presbiteriana não considera que esta solidariedade da Aliança com Deus deva ocorrer através de uma simples consagração; mas sim, que o Batismo infantil é um Sacramento da Aliança; pois carrega consigo a responsabilidade e capacidade dadas à Igreja de incluir e manter na solidariedade do "Povo de Deus", os filhos dos cristãos fiéis na Fé do Evangelho. Assim, conforme esse conhecimento bíblico e de acordo com esta interpretação dos Atos de Deus desde o livro de Gênesis até o livro do Apocalipse, que revelam o modo como tem sido ministrada a Aliança da Graça do Senhor sobre os homens; é que se realiza o Batismo Infantil dos filhos de pais cristãos na Igreja Presbiteriana, sendo que o melhor conhecimento dessa experiência e sacramento está na vivência de Jesus: "Então tomou as crianças nos braços, pôs as mãos sobre a cabeça delas e as abençoou." (Marcos 10.16). A seguir, irei destacar algumas frases da explicação doutrinária do texto e ensinos que você acabou de ler, conforme a Bíblia de Genebra: "Nas Escrituras, as alianças são acordos solenes... que ligam as partes umas às outras em relações permanentes. (...) Quando Deus faz uma aliança com suas criaturas, só ele estabelece as condições, como mostra sua aliança com Noé e seus descendentes. (...) A aliança de Deus com Israel, no Sinai, está na forma dos tratados de suserania do antigo Oriente Próximo. (...) Ainda que a aliança do Sinai exigisse obediência às leis de Deus... ela era uma continuação da aliança da graça (Êxodo 3.15; Dt. 7.7-8; 9.5-6). Deus deu os mandamentos a um povo que ele já havia redimido e reinvidicado como seu (Êxodo 19.4). (...) O cumprimento da velha aliança em Cristo abre a porta da fé aos gentios. A "semente de Abraão" - a comunidade com a qual a aliança foi feita - foi redefinida em Cristo, que é a Semente final e definitiva de Abraão (Gn. 3.16). (...) O objetivo da ação de Deus dentro da aliança é, como sempre foi, a reunião e a santificação do povo da aliança vindo de "todas as nações, tribos, povos e línguas" (Ap. 7.9), que um dia habitarão a Nova Jerusalém, numa ordem mundial renovada (Ap. 21.1-2). (...) A estrutura da aliança abrange toda a economia da graça soberana de Deus. O ministério celestial de Cristo continua a ser o de "Mediador da nova aliança" (Hb. 12.24). (...) O Batismo e a Ceia do Senhor - que correspondem aos ritos da circuncisão e da Páscoa da antiga aliança e os substituem, são ordenanças da aliança. A lei de Deus é a lei da aliança, e observá-la é a mais verdadeira expressão de gratidão pela graça da aliança e de lealdade ao nosso Deus da aliança." (BG, p 12). Saiba que toda boa caminhada com Deus através de Jesus Cristo aqui na Terra vai requerer uma orientação doutrinária para que a Igreja possa abençoar as nossas vidas, ligando algo aqui na terra diante de Deus que está nos céus; assim como vemos exposto neste estudo sobre o Batismo Infantil. (Referência: Bíblia de Estudo de Genebra, 1999, Editora Cultura Cristã, São Paulo, SP)

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