sábado, 14 de novembro de 2020

O GOVERNO DE DEUS NA HISTÓRIA E A RESPONSABILIDADE DOS CRISTÃOS NAS ELEIÇÕES, p/ Ivan S. Rüppell Jr. Nov/2020

O Apóstolo Paulo orienta que sejam feitas Orações e Intercessões pelas Autoridades para que o povo de Deus possa ter uma vida pacífica e tranquila, sendo que isso agrada bastante a Deus, pois Ele deseja que todos sejam salvos e conheçam a verdade de que há um só Mediador entre Deus e a humanidade: Jesus Cristo; conforme lemos em I Timóteo 2.1-7. Observe a importância dessa orientação, pois deve-se orar pelas Autoridades para que haja paz na sociedade a fim de termos liberdade religiosa para poder anunciar o Evangelho, pois Deus deseja que todos descubram a Mensagem que pode mudar o destino da humanidade. Sendo que essa palavra está no contexto da I carta de Pedro, que desafia os cristãos a calarem os perseguidores da fé, pela prática do bem e pelo respeito às autoridades; e segundo a experiência de Paulo diante dos líderes religiosos de Jerusalém, quando buscou abrigo nas autoridades romanas e César. Na carta aos Romanos, cap. 13.1-7, nós lemos um pouco mais acerca desse tema sobre como o povo de Deus pode vir a ter paz e tranquilidade, vivendo nas sociedades de que somos parte. O apóstolo Paulo diz que toda Autoridade vem de Deus e que são servos de Deus para o nosso bem; pois se estivermos fazendo algo errado, elas tem o poder e a condição de punir o nosso crime, pois estão a serviço de Deus para castigar os que praticam o mal. Sendo essa uma razão para que paguemos impostos, pois as autoridades públicas estão a serviço de Deus nesse trabalho de justiça. O Apóstolo Pedro vai complementar essa palavra, dizendo em I Pedro 2.13-17, que as autoridades enviam oficiais para castigar os que fazem o mal e honrar os que fazem o bem, sendo que é da vontade de Deus que nós calemos todos os que nos acusam por nossa fé, através da prática do bem. E que devemos tratar a todos com respeito e amar os irmãos em Cristo, e temer a Deus e respeitar o rei. Portanto, veja que a liberdade religiosa de anunciar o Evangelho é o grande projeto de Deus para seu povo desenvolver e estabelecer na sociedade diante do Estado e na Política, e por isso, somos chamados a interceder pelas autoridades. E também devemos ser reconhecidos pelo nosso respeito às autoridades para que todas elas saibam que nós não iremos causar desordem na ordem social, até porque Deus instituiu as autoridades para coibir o crime, proteger os bons e condenar os criminosos. A partir disso, será que existe algo mais que os Cristãos podem realizar na vida política da sociedade e diante do Estado, e perante as autoridades públicas para que tenhamos tranquilidade e paz, com liberdade para anunciar o Evangelho? Bem, os cristãos também podem votar de acordo com esses valores nas Eleições, apoiando candidatos comprometidos com esses interesses de Deus para o seu povo e para todas as sociedades dos homens. Pois os Cristãos precisam eleger candidatos que tenham esse valor, para que possamos dialogar com eles para resguardar esses princípios, e os cristãos também podem votar em cristãos chamados para a vida pública, que tenham esses valores, para que o propósito de Deus de paz e tranquilidade na sociedade seja estabelecido no mundo. O teólogo protestante João Calvino diz que os 10 mandamentos são governados por Deus na história com três propósitos: anunciar através de leis civis os valores santos de Deus, demonstrando que a humanidade está separada d´Ele e que somos pecadores, orientando o modo em que iremos precisar nos arrepender para que sejamos salvos; organizar e proteger a sociedade dos homens para que esta não seja destruída, num caos amoral sem limites e que só vai provocar a ira de Deus; e, orientar os cristãos sobre qual é a vontade de Deus, pois a correção dos mandamentos vai ser necessária por toda nossa vida, já que temos uma natureza rebelde que precisa receber a disciplina amorosa de Deus, dia a dia. Assim, devemos votar em pessoas da sociedade ou homens e mulheres cristãos vocacionados para a vida pública, que tenham os valores da liberdade religiosa e civil, e para que protejam os inocentes e condenem os criminosos; inclusive de maneira justa, sem exageros ou abusos nos julgamentos. E agora, será que esse mandamento e experiência do povo de Deus diante do Estado e da Política é algo novo, ou já ocorreu antes na história? Veja que nós lemos no livro de Daniel que o rei da Babilônia Nabucodonosor invadiu e saqueou Jerusalém, levando consigo famílias inteiras para suas terras, e ali escolheu jovens de conhecimento e inteligência para servi-lo na corte. E nesse grupo foram Daniel e três amigos, sendo que as histórias de Daniel giram ao redor do ano 600 a.C., quando foram preparados para atender ao rei, com diversos ensinamentos, ao mesmo tempo em que se resguardavam, cuidando para não se contaminar com os costumes daquela nação. Sendo que quando o Rei os chamava e ouvia as orientações de Daniel e seus amigos, o rei dizia que eles eram dez vezes melhores que os outros conselheiros do reino. Até que o Rei teve um sonho e pediu aos astrólogos e sábios que dissessem o que ele havia sonhado, mas, no entanto, eles queriam saber o sonho antes, para interpretar depois; mas, o rei queria que eles dissessem qual havia sido o sonho, primeiro... Então, o rei fez um decreto para matar todos os conselheiros da corte, e quando Daniel soube disso, ele foi imediatamente falar com o rei, e pediu um tempo para comunicar o significado do sonho ao rei. E foi assim que Deus acabou revelando o sonho para Daniel, e ele falou ao Rei o significado, e assim Nabucodonosor fez de Daniel uma autoridade e não matou os conselheiros todos da corte. Um século e décadas mais tarde, quando a Babilônia havia sido conquistada pelos persas, o rei Xerxes Assuero sentiu-se desonrado pela esposa e houve a busca de uma nova esposa para o rei no império. Havia um judeu chamado Mardoqueu, que era da tribo de Benjamim e havia sido levado de Jerusalém pelo antigo rei Nabucodonosor, que tinha uma bela e jovem prima chamada Ester. O encarregado de procurar uma esposa para o rei viu Ester e ficou encantado com sua beleza, e a colocou numa casa que estava preparando as moças que o rei iria conhecer, sendo que Mardoqueu avisou a Ester para não dizer que ela era do povo de Israel. O Rei se agradou de Ester e a coroou sua rainha, sendo que numa ocasião mais tarde, havia uma traição preparada contra o rei, que Mardoqueu descobriu e denunciou, e o rei foi liberto. Numa outra ocasião, um oficial do rei chamado Hamã foi promovido a autoridade sobre todos os nobres, e eles se curvavam quando ele passava, menos Mardoqueu; então Hamã fez um decreto para que fossem mortos todos os que não honrassem às ordens do rei, e assim, todo o povo de Israel seria assassinado. Olha o que Hamã disse ao rei: "Há certo povo espalhado por todas as provincías de seu império que se mantém separado dos demais. Eles tem leis diferentes das leis dos outros povos e não obedecem às leis do rei. Portanto, não é do interesse do rei deixar que vivam." (Ester 3.8). Mardoqueu soube da situação, jejuou e vestiu um pano de saco e colocou cinzas na cabeça, para mostrar a sua desgraça e de seu povo, e enviou uma mensagem para que Ester intercedesse pelo povo perante o rei, dizendo a ela: “Quem sabe não foi justamente para uma ocasião como esta que você chegou à posição de rainha?” (Ester 4.14). No entanto, todos sabiam que se alguém entrasse na presença do rei sem ser chamado, seria morto! Então, Ester pediu que o povo de Deus orasse e jejuasse três dias e aí ela iria até o rei. Assim se fez, e ela foi até o rei, e ali foi ouvida, sendo que o povo de Deus teve a oportunidade de se defender e atacar os que desejavam mata-los, já que o primeiro decreto do rei não poderia ser desfeito. O apóstolo Paulo viajou por todo o império romano no primeiro século, e abriu igrejas em diversas localidades, até voltar para Jerusalém e começar a pregar sobre Jesus, o Messias. Por esse motivo, ele foi preso pelas autoridades religiosas e entregue aos soldados romanos, que iam chicotea-lo; até que Paulo falou ao comandante que ele era um cidadão romano, e que não deveria ser condenado sem julgamento. O comandante foi a seu oficial e ambos e os soldados ficaram preocupados com a situação, e foi feito um julgamento diante dos fariseus e saduceus; sendo que houve uma confusão provocada por Paulo, usando as diferenças sobre doutrinas dos fariseus e saduceus, até que Paulo foi retirado da reunião. Depois, ao saber que seria morto numa emboscada, Paulo avisou ao comandante e assim, ele foi enviado para Cesareia com uma escolta romana, e ali ficou dois anos falando com o Governador Felix sobre as Escrituras; até que veio um novo Governador, Festo, que como desejava ficar de bem com as autoridades religiosas, iria levar Paulo para ser julgado novamente em Jerusalém. Mas, nesta ocasião Paulo apelou para César, para ser ouvido em Roma, e recebeu sua resposta de Festo: “Muito bem, você apelou a Cesar, então irá para Cesar” (Atos 25.12). E assim Paulo não foi morto, e após anunciar o Evangelho ao rei Agripa junto de Festo, acabou sendo levado até Roma e ali ficou preso, vindo a escrever boa parte das cartas que lemos hoje na Bíblia. E ainda, nós podemos observar a Providência e o Governo de Deus na história acerca de situações relacionadas ao Estado e Política, através da vida de José, que foi traído pelos irmãos e vendido aos midianitas, abandonado por Potifar e esquecido pelo chefe dos copeiros na prisão... até que José revelou ao Faraó o significado dos sonhos que ele tinha sobre a nação, e orientou como ele deveria governar o período de dificuldades que viria sobre o Egito. E assim, o Faraó fez de José o Governador do Egito, sendo que sobre toda essa situação, José falou aos irmãos; “Deus me enviou à frente de vocês para lhes preservar um remanescente nesta terra e para salvar-lhes a vida com grande livramento”. Vejam que “vocês planejaram o mal contra mim, mas Deus o tornou em bem, para que hoje fosse preservada a vida de muitos” (Gênesis 45.5 e 50.20). Então, observe que o Povo de Deus sempre teve proximidade com as Autoridades de Governos que dominavam Israel ou não eram um governo de Israel, porque eles estavam em outras terras; como o Egito, Babilônia e no Império Romano. Mas, nessas ocasiões, o povo de Deus orava por oportunidades e segurança, e buscava dialogar com as autoridades para que houvesse justiça e liberdade religiosa, sendo que enquanto isso acontecia, alguns deles se tornaram autoridades destas sociedades; pois Daniel era uma espécie de Ministro de Estado, e Ester era uma Rainha com autoridade no império, e José se tornou Governador, enquanto Paulo utilizava os benefícios de ser cidadão de um governo que gostava de manter a ordem no império, para se proteger dos que queriam mata-lo. Veja que em cada uma dessas ocasiões, o povo de Deus orou e conversou com as Autoridades, e também assumiu postos de autoridade, para trazer paz e tranquilidade ao povo de Deus, e ainda, para abençoar com esses valores a toda sociedade de que faziam parte naquele período. Nesse sentido, a orientação de Paulo para nós hoje sobre as Eleições está relacionada aos propósitos de Deus para o Estado e a Política na história, sendo algo que Deus governa há mais de três mil anos; com o povo de Deus sendo chamado a interceder pelas Autoridades, dialogar com elas e assumir posições de autoridade para fazer justiça na sociedade, dando liberdade civil e religiosa ao povo de Deus e para todos os homens. Portanto, os cristãos devem assumir a sua responsabilidade nas Eleições sempre, e votar com sabedoria para que tenhamos paz, tranquilidade e justiça; pois Deus é Soberano!

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