quinta-feira, 24 de dezembro de 2020

VIRGIN RIVER, Netflix, a espiritualidade do DIÁLOGO!

"Fale o que está sentindo...!" Aos 14 minutos do último episódio da primeira temporada, o Dr. Doc (Tim Matheson) resume a essência dramática desta boa série da Netflix, que já tem disponível sua segunda temporada, desde o início de dezembro de 2020. Os diálogos pessoais e diretos de Virgin River são comuns na série, o que faz recordar que a comunicação essencial dos seres humanos é a que se manifesta nas conversações cujo tema somos nós mesmos. O que ajuda a perceber que deveríamos desenvolver o potencial de falar mais uns com os outros sobre o que levamos no coração. Pois a espiritualidade de "Virgin River" está relacionada à descoberta da natureza da humanidade, que se baseia nos relacionamentos conscientes que somente a nossa espécie pode expressar. O fato é que os seres humanos são semelhantes a Deus de uma maneira que nenhuma outra criatura pode ser, e por isso, deveríamos utilizar melhor a capacidade de dialogar sobre "nós mesmos", pra nos tornar pessoas mais completas. Nessa perspectiva, vale a pena dar uma olhada na série romântica "Virgin River", baseada na saga de livros da autora Robyn Carr. A trama conta a história da enfermeira Melinda Monroe, que decide abandonar a vida na cidade grande, partindo pra residir no interior. A primeira temporada tem 10 capítulos, e vale destacar que seus dramas são desenvolvidos de maneira natural, buscando valorizar as emoções comuns das pessoas, o que nos torna participantes do convívio comunitário cotidiano do vilarejo. Assistir Virgin River vai ajudar a refletir sobre o interesse que temos pelas pessoas ao nosso redor e suas sensações mais básicas, de dores e saudades, medos e ansiedades, fazendo um contraponto ao interesse escapista que muitas vezes nos leva a gastar emoções diante de novelões que estão sempre no limite da vida e da morte, apresentando atos desconectados da vida diária. A temporada inicial finaliza com algumas pontas interessantes pra seguir a série, mas, não esqueça; o que vale mesmo é redescobrir diante da TV aquele interesse adormecido acerca do que realmente vai na alma das pessoas, numa reflexão espiritual que certamente vai nos ajudar a gastar mais tempo falando uns com os outros sobre as realidades existenciais de nós mesmos. Os três primeiros episódios da segunda temporada revelam que a produção investiu em imagens áreas e planos gerais da belíssima natureza da região, além de aumentar o número de figurantes e cenários. Parece que os diálogos mais pessoais e demorados estão dando lugar a cenas apressadas e dinâmicas, o que pode fazer com que a série perca alguns valores aqui destacados, para centrar no drama dos encontros e desencontros dos personagens, e nem tanto na capacidade que temos de aprender a falar mais uns com os outros, a fim de crescer como espécie humana consciente e relacional. Vamos aguardar e torcer, pois é através dos sinceros e sensíveis diálogos que iremos tornar 2021 num tempo melhor de nossa história. Feliz Ano Novo!

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