Jesus de Nazaré convidou os 12 discípulos para celebrar a Páscoa - festa em que era comido um cordeiro para recordar o sacrifício que propiciou o sangue colocado nas portas das casas, livrando o povo de Deus da visita do anjo da morte no Egito. Nos dias de Jesus, o costume era que os convidados iriam tomar um banho em suas casas, e então seguir até o local do jantar. Durante o caminho, eles iriam sujar os pés com o pó das estradas e ruas, já que usavam sandálias como calçados. Chegando ao local do jantar, os convidados teriam os seus pés lavados pelo servo mais humilde, sendo um preparo necessário para participar da refeição. Jesus o Cristo era o anfitrião, mas assumiu a função de limpar os pés cheios de poeira de cada um dos convidados. Quando Pedro diz que Jesus jamais irá lavar os seus pés, então ele ouve que se isso não ocorresse, Pedro não teria comunhão com Jesus. Pedro pede então, que Jesus lave suas mãos e a cabeça, mas Jesus responde que ele já está limpo, sendo necessário somente lavar os pés. De forma objetiva, Jesus está ensinando os cristãos a servirem uns aos outros na ministração constante da Santa Ceia do Evangelho que perdoa pecados, de forma que os discípulos continuarão seguindo a Jesus mesmo diante das quedas e tentações, pois o tratamento de nossa desobediência será continuado por toda vida.
Como explica o excelente mestre cristão, John Stott, a cerimônia do lava pés junto da santa ceia é uma parábola integrada da salvação. Pois quando alguém se arrepende de viver como um pecador em confronto existencial diante de Deus, ele é batizado ao reconhecer a sua desobediência e daí assume que irá seguir Jesus Cristo em busca de uma nova obediência aos mandamentos. Ocorre que após o batismo - que deixa os cristãos 'limpos dos pecados', eles seguem com suas vidas e acabam pecando nas estradas da vida, e por isso mesmo, precisam lavar os pés 'sujos de pecado' de vez em sempre. Sendo que a cerimônia do lava pés simboliza exatamente essa obra de 'limpeza' cotidiana oferecida na Santa Ceia de Jesus. Afinal, esta é uma celebração de comunhão espiritual que dá aos cristãos a oportunidade de partilhar do ritual do sacrificio de Jesus, para tomar o alimento do corpo-pão e sangue-cálice de Cristo em suas vidas, renovando o perdão de Deus sobre os novos pecados cometidos. E anunciando a Páscoa do Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, até que Ele volte!
autor. Ivan S Rüppell Jr é professor de teologia e ciências da religião, Igreja Presbiteriana do Brasil.
Esse texto tem objetivo didático na disciplina de Símbolos de Fé no Seminário Presbiteriano do Sul extensão Curitiba. Daí a utilização de resumos e citações mais longas no interesse de oferecer aos alunos o conteúdo apropriado para o entendimento necessário aos debates e explanações em aula. CONTEÚDO de Aula: CONTEXTO HISTÓRICO DA ORGANIZAÇÃO DOS SÍMBOLOS DE FÉ DA IGREJA PRESBITERIANA DO BRASIL. TEOLOGIA REFORMADA. "Trata-se da teologia oriunda da Reforma (calvinista) em distinção à luterana. O designativo "reformada" é preferível ao calvinista... considerando o fato de que a teologia reformada não provém estritamente de Calvino." (Maia, p. 11, 2007). OS CREDOS E A REFORMA. "Os credos da Reforma são as confissões de fé e os catecismos produzidos nesse período ou sob sua inspiração teológica. Os séculos 4 e 5 foram para a elaboração dos credos o que os séculos 16 e 17 foram para a feitura das confissões e dos catecismos. A razão parece evidente: na Reforma, as...
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