terça-feira, 18 de setembro de 2018

a ESPIRITUALIDADE da EDUCAÇÃO, no Cinema: O PACIENTE - O CASO TANCREDO NEVES

O educativo filme O PACIENTE - O CASO TANCREDO NEVES (Brasil, 2018), do diretor Sergio Rezende apresenta os últimos dias do drama pessoal e nacional do presidente eleito que não assumiu o governo ao falecer próximo de sua posse. Acontece que, se o drama pessoal de Tancredo Neves foi encontrar a morte ao invés de assumir a presidência do Brasil, o verdadeiro drama nacional naquela ocasião ocorreu assim que o povo brasileiro foi mal informado como sempre acerca das reais condições de saúde do paciente, num padrão informativo do que se repete como tradição em anos de eleição neste país. Na pertinente crítica de Isabela Boscov (Revista Veja, 16/9), o tema educacional do enredo cinematográfico surge didaticamente: "Na adaptação do livro... o diretor Sergio Rezende trabalha... explicando tim-tim por tim-tim o que se passava. E não é errado que o faça: em um país fadado, pela baixíssima escolaridade, a esquecer seu passado (no qual, às vezes, reitorias obtusas, ainda tocam fogo), Rezende e seu elenco... prestam um serviço inestimável ao passar a limpo um dos muitos rascunhos desavergonhados entregues à nação." É isso! Uma Espiritualidade natural pra refletir em "O Paciente" trata da oportunidade que somente a espécie humana tem de progredir como pessoa através da educação - pois todos fomos criados com um espírito consciente que movimenta a nossa personalidade racional, gente. Algo que nem sempre é valorizado pelas espiritualidades dos homens, numa opção ignorante que vai na contramão da essência interior da humanidade, que deveria reconhecer como virtude o aprendizado do ser humano. Veja que em 1955 os alunos universitários recebiam até 95 vezes mais que um aluno do ensino fundamental, sendo que mais de 50% dos brasileiros eram analfabetos. Situação que começou a mudar assim que a Constituição de 1988 definiu mais investimentos para a educação, o que fez com que o ensino fundamental chegasse a quase todos os brasileiros até o ano 2000. Infelizmente, nos últimos anos o Brasil decidiu investir mais no ensino superior e a educação básica voltou às ruínas, com alunos do ensino fundamental e médio sabendo ler 2% do que deveriam e aprendendo matemática um pouco melhor do que isso. A educação do povo brasileiro encontra-se numa situação sofrível enquanto milhares de professores tornam-se os arautos da esperança ao lutar diariamente sem apoio e com poucos recursos por um futuro razoável para a infância nacional, agindo contrariamente ao desprezo educacional que é a marca dos projetos da classe política brasileira. A Espiritualidade judaico-cristã da educação acredita que o aprendizado científico é um dom dado por Deus para que a humanidade produza uma cultura de trabalho e comunidade, que somente pode existir se os próprios homens vierem a construí-la - pois é impossível progredir socialmente sem um crescimento individual dos cidadãos que compõe a nossa nação. A realidade é que nenhuma ideologia e muito menos a política tradicional de Brasília irão investir pra valer na educação da nação brasileira, pois eles se alimentam da ignorância que oprime pra manter-se na dianteira do poder, alimentando-se do maior dos pecados do espírito, que é a própria vaidade da ego-idolatria. Eis o motivo pelo qual a opção dramática do diretor Sergio Rezende de esclarecer detalhadamente a experiência da enfermidade do político Tancredo Neves, fez seu filme ultrapassar a condição de ser somente um necessário recorte histórico, para tornar-se uma aula essencial da boa educação, exatamente pelo eficaz aprendizado que oferece aos espectadores de seu conteúdo. Bom filme!

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