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a ESPIRITUALIDADE da MATURIDADE da INFÂNCIA, no Cinema: CHRISTOPHER ROBIN

"Há um tempo certo para cada atividade debaixo do céu. Há tempo de nascer e tempo de morrer... tempo de chorar e tempo de rir... tempo de procurar, e tempo de deixar de buscar... tempo de guardar, e tempo de jogar fora." E por aí vai... O negócio aqui gente, é que fora o primeiro "tempo" da lista, o resto não precisa ser definitivo, não! Ou seja, dá pra passar o dia de hoje bem sério e sorrir amanhã de manhã, e ainda dá tempo de dar uma gargalhada daqui dois dias, mesmo que na semana que vêm uma tristeza saudosa também apareça. A vida (normal) é assim! Acontece que o menino que se alegrava com o Ursinho Pooh cresceu, e está mais ranzinza do que nunca em CHRISTOPHER ROBIN - UM REENCONTRO INESQUECÍVEL (2018/EUA). Parece que o tempo da (de)pressão interior de quase todo mundo e da (re)pressão social dos dias de adulto chegou pra valer na alma no rapaz. E agora, Tigrão? Dá uma olhada na sinopse: "Christopher Robin (Ewan McGregor) já não é mais aquele jovem garoto que adorava embarcar em aventuras ao lado de Ursinho Pooh e outros adoráveis animais no Bosque dos 100 Acres. Agora um homem de negócios, ele cresceu e perdeu o rumo de sua vida, mas seus amigos de infância decidem embarcar no mundo real para ajudá-lo a se lembrar que aquele amável e divertido menino ainda existe em algum lugar." É isso. Segundo Carol Prado (G1), o enredo de Christopher Robin fala mais de adultos do que de crianças ao tratar da dura passagem para a vida adulta, sendo que o protagonista tornou-se o contrário do que era na infância: "um homem sem criatividade e sempre ocupado, para quem uma folga do trabalho parece algo inadmissível." Eis o momento em que Tigrão e Corujão, Leitão e o Coelho, e toda a turma deste interessante Ursinho Pooh de um filme de adultos, surgem na cena pra ensinar ao homem maduro que a vida é feita de todos os tempos de que pudermos bem participar, e pelos dias todos em que nossa vida durar. Sem esquecer, claro, que o tempo não para! A presença do Ursinho Pooh nesta obra que une live-action e animação torna-se um exercício constante de meditação existencial pois Pooh é uma espécie de conselheiro vivencial ancião numa aparência infantil melancólica - e haja (boa) reflexão por aqui! Segundo Isabela Boscov (Revista Veja), "o resultado (do filme) é mansinho: algo como uma versão do Em Busca do Tempo Perdido de Marcel Proust para crianças". Por que não? A Espiritualidade natural e judaico-cristã essencial surge no enredo que conduz Christopher Robin da inicial depressão ("Nada faz sentido"), direto a um olhar libertador assim que enxerga as oportunidades relacionais variadas da existência (pois "há um tempo certo pra tudo debaixo do céu"), alcançando a boa compreensão de saber que as sensações da vida são distintas umas das outras, exatamente para preencher de experiências diversas o vazio interior da alma da gente. Pois afinal, "Deus colocou um senso de eternidade no coração humano" pra nos desafiar a sempre buscar dias melhores pra nossa história. Uma cena existencial das mais bonitas do cinema ocorre quando Pooh desafia Christopher Robin a se relacionar melhor com a vida, ao convida-lo para o mais simples dos jogos da infância: "Falar o que você vê" é o nome do jogo, uma brincadeira essencial pra vivência social de todos nós, que o Ursinho Pooh "joga" de maneira singela ao descrever olhando pela janela do trem a natureza esplêndida de cada dia, dizendo somente: "casa, nuvens, árvores...". "No fim, fica uma bela e bem-vinda lição de moral: nunca subestime o valor de não fazer nada e simplesmente não se preocupar." (Carol Prado, G1). Bom filme!

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