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a PAIXÃO da Páscoa de Jesus CRISTO, na Bíblia e no cinema

A Páscoa de Jesus Cristo é o fato histórico em que Deus soluciona e explica (um pouco) sobre a questão dos sofrimentos da humanidade neste mundo. O Profeta Isaías anunciou 700 anos antes da vinda de Jesus, algumas características do Servo Sofredor de Deus: "Meu servo cresceu em sua presença... Não havia nada de belo nem majestoso em sua aparência... Foi desprezado e rejeitado, homem de dores, que conhece o sofrimento mais profundo. Demos as costas para ele e desviamos o olhar; ele foi desprezado, e não nos importamos. Apesar disso, foram as nossas enfermidades que ele tomou sobre si, e foram as nossas doenças que pesaram sobre ele... Sofreu o castigo para que fôssemos restaurados e recebeu açoites para que fôssemos curados. Todos nós nos desviamos como ovelhas: deixamos os caminhos de Deus para seguir os nossos caminhos. E, no entanto, o Senhor fez cair sobre ele os pecados de todos nós... Quando, porém, sua vida for entregue como oferta pelo pecado, ele terá muitos descendentes. Terá vida longa, e o plano do Senhor prosperará em suas mãos." (Isaías 53. 2-10). Os comentários da Bíblia de Genebra esclarecem os temas da profecia: "Os espectadores pensavam que Cristo estava sofrendo somente o que merecia, mas a sua experiência de dor e angústia era por seu povo. Os sofrimentos de Cristo removem a pena que seu povo teria de pagar... A própria morte será anulada finalmente." Veja que o juízo divino é sempre um sofrimento por substituição, no contexto da Páscoa; pois um cordeiro morre no lugar dos filhos de Israel escravos no Egito. E desta maneira Jesus também morre, só que no lugar dos homens de fé em Deus Pai. Uma condenação única de alcance permanente na história da humanidade. Daí a dificuldade pra entender o quanto Deus abomina a maldade humana, pois fica difícil enxergar a sentença do juízo santo de Deus... quando a condenação recai sobre um inocente! No entanto, as detalhadas cenas de tortura e o assassinato de Jesus no filme A PAIXÃO DE CRISTO indicam o tamanho do juízo com que Deus Pai condena a humanidade por termos trazido ao mundo as maldades oriundas da corrupção do pecado. Pois as realidades eternas e espirituais da Paixão de Jesus ganham no admirável filme do diretor Mel Gibson (2004) uma terrena e temporal representação mediante as fortes cenas de condenação e morte do Cristo. A direção de Mel Gibson é excelente, digna de uma obra sobre o Messias de Deus. Algumas cenas cruciais são significativas em seu esplendor espiritual devido a atuação instigante do elenco, como quando somos atemorizados pela cena da tentação de Jesus, que é conduzida pelo demoníaco ser espiritual Satanás, simbolizado na pessoa de uma mulher pálida como se fora um zumbi, que tudo que toca suga pra si. A recordação de Maria ao lembrar da queda do menino Jesus, ao ver o Messias dos homens cair sob o peso da cruz sobre si, aquece e ilumina até o mais frio coração dos homens. Finalmente, eis que a lágrima do próprio Deus Pai se derrama como gota cortante e amplificada dos céus junto ao corpo morto de seu único filho, Jesus. São situações históricas que a obra nos permite partilhar através de uma sinceridade vibrante mediante cenas sabiamente filmadas. Jim Caviezel representa Jesus Cristo no filme e traz pra esse complexo Homem-Messias da história uma humanidade existencial iluminada. Ele preenche de sinceridade as cenas mais triviais e comuns, e traz realidade há algumas situações transcendentes que o Filho de Deus vivenciou junto aos homens no planeta. O doloroso olhar de Jesus que alcança o Apóstolo Pedro em sua terceira negação do Cristo acaba se tornando um olhar sobre todos nós, a humanidade inteira. E ensina mais do amor de Deus do que qualquer explicação que possamos afirmar. É um olhar carregado de dores devido ao desprezo do amigo, mas que se mantém pleno de compaixão, pois origina da eterna afeição divina pra conosco, a espécie humana. Sim, Jesus permanece solidário até quando é atraiçoado. Coisas de Deus, afinal. A cena final que revela o modo como a morte foi superada por um ser humano aqui na Terra; a aguardada Ressurreição da nossa raça, é linda demais! Somos conduzidos caverna mortuária adentro e como que guiados pela luz do dia, vemos que os panos que envolviam o morto se encontram, agora, largados e vazios na pedra fria do sepulcro. E de repente, quase sem perceber, partilhamos da descoberta mor da existência, ao verificar que aquele que na sexta-feira morreu, já respira de novo e vivo está na manhã de domingo! Enfim, se há muitas coisas interessantes pra se fazer nesta Páscoa, que uma delas seja, também, assistir o filme A Paixão de Cristo. Feliz Páscoa espiritual, pra todo mundo.

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