quarta-feira, 6 de setembro de 2023

A Espiritualidade da Justiça, no Cinema. 12 HOMENS E UMA SENTENÇA, de Sidney Lumet.

Um homem decide gastar algum tempo e sentimentos, discussões e argumentos em favor de um rapaz acusado de assassinar o próprio pai. Tudo pela única e simples razão de que a condenação por homicídio de um homem deve ser uma Justiça com provas inegáveis de que ele realmente praticou o crime. O diretor Sidney Lumet iniciou a carreira no cinema em 1957, conseguindo unir atores brilhantes neste seu primeiro filme, sob a liderança do protagonista "da justiça", Henry Fonda. Desta forma, o talentoso orientador de atores e brilhante técnico de cenas e ângulos de câmera Lumet, trouxe ao mundo um dos maiores dramas de tribunal da sétima arte. Exatamente porque se dedicou ao "drama humano" relacionado à discussão da condenação para a pena de morte de um jovem acusado de assassinato. A espiritualidade da Justiça surge no filme como uma virtude transcendente que deseja criar harmonia na sociedade, sendo um valor que deverá ser utilizado contra o crime, não contra a humanidade. Neste sentido, o apóstolo Paulo anuncia na carta aos Romanos, cap. 13, o modo como as autoridades existentes no mundo foram providas por Deus para a sociedade, no objetivo de proteger o inocente e condenar o criminoso. Com o destaque de que todo acusado é inocente até que se prove bem provado o contrário. Este valor humanitário tomou forma através do Profeta Moisés, que determinou a criação de "cidades de refúgio" no estabelecimento da nação do povo de Deus, para que alguém acusado por homicídio culposo pudesse aguardar em segurança as investigações, feitas por um tribunal de anciãos, conforme lemos no Livro de Números, cap. 35. Por isso que pais e professores, delegados e promotores, e especialmente juízes e ministros da Justiça pública perdem valor e dignidade a cada vez que perseguem o ser humano, ao invés de perseguir as provas do crime. Ou até pior, quando trabalham pra impedir que o culpado seja disciplinado na forma devida da lei, nem mais e nem menos. O diretor Sidney Lumet carrega no currículo dois dos maiores filmes de tribunal, pois junto deste 12 Homens e uma Sentença, deve-se incluir O Veredito, com Paul Newman, 1982. É isso! A espiritualidade da Justiça está presente na busca incessante dos homens que desejam proteger os inocentes diante dos culpados, sem com isso ferir a humanidade em condenações desmedidas. E ainda, sem dar poder aos autoritários do Estado para que oprimam a sociedade. Bom filme, disponível na apple tv e Brasil paralelo. Autor. Ivan Santos Rüppell Jr é autor do livro, Resenhas espirituais de Meditações cinematográficas, a espiritualidade de quase todo mundo no cinema, publicado pela Editora Dialética, 2020. Teólogo, advogado e professor.

Nenhum comentário:

Postar um comentário