João Calvino dizia que toda a sua segurança sobre a Salvação do pecado e o livramento do juízo de Deus estava amparada na Pessoa de Jesus Cristo!
Jesus de Nazaré estabeleceu um relacionamento pessoal com ele, e isto foi a garantia de que as promessas e bondades de Deus estariam concretas na sua existência, por toda a eternidade.
Ocorre que há um movimento espiritual de Deus na dimensão terrena, que capacita o ser humano para estabelecer um relacionamento de fé diante de Jesus de Nazaré. Isto inicia quando nós temos o entendimento e a convição de que Jesus é o Cristo de Deus.
Pois esse movimento divino transcendente oferece aos homens o conhecimento real sobre a Pessoa de Jesus, de modo que nós seremos capazes de ter a fé e a crença na Verdade - de que Jesus é o Messias. Sendo algo que o Apóstolo João define como um entendimento dado a nós pelo Espírito de Deus - a 'Unção do Conhecimento' do Cristo, como vemos a seguir: "... pois o Santo lhes deu sua unção, e todos vocês conhecem a verdade. (...) Vocês, porém, receberam dele a unção, e ela permanece em vocês, de modo que não precisam que alguém lhes ensine a verdade. (...) Portanto, como lhes ensinou a unção, permaneçam nele. (...) E o Espírito, que é a verdade, o confirma com seu testemuho. (...) E este é o testemunho: Deus nos deu vida eterna, e essa vida está em seu Filho. Quem tem o Filho tem a vida; quem não tem o Filho de Deus não tem a vida." (1 João 2.20-27, 5.6-12).
Assim, a segurança da humanidade de que a Pessoa de Jesus é tudo que precisamos para 'viver' sempre com Deus vêm diretamente do relacionamento pessoal e 'transformador' que podemos vivenciar com Jesus. Pois é a partir desse relacionamento com Jesus, que iniciamos uma nova experiência de vida junto de Deus, sendo algo que vai mudar o jeito como nós 'existimos'.
Esse é o conhecimento profundo da Verdade sobre o Messias que o Apóstolo João ensinou e o Professor John Stott explicou, ao comentar a 1 carta de João, que trata da verdade e mentira, religiosas: "Ao aplicar os três testes (doutrinário, ético e social), João pôs por terra a falsa firmeza dos falsos cristãos e reforçou a firmeza correta dos cristãos genuínos. Se nós, cristãos, não formos marcados pela fé verdadeira, pela obediência piedosa e pelo amor fraternal, seremos uma farsa. Não podemos ter nascido de novo, pois os que nascem de Deus são aqueles que creem, obedecem e amam." (p. 399, 2007).
A Unção do Conhecimento do Cristo derramada sobre nossa mente para que saibamos que Jesus é o Messias é uma Obra espiritual de convencimento que somente o Espírito Santo de Deus pode realizar nos seres humanos.
Sendo uma atividade constante de Deus em nós a partir da nossa comunhão relacional com Jesus, realizada hoje pela Presença do Espírito Santo. Pois o Espírito irá dar todo o conhecimento da plenitude da verdade que há em Jesus Cristo, vindo a desenvolver a doutrina em nossa mente, a ética em nossas atitudes e o amor social em nosso coração.
Note que não há nenhum conhecimento e nem experiência de vida verdadeiros em Cristo Jesus que não sejam dados pelo Espírito Santo, "pois o Santo lhes deu sua unção, e todos vocês conhecem a verdade." (1 João 2.20).
Observe que a simples leitura humana das Escrituras sagradas fez com que os judeus ficassem ofendidos e os gregos declarassem ser tolice a revelação de que Jesus de Nazaré é o Messias. Porém, aos cristãos, "Deus revelou estas coisas por seu Espírito. (...) E nós recebemos o Espírito de Deus, e não o espírito deste mundo, para que conheçamos as coisas maravilhosas que Deus nos tem dado gratuitamente." (1 Coríntios 2.10-12).
Assim, o cristão tem acesso à sabedoria de Deus conceituada no Evangelho de Jesus, obtendo interesse e convicção nesta crença, num movimento divino de renovação da nossa mente para que conheçamos a vontade de Deus para nossas vidas (Romanos 12), enquanto é formada em nosso intelecto a mente de Cristo. Sendo essa uma experiência bendita que devemos semear na constância e manutenção da comunhão do Espírito Santo - pois com o diabo não se brinca e de Deus não se zomba, de modo a virmos experimentar a soberana graça atuante de Deus, que nos dá tanto o querer como o realizar, de acordo com sua bendita vontade, a fim que nossa personalidade alcance a completude do conhecimento pleno da Pessoa de Deus, em Cristo. Daí que pode-se dizer, sim, que uns são e outros não são, exatamente a partir do movimento divino da Unção!
ANEXO.
Como um complemento a esse conhecimento das Escrituras sobre a obra de entendimento da fé dos cristãos pelo mover do Espírito Santo, seguem citações de resumo das Institutas, do teológo protestante João Calvino.
INSTITUTAS DA RELIGIÃO CRISTÃ, de João Calvino.
Tema. SOBRE O CONHECIMENTO DAS ESCRITURAS.
Tópico 7: AS ESCRITURAS PRECISAM SER RATIFICADAS PELO TESTEMUNHO DO ESPÍRITO A FIM DE QUE SUA AUTORIDADE SEJA INQUESTIONÁVEL; E É UMA FICÇÃO ÍMPIA DIZER QUE SUA CREDIBILIDADE DEPENDE DO JUÍZO DA IGREJA. (...)
“O argumento mais convincente empregado nas Escrituras sempre é que quem fala é Deus. Assim diz o Senhor!” Observe como os Profetas e Apóstolos rapidamente anunciam o nome santo de Deus para convocar os homens à obediência, pois somente o testemunho do Espírito Santo dará o devido temor que pode livrar os homens das dúvidas e incertezas. E ainda que fosse possível dar certa credibilidade às Escrituras através de argumentos diversos e uma boa oratória, nada disto ofereceria aos que não creem aquela fé inabalável que a piedade verdadeira requer da humanidade.
Alguns homens entendem que a religião é questão de opinião e por isso pedem bons argumentos acerca da inspiração divina de Moisés e dos Profetas. Mas, somente Deus oferece a credibilidade adequada a respeito de Si mesmo, algo que Ele realiza através do testemunho do Seu Espírito, que é o único capaz de gerar uma fé verdadeira no coração dos homens. “E esta é minha aliança com eles”, diz o Senhor. “Meu Espírito não os deixará, nem estas palavras que lhes dei... Eu, o Senhor, falei!” (Isaías 59.21). (...)
Portanto, a maneira de decidir essa questão surgirá no fato de “que os que são intimamente ensinados pelo Espírito Santo ponham firme confiança nas Escrituras”. Pois, as Escrituras dadas por Deus têm a sua própria evidência que jamais deverá ser submetida a outras provas e argumentos, já que somente o Espírito Santo torna as Escrituras fidedignas. Afinal, nem a nossa reverência pessoal e nem os argumentos científicos são a base de estarmos convictos de que as Escrituras são a Palavra de Deus, mas sim, o fato de termos sido iluminados pelo Espírito Santo é que nos dá essa certeza. Eis a maneira como temos compreendido que as Escrituras vêm direto dos lábios de Deus, ao mesmo tempo em que chegaram até nós pela instrumentalidade dos homens. Observe que estou tentando explicar o que acontece na vida de todo aquele que crê, embora não devamos esquecer que Isaías profetizou “que o braço do Senhor não seria revelado a todos”. (Isaías 53.1).
Tema. SOBRE A TRINDADE. Tópico 13:
As Escrituras ensinam a distinção entre as três pessoas da Trindade, sendo que a revelação desse mistério deve nos causar grande temor, nas palavras de Gregório de Nazianzo: "Logo que contemplo um, estou cercado pela glória dos três; logo que meus pensamentos distinguem os três, são levados de volta ao um." Portanto, devemos saber que ao reconhecer a Trindade, nós honramos de forma devida a unidade do Deus único, pois o ensino das Escrituras indica que há uma distinção sem divisão, entre Eles. (...)
Segundo Agostinho: "Cristo, quando considerado somente em relação a Si mesmo, é chamado Deus; em relação ao Pai, é chamado o Filho. E, outra vez, o Pai, considerado em Si mesmo, é chamado Deus; com respeito ao filho, é chamado o Pai. O Pai não é o Filho, e o Filho não é o Pai, mas o Pai e o Filho são o mesmo Deus." Observe que "esta distinção entre as pessoas, em vez de ser oposta à unidade da essência divina fornece uma prova disso. A unicidade do Filho com o Pai aparece nisto: que Eles têm um só Espírito; e o Espírito não pode ser algo diferente do Pai e do Filho por esta mesma razão, que Ele é o Espírito do Pai e do Filho. De fato, em cada pessoa está a Deidade inteira, ao mesmo tempo que cada uma tem Sua própria personalidade distinta."
Portanto, é necessário declarar com sobriedade que cremos num só Deus: "único e indiviso, em quem há três pessoas; e, portanto, quando usamos o vocábulo "Deus" de modo indefinido, queremos dizer o Filho e o Espírito tanto quanto o Pai."
REFERÊNCIAS:
CALVINO, João. AS INSTITUTAS DA RELIGIÃO CRISTÃ, Editora Cultura Cristã, SP, 2006. WILES, J. P. Ensino sobre o Cristianismo – uma edição abreviada de AS INSTITUTAS DA RELIGIÃO CRISTÃ, Publicações Evangélicas Selecionadas, São Paulo/SP.
As citações em destaque e asterisco são das Institutas de João Calvino. As citações em destaque são do Resumo de Joseph Pitts Wiles. (páginas 55 a 69 das Institutas, vol 1, 2006, Editora Cultura Cristã). (páginas 23 a 36, 51 a 71 do Resumo de J.P. Wiles).
STOTT, John. a bíblia toda o ano todo. Editora Ultimato, Viçosa MG, 2007.
autor. Ivan S Rüppell Jr é professor de teologia e ciências da religião, Igreja Presbiteriana do Brasil.
AJUDE o Instituto Vó Durvina, na educação e auxílio de adolescentes vulneráveis. Contato: (41) 9 99286-8895 / E-mail: contato@acpcuritiba.org.br (O Instituto Social Vó Durvina atende crianças e adolescentes de 6 a 17 anos com o objetivo de fortalecer vínculos familiares e comunitários e resgatar a cidadania, oferecendo atividades recreativas e lúdicas, apoio psicossocial, incentivo à cultura e apoio escolar.).
C. S. Lewis escreveu o livro de ficção teológica 'Cartas do Inferno' para apresentar a Batalha Espiritual pelas almas da humanidade no cotidiano comum de todos nós. Como bem esclarece o Apóstolo Paulo na Carta aos Efésios, "nós não lutamos contra inimigos de carne e sangue, mas com governantes e autoridades do mundo invisível, contra grandes poderes neste mundo de trevas e contra espíritos malignos nas esferas celestiais." (cap. 6, 12). Essa realidade da existência transcendente dos seres humanos surge no primeiro anúncio bíblico do Evangelho de Jesus, o Messias, quando Deus fala para a serpente as seguintes palavras: "Farei que haja inimizade entre você e a mulher, e entre a sua descendência e o descendente dela. Ele lhe ferirá a cabeça, e você lhe ferirá o calcanhar." (Gênesis, 3.15). O site da produtora traz a seguinte sinopse ao filme "Oficina do Diabo", que se baseia no livro de Lewis: "O demônio Fausto subiu do inferno para ajudar Nata...
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