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a ESPIRITUALIDADE da SABEDORIA, parte 1

Desde que o homem começou a perguntar do que é feito o mundo, e logo depois, decidiu descobrir como devemos nele viver; então, dessa emoção cerebral surgiram os filósofos. E quando os caras acertam, mais que menos, tornam-se sábios. Lá pelo ano 500 a.C, Buda pensou que só desapegando da vida pra não sofrer tanto com ela - um baita desafio existencial. Confúcio valorizou os rituais comunitários que mostravam pra turma algumas boas virtudes que os ajudariam a construir vida nova dali pra frente. Platão acreditou que pelos raciocínios idealistas da mente dava pra descobrir, e recuperar, a essência real das coisas desse mundo. E disse que até nossa alma pre-histórica nos ajuda quando queremos entender a vida como ela é. Aristóteles decidiu pensar bastante, também, mas gastou mais tempo observando o mundo, só pra anotar certas regularidades e padrões acerca de como as coisas vêm e vão. Tudo para descobrir melhores ideias pra bem fazer andar o dia a dia da gente. Há mais gente boa de onde saíram esses, mas, já temos aqui um time de respeito pra início de pensamentos. Sabedorias "espirituais", talvez, nem tanto. Isso porque Buda e Confúcio não negaram a alma, mas preferiram não convidar pessoas do além pra ajuda-los a propor suas filosofias de vida. Aristóteles jamais negou o poder superior ou uma existência suprema no cosmos, mas bem decidiu que todo conhecimento necessário pra vida está só nesse mundo, mesmo. Platão é o cara que foi (ao) além, claro. Pois uniu o raciocínio humano e a alma do homem integrando assim o entendimento racional atual às verdades eternas disponíveis aos homens. Gostaria de incluir, ainda, Erasmo de Roterdã, do século 16, que percebeu a ignorância como virtude pois liberta as pessoas das experiências que não conseguem controlar. E também disse que o relacionamento do homem com a pessoa de Deus é o início do conhecimento para qualquer um que deseje ir bem na vida. Agora, vamos colocar no mesmo quarto Aristóteles, Platão, e Erasmo, só pra melhorar o nosso entendimento da sabedoria. O pintor renascentista Rafael já uniu os dois primeiros no famoso retrato que está na Biblioteca do Vaticano, e que resume (boa) parte da história da sabedoria ocidental. Pois nele Platão aponta com as mãos para o alto, e Aristóteles para baixo. Vamos colocar Erasmo junto deles, ou melhor ainda, o Sábio Salomão. Sim, já dá pra perceber algo novo na paisagem. Platão ainda aponta para o alto, direto até o primeiro céu. E Salomão ergue suas mãos imperiais até um pouco mais adiante... lá para o Terceiro céu. Pois o primeiro céu é o lugar metafisico das ideias daqui e do além que não sabemos definir bem, de onde vêm. Já o Terceiro céu, é a morada de Deus. Pronto, chegamos aos Provérbios de Salomão, o mais belo bonitão que se conhece na história da filosofia. Pois se Platão reconheceu a alma como o "lugar" anterior da atual razão humana, e Aristóteles percebeu o mundo como fonte de ordem para um real entendimento da vida; ora, foi Salomão quem olhou para o alto e para baixo ao mesmo tempo, gastando dezenas de horas pra analisar nosso cotidiano, só pra dizer o que nele tem valor, existencial. E fez isso sempre a partir dos princípios morais de Deus. Assim são seus provérbios, então: conselhos pra vida diária ditos em frases objetivas que descrevem a virtude da existência humana a partir do jeito como Deus cuida dela. E a Sabedoria espiritual surge desta mística relação, do encontro espiritual entre um homem e um espírito de outra dimensão. Por isso que as descrições de Salomão assim se reconhecem, pois são o resultado de um relacionamento místico existencial espiritual ocorrido entre Salomão... e Deus! Continuamos...

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