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a ESPIRITUALIDADE no CINEMA e TV - Westworld, Onde NINGUÉM tem ALMA, parte 1

Se a sua TV a cabo oferece a HBO e você ainda não assinou, chegou a hora. Acredite! Caso contrário, irá sofrer de ansiedade espiritual por um bom (mau) tempo. No domingo, 2 de outubro a série WESTWORLD estreou na TV, e se sua origem é exemplar a partir do filme cult de 1973, escrito e dirigido por Michael Crichton - o atual seriado televisivo já começou excepcional. "Westworld" é um parque temático que oferece aos visitantes pagantes a grata experiência de viver o glamour do Velho Oeste norte-americano junto a perfeitos personagens da época - todos eles, robôs. No filme original, a encrenca surgia da violência das "humanas" máquinas atacando humanos homens. Agora, bem, parece que a coisa será bem pior. A melhor resenha ética tecno humanista do seriado que li foi publicada na revista Veja (5/10), por Marcelo Marthe. Enfim, vamos ao nosso tema: a Espiritualidade dos homens; por enquanto. O drama mecânico de "Westworld" aparece quando os robôs utilizam memórias antigas pra reagir a situações inesperadas de suas "vidas" no velho oeste. A surpresa e a inquietação pôr experimentarem "sensações" para as quais não foram criados lhes deixam existencialmente "tontos". Pronto: nasceu-lhes a ansiedade existencial. Pois afinal, os robôs não foram criados pra sentir a vida como os humanos a vivem, certo? Essa sensibilidade toda não vai acabar bem. E agora, José? Ora, Salomão é quem entende (bastante) do tema. O Sábio de Israel do ano 900 a.C escreveu sobre a aparente inutilidade de uma vida cujas experiências, e até conquistas, não trazem satisfação, realização de verdade. Foi o que ele afirmou, enfático, quando disse já na velhice: Tudo é vaidade, nada faz sentido! E o Sábio não falava das derrotas e nem das maldades da vida dele, ao contrário, lembrou das boas e corretas vitórias da vida: como a satisfação do trabalho e amizades. Que quê é isso? Bom, Salomão pensa a vida da gente a partir da visão judaico-cristã que indica que nascemos todos lá no início dos tempos, junto de Deus. E também, originalmente longe das coisas que pertencem somente a Deus. Vêm daí, a confusão. Nesta perspectiva, o grande problema da humanidade não foi o pecado original de comer o fruto da maça e do sexo - até porque um nada tem a ver com o outro. A questão sempre foi... o conhecimento. Do bem e do mal! Pois era esse o tal fruto da árvore. E foi aí que os humanos, todos nós, iniciamos uma história de vida que nos aproxima dos robôs de Westworld assim que eles começam a "sentir" a vida deles. Pois do mesmo jeito que os robôs não foram criados pra sentir, também não fomos criados para "saber" todo conhecimento do bem e do mal. Parece que ao decidir saber o que só Deus até então, sabia, a raça humana esqueceu que não somos Deus pra bem conhecer, e governar; tudo que pode vir a ocorrer com a gente nesse mundo, de Deus. Eis a questão de Salomão: de que adianta, afinal, lutar por uma vida que não é exatamente a minha, história? Pois, quanto mais eu conquisto a vida que hoje vivo, parece que menos realizado com o que sou, me sinto. Daí vêm a desilusão. E um vazio que é primo irmão da depressão, existencial. É sério, isso. Pois tudo que vivi e realizei já não me preenchem bem os vazios da vida, o que só revela em mim mesmo uma inadequação pessoal, a qual não consigo mais ludibriar. Que loucura, hein... Mas, tá entendendo? Pois foi por aí a sensação dos robôs de "Westworld", a qual já tinha sido uma antiga reflexão de Salomão. Bem, com os robôs do seriado vai dar tudo certo, espero. Mas, e quanto a nós? Não fique tão inquieto, pois continuamos o tema tanto na Parte 2 de "Westworld", quanto no texto que já está no blog: a Espiritualidade da Sabedoria. Pois Salomão garante que há muita vida na Terra desde sempre pra todos nós.

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