sexta-feira, 21 de julho de 2017

a Espiritualidade da ALMA, no Cinema: BLADE RUNNER

Se a esperança da nossa fé vale apenas para esta vida, coitados de nós - já dizia o Apóstolo São Paulo. Eis a dúvida existencial que o policial Deckard do ator Harrison FORD sequer consegue imaginar de tão íntima e profunda que ela é, enquanto caça robôs replicantes (cópias fiéis de seres humanos com no máximo 4 anos de duração), e que são proibidos de viver no planeta Terra (Blade Runner, o caçador de androides, de Ridley Scott, 1982). Enfim, eis a questão: os seres humanos tem mesmo uma alma dentro de si pra chamar de sua? Ou somos apenas células (bem) crescidas geradas em meio à longa história do progresso da personalidade? Pois os diálogos primevos que o replicante "androide" Roy do ator Rutger HAUER fazem soar nos ouvidos de Deckard FORD logo lhe vão queimar os neurônios com essa que é a grande (maior) preocupação da humanidade, desde sempre. Como bem esclareceu o crítico de "o Livro do cinema" (Globo livros), "Se Roy Batty é capaz de sofrer e ter vontades, em que ele é diferente de seus criadores?"... Mas sua análise vai além ao replicar uma constatação fundamental do robô essencial - "É uma experiência e tanto viver com medo, não? Isso é que é ser escravo.". Escravo do que, afinal? Da morte total, pois sim. É isso! Se os próprios replicantes já estão percebendo (e sofrendo) com a razoável inutilidade de uma existência "humana" sem alma - e por isso mesmo, quase sem presente e certamente nenhum futuro; ora, por que caçá-los como se "somente" robôs racionais eles fossem? Tem algo a mais nesta história que merece nossa atenção, certo? Eis o que (quase) também começa a entender o policial Deckard FORD. E nada melhor que analisar tudo isso e mais um pouco acerca da espiritualidade assistindo a um dos melhores filmes de ficção científica noir policial que se conhece da história do cinema. Pois a expressão "cult" assumiu aqui sua realidade mítica fundamental, acredite. Se o brilhante CHINATOW de Roman Polanski subverteu as regras clássicas NOIR, foi Blade Runner quem as trouxe ao século 21 (ainda nos anos 80) aprofundando as complexidades dramáticas de seus protagonistas até o espírito. Pois as palavras do replicante ROY anunciam não apenas seu medo cotidiano da morte humanoide que dele se aproxima, mas também sua agonia ao perceber que o esquecimento de tudo que ele já viveu é (quase) igual à negação existencial de si mesmo. Que loucura. O que ROY observa não é somente a possibilidade do fim de sua vida presente, mas bem mais que isso, a realidade constante de uma morte eterna que experimentamos desde agora, e sempre. Que horror! Estas afirmações absolutas e inegáveis acerca da vivência mortal da humanidade explicam a frase mais grave com que o crítico de "o Livro do cinema" resume a depressão existencial dos robôs de Blade Runner, ao concluir: "Batty e seus colegas replicantes estão fazendo uma revolução ao forçar seus criadores a vê-los como seres dotados de alma em busca de libertação." Pronto. Chegamos ao ponto essencial, que aliás, já foi esclarecido no início do texto: afinal, os seres humanos tem mesmo uma alma dentro de si pra chamar de sua? Ou somos apenas células (bem) crescidas geradas em meio à longa história do progresso da personalidade? Se até os replicantes de Blade Runner estão atentos a essa questão, quanto mais o policial Deckard FORD e igualmente, eu, você e a espiritualidade de quase todo mundo, não é mesmo? E essa não é uma constatação que vêm de fora, mas nasce lá de dentro da gente, entende? Bom, ao menos é assim que pensa o Apóstolo São Paulo quando afirma que existe uma consciência moral nos homens, sim. Ele se refere ao conhecimento interior de todos nós que, de um lado nos capacita a visualizar a própria existência do Criador a partir da constatação da exuberância da criação, do mundo. E de um outro lado age pra fazer o coração dos homens reconhecer, e até mesmo contrariar, que há um jeito certo e um outro errado acerca de como se deve viver a vida. Pois todos os homens seguem como que por instinto a lei interior que tanto os move para o que é correto, como os deixa preocupados com aquilo que fazem de ruim. O entendimento consciente que transforma nossa vida em um constante desafio moral, que é a tal da consciência humana, afinal. Uma compreensão ética existencial que surge lá do interior do homem, segundo o Apóstolo. E que portanto, não vêm de fora, mas ao contrário, faz parte da própria constituição (natureza) da humanidade. Uma sensação que não origina das nossas células, não; mas é então, a nossa própria alma e personalidade espiritual essencial, sim senhor. Tá entendendo? É isso mesmo, o replicante Rob HAUER estava certo! Algo com o qual nem o diretor Ridley Scott ou o autor Philip K Dick sonhavam refletir, a história de Blade Runner bem vislumbrou acerca da incerteza da existência humana. Mas o futuro é melhor que o passado, de verdade. Pois quem esclareceu os pensamentos do Apóstolo Paulo, confirmando assim a existência da alma hoje e uma vida humana espiritual pra sempre, foi o Profeta Jesus. A situação é bastante conhecida e a conversa de Jesus Cristo com o ladrão na cruz é memorável. "Lembre-se de mim quando vier no seu reino", pediu o ladrão. E Jesus simplesmente lhe garantiu tudo, ao logo responder: "Ainda hoje estarás comigo no paraíso." Tá aí uma boa pedida, então, tanto para o humano replicante Harrison FORD, quanto pra você e pra mim. E bom filme!

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