Pular para o conteúdo principal

a Espiritualidade da ALMA, no Cinema: BLADE RUNNER

Se a esperança da nossa fé vale apenas para esta vida, coitados de nós - já dizia o Apóstolo São Paulo. Eis a dúvida existencial que o policial Deckard do ator Harrison FORD sequer consegue imaginar de tão íntima e profunda que ela é, enquanto caça robôs replicantes (cópias fiéis de seres humanos com no máximo 4 anos de duração), e que são proibidos de viver no planeta Terra (Blade Runner, o caçador de androides, de Ridley Scott, 1982). Enfim, eis a questão: os seres humanos tem mesmo uma alma dentro de si pra chamar de sua? Ou somos apenas células (bem) crescidas geradas em meio à longa história do progresso da personalidade? Pois os diálogos primevos que o replicante "androide" Roy do ator Rutger HAUER fazem soar nos ouvidos de Deckard FORD logo lhe vão queimar os neurônios com essa que é a grande (maior) preocupação da humanidade, desde sempre. Como bem esclareceu o crítico de "o Livro do cinema" (Globo livros), "Se Roy Batty é capaz de sofrer e ter vontades, em que ele é diferente de seus criadores?"... Mas sua análise vai além ao replicar uma constatação fundamental do robô essencial - "É uma experiência e tanto viver com medo, não? Isso é que é ser escravo.". Escravo do que, afinal? Da morte total, pois sim. É isso! Se os próprios replicantes já estão percebendo (e sofrendo) com a razoável inutilidade de uma existência "humana" sem alma - e por isso mesmo, quase sem presente e certamente nenhum futuro; ora, por que caçá-los como se "somente" robôs racionais eles fossem? Tem algo a mais nesta história que merece nossa atenção, certo? Eis o que (quase) também começa a entender o policial Deckard FORD. E nada melhor que analisar tudo isso e mais um pouco acerca da espiritualidade assistindo a um dos melhores filmes de ficção científica noir policial que se conhece da história do cinema. Pois a expressão "cult" assumiu aqui sua realidade mítica fundamental, acredite. Se o brilhante CHINATOW de Roman Polanski subverteu as regras clássicas NOIR, foi Blade Runner quem as trouxe ao século 21 (ainda nos anos 80) aprofundando as complexidades dramáticas de seus protagonistas até o espírito. Pois as palavras do replicante ROY anunciam não apenas seu medo cotidiano da morte humanoide que dele se aproxima, mas também sua agonia ao perceber que o esquecimento de tudo que ele já viveu é (quase) igual à negação existencial de si mesmo. Que loucura. O que ROY observa não é somente a possibilidade do fim de sua vida presente, mas bem mais que isso, a realidade constante de uma morte eterna que experimentamos desde agora, e sempre. Que horror! Estas afirmações absolutas e inegáveis acerca da vivência mortal da humanidade explicam a frase mais grave com que o crítico de "o Livro do cinema" resume a depressão existencial dos robôs de Blade Runner, ao concluir: "Batty e seus colegas replicantes estão fazendo uma revolução ao forçar seus criadores a vê-los como seres dotados de alma em busca de libertação." Pronto. Chegamos ao ponto essencial, que aliás, já foi esclarecido no início do texto: afinal, os seres humanos tem mesmo uma alma dentro de si pra chamar de sua? Ou somos apenas células (bem) crescidas geradas em meio à longa história do progresso da personalidade? Se até os replicantes de Blade Runner estão atentos a essa questão, quanto mais o policial Deckard FORD e igualmente, eu, você e a espiritualidade de quase todo mundo, não é mesmo? E essa não é uma constatação que vêm de fora, mas nasce lá de dentro da gente, entende? Bom, ao menos é assim que pensa o Apóstolo São Paulo quando afirma que existe uma consciência moral nos homens, sim. Ele se refere ao conhecimento interior de todos nós que, de um lado nos capacita a visualizar a própria existência do Criador a partir da constatação da exuberância da criação, do mundo. E de um outro lado age pra fazer o coração dos homens reconhecer, e até mesmo contrariar, que há um jeito certo e um outro errado acerca de como se deve viver a vida. Pois todos os homens seguem como que por instinto a lei interior que tanto os move para o que é correto, como os deixa preocupados com aquilo que fazem de ruim. O entendimento consciente que transforma nossa vida em um constante desafio moral, que é a tal da consciência humana, afinal. Uma compreensão ética existencial que surge lá do interior do homem, segundo o Apóstolo. E que portanto, não vêm de fora, mas ao contrário, faz parte da própria constituição (natureza) da humanidade. Uma sensação que não origina das nossas células, não; mas é então, a nossa própria alma e personalidade espiritual essencial, sim senhor. Tá entendendo? É isso mesmo, o replicante Rob HAUER estava certo! Algo com o qual nem o diretor Ridley Scott ou o autor Philip K Dick sonhavam refletir, a história de Blade Runner bem vislumbrou acerca da incerteza da existência humana. Mas o futuro é melhor que o passado, de verdade. Pois quem esclareceu os pensamentos do Apóstolo Paulo, confirmando assim a existência da alma hoje e uma vida humana espiritual pra sempre, foi o Profeta Jesus. A situação é bastante conhecida e a conversa de Jesus Cristo com o ladrão na cruz é memorável. "Lembre-se de mim quando vier no seu reino", pediu o ladrão. E Jesus simplesmente lhe garantiu tudo, ao logo responder: "Ainda hoje estarás comigo no paraíso." Tá aí uma boa pedida, então, tanto para o humano replicante Harrison FORD, quanto pra você e pra mim. E bom filme!

Comentários

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

OFICINA DO DIABO. Clássico de C. S. Lewis chega ao séc. 21 via Cinema brasileiro, 2025.

C. S. Lewis escreveu o livro de ficção teológica 'Cartas do Inferno' para apresentar a Batalha Espiritual pelas almas da humanidade no cotidiano comum de todos nós. Como bem esclarece o Apóstolo Paulo na Carta aos Efésios, "nós não lutamos contra inimigos de carne e sangue, mas com governantes e autoridades do mundo invisível, contra grandes poderes neste mundo de trevas e contra espíritos malignos nas esferas celestiais." (cap. 6, 12). Essa realidade da existência transcendente dos seres humanos surge no primeiro anúncio bíblico do Evangelho de Jesus, o Messias, quando Deus fala para a serpente as seguintes palavras: "Farei que haja inimizade entre você e a mulher, e entre a sua descendência e o descendente dela. Ele lhe ferirá a cabeça, e você lhe ferirá o calcanhar." (Gênesis, 3.15). O site da produtora traz a seguinte sinopse ao filme "Oficina do Diabo", que se baseia no livro de Lewis: "O demônio Fausto subiu do inferno para ajudar Nata...

REFORMA PROTESTANTE. Teologia e Doutrinas.

Esse texto traz um resumo abreviado com citações, de artigo publicado pelo teólogo protestante Franklin Ferreira, no jornal gazeta do povo, Curitiba PR: 'Os temas centrais da Reforma Protestante'. O teólogo, diretor de seminário e pastor Franklin Ferreira graduou-se em teologia pela Escola Superior de Teologia da Universidade Presbiteriana Mackenzie, tendo pós graduação na Universidade Luterana do Brasil e Mestrado em Teologia pelo Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil, sendo autor de diversos livros, dentre eles; 'A Igreja Cristã na história', 'Contra a Idolatria do Estado', 'O Credo dos Apóstolos'; e publica periodicamente no jornal gazeta do povo. TEXTO. O artigo 'Os temas centrais da Reforma Protestante' foi publicado em 25/10/2021, quando da celebração de 504 anos da Reforma Protestante iniciada no século 16. No dia 31 de outubro de 1517, Martinho Lutero deu publicidade na Igreja do Castelo de Wittenberg, às suas 95 teses do 'De...

O PACTO DO FUTEBOL! Uma Reflexão Cristã.

O 'pacto' que a diretoria do Club Athletico Paranaense buscou fazer com a torcida para livrar o time do rebaixamento nesse campeonato brasileiro de 2024 foi marcado por uma campanha mística estranha. Utilizaram a atmosfera da antiga Baixada do 'caldeirão do diabo', através de um movimento de marketing intenso, sendo algo que tomou forma através de imagens e afirmações fortes beirando a realidade do ocultismo. Não há dúvida que essa proximidade com a realidade maligna de nosso cosmos, demonstra um grande desrespeito dos dirigentes para com o Clube e seus torcedores, além de revelar uma ignorância espiritual dos idealizadores da campanha, embora também possa demonstrar uma pretensa crença de alguns deles, infelizmente. Mas, de que forma os torcedores cristãos do Athletico e os cidadãos brasileiros que carregam consigo valores judaico-cristãos podem avaliar essa campanha de marketing com elementos místicos ao redor de um evento cultural como o futebol, a paixão maior ...