sexta-feira, 21 de julho de 2017

a Espiritualidade SOCIAL da HUMANIDADE, no Cinema: LOGAN

A Espiritualidade de "LOGAN" está na excelência e valor de sua... humanidade. Eis uma das razões que fazem de LOGAN o melhor filme do Mutante Wolverine, com Hugh Jackman! E para superar os filmes anteriores da série, o prodigioso roteirista e diretor James Mangold deve ter se inspirado em "Mad Max: Estrada da Fúria", de George Miller, 2015; e tomara, consiga iluminar "Blade Runner 2049", de Denis Villeneuve, que chega aos cinemas este ano. O importante é assistir LOGAN como o drama sério de gente grande que é, pra não perder nada de sua instigante narrativa relacional. Ao mesmo tempo em que deve-se estar preparado para presenciar uma aventura excepcional e vibrante, como a muito não se vê em filmes de heróis de ficção. Hugh JACKMAN sempre foi Wolverine, mas agora, dá um passo adiante em sua composição artística e consegue existir plenamente em seu personagem. Pois a jornada de LOGAN confunde-se com a história do ator na série, ao unir os sentimentos do mutante e do artista de maneira surpreendente. Se "XMEN" não fosse uma série marcada pela ação e aventura, poderia ter vencido o preconceito da Academia e teria seus atores e diretor indicados ao "Oscar", com reais chances na competição. LOGAN é um filme maduro em sua narrativa dramática e criativo tecnicamente nas cenas de ação. Vale a pena, mesmo, assistir! E voltando ao tema principal, o que a história final de Logan e seus companheiros Mutantes descreve é uma jornada existencial das mais relevantes para todos que almejam viver uma Espiritualidade saudável: a busca de tornar-se uma pessoa humana na amplitude e grandeza do nosso potencial como espécie. Os Mutantes de LOGAN perseguem, e conseguem tornar-se o avô e a filha, o amigo e o cidadão, e, finalmente, o filho e o pai, uns dos outros; e também, de (quase) toda a humanidade em geral. Uma proposta vivencial que, vindo de quem vêm: Mutantes quase só inimigos e menosprezados diante de nós outros, humanos "puros"; nos atinge sensivelmente no espírito, como se fora uma tesoura afiada ali plantada. Certamente que tal reflexão demora pra acontecer. Isso se vier a ocorrer. Mas a boa e primitiva satisfação de adrenalina adquirida ao assistir bons filmes de aventura é aqui substituída por uma sensação inquietante de que algo novo nos foi dito, sim, em alto e bom som. Mesmo que não saibamos precisar bem o que. A realidade é que o desafio aos Mutantes para que assumam sua humanidade tornando-se pessoas sociais em nosso mundo, revela-se um projeto Espiritual de inegável valor interior pra qualquer um. Daí a nossa inquietação, bem mais que só hormonal, com o filme. E mesmo que não dure muito, estou aqui para aproveitar a ideia e remexer tal sensação. Pois os Mutantes de LOGAN desenvolvem sua maturidade existencial espiritual ao mesmo tempo em que nos emocionam e motivam assim que os vemos correr atrás de suas personas humanas sociais. Sejam elas, as familiares e comunitárias, ou ainda, cidadãs e até as humanitárias. Em meio às lutas e dores que vivenciam nesta excelente aventura, os personagens buscam assumir novos sentimentos para suas antigas personalidades. Enquanto vão deixando de lado a força e a vaidade, abraçam por valor a bravura e a dignidade como um princípio de suas novas atitudes pessoais. O que observamos nos Mutantes de LOGAN são experiências de sacrifício e compaixão, generosidade e humildade; todas, sensações e valores normalmente relacionados a uma jornada heroica mais humana do que a de super heróis. A doação pessoal dos XMEN tanto para cuidar de vidas, quanto para com elas se relacionar; torna-se assim, o grande tema vivencial espiritual do filme. E quem muito escreveu sobre o valor e a necessidade de assumirmos, logo e de uma vez, nossas funções sociais mais próximas. Como a de sermos filhos e depois um pai, ser mãe e também vizinhos, colegas de trabalho e cidadãos, e assim por diante; foi o bom e sábio Apóstolo São Paulo. Ele mesmo. Pois o que acontece muitas vezes é que no objetivo de vivermos algo relevante e especial, enquanto experiência espiritual, o que se busca é algo que ocorra além da vida e das pessoas do nosso cotidiano. Ledo engano. Daí a simples e direta afirmação do Apóstolo para que sejamos, sempre, as melhores pessoas que pudermos - dentro do grupo social a que pertencemos. Ou, do que desejamos participar. Somente experimentando pra valer as nossas cotidianas relações sociais, iremos descobrir o real (e melhor) potencial da nossa personalidade, da espiritualidade. Pois o bom desafio espiritual é conseguir amadurecer nossa personalidade interior junto do outro e da sociedade, de quem e do que, somos parte, afinal. E só pra terminar bem, aproveito pra citar a crítica do maravilhoso filme de Frank Darabont, "Um Sonho de Liberdade", 1994, incluída em "O livro do Cinema", Globo Livros, que descreve o que eu gostaria de registrar acerca de LOGAN: "Um filme que trata da vitória do espírito humano sobre a adversidade lida com algo delicado... Frank Darabont consegue o perfeito equilíbrio na direção do filme. Ele enfatiza a humanidade acima da brutalidade...". E assim, igualmente ocorre com James Mangold na direção de LOGAN, 2017.

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