quinta-feira, 14 de outubro de 2021

A TRINDADE DE PESSOAS DO ÚNICO DEUS Pai, Filho e Espírito Santo, nas INSTITUTAS de Calvino, 2021

A obra teológica “Institutas” do reformador protestante João Calvino contém uma explicação completa do conhecimento de Deus segundo o Cristianismo. Esse texto utiliza um resumo das “Institutas” de Calvino no objetivo de comunicar seu pensamento teológico através de breves devocionais. TÓPICO 12: DEUS É DISTINGUIDO DOS ÍDOLOS, A FIM DE QUE O CULTO SEJA PRESTADO SOMENTE A ELE. “Já dissemos que o conhecer a Deus não pode consistir em vã especulação, mas sim implica em adoração ao Deus a quem conhecemos (...) , repito que quando as Escrituras asseveram que há um só Deus, e somente um, elas não estão argumentando em prol do mero nome, e sim, ordenam que nenhuma parte da honra que pertence a Deus seja dada a outro. Nisto vemos quanto a religião pura difere da superstição.” A verdadeira religião será sempre corrompida se agirmos com falsidade e pelo erro, pois “qualquer licença que tomemos no culto, devido a um zelo apressado e sem consideração, é de natureza supersticiosa.” De pouco adianta reconhecer as nossas faltas neste assunto, e ainda assim, escolher ignorar o fato de que estas atitudes nos afastam de Deus. Além de não ensinarem nada de bom, acerca de como se deve adorar ao único Deus verdadeiro. A questão principal é que Deus reafirma os seus direitos de ser a única Majestade dos céus, e revela o seu zelo com esta verdade, através de sua disposição de punir a todos que O confundem com ídolos. Ao mesmo tempo, Ele mesmo define o modo correto em que os homens devem oferecer-lhe um culto legítimo. Pois as ordenanças divinas também tem o propósito de nos desviar de celebrar uma adoração desvirtuada e corrompida. A superstição adota alguns subterfúgios para seguir os deuses falsos, embora procure conservar a aparência de que está servindo ao Deus verdadeiro; pois “concede-Lhe o lugar mais alto, e O cerca com uma multidão de deuses menores, entre os quais distribui suas prerrogativas e atributos; e, assim, com dissimulação astuciosa, a glória da divindade, que deve ser reservada somente para Deus, é mutilada e dispersada.” Foi através desse argumento e utilizando essas ideias que alguns idólatras compartilharam os poderes do Altíssimo com o maioral dos deuses dos homens, na antiguidade. É dentro desse contexto e pensamentos que se aplicam e são utilizadas as expressões “latria (adoração), e dulia (serviço), fazendo uma distinção que os libera para transferir as honras divinas." No entanto, ambos estes termos são usados sem esse tipo de distinção e diferenciação nas Escrituras Sagradas. "Ademais, todos devem reconhecer que o serviço é algo mais do que a adoração; e é uma distinção imprópria prestar aos santos aquilo que é maior, e a Deus aquilo que é menor.” Desta forma, Paulo condena os cristãos da Galácia por servirem a ídolos que sequer eram deuses, algo que faz o apóstolo denominar tal atitude, como sendo uma vã adoração. (Gálatas 4.8). O próprio Senhor Jesus Cristo foi contra o uso de tal distinção, pois respondeu prontamente ao tentador: “Adorarás o Senhor teu Deus, e só a Ele servirás.” Sendo que até o Apóstolo João foi reprovado por oferecer uma servidão indevida a um anjo, posto que tal reverência deveria ser dedicada somente para com Deus. Eu até entendo que existe um certo tipo de honra que foi prestada a alguns homens na história, mas somente, como uma obediência cívica e cidadã. Observe que Pedro também proíbe Cornélio de se prostrar diante dele, pois tal postura é orientada somente para ser dedicada à Pessoa de Deus, e a ninguém mais. “Se, portanto, desejamos ter um só Deus, e somente um, lembremo-nos que não deve ser roubado da mínima partícula da Sua glória.” TÓPICO 13 (parte 1): AS ESCRITURAS ENSINAM QUE A ESSÊNCIA (OU SEJA, O SER) DE DEUS É UNA, E QUE CONTÉM TRÊS PESSOAS. "As Escrituras nos informam que Deus é um Ser infinito e que Ele é Espírito." Porém, um antigo teólogo confundiu bastante a natureza do Ser divino, "ao dizer que tudo quanto vemos e tudo quanto não vemos é Deus." Esse engano é um dos motivos pelos quais Deus fala pouco sobre a sua Pessoa, revelando-nos somente algo acerca da sua grandeza, para que não procuremos medi-lo com nossas próprias mãos. Por isso mesmo, Deus está sempre esclarecendo para toda a humanidade que Ele é "Espírito", a fim de que não procuremos compreende-lo a partir do que é terreno e físico. O Senhor também afirma que Ele habita nos céus para elevar os nossos pensamentos acerca d´Ele, ainda que muitos homens tenham "pensamentos antropomórficos acerca de Deus; ou seja, atribuem a Ele uma forma humana porque as Escrituras falam d´Ele como tendo boca, olhos, mãos e pés." No entanto, essas expressões não representam a Deus, pois o objetivo delas é tratar da nossa dificuldade para compreender a natureza divina; sendo que o motivo para que sejam utilizados estes termos “humanos” é o de procurar revelar algum conhecimento válido sobre a Pessoa de Deus, que nos seja possível entender. "Mas há outra característica especial por meio da qual Deus Se faz mais distintamente conhecido a nós. Ele não somente nos diz que é Uno, mas sim que três pessoas devem ser conhecidas e distinguidas n`Ele." Preste atenção, pois este conhecimento é fundamental para todo aquele que deseja realmente conhecer o Deus verdadeiro! Pois, "quando o autor sagrado chama Cristo de a expressa imagem da pessoa do Pai, sem dúvida atribui ao Pai uma certa subsistência na qual é diferente do Filho - se posso assim traduzir a palavra grega hypostasis empregada em Hebreus 1.3." Sim, pois o escritor não fala neste texto da essência de Deus! - que é uma essência indivisível, sendo algo que tanto o Pai como o Filho têm completamente em si mesmos. O que ele deseja ensinar é que "visto que o Pai se expressou completamente no Filho, diz-se muito corretamente que o Filho é a expressa imagem da pessoa do Pai." Portanto, o texto bíblico indica que há uma essência "particular" de Deus Pai que resplandesce completamente na pessoa do Filho, dando a entender, ainda, que há uma outra "essência" particular (peculiar) no Filho, que igualmente o torna uma Pessoa distinta do Pai. "O mesmo argumento se aplica ao Espírito Santo, que é Deus, mas mesmo assim deve ser distinguido do Pai. Neste sentido, temos recebido o testemunho das Escrituras de que há três pessoas (hipóstases) em Deus." Alguns desprezam o uso da expressão "pessoas" para diferenciar as três personalidades do único Deus, posto que tal termo não está nas Escrituras. "Mas como pode ser ilícito explicar em palavras mais claras aquelas passagens das Escrituras que, para nossa compreensão, são difíceis e obscuras?" Afinal, alguns homens tementes foram convocados na história para apresentar com precisão e clareza nossa crença cristã, no objetivo de que homens maus não continuassem causando confusão. Observe que o homem Ário, por um lado, afirmava que Cristo era Deus e Filho de Deus, e de outro lado, também negava a sua eternidade, declarando que havia sido criado junto de outras criaturas. Daí a necessidade de esclarecer que o Filho é da mesma essência do Pai! Outro a falar deste tema foi Sabélio, que declarou que os termos Pai, Filho e Espírito Santo são somente maneiras distintas de expressar os atributos diferentes de Deus; pois, "ele mantinha que o Pai era o Filho, e o Espírito era o Pai, sem ordem ou distinção." Portanto, por causa destes enganos, entendemos que foi necessário definir que há três pessoas distintas em Deus, e que na unidade de Deus há uma trindade de pessoas. É importante saber que a expressão "pessoa" deseja definir o que é peculiar e particular à uma das pessoas divinas, diante das outras duas pessoas. "E com a palavra "subsistência" quero dizer alguma coisa diferente da "essência" ou do "Ser". Pois, se o Verbo fosse simplesmente Deus, e nada de particular tivesse em Si, João não poderia ter dito que "o Verbo estava com Deus." Ao mesmo tempo, ao dizer que, "e o Verbo era Deus", ele conduz os nossos pensamentos de volta à unidade da essência divina." "Concluímos, portanto, que quando a palavra "Deus" é usada de modo simples e indefinida, ela pertence ao Filho e ao Espírito tão verdadeiramente quanto pertence ao Pai." E quando o Pai é colocado ao lado do Filho, ao falar que o ama ou que o enviou ao mundo, cada pessoa divina se torna distinta em sua subsistência pessoal, diante da outra pessoa. "Agora passarei a dar provas da Deidade do Filho e do Espírito Santo." Observe que ao ler nas Escrituras algo acerca da "Palavra de Deus", não somos simplesmente informados de que Deus declarou algo, mas sim, que se trata daquela eterna Sabedoria que “está” com Deus! Ora, veja que aprendemos nos escritos de Pedro (1 Pd 1.11) que tanto os profetas antigos quanto os apóstolos falavam pelo "mesmo" Espírito de Cristo. E como o Cristo de Deus, conforme o vimos, ainda não havia sido manifestado ao mundo na época dos profetas, eis que entendemos que Pedro utilizava a palavra Cristo para designar o Verbo eterno do Pai. Uma realidade que Moisés observou desde o momento da criação; "pois atribui à Palavra uma participação na Criação ao dizer expressamente que Deus “disse” em todas as suas obras: haja isto ou haja aquilo." Os Apóstolos interpretam as Escrituras ensinando que o mundo foi feito pelo Filho (Hb 1.2), igualmente ao que Salomão (Pv 8.22) e o próprio Cristo afirmam: "Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também." (Jo 5.17). No princípio de seu evangelho, João "claramente demonstra como Deus, ao falar, criou o mundo"; enquanto também ensina que o Verbo é a causa primária de tudo que existe, sendo eterno Deus como o Pai, mas também distinto na pessoa de Deus Filho. "Seria bom dar aqui uns testemunhos bíblicos à divindade de Cristo." O Salmo 45 afirma: "Teu trono, ó Deus, permanece para todo o sempre." Em Isaías, o Cristo é "Deus forte, Pai da eternidade, Príncipe da Paz" e o Emanuel: "Deus conosco". Em Jeremias 23.6, lemos: "E este será seu nome: "O Senhor é nossa justiça." Observe que "é especialmente digno de nota que as predições no Velho Testamento sobre os atos de Deus são consideradas pelos apóstolos como tendo sido cumpridas em Cristo... (enquanto que) Isaías disse que o Senhor dos Exércitos seria uma pedra de tropeço para Judá e Israel"; sendo que Paulo afirma que esta sentença foi cumprida na Pessoa de Cristo, diante de quem iremos comparecer no tribunal divino, conforme Romanos 14.10-11. O evangelista João testifica que a glória de Jeová vista por Isaías era a glória do próprio Cristo (cap. 6). O próprio Tomé adorou a Cristo com estas palavras: "Senhor meu e Deus meu!" Saibam que todos os milagres de Jesus são uma prova de sua divindade, pois os praticava a partir de um poder inerente em si mesmo, ao contrário dos apóstolos. TÓPICO 13 (parte 2): AS ESCRITURAS ENSINAM QUE A ESSÊNCIA (OU SEJA, O SER) DE DEUS É UNA, E QUE CONTÉM TRÊS PESSOAS. (parte 2). “No princípio, Deus criou os céus e a terra. A terra era sem forma e vazia, a escuridão cobria as águas profundas, e o Espírito de Deus se movia sobre a superfície das águas.” (Gênesis 1.1-2). João Calvino destaca a importância do conhecimento de Deus, conforme foi revelado nas Escrituras, pois, "nas mesmas fontes documentárias devemos procurar a prova da Deidade do Espírito Santo." Afinal, Moisés começou a apresentar esta verdade já nos primeiros registros da criação, ao dizer que o Espírito de Deus pairava sobre as águas, ocasião em que Ele manifestava o seu poder sobre o caos. E há um outro testemunho como este, que nos foi dado pelo Profeta Isaías, ao dizer: "Agora, o Senhor Soberano e seu Espírito me enviaram com esta mensagem..."; a fim de enaltecer a presença do Espírito na autoridade dada aos Profetas, evidenciando a majestade divina de sua Pessoa. Mas, penso que a melhor confirmação desta verdade ocorre em nossa experiência como cristãos, ao reconhecer os atributos santos da divindade presentes na Pessoa do Espírito, sabendo que Ele está em todos os lugares, nos sustenta e traz vida, enquanto nos renova para uma vida incorruptível. "Ora, as Escrituras nos ensinam em muitos lugares que por uma energia que não Lhe foi emprestada, e sim que pertence a Ele mesmo - Ele é o Autor da regeneração. E não somente da regeneração, mas também da futura imortalidade." Observe que é o próprio Espírito Santo que nos capacita para que sejamos sábios e tenhamos eficácia em nossas palavras, sendo que estes poderes pertencem ao Deus Jeová; pois, "vêm d´Ele o poder, a santificação, a verdade, a graça e toda bênção concebível."; conforme as orientações dadas por Paulo, que atribuem ao Espírito todo poder, a fim de esclarecer que Ele é uma pessoa divina: "Tudo isso é distribuído pelo mesmo e único Espírito, que concede o que deseja a cada um." (1 Co 12.11). Sobre o conhecimento da divindade do Espírito Santo, devemos meditar em "um testemunho que requer atenção especial": Paulo declara que nós somos o templo de Deus, sendo que a ocorrência desta promessa decorre da profecia de que receberíamos o Espírito em nossas vidas. Conforme a explicação de Agostinho: "Se tivéssemos sido ordenados a edificar um templo de madeira e de pedra para honrar o Espírito, essa teria sido prova clara da Sua Deidade: quanto mais clara então, a prova que diz que não devemos edificar, mas sim, ser o templo d´Ele! E o Apóstolo Paulo diz num lugar que somos templo do Espírito Santo, com o mesmo significado. Além disso, quando Pedro repreende Ananias por ter mentido ao Espírito Santo, acrescenta: "Não mentiste aos homens, mas a Deus". (At 5.3-4). Observe que o Autor das profecias é o Senhor Jeová, sendo reconhecido desta forma pelos profetas como o “Senhor dos Exércitos”, ao mesmo tempo em que Ele é confirmado por Cristo e pelos Apóstolos, como sendo igualmente o Espírito Santo. A majestade divina do Espírito também se torna conhecida quando entendemos que Ele é tomado por tristeza, diante da rebeldia do povo (Isaías 63.10), e pelo fato de que os pecados cometidos contra Ele devem ser considerados como uma blasfêmia sem perdão, segundo as escrituras; (Mateus 12.31; Marcos 3.29, e Lucas 12.10). Sobre os testemunhos da Palavra de Deus acerca da divindade da Trindade, observamos que "quando Cristo veio ao mundo, Deus Se revelou mais claramente do que nunca e, portanto, ficou sendo mais intimamente conhecido a nós no que diz respeito às Suas três pessoas. E dentre as muitas passagens relevantes no Novo Testamento, bastará uma, (Efésios 4.5): "Há um só Senhor, uma só fé, um só batismo, um só Deus e Pai de todos, o qual está sobre todos, em todos, e vive por meio de todos.". O argumento apresentado neste texto é muito claro, e podemos perceber isso da seguinte forma: "visto haver uma só fé, pode haver um só Deus; e visto haver um só batismo, pode haver uma só fé." Eis a razão porque devemos ser batizados no Nome do único Deus verdadeiro, o qual, conforme Cristo ordenou, será em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. As Escrituras ensinam a distinção entre as três pessoas da Trindade, sendo que a revelação desse mistério deve nos causar grande temor, nas palavras de Gregório de Nazianzo: "Logo que contemplo um, estou cercado pela glória dos três; logo que meus pensamentos distinguem os três, são levados de volta ao um." Portanto, devemos saber que ao reconhecer a Trindade, nós honramos de forma devida a unidade do Deus único, pois o ensino das Escrituras indica que há uma distinção sem divisão, entre Eles. O Verbo estava com Deus e desfrutou de Sua glória porque era distinto d´Ele. O Pai igualmente criou todas as coisas pelo Verbo porque é distinto d´Ele, sendo que não foi o Pai que desceu ao mundo, morreu e ressuscitou; mas sim, aquele que foi enviado pelo Pai, o Filho. E ainda, "Cristo infere que há uma distinção entre o Espírito e o Pai, ao dizer que o Espírito procede do Pai; e distingue o Espírito de Si mesmo ao chamá-LO "outro"; quando diz: "O Pai vos dará outro consolador". Não pretendo tratar desse mistério através de ilustrações naturais, ao mesmo tempo em que não posso me calar sobre uma distinção tão clara, conforme foi dada nas Escrituras. "É da seguinte natureza: ao Pai é atribuído o começo da operação, a fonte e origem de todas as coisas; ao Filho, a sabedoria e o conselho, a dispensação de todo o governo; ao Espírito, o poder e a eficácia demonstrados na ação." E ainda que as três Pessoas sejam igualmente eternas, como o único Deus é eterno; "no entanto, a observância de uma certa ordem em falar das pessoas divinas não é vã nem supérflua: o Pai é assim considerado o primeiro, o Filho é da parte do Pai, e o Espírito é da parte de ambos. Nossa mente pensa instintivamente em Deus como sendo o primeiro, e depois, da Sua Sabedoria que procede da parte d´Ele, e finalmente, do poder do Espírito pelo qual os decretos do Seu conselho são executados. (...) Em nenhum lugar é isto mais claramente apresentado do que no cap. 8 de Romanos, onde o mesmo Espírito é primeiramente chamado o Espírito de Cristo, e depois, o Espírito d´Aquele que ressuscitou Cristo dentre os mortos." Pedro confirma esse entendimento para nós, pois esclarece que os Profetas falaram pelo Espírito de Cristo, enquanto as Escrituras ensinam que foi pelo Espírito de Deus Pai que eles falaram; o que nos faz compreender que todos Eles são igualmente Um! Segundo Agostinho: "Cristo, quando considerado somente em relação a Si mesmo, é chamado Deus; em relação ao Pai, é chamado o Filho. E, outra vez, o Pai, considerado em Si mesmo, é chamado Deus; com respeito ao filho, é chamado o Pai. O Pai não é o Filho, e o Filho não é o Pai, mas o Pai e o Filho são o mesmo Deus." Observe que "esta distinção entre as pessoas, em vez de ser oposta à unidade da essência divina fornece uma prova disso. A unicidade do Filho com o Pai aparece nisto: que Eles têm um só Espírito; e o Espírito não pode ser algo diferente do Pai e do Filho por esta mesma razão, que Ele é o Espírito do Pai e do Filho. De fato, em cada pessoa está a Deidade inteira, ao mesmo tempo que cada uma tem Sua própria personalidade distinta." Portanto, é necessário declarar com sobriedade que cremos num só Deus: "único e indiviso, em quem há três pessoas; e, portanto, quando usamos o vocábulo "Deus" de modo indefinido, queremos dizer o Filho e o Espírito tanto quanto o Pai." E para respeitar à ordem dada na revelação acerca da Trindade divina, devemos utilizar a palavra “Deus” somente para a pessoa do Pai, quando o citamos junto da pessoa do Filho, como quando dizemos: o Filho de Deus e o Espírito de Deus. Pois, quando honramos esta ordem das Pessoas de forma correta, nós também reverenciamos a essência Única de Deus, ao mesmo tempo em que não desprezamos a Divindade do Filho e do Espírito Santo. REFERÊNCIAS: CALVINO, João. AS INSTITUTAS DA RELIGIÃO CRISTÃ, Editora Cultura Cristã, SP, 2006. WILES, J. P. Ensino sobre o Cristianismo – uma edição abreviada de AS INSTITUTAS DA RELIGIÃO CRISTÃ, Publicações Evangélicas Selecionadas, São Paulo/SP. (pgs 51 a 71 do Resumo das Institutas de J P Wiles). AUTOR: Ivan Santos Rüppell Jr. Teólogo, Cientista da religião e Ministro da Igreja Presbiteriana do Brasil.

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