segunda-feira, 30 de outubro de 2023

APOLOGÉTICA, Texto 4. Seminário Presbiteriano do sul extensão Curitiba, 2023.

Esse texto tem objetivo didático de orientação para a disciplina Apologética do Curso de Teologia do Seminário Presbiteriano do Sul - extensão Curitiba. O texto contém resumos e citações longas, de diversos livros e obras, devendo ser utilizado somente como apoio do estudo da disciplina. Professor Ivan Santos Rüppell Jr, 2024. Do livro "Ensaios apologéticos": Parte 4. Desafios filosóficos e culturais à fé cristã. Cap. 14. O DESAFIO DO PÓS-MODERNISMO. O autor Brian Mclaren escreveu o livro "A New Kind of Christian" (Um novo tipo de cristão) buscando valorizar duas virtudes cristãs fundamentais neste séc. 21, que são a "ênfase na verdade objetiva e no engajamento apologético tradicional". O desejo do autor e também de diversos livros e artigos deste mesmo tema, busca enfrentar as influências pós-modernas na teologia e cultura atuais, posto que há "pouco reconhecimento sobre a natureza profundamente anti-bíblica e irracional do pós-modernismo, assim como sobre a ameaça que representa à articulação e à defesa da fé cristã", especialmente porque há bom número de pensadores que entendem que a igreja deveria seguir na mesma direção da cultura vigente "(mais pluralista, menos idealista e menos tolerante em relação às verdades absolutas)". (p. 281/82, 2006). Neste sentido, é preciso entender o modo em que "o pós-modernismo representa um grande desafio à missão da apologética cristã, em especial, por causa de suas visões em relação à verdade, à racionalidade e à linguagem". Tradicionalmente os que defendem a cosmovisão cristã explicam que essa compreensão da realidade é "objetivamente verdadeira e racional" posto que a Bíblia assim revela seus conceitos, bem como o padrão literário bíblico também surge a partir de "uma revelação verdadeira e racional na forma linguística", conforme Isaías 1,18; 1Pe 3.15; Jd 3; 2Tm 3.16-17), de forma que a "apologética esforça-se para mostrar que a verdade bíblica pode ser reconhecida como verdadeira e que é capaz de sobreviver e prosperar mesmo sob intenso ataque intelectual". (p. 282). O confronto aberto pós-moderno entre os valores culturais seculares que estão sendo defendidos e os princípios cristãos surge da diferença de fundamentos, já que os "pós-modernistas rejeitam as noções de verdade absoluta e de racionalidade efetiva, assim como a noção de que a linguagem pode comunicar, de maneira clara, assuntos de significado supremo", sendo tarefa da apologética o tratamento deste debate. (p. 282). Numa perspectiva ampla sobre o que deve-se anotar acerca dos princípios pós-modernistas, sabe-se que o mesmo "sustenta que a verdade é determinada por várias construções sociais que são legadas por diferentes propósitos. Várias culturas possuem seus "jogos de linguagem", os quais descrevem a realidade de maneiras muito diferentes". (p. 283). Algumas declarações pós-modernistas e seus autores dão o tom do confronto de princípios, como afirmar que definir uma verdade objetiva é assumir uma metanarrativa, a qual é "opressiva e exploradora" (Jean François Lyotard). Jacques Derrida entende que conteúdos religiosos não carregam sentido objetivo em suas declarações, de modo que não devem ser entendidos nem como falsos, nem como verdadeiros. Para Michel Foucault, qualquer declaração sobre a "verdade" é apenas a manifestação do modo como as "estruturas de poder definem "verdade". "A destruição pós-modernista da racionalidade e da verdade objetiva resume-se a isto: a verdade não reside em declarações que correspondem à realidade (...) A verdade é apenas uma questão de perspectiva; é algo que os indivíduos e comunidades edificam primariamente por meio da linguagem". Devemos observar que se estes pensamentos pós-modernos forem assumidos, então a "verdade objetiva" está cancelada, restando a verdade particular ou peculiar que "dissolve-se nos grupos étnicos, nas comunidades, nos gêneros, nos relacionamentos de poder e outros fatores de contingência". (p. 283/84). A proposta de se definir e estabelecer uma verdade absoluta é entendida como um valor fracassado dos iluministas, conforme assim foi entendido e desprezado por Friedrich Nietzsche. A oposição aos pós-modernistas surge de pensadores que valorizam as teorias de conhecimento da verdade, as quais defendem a "correspondência" entre o que se afirma e se argumenta, conforme Norman L Geisler: "Pode haver maneiras distintas de defender diferentes alegações de verdade, mas há, de fato, apenas uma maneira adequada de definir a verdade, isto é, por correspondência". De modo que filósofos do oriente e ocidente tem buscado empreender reflexões "dentro de uma estrutura lógica básica, que eles não consideram como culturalmente contingente". (p. 284). A LÓGICA DA VERDADE. "A lógica da verdade é a lógica da lei da não-contradição. Primeiramente codificada, porém não inventada por Aristóteles, essa lei afirma: "Nada pode ser e não ser, ao mesmo tempo, em relação a um mesmo aspecto". Usando exemplos da teologia, Jesus não pode ser ao mesmo tempo um homem sem pecados e um homem pecador, enquanto que ao dizer que há somente um Deus, não se poderá falar que há também muitos deuses. "Esse princípio lógico não é exclusivo do cristianismo. É uma verdade de toda a criação, e de como Deus nos ordenou a pensar", sendo importante destacar que a fé cristã não requer que seus defensores desprezem esse padrão lógico, ao contrário. "Deus é coerente e não pode mentir (Hb 6.18)", de modo que Deus também não pode negar que existe ou que não seja verdadeiro, sendo que Deus também não faz algo que se possa considerar verdadeiro e falso ao mesmo tempo. Observe que, "a lei da não-contradição combinada com a especifidade da verdade cristã e os altos envolvidos na escolha de acreditar em Cristo significam que a verdade para o cristão é confrontativa", assim como quando o Apóstolo Paulo tomou posição contrária sobre a idolatria de Atenas, ficando indignado e vindo a debater o tema na sinagoga diante de gregos e judeus (Atos 17.17). (p. 285/86). A confusão de pensamentos e avaliações que cresce no mundo pós-moderno que as acolhe de modo natural, é combatida pelos cristãos quando estes defendem "a fé de uma vez por todas confiada aos santos". Há outros valores de raciocínio que valorizam a lógica, como quando a "lei do meio excluído utiliza o mesmo critério essencial que a lei da não-contradição, ou seja, de que nenhuma proposição e sua negação podem ser verdadeiras ao mesmo tempo. Javé é o Senhor ou não é. Não há opção intermediária", sendo algo assumido por Jesus ao advertir que não se pode seguir a dois senhores, já que o homem irá se dedicar somente a um deles (Mt. 6.24). (p. 286/87). A VISÃO BÍBLICA DA VERDADE. "A fim de reprimir de forma eficiente os ataques do pós-modernismo acerca da verdade, o apologista cristão deveria se apropriar da compreensão bíblica sobre a verdade. As Escrituras utilizam as palavras gregas e hebraicas para verdade e suas derivações de maneira abundante e sem qualquer embaraço". (p. 287). O termo hebraico 'emet' carrega a ideia de suporte e estabilidade, surgindo daí o entendimento da verdade como algo fiel e conforme ao fato. "O termo hebraico 'emet' pode também representar "aquilo que está de conformidade com a verdade, em contraste com qualquer coisa que é falsa ou enganosa", como nas seguintes passagens: Is 43,9; 13.14; 17.4; Pv 8.7; Jr 9.5; Dn 10.1; Dn 8.26; Zc 7.9 e Jr. 4.2. (p. 287/88). "Tanto o Antigo quanto o Novo Testamento delineiam um contraste claro entre a verdade e a mentira". O apóstolo João fala que é preciso perceber a presença do Espírito da verdade diante do espírito do erro, enquanto Paulo afirma que os "que negam a realidade de Deus existente por trás da criação 'suprimem a verdade pela injustiça' (Rm 1.18)", e Jesus mesmo disse para Pilatos que veio ao mundo para dar testemunho da verdade, e que todos que fossem desta realidade iriam ouvi-lo. "Esse conceito bíblico de verdade significando fidelidade ao fato objetivo também envolve as afirmações de que a verdade revelada por Deus é igualmente absoluta. É invariável e sem exceção ou isenção. Tampouco é relativa, mutável ou passível de revisão", sendo que o texto fundamental sobre o "absolutismo da verdade" foi declarado por Jesus, em João 14.6. (P. 288/89). Os cristãos não pretendem ter conhecimento absoluto sobre Deus, no entanto, a comunicação do Evangelho traz consigo verdades absolutas dadas por Deus aos homens acerca da realidade, sendo possível conhecer esta verdade e anuncia-la pela graça de Deus em nós, inclusive, "ao contrário dos pós-modernistas, a metanarrativa bíblica não conduz à opressão e à arrogância, pois está centrada na revelação de um Deus que é bondoso, amoroso e santo, que comissionou Seu povo a comunicar as verdades absolutas do evangelho, em humildade e amor". (p. 289). "A compreensão de verdade encontrada no Novo Testamento grego é coerente com o que vemos nas Escrituras hebraicas. No Novo Testamento, a palavra grega aletheia e suas derivações mantêm a ideia de "conformidade com o fato", expressa pelo termo hebraico emet. De acordo com Nicole, "a ênfase primária do Novo Testamento é claramente sobre a verdade em conformidade com a realidade e em oposição a mentiras e erros". (p. 288/289). A verdade anunciada por Deus aos homens é universal, com sua compreensão e validade sendo atemporais para todo e qualquer lugar, sendo que o anúncio do evangelho e da moralidade e justiça de Deus "não são limitadas ou restritas por condições culturais", conforme os discursos de Pedro e Paulo, em At 4.12, 1 Tm 2.5,6 e Atos 17. 30. "Deveria ser evidente que a visão bíblica da verdade colide frontalmente com as noções pós-modernistas em relação à construção social da realidade e a relatividade da verdade. Nicole conclui que "a visão bíblica da verdade (emet-aletheia) é como uma corda formada pelo entrelaçamento de muitos fios"; ela "envolve realidade, fidelidade e integralidade". A verdade cristã não é um elemento cultural dado a judeus ou aos cristãos da igreja do primeiro século, mas sim, é a própria "verdade de Deus que fala somente a verdade às Suas criaturas e espera que elas vivam de acordo com essa verdade". (p. 290). OS MILAGRES DE JESUS. "Não se espera que os milagres aconteçam." (p. 191, Craig Lane, 2006). "Qualquer discussão sobre milagres precisa começar pelo reconhecimento de que os milagres são eventos que desafiam a explicação natural. Caso contrário, nada extraordinário pode advir deles". Assim, "de forma cristalina, alguém que crê em milagres está comprometido com sua possibilidade e realidade...". Nesse contexto, não se pode ignorar que especialmente fora, mas inclusive dentro do círculo cristão, a modernidade viu surgir esclarecimentos e posições que vieram a diminuir o impacto e possibilidade da ocorrência de milagres na religião, o que de alguma forma se tornou uma proposição válida até para o cristianismo em geral, acerca do tempo posterior ao apostólico como um período sem milagres. (p. 192). Agora, especialmente "para os cristãos, os milagres constituem um aspecto especialmente importante da religião." De forma geral, assim como no cristianismo, e especialmente nos fundamentos de outras religiões, os milagres tem duas abordagens genéricas, como a de que são realizados por seus fundadores ou profetas, e de que ocorrem como uma bênção na vida dos seguidores da religião. (p. 193). No entanto, "o Cristianismo oferece milagres como demonstrações das afirmações de Cristo (Jo. 20.30,31) e como possíveis respostas às orações... mas (ainda) milagres são ainda mais cruciais no Antigo e Novo Testamentos. A própria natureza da religião depende da ocorrência de certos eventos miraculosos". Em grande parte das religiões o ensino e orientação são os fundamentos de sua vivência, no entanto, "o cristianismo é fundamentado no miraculoso evento da ressurreição de Cristo... o cristianismo não é baseado somente nos ensinos de Cristo (como o são as religiões de Buda e Maomé), mas também no que Ele realizou, e, neste quesito, seus milagres, particularmente a ressurreição, assumem uma posição central. Assim, para o cristianismo, a discussão sobre a realidade dos milagres não é como caminhar sobre uma tangente; ela alcança a própria força vital da religião." (p. 194). OPOSIÇÃO. A comum atitude de incredulidade acerca dos milagres pode ser considerada uma posição racional positiva da humanidade. Porém, se o ceticismo for universal o que irá ocorrer é que milagres devidamente documentados não serão creditados corretamente. Há três posições mais comuns adotadas pelos que não creêm em milagres: O naturalista. O ateu que não acredita em Deus nega o sobrenatural, e de certa forma, são naturalistas os que negam qualquer milagre, seja de Deus e anjos, e espíritos. O deísta. O deísta aceita a ideia de Deus mas não concorda que Deus atue ou intervenha na realidade do nosso mundo, porque Deus mesmo definiu que seria assim o seu governo na história. O sobrenaturalista. Os pantéistas acreditam que a própria realidade do mundo é deus ou é espiritual, e assim qualquer intervenção que pudesse ser considerada um milagre, é entendida como natural e proveniente da nossa realidade comum. "A seu modo, cada um desses três tipos de pessoas reagirá contra a validade dos milagres reivindicados no cristianismo; como grupo, eu os rotularei de "céticos". (p. 196). Análise. "Como já sugerimos no início deste capítulo, uma grande tentação para o crente comtemporâneo é defender os milagres fazendo com que não pareçam tão miraculosos assim". (p. 196). Na busca por receber interesse do cético, o cristão acaba tornando o milagre em uma ocorrência razoável, para que seja plausível ao cético. Isto é um engano, até porque um cético não precisa ser convencido da ocorrência de situações incomuns, mas sim, "precisa compreender que algumas vezes os eventos são tão extraordinários que nos dão a convicção de que somente Deus poderia realizá-los". (p. 197). Observe que é comum os próprios cristãos apresentarem a história de Jonas que ficou três dias no estômago da baleia com algum ceticismo, pra quem sabe, conseguir manter algo da história plaúsivel aos que irão ouvi-la. Um crítico do sobrenatural entende que não deve prestar atenção nesta história porque obviamente é uma ficção, posto que é psicológica e fisicamente impossível um homem sobrevivrer três dias na barriga de uma baleia, como pensa Robert Pfeiffer, que define que essa história ataca a realidade natural que ele conhece. Neste sentido, o autor pontua: "Meu ponto é este: não creio que a questão da plausibilidade da história de Jonas é aumentada com a tentativa de torná-la mais parecida com um evento natural. Toda a história enfatiza a ideia de que foi Deus que enviou o peixe, foi Deus que preservou Jonas no interior do animal por três dias, e foi Ele que levou o peixe a expelir Jonas após esse périodo". Desta forma, o cristão não irá ganhar nada em tornar essa história mais "natural" para o cético, para que esse acontecimento pareça com algum evento conhecido em que Deus não agiu diretamente. "Não há necessidade de o crédulo ser um facilitador para a inclinação usual do cético contra o sobrenatural". (p. 198). "Talvez o argumento contrário à realidade dos milagres mais conhecido provenha do filósofo escocês David Hume". Segundo ele, "mesmo se milagres pudessem, em teoria, ocorrer, não poderíamos saber racionalmente que isso aconteceu... seu ponto era que pessoas racionais não deveriam crer porque as evidências a favor jamais poderiam ser suficientes". (p. 203). Pense na situação em que você conta a um amigo que seu animal de estimação falou com você e lhe disse o que ele desejava comer no jantar, e a partir daí temos aquele tipo de história que vira "piada" pra todos que ouvem, seja porque é uma grande mentira, seja por eu ter alucinações, e por aí vai. Agora, o ponto a ser observado é que qualquer "explicação" que procure entender o que está acontecendo e apresentar o fato de modo compreensível, como dizer que o meu vizinho vestiu uma fantasia de cachorro e falou comigo, bem, trata-se de uma versão pior do que a anterior. "Uma pessoa racional irá pesar a probalidade das várias alternativas e escolherá a que se mostrar menos esdruxúla. Era isso que Hume queria que compreêndessemos". (p. 204). Toda a questão se resume ao que é mais provável, sendo algo que será analisado pelos ouvintes. Neste sentido, o princípio de Hume é de que sempre que alguém nos anuncia um milagre, devemos analisar na "escala de probabilidades; (e aí) as leis da natureza sempre vencerão...". (p. 204). "Em geral, o que as pessoas fariam se fossem confrontadas com a alegação de que um milagre, em particular, ocorreu? (...) É necessário haver certo tipo de expectativa racional de que o evento em questão deveria ser considerado um milagre. Essa presunção inicial separaria o evento de ocorrências não miraculosas". Tendo o exemplo de um homem que cai de um barco na água e afunda, que é algo comum, e o exemplo de um homem que sai andando pelas águas, algo que, no caso, deveria suscitar que uma das possibilidades do testemunho é de que houve um milagre. Nessa reflexão, analisamos: "Em geral, os escritores sobre esse assunto dividem os milagres em duas categorias que, com frequência, passam a ter nomes distintos: Categoria 1.: violação, anulação ou milagres de primeira ordem. Esses são eventos em que a natureza básica é desafiada (...) Categoria 2: configuração, contingência, constelação ou milagres de segunda ordem". Estes são eventos que não parecem milagres, mas sua ocorrência ocorre numa escala de fatos que desafia o que é provável e portanto, nega as leis da natureza. Observe que a avaliação que deve-se buscar de uma situação narrada como milagre é de que a percepção do "evento em questão deve ocorrer em um quadro diretamente direcionado ao sobrenatural (...) devemos olhar um evento de tal forma que pessoas racionais se sintam compelidas a concluir que, em oposição a suas expectativas normais, ali está um milagre genuino. (...) Há inúmeros casos nos quais crédulos discordam quanto à veracidade de um milagre. No entanto, tal ambiguidade não significa que seja impossível reconhecer um milagre". Exemplo: (Alguns acreditam nas batalhas vencidas por Joana D´arc como milagres, outros não), "Entretanto, não é necessário ter um método dedutivo infalível para avaliar todas as possível alegações a fim de se ter a certeza de que certos eventos, como a ressurreição de Cristo, são milagres". (p. 208/9). Agora, vamos fazer uma reflexão adiante, a partir do ponto em que se acredita ou se entende ser possível que ocorra um milagre. "O que isso provaria?" Milagres servem para comprovar algumas crenças ensinadas ou até mesmo para desacreditar certas lideranças, conforme Moisés ensinou para que os profetas fossem provados. E milagres comumente não são são os fundamentos de uma religião. "Contudo, isso não significa que os milagres não possam desempenhar esse papel na formação pessoal da crença do cristão", conforme falamos sobre a Ressurreição de Cristo, no entanto, "sua importância não está nisso (ser um milagre extraordinário). Esse evento é importante antes de tudo porque aconteceu. A ressurreição é crucial para o cristianismo, porque o Filho de Deus encarnou, morreu por nossos pecados e retornou à vida, de modo que nós também podemos ter acesso à vida eterna. É possível que não tenha ocorrido milagre maior que esse, porém não é a sua magnitude que importa, e sim o que Deus realizou por meio dele". (p. 211). "Crer em milagres não é fácil, tampouco é um fim em si mesmo. Mas, como vimos, é a transição que torna possível mover-se da cosmovisão teísta para a aceitação específica do que Deus realizou na história, em benefício de nossa redenção". Deus estava presente com Elias na derrota miraculosa dos profetas de Baal no monte carmelo, mas descrever tal vitória valorando a graduação de milagres não é o que importa para o cristão. "Muito mais importante é saber que há um Deus capaz de operar milagres, e, por essa razão, termos certeza da salvação que Ele providenciou para nós no Calvário". Esse é o aspecto essencial sobre os milagres de Jesus que não se pode ignorar. (p. 212, Lane Craig, 2006). RELIGIÃO E PÓS MODERNIDADE. Abraham Kuyper. REFERÊNCIAS. CRAIG LANE, William, BECKWITH, Francis e MORELAND, J.P (editores). Ensaios apologéticos: um estudo para uma cosmovisão cristã. tradução José Fernando Cristófalo. São Paulo: Hagnos, 2006. Autor. Ivan Santos Rüppell Jr é ministro licenciado da Igreja Presbiteriana do Brasil, professor e advogado, atuando na gestão de parcerias de ações sociais evangélicas.

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