quarta-feira, 4 de outubro de 2017

a Espiritualidade no Cinema: MÃE!, com JENNIFER LAWRENCE

O diretor Darren ARONOFSKY juntou seus dois últimos filmes, NOÉ e CISNE NEGRO pra realizar MÃE! (MOTHER! 2017), que é uma instigante pancada no estômago; por isso, cuidado! Isto porque MÃE! é a maior alegoria comunitária explicativa das origens espirituais da Criação da humanidade e da PAIXÃO de Cristo que já se viu neste planeta, cinematográfico. Pois afinal, se você nunca entendeu porque Jesus de Nazaré foi torturado até morrer na cruz "desgraçada" como consequência dos pecados praticados pela humanidade "com" este mundo; bem, agora, já dá pra começar a saber (sentir) o tamanho do problema. O diretor Aronofsky já está jogando técnica e criativamente no time dos diretores Roman POLANSKI e Stanley KUBRICK, e com mais uns dois filmes deste naipe ele pode vestir a camisa de titular pra sempre. A técnica cinematográfica como método autoral que desenvolve a história enquanto aprofunda sua dramaticidade sempre foi uma tensão narrativa em Polanski e uma inovação constante em Kubrick - e Aronofsky realizou um filme digno e de boa qualidade dentro desta perspectiva artística; e que lhe venha mesmo o Oscar, por isso. E pra você saber um pouco mais do aspecto "cinema" de MÃE!, indico as críticas de "Aline Pereira" e de Rodrigo Torres (www.adorocinema.com), e aproveito pra incluir aqui o título e parte do texto com que Isabela Boscov (Revista VEJA) tão gravemente expõe a visão espiritual do enredo do filme!: "No Tumulto da Criação - Estranho, atormentado, extenuante e também formidável: em MÃE!, o diretor Darren Aronofsky ancora na estupenda atuação de Jennifer Lawrence uma alegoria de Gênesis (...) do paraíso que Mãe está moldando para Deus à chegada de Adão e Eva, à tentação do fruto proibido... e à queda do homem, avançando pelo nascimento de Cristo e pela literalidade com que seu sangue e sua carne são consumidos." E o filme segue mesmo por aí, gente. Pois antes e além das particulares visões existenciais do diretor, que são totalmente outras - o fato é que até noventa por cento de MÃE! apresenta a real história do mundo segundo a verdade judaico-cristã espiritual da humanidade. Algo que o enredo realiza de uma maneira jamais antes contada, pois é com explosiva intensidade que aproxima temas cosmológicos profundos do mais simplório cotidiano habitual da vida de qualquer um de nós: nossos próprios lares. E mesmo que os 10 minutos finais do filme logo adiante ao nascer do sol, pouco ou nada tenham a ver com o que se sabe de saudáveis espiritualidades - não dá para negar que a conclusão do diretor é digna da torrente de ideias e sensações que ele ousou pensar (filmar) neste estupendo drama que merece, sim, ser assistido. Mas só por adultos, e bem tranquilos. O negócio é que pra bem representar sua peculiar visão da mais universal história cosmológica dos homens, Aronofsky decidiu "encarnar" na vida cotidiana de um casal afastado das metrópoles; mas jamais da realidade, sua "simplória" narração objetiva do Alfa e Ômega espiritual da eternidade. Pois na história de MÃE!, embora o Deus bíblico pareça surgir aqui e acolá na pessoa e atitudes da própria, tal perspectiva não se faz a única do filme, não. Isto porque o filme A CABANA, que tão bem resgatou a Trindade divina pra humanidade, torna possível (bem) perceber que a pretensa Mãe natureza do filme, em verdade mesmo, é o próprio Jesus. Enquanto isso a humanidade igualmente toma vida em todos os seus tipos e caras no restante do elenco, como se fora uma torre de Babel arruaceira que aparece de todos os lados e buracos pra confundir até a alma dos (cada vez mais) atentos espectadores, no cinema. Após a chegada do Apocalipse ao nosso mundo (lar da Mãe), que ocorre no filme em meio a uma criatividade cotidiana inteligentíssima, eis que a Ira divina (bíblica) em reação à corrupção (pecado) dos homens, acaba por recair exatamente sobre o Filho. Tudo no objetivo de que os seres humanos tenham, ainda e sempre, um salvador para eles! Pois quando o próprio redentor deles morre, logo lhes oferecendo, assim, a sua carne e sangue - então eles próprios já não precisam mais morrer por si mesmos, tá entendendo? E até uma ideia bem próxima desta acontece no filme, mais instigante e surpreendente do que só imaginativa e blasfema, entendo eu. De qualquer maneira, a visão mais bíblica existe somente até pouco antes dos 10 minutos finais, lembra? Eis a razão pela qual Mel GIBSON pode estar muito bravo (ou então, feliz demais) pela chegada ao cinema deste A Paixão de Cristo 2: MÃE!, que apresenta de novo, como nunca se viu antes, o texto espiritual mais famoso da história da eternidade: "Porque Deus amou tanto o mundo que deu seu Filho único, para que todo o que nele crer, não pereça, mas tenha a vida eterna." Bom filme! Mas, tenha cuidado, hein.

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