sábado, 4 de julho de 2020

DEVOCIONAIS nas INSTITUTAS de J. CALVINO, Semana 1, p/ Ivan S Rüppell Jr

A obra teológica “Institutas” do reformador protestante João Calvino é uma instrução básica, profunda e completa do conhecimento do Cristianismo. A partir das premissas de Santo Agostinho e Martinho Lutero, Calvino apresentou a Fé Cristã segundo o pensamento dos Apóstolos e Pais da Igreja, desenvolvendo o formato do Credo Apostólico, em edições iniciadas em 1536 e finalizadas no ano de 1559. A Soberania e a Glória de Deus, a Graça e Redenção da humanidade existentes no dom de Jesus Cristo e a Iluminação e Santificação do Espírito Santo na salvação do homem são aspectos essenciais da Obra divina em nossas vidas, que o maior pensador da reforma irá dar a conhecer aos que meditarem em seus textos. O conteúdo que as devocionais de Calvino tem a oferecer vai ultrapassar aquele bom conhecimento de tantos outros devocionários, pois, segundo o teólogo Ricardo Gouvêa de Mendonça; "Calvino insistia ainda na unidade e harmonia do ensino bíblico, evitando assim o erro tão comum em nossos dias de interpretar um referido texto alienado de seu contexto canônico-teológico." Esse é o primeiro volume de uma série de textos com o resumo e citações das Institutas. O CONHECIMENTO DE DEUS, O CRIADOR. Texto Bíblico inicial, Profeta Ezequiel, 1.26-28: “Acima dessa superfície havia algo parecido com um tronco de safira. No trono, bem no alto, havia uma figura semelhante a um homem. Da cintura para cima, tinha a aparência de âmbar reluzente que cintilava como o fogo, e, da cintura para baixo, parecia uma chama ardente que brilhava com esplendor. Estava rodeado por um aro luminoso, como arco-íris que resplandece entre as nuvens num dia de chuva. Essa era a aparência da glória do Senhor para mim. Quando a vi, prostrei-me com o rosto no chão e ouvi a voz de alguém que falava comigo.” MEDITAÇÃO. Ninguém é capaz de ter uma boa compreensão de si mesmo ignorando a Pessoa de Deus, pois não somos autossuficientes em nossa origem e nem conseguimos existir no mundo segundo as nossas próprias forças. “A soma total da nossa sabedoria... abrange estas duas partes: o conhecimento que se pode ter de Deus, e o de nós mesmos.”(*) Cada vez que observamos a grandeza de Deus e as maravilhas da criação, reconhecemos a nossa fragilidade e passamos a busca-lo com temor, aguardando que nos abençoe. Observe que compreender a limitação da humanidade indica que a fonte de toda sabedoria está em Deus, e que é preciso desprezar todo o conhecimento parcial, para então, receber a verdade completa acerca da existência. “Por outro lado, está certo que ninguém adquire qualquer conhecimento certo de si mesmo até ser trazido face a face com Deus.” O nosso orgulho naturalmente ensina que somos superiores, de tal forma que somente a perfeição do Senhor irá revelar a pequenez da nossa natureza. O nosso auto-engano natural logo nos satisfaz com algo que é falso, e qualquer coisa que não é de todo ruim já consideramos boa demais. Assim, “até que olhemos mais alto do que a terra, pareceremos semideuses para nós mesmos." Portanto, é necessário considerar a completude de Deus a fim de que a nossa vã sabedoria seja percebida como uma tolice, diante da grandeza da Criação e dos acontecimentos diversos da vida. Enquanto meditamos acerca da vida e do Deus dos céus e da terra, eis que “surge daí aquele temor e espanto que tem caído sobre os que tem fé cada vez que tiveram consciência da presença de Deus". As experiências de Jó, Abraão, Elias e Isaías confirmam como a majestade de Deus revela a nossa ignorância sobre tudo que existe e acontece. Pois qual deveria ser a reação dos homens quando os próprios Querubins de Deus cobrem o rosto cheios de temor diante d´Ele? Então, para todos que desejam conhecer algo da vida e existência, o bom aprendizado orienta que devemos aprender primeiro acerca do conhecimento de Deus, para só depois, aprender algo a partir do conhecimento de nós mesmos. Leituras bíblicas indicadas: Jz 13.22, Ez. 3.14, Dn 8.18, 10.16-17. Texto Bíblico final, Isaías 6.5: "Então eu disse: "Estou perdido! É o meu fim, pois sou um homem de lábios impuros e vivo no meio de pessoas de lábios impuros. Meus olhos, porém, viram o Rei, o Senhor dos Exércitos!". REFERÊNCIAS: CALVINO, João. AS INSTITUTAS DA RELIGIÃO CRISTÃ, Editora Cultura Cristã, SP, 2006. WILES, J. P. Ensino sobre o Cristianismo – uma edição abreviada de AS INSTITUTAS DA RELIGIÃO CRISTÃ, Publicações Evangélicas Selecionadas, São Paulo/SP. (páginas 23 a 36 do Resumo de J.P. Wiles); (páginas 55 a 69 das Institutas, vol 1, 2006, Editora Cultura Cristã*); CALVINO, João. A Verdadeira Vida Cristã. Novo Século, São Paulo, SP, 2000.

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