quarta-feira, 29 de julho de 2020

NÃO HÁ FELICIDADE SEM A BÊNÇÃO DE DEUS. “A Verdadeira Vida Cristã”, de João Calvino. Semana 5. Julho, 2020. p/ Ivan S Rüppell Jr.

RESUMO do livro “A Verdadeira Vida Cristã”, de João Calvino. “O calvinismo tem sido, nos últimos cinco séculos, umas das principais forças moldadoras da cultura e da sociedade ocidental.” Cap. 2, Parte 4. AUTONEGAÇÃO. Não há felicidade sem a bênção de Deus. 1. “Analisemos de forma mais detalhada este aspecto da autonegação e sua relação com Deus”, especialmente sobre como irá nos transformar em cristãos agradáveis e pacientes. As Escrituras ensinam que somente iremos alcançar sossego e tranquilidade em nossas vidas se dedicarmos tudo que somos e temos à vontade de Deus. 2. Os problemas começam porque a natureza humana deseja adquirir riquezas e poder, honras e vaidades, que acabam preenchendo a existência com inutilidades. Ao mesmo tempo, lutamos com todas as forças para nos afastar da humildade e anonimato. Atualmente, as pessoas agem gravemente para conquistar tudo que desejam, numa ambição sem limites. 3. Porém, os cristãos devem entender que tudo que viermos a realizar precisa depender da bênção do Senhor. As riquezas e títulos alcançados com os nossos esforços ou pelo favor dos demais, não irão significar nada, distantes de Deus. Não somos capazes de abrir caminhos abençoados por nossos próprios métodos, algo possível de realizar somente se o Senhor nos fizer prosperar. 4. Pois, somente os caminhos do Senhor nos farão prósperos e felizes, ainda que passemos por adversidades. E ainda que seja possível alcançar sucesso sem a bênção divina, dá pra enxergar na vida dos não cristãos que a ira divina não lhes oferece a condição de desfrutar as felicidades. “Assim, pois, chegamos à conclusão de que não podemos obter nada sem a bênção divina, e ainda que pudéssemos consegui-lo, acabaria sendo uma calamidade para nossas vidas.” Aguardar felicidades do que só traz desilusão é uma grande tolice. Não devemos estar ansiosos por obter riquezas e títulos desse modo. 1. “Se cremos que todo desejo de prosperidade e bem-estar devem se basear somente na bênção divina... temos de entender que não temos que estar ansiosos em tratar de conseguir tudo apoiando-nos na nossa diligência e aptidão, dependendo do favor dos homens ou confiando na “boa sorte”. Esperemos sempre no Senhor.” 2. Esperar no Senhor vai nos ensinar a não sermos apressados pra alcançar conquistas através de meios duvidosos que enganam o próximo, além de proteger eu e você das atitudes que nos afastam dos caminhos de Deus. Afinal, quem pratica fraudes, roubos e atos desonestos jamais será ajudado por Deus. A bênção divina virá sobre os que tem pensamentos puros e atos justos, e que procuram se afastar da corrupção e maldade. “Todo crente deve sentir desejos de manter-se afastado da falsa ambição inadequada de grandezas e honras.” Deus não irá fazer prosperar com sua bênção os atos daquele que as Escrituras declaram maldito. 3. “Se não temos o êxito que esperamos, não devemos nos impacientar nem detestar nossa condição... porque esta atitude denota uma rebelião contra Deus, (que é) quem reparte a cada um segundo Sua sabedoria e santa vontade.” Aquele que segue nos caminhos da bênção de Deus não irá cobiçar paixões mundanas ou utilizar métodos que não trazem satisfação para a alma. 4. “Por outro lado, um verdadeiro cristão não deverá atribuir nenhuma prosperidade à sua própria diligência, trabalho ou boa sorte, mas antes ter sempre presente que Deus é quem prospera e abençoa.” Se ele caminha devagar ou alcança pouca prosperidade, deve suportar a pobreza com moderação, e não com a rebeldia do homem comum. “O verdadeiro cristão possui uma doce consolação que lhe proporciona mais satisfação que o maior dos bem-estares humanos”, pois crê que seus assuntos são governados por Deus segundo os benditos propósitos divinos. 5. “Davi, que seguia a Deus e se rendia às suas ordenanças, disse o seguinte:” “Senhor, meu coração não é orgulhoso, e meus olhos não são arrogantes. Não me envolvo com questões grandiosas ou maravilhosas demais para minha compreensão. Pelo contrário, acalmei e aquietei a alma, como criança desmamada que não chora mais pelo leite da mãe. Sim, minha alma dentro de mim é como uma criança desmamada.” (Salmo 131. 1-2). O Senhor é justo em todos os seus atos. 1. “Este não é o único caso em que os crentes deveriam ser pacientes e temerosos de Deus, pois é necessário viver desta forma em todas as circunstâncias da vida. Não há ninguém que tenha se negado a si mesmo corretamente, a menos que esteja rendido totalmente ao Senhor e queira deixar cada detalhe de sua existência em Suas mãos.” Quem tiver este entendimento jamais se sentirá abandonado por Deus ou irá acusar o Senhor pelas ocorrências da vida, sendo este um princípio fundamental nesta existência. Pois surgem enfermidades que tocam nossos corpos e pestes vem nos atormentar, havendo situações em que até geadas e desastres destroem a economia pra nos ameaçar com a pobreza. Estas situações fazem as pessoas maldizer suas vidas, culpar o sol e as estrelas, além de censurar e blasfemar contra Deus. 2. “Porém o crente fiel, ainda que em meio à estas circunstâncias, meditará nas misericórdias e nas bondades paternais de Deus.” Quando estiver solitário no lar devido à ausência de familiares que faleceram, saberá que a Graça de Deus não o deixará desolado. Ao ver suas terras arruinadas pelo granizo e perceber que sua família sofre com a ameaça da fome, não se deixará levar pelo desânimo, mas persistirá confiando que somos as ovelhas do Senhor, e que Ele irá suprir tudo que necessitamos. Não ficará amargurado em meio às enfermidades, mas vai recordar da justiça e da bondade de Deus para se fortalecer na paciência. 3. “Resumindo, se sabemos que qualquer coisa que nos ocorra é ordenada por Deus, a receberemos com um coração pacífico e agradecido, não sendo culpáveis de resistir orgulhosamente aos desígnios do Senhor.” Os cristãos irão rejeitar o consolo dos filósofos pagãos que enfrentam as adversidades culpando o destino pelas desgraças. Estes filósofos entendem que há um “poder cego e cruel no mundo que afeta a todos”, de modo determinado e impessoal. 4. “Todavia, o princípio da devoção é que só Deus é o Guia e Governador Supremo, tanto na prosperidade como na adversidade... que distribui todo bem e todo mal com a máxima justiça e equidade.” “Então nós, teu povo, ovelhas do teu pasto, para sempre te daremos graças e louvaremos tua grandeza por todas as gerações.” (Salmo 79.13). REFERÊNCIAS: CALVINO, João. A Verdadeira Vida Cristã. tradução: Daniel Costa. Novo Século. São Paulo, SP, 2000. (p 40-44). *Introdução, de Ricardo Quadros Gouvêa, p 5-6.

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