sábado, 18 de julho de 2020

DEVOCIONAIS nas INSTITUTAS de J. CALVINO, Semana 3: O CONHECIMENTO DE DEUS E A CONSCIÊNCIA DOS HOMENS. p. Ivan S Rüppell Jr. Julho, 2020.

Calvino escreveu "As Institutas" do Cristianismo a partir dos paradigmas de Santo Agostinho e Martinho Lutero, segundo o pensamento dos Apóstolos e Pais da Igreja, desenvolvendo o formato do Credo Apostólico, em edições publicadas desde 1536 até 1559. Esse é o terceiro volume de uma série de resumos e citações nas Institutas de João Calvino. Devocional, Tópicos 3-4. 1: O CONHECIMENTO DE DEUS É IMPLANTADO NO CORAÇÃO DO HOMEM DE MODO NATURAL. Todos os seres humanos tem consciência da existência de Deus. O escritor Cícero disse que não há uma nação ou povo tão bárbaro, que não saiba que existe um Deus. A própria idolatria religiosa da humanidade comprova isto, já que os homens preferem adorar pedaços de madeira e pedras, ao invés de se declararem ateus. Esse é um dos motivos que nos permitem afirmar que a religião não é uma invenção humana, ainda que alguns tipos de homens dela se utilizem para submeter as pessoas. Pois até estes enganadores tem a sua crença e junto deles, alguns dos piores homens, como Caio Calígula, que despreza a Deus, mas treme diante do Altíssimo ao menor sinal da ira divina. Eis algumas das razões e sentimentos que nos fazem entender que a existência de Deus é um conhecimento que está presente no coração de toda humanidade. 2: ESTE CONHECIMENTO É ABAFADO OU CORROMPIDO PARCIALMENTE PELA IGNORÂNCIA E PARCIALMENTE PELA MALDADE. Texto Bíblico Base: Capítulo 1 da carta de Paulo aos Romanos. “Sabem a verdade a respeito de Deus, pois ele a tornou evidente. Por meio de tudo que ele fez desde a criação do mundo, podem perceber claramente seus atributos invisíveis: seu poder eterno e sua natureza divina.” (Romanos 1.19-20). Embora todos os homens tenham esta semente religiosa em si mesmos, nenhum deles consegue faze-la amadurecer corretamente, sendo que o resultado desta incapacidade é que não há uma piedade verdadeira no mundo, que seja realmente consagrada ao Deus Altíssimo. No entanto, esta tolice gravíssima não os livra de serem responsabilizados por sua rebeldia e de serem culpados por sua vaidade. Pois são rápidos para definir superficialmente a pessoa de Deus, tendo como único padrão de avaliação a si próprios. E desse modo, naturalmente afastam-se do Deus verdadeiro, até se apaixonarem por um sonho do próprio coração, conforme esclarece o Apóstolo Paulo: “Dizendo-se sábios, tornaram-se tolos.” (Romanos, 1.22). As palavras de Davi: “Os tolos dizem em seu coração: “Não há Deus!”, se referem a estes homens que sufocam em si mesmos a luz da revelação natural da grandeza de Deus. Davi também afirma que eles negam a Deus quando não acreditam no seu governo Soberano, dizendo que o Senhor está ausente da história. O salmista explica que não há temor em seus corações, pois até se orgulham de suas maldades, porém, Deus os leva para seu tribunal vez ou outra, utilizando a voz da consciência, não importando o tamanho de seu desprezo pelo Senhor. Essa orientação explica o modo como a religiosidade comum dos homens é algo vazio, a partir dos fundamentos do conteúdo de seus ensinos, mesmo que eles desejem agradar a Deus com tais crenças. Eles esquecem que a religião verdadeira deve ser completamente definida pelo ensino autorizado de Deus. Eis a razão porque Paulo disse aos Efésios que eles continuariam distantes de Deus, caso permanecessem sem o conhecimento correto do único Deus verdadeiro. Essa culpa dos seres humanos fica cada vez mais grave, pois buscam a Deus somente quando ficam com medo da realidade. E rápido praticam suas próprias regras e ritos num projeto religioso enganoso tentando agradar a Deus, esquecendo que estas atitudes os tornam ainda mais desobedientes perante as verdades divinas. Isso faz com que a desobediência seja o padrão e princípio de suas atitudes cotidianas, enquanto procuram ficar de bem com Deus através de uma falsa religiosidade – algo que apaga de seus corações as fagulhas do conhecimento de Deus que carregam no interior. Desprezam a Deus na riqueza e correm atrás dele nas dificuldades, revelando através de falsas orações curtas que não ignoram o Senhor, mas sim, ocultam de si mesmos o conhecimento de Deus que foi plantado lá no profundo de seus corações. Autor: Ivan Santos Rüppell Jr. Teólogo, Cientista da religião e Ministro da Igreja Presbiteriana do Brasil. REFERÊNCIAS: CALVINO, João. AS INSTITUTAS DA RELIGIÃO CRISTÃ, Editora Cultura Cristã, SP, 2006. WILES, J. P. Ensino sobre o Cristianismo – uma edição abreviada de AS INSTITUTAS DA RELIGIÃO CRISTÃ, Publicações Evangélicas Selecionadas, São Paulo/SP. (páginas 55 a 69, Institutas, vol 1) (páginas 23 a 36, Resumo de J.P. Wiles)

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