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A História da Páscoa.

A Oração mais importante do Cristianismo foi dada pelo Apóstolo Paulo na carta aos Romanos: "Se você declarar com sua boca que Jesus é Senhor e crer em seu coração que Deus o ressuscitou dos mortos, será salvo. Pois é crendo de coração que você é declarado justo, e é declarando com a boca que você é salvo." (10.9-10). O significado espiritual dessa oração se baseia no conteúdo da Páscoa, em que meditamos a seguir utilizando citações do livro da Bíblia: "O feriado judaico da Páscoa (Pessach) comemora a libertação dos israelitas da escravidão no Egito. Ele também celebra especificamente como Deus poupa os israelitas da última - e pior - das pragas. A décima praga de Deus contra o povo egípcio mata todos os seus primogênitos. Para não atingir os israelitas, Deus manda Seu Anjo da Morte passar adiante pelas casas dos israelitas. Deus diz a Moisés e Arão que instruam os israelitas a sacrificar cordeiros e esfregar seu sangue na moldura da porta de suas casas, para distingui-las das dos egípcios. O anjo mata o filho mais velho de todas as famílias no Egito. É esse evento que forma a base do feriado da Páscoa. Além de comer a carne dos cordeiros sacrificados, os israelitas consomem pão ázimo, que não tem fermento e não "cresceu". Tal era a pressa dos israelitas ao sair do Egito que não havia tempo para preparar o pão com fermento. Em consequência, a Páscoa também é conhecida como Festa do Pão Ázimo. Deus também prescreve comer ervas amargas na Páscoa como símbolo da vida amarga dos israelitas como escravos no Egito. Ao longo dos séculos, numerosos outros elementos foram acrescentados ao ritual da Páscoa, como vinhos, alimentos, orações e bênçãos especiais. O feriado serve como lembrete do drama e significação do Êxodo para o povo escolhido por Deus." (p 72-73*) Acerca do modo como a Páscoa histórica de Israel no Egito se tornou a Páscoa histórica e transcendente de Jesus de Nazaré em Jerusalém, observamos o momento "quando a oposição a sua pregação aumenta, Jesus decide passar algum tempo sozinho com os discípulos mais próximos, partilhando o período mais importante do ano para os judeus, a ceia de Páscoa. Uma mesa baixa está posta, e Jesus e os discípulos se reclinam ao redor dela, como era costume. Enquanto eles comem ervas amargas e cordeiro assado e lembram a libertação dos israelitas do Egito, Jesus alude ao significado do momento. "Desejei ansiosamente comer esta Páscoa com vocês antes de sofrer" (Lucas 22.15), Jesus observa, num presságio, que não comerá com eles de novo "até que venha o Reino de Deus" (Lucas 22.18). Tomando o pão ázimo, Jesus o ergue e agradece a Deus por ele, parte-o e passa-o a cada um dos discípulos. "Isto é o meu corpo", Ele diz, "dado em favor de vocês; façam isto em memória de mim" (Lucas 22.19). Então, vertendo vinho em outro copo, Ele o eleva e abençoa, e o dá para que partilhem: "Este cálice é a nova aliança no meu sangue, derramado em favor de vocês" (Lucas 22.20). Jesus usou a refeição tradicional da Páscoa para explicar aos discípulos Sua morte iminente. Desde a época de Moisés, o cordeiro pascal relembrava o sangue do cordeiro que os israelitas haviam pintado na moldura da porta de suas casas para que o anjo de Deus passasse adiante e só levasse a destruição aos poderosos egípcios. Agora Jesus oferece a Si mesmo como o novo cordeiro pascal, um cordeiro perfeito, conforme as instruções de Deus a Moisés. A Última Ceia revela o sentido mais profundo da Crucificação de Jesus e mostra que Ele estava ciente do confronto iminente com as forças do mal e da morte. Como Jesus diz em João 19.18, Ele dá sua vida livremente: "Ninguém a tira de mim, mas eu a dou por minha espontânea vontade. Tenho autoridade para dá-la e para retomá-la. Esta ordem recebi de meu Pai"." (p 252-253*). (...) "A cruz de Jesus é vista como a culminação da obra de Sua vida, e não como um fim infeliz. Quando Jesus declara: "Está consumado", os cristãos creem que significa que a missão para a qual foi enviado está completa: o Reino de Deus se estabelece quando a cruz de Jesus é erguida. Esse reino, do qual Jesus é o rei, não é um Estado militar que usa violência para coagir pessoas à obediência, mas um reino de amor, no qual o Rei Jesus entrega Sua vida para que as pessoas sejam libertadas do pecado que as arrastaria para a morte eterna. Ao morrer sem pecado pelos pecadores, Jesus abre o caminho para uma nova relação com Deus à qual todos estão convidados." (p 265*). FELIZ PÁSCOA! Referência: (*O Livro da Bíblia. Tammi J. Schneider. 1 ed - São Paulo : Globo Livros, 2018). Autor. Ivan S Rúppell JR é professor, advogado e ministro da Igreja Presbiteriana do Brasil, atuante na gestão de ações sociais de igrejas.

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