domingo, 9 de julho de 2023

A Espiritualidade da AVENTURA, no Cinema. INDIANA JONES, 2023.

O maior protagonista de aventuras da história do cinema está de volta! Indiana (Harrison Ford) Jones retorna à tela grande no quinto e último filme da saga; Indiana Jones e a Relíquia do Destino, do diretor James Mangold, EUA, 2023. Mesmo que o magistral Diretor Steven Spielberg e o excelente roteirista Lawrence Kasdam estejam ausentes, bem, ainda vale a pena assistir no cinema, o nosso simpático e irritado arqueólogo aventureiro, de sempre. A espiritualidade da aventura é aquela virtude que as pessoas carregam direto da alma. Um valor que conduz a humanidade a buscar novos desafios, buscando superar até a boa realidade da tranquilidade, em favor da oportunidade de alcançar conquistas que se encontram no desconhecido. Valor que o arqueólogo Indiana Jones mantém desde o início de sua jornada fílmica em 1982, sendo uma chama de vida que novamente, agora em 2023, o faz deixar a estabilidade e segurança na busca do conhecimento da história descrita em objetos. Indy Jones também evoca a espiritualidade das liberdades no cinema, ao carregar no chicote a chama libertária dos fundamentos comunitários da organização política dos Estados Unidos da América. Neste sentido, "Indiana Jones 5", A Relíquia do Destino, apresenta nosso aventureiro mais idealista enfrentando novamente os Nazistas; por que não? Afinal, nestes tempos enganosos do século 21 já não se fazem vilões como antigamente. E nada melhor que o esclarecido Indiana Jones pra defender a liberdade dos direitos civis contra o último inimigo declarado que restou; já que todos os outros tem sido abraçados aqui e acolá, pelo verniz cinzento da hiper relativa pós modernidade. Os dois melhores filmes de aventura da história do cinema; Os Caçadores da Arca Perdida e Indiana Jones e a Última Cruzada, primeiro e terceiro filmes da série, já haviam colocado Indy em conflito aberto diante dos inimigos fundamentais da liberdade dos homens; o Nazismo da década de 1940. E agora, Indiana se defronta com um remanescente tardio e nostálgico do Estado opressor e totalitário de Hitler e seguidores, que buscam utilizar o artefato da Relíquia do Destino pra mover o tempo a seu favor, no objetivo de sempre. Pois seguem firmes no propósito de efetivar a conquista constante dos corpos e cidades, corações e mentes dos povos que só gostariam de ser deixados em paz, pra viver sua liberdade cultural. Seja a liberdade democrática e religiosa, seja a liberdade de expressão e artística, seja a liberdade econômica e a de ir e vir; afinal. É isso! Eis que nesta toada da espiritualidade da liberdade, conseguimos visualizar nas telas de cinema e ambiente cultural deste opressor século 21, a interessante figura do último arqueólogo ético da sétima arte. Pois ele se mantém ativo no que resta de definido como íntegro, nestes mui relativos tempos atuais. Sempre em busca da independência de toda liberdade, de expressão. Afinal, toda espiritualidade da humanidade foi criada à imagem e semelhança de Deus, com boa consciência da realidade e capacidade de refletir sobre a existência e a vida. De forma que o impulso de controlar e definir o que pensa e diz qualquer ser humano é a maior e mais profunda atividade totalitária sobre o espírito do ser, que se conhece. O primeiro terço do filme traz a nostalgia das boas narrativas da série, enquanto que o terço final conduz de forma digna a conclusão das aventuras de Indiana Jones; o que fica de crédito para o diretor James Mangold, que já havia realizado um capítulo final valoroso para Wolverine, em Logan. Carrego comigo ainda, as memórias do ano de 1982, quando me vejo saindo pelas portas do Cine Bristol, na rua Mateus Leme, ao lado de meu pai, Ivan Rüppell, após assistirmos juntos, "Os Caçadores da Arca Perdida". Uma caminhada feliz e satisfeita rumo ao lar, ao som do tema magistral da saga, do maestro John Williams. Grandes lembranças. Bom filme! Autor. Ivan Santos Rüppell Júnior é professor de ciências da religião e teologia, tendo publicado em 2022, o livro: A espiritualidade de quase todo mundo no cinema: Resenhas espirituais de Meditações cinematográficas, com 37 resenhas de filmes, pela Dialética.

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