'Irai-vos, mas não pequeis', já ensinava Jesus de Nazaré para que nós consigamos dominar os instintos e afastar o ódio diante de situações de abuso e opressão. E foi assim que Jesus agiu com zêlo e sem pecar perante os líderes institucionais da Igreja de Jerusalem: "Era quase época da festa da páscoa judaica, de modo que Jesus subiu à Jerusalém. No pátio do templo, viu comerciantes que vendiam bois, ovelhas e pombas para os sacrifícios; também viu negociantes, em mesas, trocando dinheiro estrangeiro. Jesus fez um chicote de cordas e os expulsou a todos do templo... 'Tirem essas coisas daqui! Parem de fazer da casa de meu Pai um mercado!' (...) 'O que você está fazendo?', questionaram os líderes judeus. 'Que sinal você nos mostra para comprovar que tem autoridade para isso?' 'Pois bem', respondeu Jesus. 'Destruam este templo, e em três dias eu o levantarei." (Evang de João, cap 2. 13-19). Enquanto purificava o Templo das paixões carnais humanas, Jesus foi desafiado a apresentar as credenciais de sua autoridade para assumir o domínio da religião de Deus daquela forma. Algo que Ele fez dando algumas pinceladas sobre a nova ordem institucional do Evangelho que o Messias vinha estabelecer.
Na purificação da instituição do templo, Jesus o Cristo demonstra grande irritação com o método e interesses com que os homens administram a Verdade religiosa de Deus no mundo. Nessa passagem do Evangelho de João, Jesus aponta o pecado da cobiça monetária dos que utilizam a Casa de Deus como fonte de lucro e assim oprimem o povo fiel até roubar-lhes o bolso e fragilizar a alma, enquanto comercializam a 'graça' do Senhor. E nos capítulos 4 e 5 do evangelho de João, Jesus segue irritado com os líderes do templo que se preocupam mais com as regras de organização da instituição, do que com a dedicação ao próximo que sofre física e espiritualmente, para poderem então, servir ao mundo com misericórdia e compaixão.
Daí que Jesus convoca o povo de Deus para ser um 'novo' Templo religioso, em que os cristãos juntos irão se tornar uma nova Igreja sem promover abusos de dinheiro aos fiéis e sem burocracia institucional como um valor superior, pois eles serão o próprio Corpo de Cristo organizado em 'espírito e verdade', no meio da sociedade.
Essa convocação de Jesus para que os cristãos sejam seus discípulos numa adoração e serviço 'santos' de toda religião de Deus, somente se tornou possível a partir da revelação de que Jesus iria 'destruir' o templo de seu corpo, para logo reconstruí-lo em três dias. Ali, Jesus estava anunciando que no momento de sua morte na sexta-f e de sua ressurreição no domingo, o próprio 'templo' como local de adoração e relacionamento entre Deus e a humanidade iria mudar de uma vez por todas. Nesse sentido, tanto o 'novo' templo de encontro entre Deus e a humanidade seria agora um templo destruído na sexta e reconstruído no domingo - o próprio corpo de Jesus. Como também, o 'antigo' templo de Jerusalém em que o povo se encontrava para as ofertas e rituais a Deus, seria uma atividade local e institucional 'destruída'. Pois a própria pessoa de Jesus o Messias é que seria o novo 'local' de encontro entre Deus e os homens, afinal, o alvo do Cristianismo é uma pessoa, e não um conhecimento ou organização.
Boa semana. autor: Ivan S Rüppell Jr é professor de ciências da religião e teologia.
Esse texto tem objetivo didático na disciplina de Símbolos de Fé no Seminário Presbiteriano do Sul extensão Curitiba. Daí a utilização de resumos e citações mais longas no interesse de oferecer aos alunos o conteúdo apropriado para o entendimento necessário aos debates e explanações em aula. CONTEÚDO de Aula: CONTEXTO HISTÓRICO DA ORGANIZAÇÃO DOS SÍMBOLOS DE FÉ DA IGREJA PRESBITERIANA DO BRASIL. TEOLOGIA REFORMADA. "Trata-se da teologia oriunda da Reforma (calvinista) em distinção à luterana. O designativo "reformada" é preferível ao calvinista... considerando o fato de que a teologia reformada não provém estritamente de Calvino." (Maia, p. 11, 2007). OS CREDOS E A REFORMA. "Os credos da Reforma são as confissões de fé e os catecismos produzidos nesse período ou sob sua inspiração teológica. Os séculos 4 e 5 foram para a elaboração dos credos o que os séculos 16 e 17 foram para a feitura das confissões e dos catecismos. A razão parece evidente: na Reforma, as...
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