segunda-feira, 14 de agosto de 2023

APOLOGÉTICA. Texto 2. Seminário Presbiteriano do Sul - extensão Curitiba.

Esse texto tem objetivo didático de orientação para a disciplina Apologética do Curso de Teologia do Seminário Presbiteriano do Sul - extensão Curitiba. O texto contém resumos e citações longas, devendo ser utilizado somente como apoio do estudo da disciplina. Professor Ivan Santos Rüppell Jr, 2024. AULA 2. Análise em Textos Bíblicos. Texto 3. 1 Coríntios 2.1-5. "Apologética como uma forma de demonstração de humildade espiritual". Paulo deixa Atenas e segue até Corinto, vindo a ensinar nas sinagogas, aonde foi rejeitado, decidindo então, residir na casa de Tício, homem "temente a Deus - gentio atraído à crença e adoração judaicas". Essa residência se tornou um local "neutro", em que Paulo ministrou durante 1,5 ano, com muitas conversões, inclusive do oficial da sinagoga, Crispo. Na leitura de 1 Coríntios, anotamos uma mensagem paulina com "apelo emocional", que mais do que rejeitar a mensagem "intelectual" anterior de Atenas, parece sugerir que "ele estivesse novamente adaptando sua abordagem para servir em um novo contexto." Diante dos intelectuais em Atenas, Paulo deu respostas intelectuais, e na "agitada cidade portuária" de Corinto, "sua mensagem era a mesma, mas ele casava sua abordagem à audiência." Uma ministração somente filósofica para uma comunidade tão cheia de questões práticas e comportamentais não daria tanto resultado como o modo em que Paulo buscou expor o pensamento cristão naquele local. (p. 15-16). Texto 4. 1 Coríntios 9. 19-23. Esse texto traz uma apologética de defesa da pessoa e missão de Paulo, sendo uma "apologética íntima, participativa, característica de um estilo de vida, e pessoalmente engajada. É o evangelho sendo vivido." (p. 16). Texto 5. 2 Coríntios 10.1-6; Judas 3. Prestes a retornar para Corinto, Paulo foi acusado de ser alguém "inconsistente", especialmente entre sua mensagem escrita e quando atuava pessoalmente, com uma acusação de que ele agia com "disposições de mundano proceder". Numa situação de contexto de "disciplina eclesiástica", Paulo afirma que irá realizar tal ação pessoalmente, caso seja necessário, especialmente para tratar "a apostasia e mau comportamento" na igreja. Paulo deseja submeter todos os pensamentos e disposições contrárias "à obediência em Cristo", ao definir que não irá ministrar na "força humana de seu caráter, ou o poder de sua racionalidade, mas (pelo) divino poder espiritual da verdade do próprio Deus." Observe que levar todo pensamento cativo a Cristo, nesse texto, não trata de audiências intelecutais e acadêmicas, mas de uma audiência de membros da igreja. Embora o objetivo seja o mesmo, de anular o que se levanta contra o conhecimento de Deus, as audiências são diferentes e os argumentos também deverão ser. Ensinar que todos os seres humanos devem se submeter a Jesus através do conhecimento do modo em que Deus é Criador e Sustentador de tudo que existe - portanto, de "tudo e de todos", requer anotar se a argumentação será intelectual ou exortativa. Paulo age de forma disciplinadora e grave, seguindo o modelo de Jesus, quando o Senhor tratava com os escribas e fariseus. (p. 16-17). Texto 6. 1 João 1.1-4. "Apologética como testemunho pessoal". João utiliza e faz referência ao texto inicial de seu Evangelho, como base de sua apologética. "João declara sua autoridade para escrever: ele mesmo havia testemunhado o Verbo da vida... A aceitação da encarnação - o Verbo que se fez carne - é, em si mesma, o que atesta o verdadeiro profeta (1 Jo 4.1-3)." (p. 17). Ainda que João escreva aos crentes nas igrejas, ele faz uma defesa da fé cristã no objetivo de que os discípulos devem seguir Jesus de forma integral em tudo que se refere à existência humana. Texto 7. João 20.30. "Apologética como apresentação de Jesus Cristo como Deus." Aqui, vemos como a apologética é igualmente desenvolvida através de textos e documentos. "A própria estrutura retórica do evangelho de João fundamenta isso. O chamado prólogo (Jo 1.1-18) estabelece o fundamento epistemológico para o argumento. Há cinco razões entrelaçadas para o porquê de podermos conhecer quem é Deus, o que ele é, bem como, o que são a humanidade e o universo." Deus existe, conhece tudo que existe, sendo Ele a própria inteligência e significado, com esse conhecimento sendo cristocêntrico, revelando que o próprio Jesus é pessoalmente o criador, modo em que tudo adquire sentido, pois Deus ilumina os homens para que tudo isso saibam e creiam. "A argumentação do restante do evangelho repousa sobre esse fundamento ontológico: O Deus Que Existe é também o Deus Que Conhece." "A segunda seção do evangelho de João (1.19-12.49) narra os encontros de Jesus com uma variedade de homens e mulheres", em encontros que demonstram aceitação e negação da Pessoa de Jesus, que está se revelando como aquele que carrega em si as declarações iniciais do evangelho, sendo que esse tema apologético é concluído no cap. 12. (p. 18-19). Nos caps 13 a 17, Jesus fala particularmente aos discípulos, dando conhecimentos profundos da espiritualidade cristã; enquanto que os caps 18 a 20 narram a paixão, morte e ressurreição, sendo "eventos (que) servem como um selo para o argumento. Um homem como esse verdadeiramente é o Filho de Deus, enviado pelo Pai para nos possibilitar a vida eterna junto a Deus." (p. 19). Ainda que os evangelhos sinóticos não sejam formatados como "argumentos", eles oferecem informações e testemunhos sobre "Quem é Jesus", tornando as suas respostas em texto apologético. "Os evangelhos dão testemunho dele, nos fazem encará-los e nos apresentam sua ordem de tomarmos uma decisão. Não há apologética mais forte que essa." (p. 19, Sire, 2023). Texto 8. "Apologética como confrontação". Atos 17. 16-34, Paulo atua diante dos filosófos na academia. "Os gregos não conheciam as Escrituras, mas mesmo que as conhecessem, não lhes dariam qualquer credibilidade. A abordagem de Paulo foi traçar distinções entre o evangelho (e a cosmovisão cristã, em geral) e a cosmovisão dos Epicureus, Estoicos, e gregos, em geral. (...) Esse evento em Atenas, dizem alguns, é o modelo por excelência de apologética no contexto da universidade." (p. 13-15, 2023). (CITAÇÃO. Texto: Evangelização e Cultura. Análise da mensagem do Apóstolo Paulo em Atenas. prof Ivan S R Jr): UMA COSMOVISÃO BÍBLICA DA EVANGELIZAÇÃO ATRAVÉS DA CULTURA. APÓSTOLO PAULO EM ATENAS. O Apóstolo Paulo utilizou a cultura filosófica, existencial e religiosa greco-romana estabelecida no primeiro século, para anunciar o Evangelho na cidade de Atenas, conforme lemos em Atos 17. A narrativa histórica de Lucas descreve que após Paulo anunciar o evangelho na sinagoga e mercado da cidade, ele foi convidado pelos gregos para debater aquela "nova" doutrina e pensamento no lugar adequado para debates e discussões; o Areópago. Paulo notou a intensa cultura religiosa vigente na cidade e utilizou uma inscrição de altar dedicado ao "deus desconhecido" para apresentar o Criador de tudo que existe, o Senhor de toda terra e céus. Texto Bíblico: "Esse Deus que vocês adoram sem conhecer é exatamente aquele de que lhes falo. Ele é o Deus que fez o mundo e tudo que nele há. Uma vez que é Senhor dos céus e da terra, não habita em templos feitos por homens e não é servido por mãos humanas, pois não necessita de coisa alguma. Ele mesmo dá vida e fôlego a tudo, e supre cada necessidade. De um só homem ele criou todas as nações da terra, tendo decidido de antemão onde se estabeleceriam e por quanto tempo. Seu propósito era que as nações buscassem a Deus e, tateando, talvez viessem a encontrá-lo, embora ele não esteja longe de nenhum de nós. Pois nele vivemos, nos movemos e existimos. Como disseram alguns de seus próprios poetas: "Somos descendência dele". E, por ser isso verdade, não devemos imaginar Deus como um ídolo de ouro, prata ou pedra, projetado por artesãos. No passado, Deus não levou em conta a ignorância das pessoas acerca dessas coisas, mas agora ele ordena que todos, em todo lugar, se arrependam. Pois ele estabeleceu um dia para julgar o mundo com justiça por meio do homem que ele designou, e mostrou a todos quem é esse homem ao ressuscitá-lo dos mortos. Quando ouviram Paulo falar da ressurreição dos mortos, alguns riram com desprezo. Outros, porém, disseram: "Queremos ouvir mais sobre isso em outra ocasião." (Atos 17.23-32). NOTA da Bíblia de Genebra: "Atenas atingiu seu ápice no século V a.C. sob Péricles (495-429 a.C.), quando o Partenon e outras magníficas estruturas foram construídas. Os poetas clássicos Ésquilo, Sófocles, Eurípedes e Aristófanes floresceram neste tempo. Embora conquistada pelos romanos em 146 a.C., Atenas continuou a ser um grande centro intelectual e cultural. {...} Havia estátuas de deuses e deusas no Partenon e em outros templos da Acrópole, assim como nos edifícios públicos, comerciais e templos da cidade. {...} Epicuro (342-270 a.C.) ensinava que o propósito da vida era o prazer e a liberdade da dor, paixões e medos. Por outro lado, o cipriota Zenão (340-265 a.C.), fundador do estoicismo, enfatizava o viver em harmonia com a natureza, e também o depender da razão e de outros poderes auto-suficientes. Ambas as escolas destacavam a busca pela paz da mente. Zenão tinha um conceito panteísta de Deus como a "alma do mundo". {...} Areópago. O nome significa "Colina de Marte". É uma colina perto da Acrópole onde, em tempos antigos, um conselho tinha se reunido. O conselho tornou-se o conselho da cidade de Atenas e, nos tempos romanos, era a corte que supervisionava a moral, a educação e religião. {...} Ao Deus Desconhecido. Possivelmente uma referência ao Altar dos Doze Deuses em Atenas, erigido para assegurar que nenhum deus ficasse fora de sua adoração. Paulo usou este ponto de contato para começar seu discurso sobre o Deus que fez o mundo, que não é esculpido em pedra ou confinado a algum templo, e que controla os tempos e os lugares onde as pessoas vivem. {...} Nele vivemos, e nos movemos, e existimos. Paulo diz que Deus trouxe todas as pessoas à existência e que elas só existem por sua providência. No mundo antigo, os três grandes mistérios da filosofia e da ciência eram as questões de vida, movimento e existência. Ver "Revelação Geral", em Salmo 19.1. {...} Alguns de vossos poetas. Paulo sabia que os atenienses não conheciam o Antigo Testamento, e ele fez citações de três de seus próprios poetas. Embora suas palavras originalmente se referissem a Zeus, o chefe dos deuses gregos, Paulo aplicou as citações ao Deus vivo do céu. Os poetas são Epimênides (c. 600 a.C.), Cleanto (331-233 a.C.) e Arato (315-240 a.C.). {...} Não levou Deus em conta os tempos da ignorância. Isto é, Deus levou em consideração as limitações do conhecimento deles a seu respeito, mas agora Paulo revelou-lhes a verdade a respeito do Deus vivo. Com todos os povos, eles são chamados a se arrependerem de seus pecados. {...} Um dia em que há de julgar... por meio de um varão que designou. O dia do juízo final (Ap 20.12-15)." (p. 1297-98, 1999). DESTAQUES da aproximação entre evangelização e cultura, na análise da msg de Paulo em Atenas: - Poetas desenvolveram pensamentos clássicos nos últimos cinco séculos a.C.tornando Atenas em um centro intelectual; - Estátuas e símbolos de divindades no Partenon, templos da Acrópole, e em edifícios públicos, comerciais e templos da cidade. - Epicuro (342-270 a.C.) ensinava que o propósito da vida era o prazer e a liberdade da dor, paixões e medos. - Zenão (340-265 a.C.), fundador do estoicismo, enfatizava o viver em harmonia com a natureza, e também o depender da razão e de outros poderes auto-suficientes. - Ambas as escolas destacavam a busca pela paz da mente. Zenão tinha um conceito panteísta de Deus como a "alma do mundo". {...} - Areópago. O nome significa "Colina de Marte". É uma colina perto da Acrópole onde, em tempos antigos, um conselho tinha se reunido. Local aonde se reunia o conselho da cidade, sendo uma corte que nos tempos romanos, supervisionava a moral, a educação e religião. - Ao Deus Desconhecido. Possivel referência ao Altar dos Doze Deuses em Atenas, erigido para assegurar que nenhum deus ficasse fora de sua adoração. - Paulo usou este ponto de contato para começar seu discurso sobre o Deus que fez o mundo, que não é esculpido em pedra ou confinado a algum templo, e que controla os tempos e os lugares onde as pessoas vivem. - Nele vivemos, e nos movemos, e existimos. Paulo diz que Deus trouxe todas as pessoas à existência e que elas só existem por sua providência. No mundo antigo, os três grandes mistérios da filosofia e da ciência eram as questões de vida, movimento e existência. - Alguns de vossos poetas. Paulo sabia que os atenienses não conheciam o Antigo Testamento, e ele fez citações de três de seus próprios poetas. Embora as palavras dos poetas se referissem a Zeus, o chefe dos deuses gregos, Paulo aplicou as citações ao Deus vivo do céu. Os poetas são Epimênides (c. 600 a.C.), Cleanto (331-233 a.C.) e Arato (315-240 a.C.). (p. 1297-98, 1999). DEUS Criador, Sustentador, Soberano, Pai e Juiz. No destaque do entendimento de John Stott sobre essa pregação do Apóstolo Paulo, anotamos perspectivas que a evangelização e pré evangelização através da cultura deve assumir como temas de comunicação. Conforme Sott, Paulo "proclamou Deus em sua plenitude, como Criador, Sustentador, Soberano, Pai e Juiz. Tudo isso é parte, ou, no mínimo uma introdução necessária ao evangelho. Muitas pessoas tem rejeitado o evangelho não por entenderem que ele é falso, mas por considerarem sua mensagem trivial. Elas estão à procura de uma visão de mundo integrada, que faça sentido à sua experiência de vida. Paulo nos ensina que não podemos pregar o evangelho de Jesus separado da doutrina de Deus, ou falar da cruz sem falar da criação, ou da salvação sem o juízo, e vice-versa." (2007, p. 334). Neste sentido, Deus se faz conhecer no mundo por seus atributos, e a evangelização percebe, apresenta e explica estes atos e obras abençoadores do Senhor sobre a Terra. Observe que, a cultura é um dom de Deus, tanto para formalizar a origem destes talentos, quanto para expressar a personalidade e pensamento do Criador. APOLOGÉTICA. Diálogos apologéticos de Jesus. Lucas 19-20. As parábolas de Jesus, junto de suas orientações pra apresentar contexto de sua instrução e junto de explicações contém um padrão rabínico de defesa e anúncio de fundamentos da fé da Nova Aliança. APOLOGÉTICA. Cristocêntrica. "Apologética como prova: Provando o Evangelho." "Provar a verdade de uma narrativa histórica (tal como o evangelho na apresentação de 1 Co 15.1-11) é bem diferente de provar a verdade de uma cosmovisão geral." A cosmovisão surge das verdades de nosso entendimento e experiência do significado, enquanto que a narrativa requer uma evidência do fato histórico. A fonte básica do fato histórico é a Escritura, sendo que a msg do evangelho somente surge para o homem através da ministração da Bíblia. No caso, uma apresentação razoável no sentido de conectada aos seus fundamentos, é o que se espera de uma exposição válida do conhecimento bíblico do evangelho. "Assim, nossa tarefa principal é isolar o argumento bíblico em favor de sua mesma verdade." (Frame, p. 94, 2010). Há argumentos explícitos, como a narrativa de que um definido número de pessoas ouviu a mensagem de Jesus e reagiu, e há argumentos implícitos, como quando se observam reações de comunidades que ouviram de Jesus pelo relato dos Apóstolos, e reagiram. Nosso olhar para o valor do anúncio objetivo de argumentos bíblicos surge da cosmovisão que entende Deus como uma Personalidade Absoluta em seus atos e declarações absolutos dados aos homens na história do mundo, de modo que, se "o mundo for mesmo criado e governado por uma personalidade absoluta, tal fato cria uma imensa presunção em favor da tradição bíblica." Pois o Ser pessoal que é Absoluto sobre tudo que existe e acontece, pontualmente vai revelar a mensagem que manifesta sua vontade aos seres humanos, sendo que "a Bíblia é o único livro religiosos que afirma suprir tal expectação, isto é, afirma ser o único texto em que Deus revela sua vontade para o homem." Dessa forma, o modo em que tomamos conhecimento da verdade de Deus através da Bíblia apresenta aos homens a existência de dois tipos de sabedoria somente, a de Deus na Bíblia e a sabedoria do mundo. A partir dessa definição sobre a origem do conhecimento e segundo o entendimento da Personalidade Soberana e Absoluta de Deus para informar ao mundo essa verdade, eis o argumento téista em favor da verdade do conhecimento declarado no Evangelho. (p. 96). É certo que nem todas as pessoas irão se submeter à declaração bíblica como sendo o conhecimento verdadeiro de Deus baseado no que foi agora exposto, no entanto, para os que creem em Deus e que Ele revelou sua Palava na Bíblia, então esses argumentos são aqueles que fazem a conexão que dão autoridade ao Evangelho e portanto, a uma defesa da fé cristocêntrica. "A Bíblia nos apresenta uma doutrina da Bíblia (...) a Bíblia é o testemunho de Deus acerca dele mesmo. (...) Portanto, a doutrina da Escritura é parte das boas-novas (...) Deus se ocupa não somente que creiamos em Cristo, mas também que creiamos na Palavra que nos fala de Cristo, o próprio Verbo de Deus." Neste sentido, se a Bíblia é verdadeira, igualmente sua Palavra e mensagem sobre Cristo assim deve ser entendida e crida como Verdade de Deus aos homens; eis a defesa cristocêntrica dada pela apologética. (p. 97). Acerca de nosso tema da apologética e defesa da fé mediante um diálogo proveitoso diante das pessoas, é preciso anotar que o valor da apologética cristocêntrica requer a recuperação da autoridade das "palavras escritas". Sendo necessário validar que a mensagem bíblica tem igual valor a uma declaração oral de um Profeta de Deus, sendo que a Bíblia é inclusive superior, pois é a declaração "oral de Deus", sendo, a partir deste princípio que o povo veio a ser ensinado que o evangelho era certamente a Palavra autorizada de Deus aos homens. "Não há maior autoridade, não há maior base para a certeza - embora, é claro, o Espírito Santo nos habilite para crer, entender e usar as Escrituras de maneira correta. A verdade da Escritura é uma pressuposição para o povo de Deus." (p. 100). Observe que a autoridade da palavra de um Deus de Personalidade Absoluta sobre tudo que há e existe é exatamente a autoridade dada para a mensagem oriunda da "tradição bíblica religiosa". A Escritura é sua base, e não uma mensagem marginal ou secundária, e não é também uma exposição de reflexões humanas, sendo necessário então, que a Fé em Deus baseada nas Escrituras pressuponha a crença integral em cada Palavra e Verdade escritas na Bíblia, toda ela. Veja que estamos desenvolvendo aqui os argumentos em favor da "apologética cristocêntrica", posto que, "na apologética tradicional, é dito aos inquiridores que não pressuponham a plena autoridade da Escritura com sendo a Palavra de Deus até que isso tenha sido provado pelo apologeta"; de forma que surgem argumentos e pensamentos que não são elementos válidos para a apologética cristocêntrica, já que está é declarada a partir da integral e soberana veracidade da Bíblia como Palavra "oral" de Deus anunciada aos homens. A diferença é que na apologética comum utiliza-se a Bíblia como relato histórico sobre o qual se busca demonstrar a veracidade da ocorrência de acontecimentos; abrindo espaço para indagações e dúvidas, sendo que, na apologética cristocêntrica o conteúdo do discurso em defesa da fé não abre espaço para esse tipo de críticas, havendo declaração direta da total confiabilidade da Palavra de Deus, posto que o "argumento bíblico em favor do cristianismo pressupõe sua própria autoridade em seu sentido mais amplo". Sendo importante o apologeta reconhecer nesse modelo de conteúdo apologético, que a descrença na autoridade bíblica já impede o seu desenvolvimento diante dos ouvintes. Daí a importância de validar e desenvolver, apresentar e ensinar os princípios da inerrância bíblica, que propõe a Bíblia como Palavra vinda da autoridade da Personalidade Absoluta do Senhor dos céus e da terra, o próprio Deus. (p. 101). CULTURA E EVANGELIZAÇÃO. Após a aula 3 iremos meditar em conceitos calvinistas sobre o valor da cultura e proposições de capelania - social no objetivo de refletir sobre a atitude de sabedoria "apologética" do cristão diante da sociedade. REFERÊNCIAS. MCGRATH, Alister. Teologia sistemática, histórica e filosófica. Uma introdução à teologia cristã. Shedd publicações. tradução Marisa de Siqueira Lopes. São Paulo, 2005. MCGRATH, Alister. Apologética pura & simples. Como levar os que buscam e os que duvidam a encontrar a fé. Alister McGrath. Ed Vida Nova, São Paulo, 1 ed, 2013. SIRE, James W. Breve cartilha de Apologética. tradução de Rodrigo Carrijo e Silva. - São Paulo : Cultura Cristã, 2023. Autor. Ivan S Rüppell Jr é professor e ministro da Igreja Presbiteriana do Brasil.

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