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COSMOVISÃO CALVINISTA 2024. Texto e Atividade Final. SPS, extensão Curitiba.

Esse conteúdo é de utilização da disciplina Cosmovisão Calvinista, do Seminário Presbiteriano do Sul, extensão Curitiba, prof Ivan S R Jr. TEXTO E ATIVIDADE FINAL. Atividade: Utilizar o conteúdo abaixo para: a) extrair em citação algumas frases ou parágrafo de cada item, e após, b) organizar as citações extraidas em texto na ordem de pensamento que considera adequado para uma apresentação da disciplina, c) escrever 2 a 3 parágrafos em texto próprio, a partir do conteudo organizado. FUNÇÕES DA COSMOVISÃO CRISTÃ E SECULAR. Para o filósofo W. P. Alston, a importância das cosmovisões se expressa na seguinte reflexão: "Pode-se argumentar com base em fatos relativos à natureza do homem e às condições da vida humana, que os seres humanos tem uma profunda necessidade de formar algum quadro geral do universo total em que vivem, a fim de poderem, de uma forma que lhes seja significativa, relacionar suas próprias atividades fragmentadas com o universo como um todo; e que uma vida em que isso não é realizado é uma vida empobrecida no aspecto mais significativo." (Nash, p 25 e 27, 2012). Principais Elementos de Uma Cosmovisão: "Uma cosmovisão equilibrada inclui crenças em pelo menos cinco áreas principais: Deus, realidade, conhecimento, moralidade e humanidade." Deus. Esse entendimento é o mais importante para qualquer cosmovisão, pois indaga da existência e personalidade de Deus, de sua natureza e sentimentos, de seu poder e atuação na história. NEOCALVINISMO. A EXPERIÊNCIA HOLANDÊSA. Abraham Kuyper surgiu na vida da Holanda no século 19, num período em que o país estava distante dos valores tradicionais da civilização ocidental, num momento em que o liberalismo orientava novos princípios para a cultura da nação. "Kuyper enfatizou o caráter calvinista da nação e apelou para a energia, o destemor e a fé da era da Reforma. Quando morreu, escolas cristãs livres podiam ser encontradas do norte ao sul. Crentes estavam aplicando os princípios em seus lares, igrejas e associações. Homens cristãos de ciência estavam demonstrando que a crença na Bíblia não era antiquada, mas atual. A face do país foi renovada." (p. 81). (...) "Ele pretendia oferecer um programa alternativo para uma renovação cultural e política, diferente daquele oferecido pelos ideais iluministas da Revolução Francesa, a qual, acreditava-se, estava fazendo um estrago na sociedade holandesa em todos os níveis. Com sua persistente agitação para maiores liberdades educacionais, sociais e políticas para os grupos minoritários na sociedade, Kuyper pretendeu ser um líder progressista e inovador." (p. 115). O TRÍPLICE MANDATO, CRISTIANISMO. A compreensão de uma Cosmovisão Reformada requer o conhecimento do Tríplice Mandato do Ser humano: do Relacionamento com Deus no mandato espiritual, do Relacionamento com o próximo no mandato social, e do Relacionamento com a criação no mandato cultural. (...) Um aspecto introdutório básico do tema do mandato cultural cristão surge do fato que Deus criou o ser humano tanto para cultivar como também guardar a criação, sendo que estas atitudes e responsabilidades evidenciam o mandato cultural. Uma consequência dessa ordem dada por Deus ao homem para desenvolver a cultura é o princípio de que não se deve criar dicotomias separando a Igreja do Mundo, como se tudo relacionado a um fosse bom, e a outro fosse mau. (...) O mandato cultural cristão também corrige a visão de que há atitudes neutras diante da criação, pois a Ordem dada por Deus como um valor para conduzir o desenvolvimento da realidade indica que nossas posições serão boas ou ruins, a partir dos princípios que Deus estabeleceu no potencial e aos propósitos de toda Criação. De forma que o conhecimento da criação gera a ciência, o cultivo da criação gera a agricultura, a condição de apreciar a criação gera a arte e o governo da criação gera a política. Em todos estes aspectos e elementos, o potencial de cada área cultural da existência do homem no mundo não deverá ser considerado como algo negativo em si, mas sim quando houver o mau uso do desenvolvimento de seu potencial à luz das ordens do Criador. (...) Um aspecto bíblico fundamental que deve-se abraçar ao perceber o mandato cultural é que tal princípio existencial encontra seu valor cristão junto e integrado ao mandato Espiritual que ama a Deus, e junto ao mandato Social que ama o próximo. Desta forma, entendemos que o valor do mandato cultural somente se realiza conforme a ordem, condução e para atingir os propósitos de Deus, sendo necessário integrar a vivência dos Três Mandatos conjuntamente. Neste sentido, devemos ordenar a integração dos Três Mandatos a partir de sua hierarquia própria, em que o Mandato Espiritual é superior, com o Mandato cultural estando subordinado aos mandamentos e mandatos para Amar a Deus e Amar o próximo, e não o contrário. (...) Assim, observe que o mandato cultural que cabe ao cristão tem o propósito e a capacidade de somente aliviar e tratar a cultura, mas jamais irá redimir e transformar sua realidade. Nesta perspectiva, os cuidado e a guarda da cultura promovidos pelos cristãos serão tão somente sinais que apontam para Deus, jamais serão realizações de transformação redentora da criação. As nossas obras oriundas do mandato cultural irão cumprir seu papel e função assim que vierem a "apontar" para a Pessoa daquele que realmente cura e transforma, o Senhor Deus! COSMOVISÃO. CRISTIANISMO. Os pensadores cristãos deverão abordar a compreensão histórica do termo "Cosmovisão" com atenção e cuidado, pelo que se pode associar e diante do que deve-se negar a partir destas relações; sendo possível concordar com Schelling, entendendo "que cosmovisão é uma compreensão abrangente e coesa do mundo e do lugar que a pessoa ocupa nele", e também concordar com Dilthey, entendendo "que são as crenças fundamentais da pessoa sobre o mundo que dão forma aos pensamentos e ações", pra orientar seu entendimento e significado da vida. Concordando ainda, com Kierkegaard, que a "cosmovisão deve ser considerada íntima e experiencial, e que deve transformar a vida da pessoa." Ao mesmo tempo, em nosso interesse de desenvolver um entendimento cristão do tema cosmovisão, devemos rechaçar o pensamento de Kant de que os fundamentos da cosmovisão se baseiam na razão do homem, enquanto também não aceitamos completamente o destaque de Dilthey de que cosmovisões são produtos de tempos e lugares, segundo os aspectos validados por ele, que se orientam pela relativização e historicidade da experiência humana. Conforme destaque dos autores Goheen e Bartholomew, entendemos que "embora circunstâncias históricas sem dúvida exerçam uma influência moldadora na cosmovisão, vivemos sob a afirmação radical do evangelho de que ele é verdade para todas as épocas e todos os povos na condição de testamento daquele que é o mesmo "ontem, hoje e eternamente" (Hb 13.8)." (p 38-39, 2016). MOVIMENTOS CONTRÁRIOS. NATURALISMO. "A principal concorrência para a cosmovisão cristã na parte do mundo normalmente tida como a cristandade é um sistema que muitas vezes se conhece pelo nome de naturalismo. A proposição pedra de toque, ou pressuposição básica, do naturalismo afirma: "Nada existe fora da ordem material, mecânica (isto é, sem propósito) e natural". S. D. Gaede, explica: "A cosmovisão naturalista repousa na crença de que o universo material é a soma total da realidade. Para colocar em termos negativos, o naturalismo sustenta a proposição de que o sobrenatural, em qualquer forma, não existe... A cosmovisão naturalista assume que a matéria ou substância que compõe o universo nunca foi criada, mas sempre existiu. Isso porque um ato de criação pressupõe a existência de alguma realidade fora de, ou maior que, a ordem mundial - incompatível com o princípio de que o universo material é a soma total da realidade... O ser humano, como parte do universo natural, também é resultado da matéria, tempo e acaso. Dentro do contexto da cosmovisão naturalista, os milagres, como tais, não existem; são eventos naturais que ainda tem de ser explicados." COSMOVISÃO REFORMADA. ABRAHAM KUYPER. ANÁLISE E DISTINÇÃO DIANTE DE OUTRAS COSMOVISÕES. Temas: 1. Nossa relação com Deus; 2. Nosso relacionamento com o homem; 3. Nosso relacionamento com o mundo. Segundo o autor, é preciso argumentar de forma válida no objetivo de apresentar o "calvinismo" como "um sistema de vida abrangente", com bases no passado para nos dar segurança na atualidade e confiança futura. Nessa reflexão, "primeiro devemos perguntar quais são as condições requeridas para sistemas gerais de vida, tais como o Paganismo, o Islamismo, o Romanismo e o Modernismo, e então mostrar que o Calvinismo realmente preenche essas condições." Assim, vamos olhar o entendimento e proposições destes diferentes sistemas acerca das "três relações fundamentais de toda vida humana: a saber, (1) nossa relação com Deus, (2) nossa relação com o homem, (3) nossa relação com o mundo." 1. A Primeira Condição - Nossa Relação com Deus. Entender o que um sistema de vida propõe acerca das bases e fundamentos da nossa existência será sempre a primeira reflexão, pois "esse ponto encontra-se na antítese entre tudo que é finito em nossa vida humana e o infinito que encontra-se além dela." (...) No Calvinismo - Deus se Comunica com a Criatura. O Calvinismo "não procura Deus na criação, como o Paganismo; não isola Deus da criatura, como o Islamismo; não postula comunhão intermediária entre Deus e a criatura, como faz o Romanismo. Ele proclama o pensamento glorioso que, embora permanecendo em alta majestade acima da criatura, Deus entra em comunhão imediata com a criatura, como Deus o Espírito Santo...(...). 2. A Segunda Condição. Nosso Relacionamento com o Homem. Conforme Kuyper, "como nos posicionamos com Deus é a primeira, e como nos posicionamos com o homem é a segunda questão principal que decide a tendência e a construção de nossa vida." Nesse sentido, a diversidade encontrada na humanidade, seja nas diferenças entre homem e mulher, e nas aptidões e capacidades fisica e espiritualmente nos seres humanos, iremos notar que tais "diferenças são, de um modo especial, enfraquecidas ou acentuadas em cada sistema de vida...". (...) A Interpretação Peculiar do Calvinismo. "Do mesmo modo o Calvinismo tem derivado de sua relação fundamental com Deus uma interpretação peculiar do homem com o homem... Se o Calvinismo coloca toda nossa vida humana imediatamente diante de Deus, então segue-se que todos", homens e mulheres de todas as condições sociais e aptidões, e força e raça, "não tem de reivindicar qualquer domínio sobre o outro, e que permanecemos iguais diante de Deus, e consequentemente iguais como seres humanos. Por isso, não podemos reconhecer qualquer distinção entre os homens...". (...) 3. A Terceira Condição. Nosso Relacionamento com o Mundo. A terceira relação fundamental a ser percebida nos diferentes sistemas de vida ao mundo é exatamente: "sua atitude com o mundo". (...) O Calvinismo Reconhece Deus no Mundo. "Surgindo num estado social dualista, o Calvinismo tem realizado mudança completa no mundo dos pensamentos e concepções." Diante de Deus em primeiro lugar, o calvinismo respeita o homem criado à imagem e semelhança de Deus, e define o mundo a partir de uma realidade criada por Deus. O Calvinismo destaca os atos favoráveis de Deus na história sobre a vida, entendendo que Deus derrama sua Graça Especial no propósito de salvação pelo Evangelho, enquanto derrama continuamente sua Graça Comum para manter a vida, regular a maldição sobre o mundo e assim limitar seu estado de corrupção, "e assim permite o desenvolvimento de nossa vida sem obstáculos, na qual glorifica-se a Deus como Criador." Neste sentido, o Calvinismo busca purificar a Igreja como a congregação dos crentes, enquanto orienta uma visão cosmológica em que o mundo deve ser liberto da instituição, mas mantido debaixo dos cuidados e vontade de Deus. "Assim, a vida doméstica recobrou sua independência, os negócios e o comércio atualizaram suas forças em liberdade, a arte e a ciência foram libertas de todo vínculo eclesiástico e restauradas à sua própria inspiração, e o homem começou a entender a sujeição de toda natureza, com suas forças e tesouros ocultos, a ele mesmo como um santo dever, imposto sobre ela pela ordenança original do Paraíso: "Tenha domínio sobre eles"... Em vez de vôo monástico para fora do mundo é agorar enfatizado o dever de servir a Deus no mundo, em cada posição da vida. (...). Autor. Ivan Santos Rüppell Jr é ministro presbiteriano e professor do Seminário Presbiteriano do Sul, extensão Curitiba.

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