ÉTICA E VIRTUDE.
As Boas Obras de Justiça dos cristãos vão brilhar sobre toda a humanidade que assim vai olhar para os céus e dar graças a Deus.
É preciso Temor e Fé para conseguir praticar as boas obras "sal e luz" junto dos homens, pois às vezes é difícil acreditar que a misericórdia e a pureza, a caridade e humildade, a fome e sede de justiça cristãs ainda sejam atitudes capazes de preservar uma terra degenerada e iluminar um mundo tenebroso.
Jesus Cristo definiu no Sermão do Monte que a Justiça dos cristãos deveria ser muito superior na comparação com a justiça praticada pelos religiosos obedientes na "raça", os fariseus. A superioridade da Justiça dos cristãos - que é o jeito como eles obedecem a Lei de Deus está no fato de ser uma "justiça do coração", em espirito e em verdade, interior e sincera; movida pelo Espírito Santo.
Jesus esclarece que veio ao mundo pra obedecer toda a lei, e baseado no poder divino da nova aliança sobre a natureza humana, exorta e orienta que aqueles que estiverem n'Ele serão capazes de respeitar até a menor regra dos mandamentos, e assim serão grandes no Reino dos céus.
Jesus esclarece no Sermão que há dois tipos de boas obras de justiça da lei que os cristãos devem seguir: as obras da Justiça Social e as obras da Justiça Religiosa. As boas obras da Justiça Social são aquelas que a gente pratica ao se relacionar com as pessoas e na sociedade. E as boas obras da Justiça Religiosa são as que fazemos diante de Deus, como Jesus define em Mateus 6.1 - 18: "Tenham cuidado! Não pratiquem suas boas ações em público, para serem admirados por outros... E seu Pai, que observa em segredo, os recompensará."
Agora, veja que interessante, pois a Caridade é uma boa obra de justiça religiosa cristã diante de Deus em primeiro lugar, mas que devemos praticar objetivamente diante e para os outros seres humanos. Então, parece que a justiça religiosa da caridade é exatamente aquele mandamento que melhor exemplifica o resumo da lei, de Amar a Deus e Amar o próximo, não é mesmo?
O próprio Jesus ao definir o princípio do mandamento de Amar o próximo unido ao mandamento de Amar a Deus, ensinou na Parábola do Bom Samaritano que a atitude de misericórdia perante qualquer necessitado é a boa obediência da lei; "então Jesus disse: "Vá e faça o mesmo". (Lucas 10.25-37).
O Apóstolo Paulo cuidou de manter e promover esta boa obra de justiça religiosa na vida da Igreja de Cristo, exortando e ensinando cuidadosamente o modo em que os cristãos deveriam amar o próximo.
Logo entre os anos 50 e 51, o Apóstolo escreve na primeira carta aos Tessalonicenses, destacando um princípio fundamental: "Cuidem que ninguém retribua o mal com o mal, mas procurem fazer o bem uns aos outros e a todos." (1Tessalonicenses 5.15).
No ano de 55 Paulo enviou a segunda carta aos Coríntios, ao deixar Éfeso e em viagem até Corinto. São dois capítulos inteiros dedicados aos cristãos de Corinto e ao povo de Deus em todos os tempos, que tratam da caridade cristã movida pela generosidade da misericórdia, afirmando para o Cristianismo a essência espiritual de uma relação íntima com Deus que o cristão desenvolve diante do próximo. É incrível: "Visto que vocês se destacam em alguns aspectos - na fé, nos discursos eloquentes, no conhecimento, no entusiasmo e no amor que receberam de nós - queríamos que também se destacassem no generoso ato de contribuir... No momento, vocês tem fartura e podem ajudar os que passam por necessidades... Lembrem-se: quem lança apenas algumas sementes obtém uma colheita pequena, mas quem semeia com fartura obtém uma colheita farta... Pois é Deus quem supre a semente para o que semeia e depois o pão para seu alimento... Em tudo vocês serão enriquecidos a fim de que possam ser generosos... Como resultado do serviço de vocês, eles darão glória a Deus. Pois sua generosidade com eles e com todos os que creem mostrará que vocês são obedientes às boas-novas de Cristo." (2 Coríntios 8.7 - 9.13).
Anos mais tarde, ao redor do ano 61, Paulo escreve da prisão em Roma, agradecido pelas ofertas dos cristãos filipenses, demonstrando a força da generosidade cristã nas relações mais pessoais diante das dificuldades individuais: "Como eu me alegro no Senhor por vocês terem voltado a se preocupar comigo... Posso todas as coisas por meio de Cristo, que me dá forças. Mesmo assim, vocês fizeram bem em me ajudar na dificuldade pela qual estou passando... E esse mesmo Deus que cuida de mim lhes suprirá todas as necessidades por meio das riquezas gloriosas que nos foram dadas em Cristo Jesus." (Filipenses 4. 10-19).
Ainda na década de 60, entre os anos em que saiu da prisão em Roma até para lá voltar e ser martirizado em 68 d.C, o Apóstolo Paulo escreveu sobre o mandamento da caridade do povo de Deus, instruíndo a Timóteo entre os anos de 62 a 64. Paulo ensina Timóteo sobre esta boa obra de justiça, aproveitando pra exortar a família e ensinar aos ricos: "Cuide das viúvas que não tem ningúem para ajuda-las. Mas, se elas tiverem filhos ou netos, a primeira responsabilidade deles é mostrar devoção no lar e retribuir aos pais o cuidado recebido. Isso é algo que agrada a Deus... Se alguma irmã na fé tem viúvas na família, deve tomar conta delas e não sobrecarregar a igreja, que assim poderá cuidar das viúvas que estiverem verdadeiramente sozinhas... Ensine aos ricos deste mundo que não se orgulhem nem confiem em seu dinheiro, que é incerto. Sua confiança deve estar em Deus, que provê ricamente tudo de que necessitamos para nossa satisfação. Diga-lhes que usem seu dinheiro para fazer o bem. Devem ser ricos em boas obras e generosos com os necessitados, sempre prontos a repartir. Desse modo, acumularão tesouros para si como um alicerce firme para o futuro, a fim de experimentarem a verdadeira vida." (1Timóteo, 5.3 - 6.19).
E para concluir esse tema, anotamos a orientação clássica do amor ao próximo para a religião cristã, retirada do texto neo testamentário mais antigo, tendo sido escrito entre os anos de 44 a 49 d.C: "A religião pura e verdadeira aos olhos de Deus, o Pai, é esta: cuidar dos orfãos e das viúvas em suas dificuldades e não se deixar corromper pelo mundo." (Carta do Apóstolo Tiago, 1.27).
SABEDORIA E DESENVOLVIMENTO.
E agora, como essa boa obra de justiça religiosa diante do Senhor que deve-se praticar para o próximo pode se tornar um ministério comunitário e institucional de um grupo de igrejas e denominação?
Certa vez li que 'sabedoria' é saber quando e como fazer algo, pois a hora errada e o jeito falho de realizar as coisas só causam confusão. Agora, melhor que conceituar "sabedoria" no geral, é ser Sábio na situação em que devemos superar a nossa tolice. Tá entendendo? Afinal, a Sabedoria Cristã Biblica é uma conduta relacional virtuosa, não é um conhecimento ou conceito. Dá uma olhada: "Mas a sabedoria que vem do alto é, antes de tudo, pura. Também é pacifica, sempre amável e disposta a ceder a outros. É cheia de misericórdia e é o fruto de boas obras... E aqueles que são pacificadores plantarão sementes de paz e ajuntarão uma colheita de justiça." (Carta de Tiago, cap. 3. 17-18). Observe que a Sabedoria Cristã é uma postura pra se relacionar com as pessoas que abre a oportunidade para que elas sejam respeitadas e levadas em conta no entendimento da questão, e na escolha do que iremos fazer juntos de forma benigna na situação. Sabedoria não é uma resposta pronta para uma situação comum, mas uma atitude de atenção que se preocupa em tratar a situação junto daqueles que fazem parte da experiência que compartilhamos. A Sabedoria cristã acontece num olhar de valor ao próximo que geramos em nossa consciência intelectual sensivel para que consigamos nos relacionar de maneira proveitosa sem desprezar a ética moral dos mandamentos de Deus na resolução da questão.
ORAÇÃO. "Se algum de vocês precisar de sabedoria, peça a nosso Deus generoso, e receberá.
(...) De onde vêm as discussões e brigas em seu meio?... Invejam o que outros possuem, lutam e fazem guerra para tomar deles... E, quando pedem, não recebem, pois seus motivos são errados, pedem apenas o que lhes dará prazer (...).
Portanto, submetam-se a Deus. Resistam ao diabo, e ele fugirá de vocês. Aproximem-se de Deus e ele se aproximará de vocês... Humilhem-se diante do Senhor, e ele os exaltará." (Tiago 1.5, 4. 1-9).
Autor. Ivan Santos Rüppell Jr é professor, advogado e ministro da Igreja Presbiteriana do Brasil, atuando na gestão de ações sociais de igrejas.
Esse texto tem objetivo didático na disciplina de Símbolos de Fé no Seminário Presbiteriano do Sul extensão Curitiba. Daí a utilização de resumos e citações mais longas no interesse de oferecer aos alunos o conteúdo apropriado para o entendimento necessário aos debates e explanações em aula. CONTEÚDO de Aula: CONTEXTO HISTÓRICO DA ORGANIZAÇÃO DOS SÍMBOLOS DE FÉ DA IGREJA PRESBITERIANA DO BRASIL. TEOLOGIA REFORMADA. "Trata-se da teologia oriunda da Reforma (calvinista) em distinção à luterana. O designativo "reformada" é preferível ao calvinista... considerando o fato de que a teologia reformada não provém estritamente de Calvino." (Maia, p. 11, 2007). OS CREDOS E A REFORMA. "Os credos da Reforma são as confissões de fé e os catecismos produzidos nesse período ou sob sua inspiração teológica. Os séculos 4 e 5 foram para a elaboração dos credos o que os séculos 16 e 17 foram para a feitura das confissões e dos catecismos. A razão parece evidente: na Reforma, as...
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